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(Nelson Mandela)
1. OBJETIVOS
Traçar uma linha do tempo referente à chegada dos navios negreiros após o
descobrimento do Brasil;
Identificar o trabalho escravo no Brasil e as diversas atividades econômicas desse
período;
Apresentar o significado do “13 de maio” e das “leis de libertação”;
Fazer uma pesquisa sobre as principais características da cultura afrodescendentes;
Assistir o filme Xadrez das cores, para debater e identificar atitudes racistas e
preconceituosas no cotidiano;
Desenvolver questionamentos acerca do preconceito étnico-racial que ocorre na escola
e na sociedade;
Refletir sobre algumas composições musicais que expressam a cultura afro;
Dramatizar casos reais de discriminação para reflexão em sala de aula;
Analisar reportagens e imagens que aparecem na mídia e que demonstram atitudes de
preconceito/racismo;
Produzir artefatos artísticos que visem a reflexão sobre a importância das influências
africanas.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O Brasil possui uma grande diversidade cultural, possuindo marcas desde a cultura
indígena, perpassando pela cultura dos portugueses que aqui chegaram para a colonização
desta terra recém descoberta, a dos povos africanos trazidos para trabalharem na condição
de escravos e de tantos outros povos que aqui foram chegando, quer seja com único fim da
exploração, ou para aqui encontrar uma nova possibilidade de vida. Na sua maioria, as
culturas aqui presentes sempre tiveram grande destaque.
Porém, outras como a indígena e a africana dependeram de legislação específica para
poderem ser destacadas dentro do currículo das escolas brasileiras, conforme Lei
10.639/2003, que reafirmou, a importância tanto do estudo da História da África e afro-
brasileira, como do dia 20 de novembro, dedicado à “Consciência Negra” dentro dos
calendários escolares da rede estadual de ensino. Anos depois, a Lei 11.645/2008, alterou a
legislação anterior, destacando que nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio,
públicos e privados, tornava- se obrigatório o estudo da história e cultura afro-brasileira e
indígena. Como apontado na legislação:
A alta mortalidade no mar era resultado de um largo diferencial entre a compra dos escravos na
África e seu preço de venda no Brasil. Certos custos de viagem, tais como o uso do navio e
despesas com a tripulação, eram inalteráveis qualquer que fosse a carga e as únicas despesas
adicionais resultantes do excesso de carga eram os gastos com os próprios escravos e um
acréscimo no custo da manutenção (p.63).
Vale ressaltar que o escravo africano era um elemento de suma importância no campo
econômico do período colonial sendo considerado "as mãos e os pés dos senhores de
engenho porque sem eles no Brasil não é possível fazer, conservar e aumentar fazenda, nem
ter engenho corrente" (ANTONIL, 1982, p.89). Contudo, a contribuição africana no período
colonial foi muito além do campo econômico, uma vez que, os escravos souberem reviver
suas culturas de origem e recriarem novas práticas culturais através do contato com outras
culturas.
É importante salientar que não houve uma homogeneidade cultural praticada pelos
negros africanos, visto que imperava uma heterogeneidade favorecida pelas origens distintas
dos africanos, que apesar de oriundos do continente africano, geralmente os escravos
apresentavam uma prática cultural diferenciada em alguns aspectos devido à região que
pertenciam, pois, a África caracteriza-se em um continente dividido em países com línguas e
culturas diversas.
O continente africano é cheio de mistérios e curiosidades, com relevância para a
História da Humanidade, uma vez que de forma científica, o homem é oriundo da África. Para,
Ferreira (1997) fica evidente que as produções artísticas dos diversos povos africanos, são
das mais antigas do mundo, que se originam desde as pinturas rupestre produzidas
aproximadamente no primeiro milênio a.C. Esse tipo de arte possui características que lhes
são próprias. A obra aparece como um bem coletivo útil e sagrado, no qual está inserido o
cotidiano das pessoas que a produzem, onde o “belo” deve ser apreciado por todos e não por
um grupo seleto, como acontece na sociedade ocidental.
