Você está na página 1de 16

ESCOLA MUNICIPAL SENHOR DO BOMFIM

POVOADO BOMFIM – CARIRA/SE

PROJETO: CONSCIÊNCIA NEGRA

TEMA
“Educação não tem cor,”

“Todo brasileiro, mesmo o alvo, de cabelo louro, traz na alma, quando não no corpo, a
sombra, ou pelo menos a pinta, do indígena ou do negro...”
Gilberto Freire, Casa Grande e Senzala.

CARIRA/SE

NOVEMBRO/2019
ESCOLA MUNICIPAL SENHOR DO BOMFIM
POVOADO BOMFIM – CARIRA/SE
DIRETOR: EGENILSON OLIVEIRA NASCIMENTO

ALUNOS ATENDIDOS: 2º AO 5º ANO DO ENSINO


FUNDAMENTAL MENOR.

TURNO: Vespertino

PROFESSORES ENVOLVIDOS:
Adriana Batista
Edilma Marcos da Conceição
Geni Maria Nunes Barbosa
Josefa Nunes da Silva

CARIRA/SE

NOVEMBRO/2019
1. IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO:

Tema: Educação não tem cor.


Tempo de execução: Uma semana.
Culminância: 23 de novembro.
Característica do Projeto: Interdisciplinar, envolvendo Língua Portuguesa, História,
Geografia, Religião, Arte e Educação Física.

1.1 BLOCO TEMÁTICO:


 História, Cultura e Diversidade: Quais as coisas que fazem parte da nossa cultura
que adquirimos por influência africana?
 Ser humano, direitos humanos e Igualdade: Como o negro é visto dentro da nossa
sociedade?
 Educação, ética e etnia: Valorização e respeito da nossa própria identidade.

1.2 CONTEÚDO FOCO:


O conteúdo foco é a educação voltada para consciência da importância do negro para a
constituição e identidade da nação brasileira e, principalmente, do respeito à diversidade
humana e a abominação do racismo e do preconceito, desenvolvido por meio de um processo
educativo do debate, do entorno, buscando nas nossas próprias raízes a herança biológica e/ou
cultural trazida pela influência africana.

1.3 CICLO E SÉRIE A QUE SE DESTINA:

Este projeto se destina ao 1° ciclo – 2° ao 5° ano do Ensino Fundamental.

2. PROBLEMATIZAÇÃO

Historicamente, o Brasil, no aspecto legal, teve uma postura ativa e permissiva diante da
discriminação e do racismo que atinge a população afra descendente brasileira até hoje. Nesse
sentido, ao analisar os dados que apontam as desigualdades entre brancos e negros, constatou-
se a necessidade de políticas específicas que revertam o atual quadro.
3. INTRODUÇÃO
O Brasil é um país caracterizado por profundas desigualdades sociais, onde a maioria da
população não tem acesso a serviços essenciais que possam garantir sua sobrevivência.
Infelizmente, esta maioria que sofre as conseqüências das mazelas sociais desse país é de
descendência africana. Os negros são a maioria dos desempregados, analfabetos, são os que
menos tempo permanecem nas escolas e constituem a maioria das vitimas da violência
policial. Esse quadro é decorrente do processo histórico brasileiro, pois os negros foram
escravizados durante séculos e, logo após o fim da escravidão legal, foi colocada a margem do
desenvolvimento econômico e social.
O papel da nossa escola é mudar esse enfoque. Este projeto visa uma reflexão sobre a
situação do negro no passado e no presente para que possamos falar desse mal sem ter desse
povo, mas reconhecendo toda a sua dignidade e sua valorosa contribuição para a riqueza do
Brasil e do mundo.

4. JUSTIFICATIVA

O Brasil é o país com a segunda maior população negra do mundo. Apesar disso,
situações racistas ainda acontecem com certa frequência em diversas esferas da sociedade. A
principal maneira de gerar avanços em pensamentos como esses, é justamente por meio da

educação. E esta não só no sentido apresentado legalmente, mas como meio de fomentar
discussões, rever o que foi posto ao longo do tempo, e principalmente estimular reflexões e
soluções práticas para que o fim da discriminação racial finalmente seja alcançado em nosso

país.
Celebrar o Dia Nacional da Consciência Negra é uma forma de levantar questões
fundamentais a respeito da importância dos negros na construção da história do povo
brasileiro. Para que uma mudança de pensamento aconteça, de fato, é preciso estimular o

respeito pelas diferenças desde muito cedo. Nos últimos tempos, vários estereótipos foram
deixados de lado, entretanto, ainda há muito que se fazer nesse sentido. Há muitos conceitos
presentes no imaginário popular que precisam ser esclarecidos e desmistificados.
Assim sendo, percebe-se a necessidade de um trabalho constante desde as sérias iniciais,
proporcionando debates constantes, momentos de reflexão e valorização da cultura Africana,
compreendendo sua importância para diálogo e convivência harmônica com a diversidade.
5. OBJETIVOS
5.1 GERAL
Levar os alunos a refletirem sobre a diversidade étnico-cultural para compreenderem
que cada povo possui sua identidade própria, presente nas crenças, costumes, história e
organização social. Perceberem suas contribuições para o desenvolvimento da
humanidade, em especial do Brasil, também levar o aluno a se perceber parte desse
povo. Assim, promover o respeito às diferenças de qualquer gênero para a valorização
do ser humano e da identidade cultural de todos os povos, para que dessa forma
mudanças significativas na prática social sejam percebidas e seja efetivado o
desenvolvimento da consciência cidadã.