Apesar de toda essa riqueza, a arte africana esteve adormecida no interior das escolas
brasileiras, a figura do negro foi, por muitos anos, passada para os alunos como algo folclórico,
só lembrando no dia 13 de maio.
Ao refletir sobre esse marco na nossa história podemos considerar, segundo Fausto
(2002, p.35), que a: “A abolição da escravatura representou um avanço, mas também deixou
muitos problemas, porque não levou em conta a inclusão do negro, como cidadão, na
sociedade brasileira”. Cardoso (2010, p. 26) afirma ser: “o caráter multidimensional da herança
escravista para a sociedade capitalista um argumento, ainda que mais geral, sobre as
condições de reprodução da desigualdade social no Brasil”.
Foi no centenário da abolição, que essa data não foi comemorada, pois analisando os
fatos históricos percebe-se que o dia 13 de maio de 1988, em nada modificou a realidade dos
agora, homens livres, uma vez que o preconceito já se instalava no período pós escravatura.
De acordo com Gorender (1990), antes de submetê-lo a critérios analíticos, podemos
considerar este repúdio um julgamento contemporâneo do fato histórico. É o passado visto
pela consciência social da atualidade. Discriminação racial e pobreza dos dias de hoje se
constituíram em critérios historiográficos e conduziram a concluir que a abolição não se
realizou – mero engano, a Lei Áurea proclamou o que não houve. As comemorações oficiais
ficaram apagadas e depreciadas pelos protestos dos movimentos negros nas ruas.
Dentro desse contexto, torna-se necessário o resgate da história e da cultura negra,
que não interessa apenas aos alunos afrodescendentes, mas a todos que sentam nos bancos
escolares para conhecer a história do país e dentro dela, a veracidade dos fatos ocorridos, e
que ao aprender, possa-se dar visibilidade e sentimento de pertença. Sendo a escola espaço
próprio para tais discussões, não se pode fugir desse legado.
Por todo o processo de colonização e pela extensão territorial, o Brasil possui uma
grande diversificação cultural e por isso tem-se várias influências africanas dentro dos
aspectos artísticos como os já pontuados no texto e pouco conhecidas e estudadas por nossos
alunos, ou quando estudadas, servem como confecção de materiais nas aulas de Arte para
serem expostos no dia da Consciência Negra, sem que haja uma reflexão crítica e histórica
do que representa de fato o objeto, que para muitos alunos é algo apenas artesanal,
desconhecendo o valor histórico/cultural.
Para a conscientização é necessário perceber essa influência cultural dos africanos no
Brasil, observando-se que nas trocas culturais ocorridas há muito tempo durante o período
colonial brasileiro que contribuiu para a formação de uma cultura diversificada e bastante rica.
Assim, a arte africana chegou ao nosso país e esses elementos artísticos, foram se misturando
com os outros elementos já presentes nas culturas indígenas e portuguesas, para gerar novos
componentes de uma arte afro-brasileira.
A música brasileira teve grande influência dentro das artes plásticas, da dança e da
literatura que o Brasil e das diversas possibilidades de vários contatos com a cultura vinda da
África. Para Ramos e Tommasi (2009):
A origem das escolas de samba brasileiras se deu a partir dessa realidade, porém com
outra batida rítmicas a partir dessas festas africanas, simplesmente era o samba, para Lopes
(2005) a palavra samba é um verbo do vocabulário Angolano que significa, brincar ou se
divertir.
A capoeira está diretamente relacionada ao período de escravidão. Essa relação é
devido a capoeira ter sido desenvolvida por escravos como uma forma de luta contra a
opressão. Esse tipo de expressão cultural foi bastante criminalizada no início e alvo de
perseguição violenta.