5.2 ESPACÍFICOS
Promover a reflexão a respeito da igualdade racial;
Estimular o respeito às diferenças;
Conhecer as tradições africanas e identificar de que maneira elas influenciaram a
cultura brasileira;
Desconstruir o conceito de que os africanos eram naturalmente escravos, quando na
verdade eles foram escravizados por outros povos;
Identificar como a cultura africana está presente no nosso cotidiano por meio de
músicas, comidas, língua, religião, etc.;
Trabalhar expressão corporal;
Conversar a respeito da discriminação e preconceitos baseados na aparência das
pessoas.
Entender e valorizar a identidade da criança negra;
Reconhecer alimentos, receitas e objetos de origem africana;
Construir conhecimentos sobre as tradições, crenças e maneiras de vestir-se;
Produzir e recitar poemas;
Valorizar a cultura negra e seus afros descendentes e afros brasileiros, na escola e na
sociedade;
 Promover o crescimento do aluno como ser crítico;
Oferecer aos alunos conhecimentos que lhes permitam buscar a superação do racismo
e preconceito;
 Proporcionar aos alunos momentos de reflexão sobre a riqueza presente nas diferentes
culturas;

6. METODOLOGIA

A prática de ensino objetivada neste projeto visa promover uma educação ética,
voltada para o respeito e convívio harmônico com a diversidade.
Sugestões de atividades:

 Roda de leitura com os livros Menina Bonita do Laço de Fita e o Cabelo de Lelê;
 Elaborar junto dos alunos umas frases com algumas palavras de origem africanas
usada no nosso dia a dia, explicando o significado de cada uma;
 Apresentação de músicas tradicionais, instrumentos e sons africanos: berimbau,
tambor, atabaque, agogô, etc.;
 Ilustração de histórias usando tinta guache e folha sulfite (Opções: “O Cabelo de Lelê”
de Valéria Belém;
 Produção textual com base em discussões a respeito da igualdade racial;
 Confecção de painel com imagens de máscaras africanas, A menina bonita do laço de
fita e O cabelo de Lelê.
 Realizar brincadeiras e jogos infantis;
 Pesquisas;

 Danças;

 Sequência Didática;
 Interpretação de textos;
 Coreografia;
 Confecção de cartazes;
 Cruzadinha;
 Caça palavras;
 Música;
 Pintura;
 Brincadeiras;

7. CULMINÂNCIA

APRESENTAÇÕES DE:
 Coreografia;
 Exposição de um prato típico (Feijoada)
 Apresentação de Capoeira;
 Dança;
 Amarelinha africana.

8. FECHAMENTO DO PROJETO:

8.1. RESULTADOS ESPERADOS:

o Apropriação de diversos saberes, além da conscientização sobre temas


relevantes como legislação, tolerância, direitos e deveres etc.;
o Desenvolvimento de valores – conceitos e procedimentos;
o Apropriação de novas aprendizagens, a partir de reflexões e esclarecimentos
sobre outras culturas.
No final, sempre com a orientação do professor, os alunos deverão organizar os
conhecimentos que adquiriram, fazendo registros de suas atividades, com desenhos,
esquemas, confecções e etc. E durante essas atividades várias atitudes e valores éticos e
humanos podem ser trabalhados para a consolidação do conteúdo foco.
Montaremos uma exposição com os materiais coletados e produzidos pelas
crianças em conjunto com o professor para que sejam apresentados no mural que
faremos na escola.

9. AVALIAÇÃO:

A avaliação acontecerá em qualquer momento do processo educativo, de forma


contínua e diagnóstica; com a intenção primordial de rever a própria prática docente
criando novas possibilidades para estimular os alunos a desenvolverem-se suas
potencialidades levando em conta, principalmente, os avanços individuais dentro da
coletividade e a participação no desenvolvimento de todas as atividades (de acordo com
as peculiaridades de cada aluno) no decorrer do projeto.

10. CONSIDERAÇÕES FINAIS:


O trabalho de educação anti-racista deve começar cedo. A criança negra precisa
se ver como negra e aprender a respeitar a imagem que tem de si mesmo e ter modelos
que confirmem essa expectativa.
O projeto visa à alegria e à majestade da cultura africana, tudo como deve ser,
sem constrangimentos nem equívocos.
Portanto, este projeto trata-se de uma proposta construída, mas não acabada e
estará sujeito a mudanças de acordo com o cotidiano em sala de aula.

11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Lei No 12.519, de 10 de novembro de 2011. Institui o Dia Nacional de Zumbi e da


Consciência Negra. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-
2014/2011/Lei/L12519.htm> Acesso em: 10 de outubro de 2015.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Resultados Preliminares do Universo do Censo
Demográfico 2010. Disponível em:
<http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2010/resultados_preliminares/
preliminar_tab_uf_zip.shtm> Acessado em: 10 de outubro de 2015.
SANTOS, Milton. Cidadanias mutiladas. In: LERNER, Julio (Ed.). O preconceito. São Paulo:
IMESP, 1996/1997, p. 133-144.
SANTOS, Joel Rufino dos. Zumbi. São Paulo: Moderna, 1985;
Saberes e fazeres: Modos de sentir. Projeto A Cor da Cultura. Rio de Janeiro, Fundação
Roberto Marinho, 2006.
HALL, Stuart. Quem precisa de identidade? In: SILVA, Tomaz Tadeu da (Org.). Identidade e
diferença: a perspectiva dos estudos culturais. Petrópolis: Vozes, 2011.
MACHADO, Ana Maria. Menina Bonita do Laço de Fita. Ilustração de Claudius, São Paulo,
Ática, 2001.
CONFECÇÃO DE CARTAZES
APRESENTAÇÃO DA MÚSICA “AOS OLHOS DO PAI”
APRESENTAÇÃO “CAPOEIRA”
APRESENTAÇÃO “RAP”
APRESENTAÇÃO “SAMBA”
UMA DAS INFLUÊNCIAS EM NOSSA CUINÁRIA

Você também pode gostar