A capoeira é um ritual de luta, dança e jogo que funciona como um sistema recreativo,
estético, ético e profissional. Mestres e aprendizes cultuam-na como um processo
libertário no qual o indivíduo aprende a se posicionar no centro de si mesmo e encontrar
seu espaço de mediação, ou seja, seu ponto de referência na roda do jogo e do mundo.
Para eles, a capoeira é a articulação de uma linguagem do corpo com os planos mental
e espiritual (BARBOSA, 2005, p. 78).
Sendo assim, a capoeira tem por base aspectos da cultura afrodescendente, sendo
uma expressão que evolve dança, musicalidade e religiosidade.
Para Oliveira (2003) quando os africanos de diversas partes da África chegam ao Brasil
na condição de escravos, eles trazem consigo toda uma ancestralidade que será expressa
nas mais variadas manifestações culturais e religiosas que são recriadas no cenário brasileiro.
Segundo o autor, na bagagem africana que vem para o Brasil não é a estrutura física das
instalações africanas, mas os valores e princípios africanos. São essas características da
cultura negra que é reconstruída no contexto brasileiro.
Muitos dos artistas dessa época eram negros, com forte influência na cultura brasileira.
Os monumentos que surgiam nessa época já podiam ser considerados como produção de
alguns negros desse período.
A arte africana teve vários momentos importante e por diferentes períodos artísticos
com marcas e impressões, como no Cubismo, no Surrealismo e em outros movimentos
artísticos modernos, foi com essa trajetória que:
O sistema das artes - pintura, escultura, cinema, vídeo, teatro, música e dança - não
pode ser mais descrito simplesmente em termos de estilos específicos e de espaços
físicos como os estúdios, as galerias e os museus. Hoje é também um discurso das
mídias, das ruas e de outras práticas e instituições, subjetivas ou comunitárias. Com
as performances, por exemplo, não podemos mais classificar as linguagens em seus
domínios de teatro, música, dança ou plásticas (RAMOS, 2009, p.11).
No mundo atual, a arte e as suas estéticas, tanto a africana como a do lado ocidental, de
forma criteriosa se encaixam e estabelecem diálogos que atravessam e impõem uma nova
cultura do ocidente refletida pela cultura artística africana.
Nos últimos anos essa a arte africana passou a fazer parte do processo de ensino junto
da matéria de Arte, é fato que a arte negra africana quase nunca aparecia dentro da História
da Arte tratando-a como um País africano, levando a um pensamento que:
No tocante a História da arte pode-se perceber que geralmente a arte africana não
aparece nos livros de História da Arte e quando aparece não lhe é contextualizada , lhe
são atribuídos adjetivos como “fetichista, primitiva, exótica” exceto a arte egípcia que
apesar do Egito ser um país do continente africano, os ocidentais durante muito tempo
o trataram como não África e quando começaram a tratar como um país africano, tentou
induzir um pensamento de que os povos egípcios eram superiores aos demais povos
africanos (BARROS, 2011, p.43).
Esse tipo de arte foi muito pouco valorizada durante muito tempo pela cultura ocidental.
Conforme Ferreira (1997), alguns estudiosos afirmam que as grandes construções de
reinados africanos não foram propriamente construídas pelos mesmos, mas sim por outros
povos, deixando-se influenciar por certas concepções que menosprezam a arte africana.
De forma geral há uma repressão do ocidente frente Ás atividades artísticas de origem
africana, bem como da sua representação cultural. Porém, na Europa há uma sensibilidade
maior sobre esses parâmetros da arte na África. A arte passa a ser renovada quanto à sua
estética artística que viam do oriente, a partir do séc. XIX onde alguns pintores principalmente
expressionistas percebem a importância das realizações artísticas africanas e assim iniciam
de algum modo a valorizar essa arte utilizando alguns traços dentro de suas pinturas.
(BARROS, 2011).
Segundo Sodré (2011) muitas dessas teorias criadas no século XIX, ainda permeiam o
pensamento ocidental na atualidade. Muitos historiadores de Arte ainda se deixam influenciar
por essas concepções de inferioridade da arte africana.
Mas, no decorrer do período histórico envolvendo a arte africana começa a dar sinais e
surgir um interesse sobre as linhas e a qualidade de combinação que são diferentes da
tradição grega e egípcia:
Não é à toa que um dos primeiros livros sérios sobre a escultura negra, escrito em 1928
– pouco depois dessa espécie de “renascença negra” na Europa – já assinalava com
bastante precisão que as principais razões do interesse da arte moderna por essas
tradições residiam no fato de que elas acentuam mais o desenho do que a representação
literal, apresentando efeitos de formas, qualidades de linha e superfície, combinações de
massa que são desconhecidas da tradição grega (BARROS, 2011, p.40).
Assim como os artistas, os estudiosos passaram a olhar a arte negra, com outros olhos,
por meio do que lhes chamava a atenção como por exemplo o lado exótico das peças que
estão presentes na cultura dos mesmo que produziam a arte africana.
Partindo do conhecimento físico do continente africano, dos países que compõe o
território, de como foram trazidos para servirem como escravos em terras brasileiras, suas
lutas e cultura que foram destacadas na implementação do projeto como a música, os objetos
e a capoeira. Compreendendo a história africana dentro do Brasil, será possível observar nas
características físicas dos descendentes a ancestralidade, objetivando o sentimento de
pertença, de marcas que compõem uma história de injustiças e lutas.
3. SEQUÊNCIA DIDÁTICA
4. DESENVOLVIMENTO DA PROPOSTA
Esta primeira atividade ocorrerá por meio de troca de experiências entre os alunos e o
conhecimento que eles têm sobre o tema proposto.
Tema: Preconceito Racial.
Aplicação de questionário, a fim de fazer uma análise por meio de gráfico. Antes de ler
e refletir sobre o texto “A história e origem do preconceito racial” será aplicado o questionário
para fazer a tabulação gráfica do antes, para saber os conhecimentos prévios dos alunos e
compreender qual nível de apropriação do tema que os alunos possuem.
RODA DE CONVERSA
QUESTIONÁRIO: PRECONCEITO RACIAL
1-Sexo
( ) Masculino ( ) Feminino
( ) Sim.
( ) Não
( ) Sim
( ) Não
4- Já presenciou alguma atitude racista?
( ) Sim
( ) Não
( ) Sim
( ) Não
( ) Sim
( ) Não
( ) Sim
( ) Não
( ) Sim
( ) Não
( ) Raça.
( ) Idade.
( ) Opção sexual.
( ) Opção religiosa.
( ) Classe Social.
( ) Outros. Quais?
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
APROFUNDAMENTO TEÓRICO
Nesta oficina será trabalhado o Rap: Racismo é burrice, do cantor Gabriel, O Pensador,
com o objetivo de ouvir e refletir sobre o que a música fala do preconceito. O vídeo da música
possui imagens que poderão tornar as discussões iniciais mais significativas para os
educandos.
<http://www.youtube.com/watch?v=_S-qCfMNQsM>.
Nesta oficina será apresentada uma Linha do tempo, que demonstra fatos históricos
marcando a Chegada dos Navios Negreiros no Brasil, após o descobrimento. Antes de
construir a linha do tempo com os alunos, teremos como ponto de partida a observação e
análise dos mapas abaixo com o auxílio interpretativo do vídeo relacionando imagem e áudio,
pois eles contribuirão para que os alunos compreendam de forma mais clara e objetiva como
se deu essa trajetória.
https://www.google.com.br/search?q=Geografia+do+Brasil+e+da+%C3%81frica&client=firefoxb&biw
=1152&bih=703&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwjK9c3z587PAhXJGZAKHVl_DwcQ_A
UIBygC#tbm=isch&q=PRINCIPAIS+ROTAS+DO+TRAFEGO+Geografia+do+Brasil+e+da+%C3%81fric
a&imgrc=M6kNzCtMEt4G9M%3ª
https://www.google.com.br/search?q=Geografia+do+Brasil+e+da+%C3%81frica&client=firefoxb&biw=11
52&bih=703&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwjK9c3z587PAhXJGZAKl_DwcQ_AUIBygC#tb
m=isch&q=PRINCIPAIS+ROTAS+DO+TRAFEGO+Geografia+do+Brasil+e+da+%C3%81frica&imgrc=HX2b
GHTSVGin3M%3ª
TRÁFICO NEGREIRO
Com a expansão marítima europeia, no século XV, e a conquista do Novo Mundo, os
europeus necessitaram de mão de obra para os seus empreendimentos nas novas terras
conquistadas (América). Primeiramente, escravizaram os indígenas, os nativos da América,
porém essa escravidão foi proibida pela Igreja Católica.
Dessa forma, os portugueses, proibidos de escravizar os povos indígenas, tiveram que
retornar ao continente africano e negociar a compra de escravos. A escravização de pessoas
era uma prática antiga na África, no entanto, com os europeus empreendendo a compra de
escravos naquele continente, o número de escravos aumentou.
Assim, no século XV, o tráfico negreiro, ou tráfico de escravos, assumiu enormes
proporções. Os Estados europeus instalaram feitorias e portos de abastecimento de escravos
no litoral africano. Nessas feitorias foram embarcados os escravos que vieram para as
colônias europeias na América nos navios chamados tumbeiros.
Uma vez embarcados nos navios negreiros (tumbeiros), os escravos, oriundos de
diferentes regiões e etnias africanas, eram tratados com extrema violência e recebiam pouca
alimentação. Geralmente, eram maltratados e castigados sem nenhum motivo aparente e
eram amontoados dentro dos navios tumbeiros em ambientes insalubres, propícios à
proliferação de doenças.
A travessia pelo oceano Atlântico constituía o início do sofrimento dos africanos
escravizados que se destinavam à América. A viagem da África para o Brasil durava de 30 a
45 dias, conforme o lugar de partida e o de chegada. Com a chegada ao Novo Mundo, os
navios negreiros eram conduzidos a diferentes portos e localidades na América, mas quase
sempre os escravos tinham um destino em comum: os mercados, onde eram comercializados
como mercadorias, rendendo altos lucros para os traficantes de escravos.
No entanto, a partir de novas pesquisas realizadas por historiadores, não foram somente
os europeus que organizaram o tráfico negreiro. Segundo o historiador Manolo Florentino
(1997), no Brasil, nos séculos XVIII e XIX, várias pessoas se especializaram e investiram na
compra de escravos na África. Muitos traficantes de escravos eram cariocas e mantinham as
embarcações que traziam os escravos para o Novo Mundo. Quase sempre, os traficantes de
escravos negociavam com os africanos com base no escambo, comercialização de
mercadorias como aguardente, armas de fogo, pólvora, tecidos, entre outros, em troca das
pessoas escravizadas. (FLORENTINO, 1997 apud JUNIOR, 2006).
A escravidão na América perdurou por quase quatro séculos e milhões de africanos vieram
escravizados para as terras do Novo Mundo. A proibição do tráfico negreiro ocorreu no Brasil
no ano de 1850, com a lei Eusébio de Queiroz.
Fonte: FLORENTINO, Manolo. Em costas negras. In: JUNIOR, Roberto Catelli. História. Texto e
Contexto. Volume único. Ensino Médio. São Paulo: Editora Scipione, 2006, p. 280 a 285.
ANÁLISE DE IMAGENS:
http://aulasonlinedehistoria.blogspot.com.br/2015/11/a-africa-e-o-trafico-de-
escravos.html
http://mautexjrhistory.blogspot.com.br/2014/09/como-era-um-navio-negreiro-na-
epoca-da.html
http://mautexjrhistory.blogspot.com.br/2014/09/como-era-um-navio-negreiro-na-
epoca-da.html
http://mautexjrhistory.blogspot.com.br/2014/09/como-era-um-navio-negreiro-na-
epoca-da.html
Poema: O Navio Negreiro, de Castro Alves, narrado pelo ator Paulo Autran no vídeo:
https://www.youtube.com/watch?v=BEaN4KdWWXM
LEITURA E DISCUSSÃO:
LINHA DO TEMPO
Foi a partir de 1432 quando o navegador português Gil Eanes levou para Portugal a
primeira carga de escravos negros vindos da África que os portugueses começaram a
traficar os escravos com as Ilhas das Madeiras e em Porto-Santo. Mais adiante os
negros foram trazidos para o Brasil.
1530 - Chegam ao Brasil os primeiros escravos africanos. Vendidos em escala crescente
por traficantes portugueses, eles tornam-se a grande massa trabalhadora na economia
colonial.
1568 - É oficializada pelo Governador Geral de Salvador Correia de Sá o tráfico de
escravos negros. Cada senhor de engenho de açúcar fica autorizado a comprar até 120
escravos por ano.
1590 - Começa a ser formado o quilombo dos Palmares na região do atual Estado de
Alagoas.
1694- Após resistir a constantes ataques de 1687 a 1694, os quilombos dos Palmares é
destruído em fevereiro por tropas do bandeirante paulista Domingos Jorge Velho. Zumbi
o último líder sobreviveu a destruição do quilombo.
1695- Traído por um companheiro no dia 20 de novembro o principal símbolo da
resistência negra à escravidão foi capturado e morto e teve seu corpo esquartejado e sua
cabeça exposta para colocar medo nos outros escravos. (hoje, no dia 20 de novembro é
comemorada o Dia da Consciência Negra em todo Brasil) .
1850- Lei Eusébio de Queirós que determinou o fim do tráfico de escravos para o Brasil.
Essa lei proibiu o desembarque de negros africanos nos portos brasileiros. Os últimos 200
escravos trazidos para o país desembarcaram em Pernambuco, em 1855.
1871- Lei do Ventre Livre, no qual declarava livre os filhos das escravas nascidos a partir
da aprovação da lei, porém essa lei, teve pouco efeito prático, já que dava liberdade aos
filhos de escravos, mas os mantinha sob a tutela dos donos das mães até completarem 21
anos.
1885- Lei dos Sexagenários, também chamada Lei Saraiva-Cotegipe, libertava os
escravos com mais de 65 anos. Essa lei também não ajudou quase nada, pois poucos
escravos conseguiam viver mais de 40 anos devido as condições de vida que levavam.
1888- Em 13 de Maio a princesa Isabel assinou a Lei Áurea, que terminou com a
escravidão dos negros no Brasil. O Brasil foi o último país do mundo a abolir a escravidão
negra.
http://www.sebastiaoe.dominiotemporario.com/doc/a%20escravidao%20na%20linha%20do
%20tempo.pdf
10) Produza um texto dissertativo, sobre a escravidão. O texto deve ter no mínimo 10
linhas.
UNIDADE 4 – 13 de maio X 20 de novembro
Reportagem: "Dia da Consciência Negra" retrata disputa pela memória histórica contra
13 de maio “Libertação dos escravos”.
Preservar a memória é uma das formas de construir a história. É pela disputa dessa memória,
dessa história, que nos últimos 32 anos se comemora no dia 20 de novembro, o "Dia Nacional da
Consciência Negra". Nessa data, em 1695, foi assassinado Zumbi, um dos últimos líderes do Quilombo
dos Palmares, que se transformou em um grande ícone da resistência negra ao escravismo e da luta
pela liberdade. Para o historiador Flávio Gomes, do Departamento de História da Universidade Federal
do Rio de Janeiro, a escolha do 20 de novembro foi muito mais do que uma simples oposição ao 13
de maio: "os movimentos sociais escolheram essa data para mostrar o quanto o país está marcado
por diferenças e discriminações raciais. Foi também uma luta pela visibilidade do problema. Isso não
é pouca coisa, pois o tema do racismo sempre foi negado, dentro e fora do Brasil. Como se não
existisse".
Há 32 anos, o poeta gaúcho Oliveira Silveira sugeria ao seu grupo que o 20 de novembro fosse
comemorado como o "Dia Nacional da Consciência Negra", pois era mais significativo para a
comunidade negra brasileira do que o 13 de maio. "Treze de maio traição, liberdade sem asas e fome
sem pão", assim definia Silveira o "Dia da Abolição da Escravatura" em um de seus poemas. Em 1971
o 20 de novembro foi celebrado pela primeira vez. A idéia se espalhou por outros movimentos sociais
de luta contra a discriminação racial e, no final dos anos 1970, já aparecia como proposta nacional do
Movimento Negro Unificado.
A diversidade de formas de celebração do 20 de novembro permite ter uma dimensão de como
essa data tem propiciado congregar os mais diferentes grupos sociais. "Os adeptos das diferentes
religiões manifestam-se segundo a leitura de sua cultura, para dali tirar elementos de rejeição à
situação em que se encontra grande parte da população afro-descendente. Os acadêmicos e os
militantes celebram através dos instrumentos clássicos de divulgação de idéias: simpósios, palestras,
congressos e encontros; ou ainda a partir de feiras de artesanatos, livros, ou outras modalidades de
expressão cultural. Grande parte da população envolvida celebra com sambão, churrasco e muita
cerveja", conta o historiador Andrelino Campos, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro.
Para a socióloga Antonia Garcia, doutoranda do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano
e Regional da Universidade Federal do Rio de Janeiro, é importante que se conquiste o "Dia Nacional
da Consciência Negra" "como o dia nacional de todos os brasileiros e brasileiras que lutam por uma
sociedade de fato democrática, igualitária, unindo toda a classe trabalhadora num projeto de nação
que contemple a diversidade engendrada no nosso processo histórico".
Diferente do 20 de novembro o 13 de maio perdeu força em nossa sociedade devido a memória
histórica vencedora: a que atribuiu a abolição à atitude exclusiva da princesa Isabel, aparentemente
paternalista e generosa Isabel, analisa o historiador Flávio Gomes. Pesquisas recentes têm recuperado
a atuação de escravos, libertos, intelectuais e jornalistas negros e mestiços para o 13 de maio,
mostrando como este não se resumiu a um decreto, uma lei ou uma dádiva. Esses estudos também
têm resgatado o significado da data para milhares de escravos e descendentes, que festejaram na
ocasião.
São poucos os locais onde se mantêm comemorações no 13 de maio. No Vale do Paraíba, no estado
de São Paulo, o 13 de maio é dia de festa. "Não porque a princesa foi uma santa ou porque os
abolicionistas simpáticos foram fundamentais, mas porque a população negra reconhece que a
Abolição veio em decorrência de muita luta", diz Gomes. Albertina Vasconcelos, professora do
Departamento de História da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, também lembra que a data
é celebrada em vários centros de umbanda na Bahia como o dia do preto-velho e que moradores
antigos do Quilombo do Bananal, em Rio de Contas, Bahia, contam que seus pais e avós festejaram
o 13 de maio de 1888 com muitos fogos e festas.
Na opinião de Vasconcelos "é importante comemorar, não para contrapor uma data a outra, os
heróis brancos aos heróis negros, mas porque é necessário tomarmos consciência da história que está
nessas datas, que traz elementos da nossa identidade". Para a pesquisadora, assim seria possível
contribuir para desmistificar toda a construção ideológica produzida sobre o povo negro.
http://www.comciencia.br/reportagens/negros/03.shtml
UNIDADE 5: FILME “O XADREZ DAS CORES”
Nesta oficina será apresentado o filme Xadrez das cores, para que os alunos
possam assistir e refletir atitudes cotidianas, vivenciadas em nossa sociedade.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=IbrY4p-nrdk. Acesso em 12 de
novembro de 2016
ANÁLISE DE CHARGES
CHARGE 1 CHARGE 2
CHARGE 3 CHARGE 4
1 : https://www.google.com.br/search?q=charge+traficos+de+negros&client=firefox-
b&biw=1152&bih=703&tbm=isch&tbo=u&source=univ&sa=X&ved=0ahUKEwi28e-
j_s7PAhXMgpAKHeoZA7AQsAQIGw#tbm=isch&q=charge+sobre+os++negros&imgdii=k-ESQ-
NLYy8AxM%3A%3Bk-ESQ-NLYy8AxM%3A%3B6vpX2HKrN6H5KM%3A&imgrc=k-ESQ-NLYy8AxM%3A.
2: https://www.google.com.br/search?q=charge+traficos+de+negros&client=firefox-
b&biw=1152&bih=703&tbm=isch&tbo=u&source=univ&sa=X&ved=0ahUKEwi28e-
j_s7PAhXMgpAKHeoZA7AQsAQIGw#tbm=isch&q=charge+sobre+os++negros&imgrc=9gAbvqDTkUTdK
M%3A
3: https://www.google.com.br/search?q=charge+traficos+de+negros&client=firefox-
b&biw=1152&bih=703&tbm=isch&tbo=u&source=univ&sa=X&ved=0ahUKEwi28e-
j_s7PAhXMgpAKHeoZA7AQsAQIGw#tbm=isch&q=charge+sobre+os++negros&imgrc=k-ESQ-
NLYy8AxM%3A
4: https://www.google.com.br/search?q=charge+traficos+de+negros&client=firefox-
b&biw=1152&bih=703&tbm=isch&tbo=u&source=univ&sa=X&ved=0ahUKEwi28e-
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M%3A
UNIDADE 7: A FIGURA DO NEGRO NA ARTE
Nesta oficina os alunos irão confeccionar alguns objetos que fazem parte da cultura
africana e depois colocarão em exposição na escola.
Após a leitura do texto informativo sobre a origem da arte das abayomis assistir o vídeo
sobre a produção das abayomis ;
Montagem da exposição no pátio da escola com as abayomis.
UNIDADE 8: HORA DO CONTO
Nesta oficina os alunos irão conhecer um conto de origem africana, fazendo leitura e
discussão da narrativa.
Realizar a contação do conto: kwanza - Os sete novelos por meio de slides para melhor
entendimento pela visualização de sua rica ilustração.
LINK: http://pt.slideshare.net/Francismaire/os-sete-novelos
UNIDADE 9: Vídeo situações reais de preconceito
Sugestão 1 Sugestão 2
Sugestão 3 Sugestão 4
Sugestão 5 Sugestão 6
UNIDADE 11: CONCURSO MEU PERSONAGEM
NEGRO
Os alunos após todas as oficinas irão confeccionar um personagem negro e criar uma
história de superação de preconceito para esse personagem:
Expor para a escola as personagens criadas juntamente com sua história de superação
ao preconceito;
Os jurados irão avaliar a criatividade e composição;
Premiação do concurso.
ANTONIL, A. J. Cultura e Opulência do Brasil. Belo Horizonte: Itatiaia: São Paulo: EDUSP,
1982.
BARROS, J. D´, A. As influencias da arte africana na arte moderna. Afro Ásia, 44, p.37-
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Paulo: Brasiliense, 1985.
FAUSTO, B. História do Brasil. In: ___ Caderno da TV Escola. Brasília: MEC, 2002.