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CARNAUBAL - CEARÁ
2020
A PRÁTICA DA CULTURA AFRO-BRASILEIRA DENTRO DA SALA DE AULA
Declaro que sou autor(a)¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o mesmo
foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial ou
integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente
referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por
mim realizadas para fins de produção deste trabalho.
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e
administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de violação aos direitos
autorais.
RESUMO- O presente trabalho, intitulado como: “A prática da cultura afro-brasileira dentro da sala de
aula” transporta a necessidade de haver um caráter social e político dentro da escola na busca por
desenvolver nas crianças, desde cedo, uma consciência crítica capaz de gerar ações e atitudes positivas
sobre a cultura afro-brasileira, por meio de uma disciplina. Como objetivo geral da pesquisa na busca por
identificar a importância do estudo da cultura Afro-Brasileira, fortalecendo a importância da aplicação da
mesma em sala de aula e observar como a ausência de discussões sobre esse assunto e suas práticas
afetam no aprendizado dos alunos. E como objetivos específicos descrever como o aluno recebe e
compreender a o estudo da cultura afro-brasileira em sala de aula, demonstrar a importância da aplicação
da mesma em sala para a formação de identidade, promover também a manutenção dos valores culturais
e sociais resultantes da influência negra dentro da formação da sociedade brasileira; demonstrar a
importância da escola participar do processo de desenvolvimento social da sociedade tornando-os então
cada vez mais capazes de identificar, conhecer e assumir suas origens, além de buscar proporcionar
diferentes tipos de atividade desde as teóricas (debates e palestras) e as práticas (oficinas e amostras),
de forma a envolvê-los na cultura Afro-Brasileira e ainda buscar diferenciar a postura dos alunos frente as
atitudes de preconceito e mantidos em sala-de-aula. A metodologia da pesquisa se dá como bibliográfica,
baseada em livros e outros trabalhos realizados de acordo com o tema. Concluindo assim que o objetivo
pôde ser alcançado, pois os alunos precisam conhecer sobre a diversidade da cultura Afro-brasileira e
então saber que a História da África não pode ser limitada, tão menos estereotipada e contada por
apenas um único ponto de vista.
Por meio de relatos como que em 22 de abril a frota de Pedro Álvares Cabral
chegou ao Brasil e o país é, então, descoberto ou que em 13 de maio de 1888, a
princesa Isabel assinava a Lei Áurea, os escravos seriam libertos, e após todos esses
acontecimentos pouco se ouviu falar sobre os destinos dos milhões de negros
brasileiros, e durante décadas a população negra e os grupos indígenas não passaram
de meros coadjuvantes no currículo escolar brasileiro, com todos esses relatos e essas
histórias se tratavam de importantes protagonistas da nossa história.
Depois de anos de dívida, a situação mudou na década de 20, com a aprovação
de duas importantes leis da qual garantiam a manutenção do estudo e aplicação da
história e cultura afro-brasileira em todas as escolas que tinham o ensino fundamental e
médio no país. A primeira lei surgiu em 2003, a lei nº 10.639 da qual acrescentava dois
artigos da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) e determina que é
necessário ter o ensino de história e cultura afro-brasileira por meio de temas como a
história da África e dos africanos, a cultura negra brasileira, a luta do povo negro no
País e até mesmo a formação do negro na sociedade nacional. Passada cinco anos, foi
criada a lei nº 11.645 da qual incluía também as populações indígenas nesse estudo.
Conforme o texto, o ensino precisava ser fundamentado em três princípios: a
compreensão política e histórica da diversidade cultural, a fortificação das identidades,
o ensino dos direitos e das ações educativas que combatem o racismo e às
discriminações. Os conteúdos precisam ser ministrados de maneira transversal em todo
o currículo, de forma especial nas áreas de artes, história e literatura.
Segundo Rodrigues, uma das responsáveis pelo Núcleo de Estudos Afro-
Brasileiros da (UFSCar) Universidade Federal de São Carlos:
‘’as duas alterações presentes na LDB são complementares. "Ambas anseiam
pluralizar o currículo e proporcionar a dois grupos étnicos que até então
estavam presentes somente do ponto de vista do colonizador sejam vistos com
outros olhos". (RODRIGUES ,2005, p.17)
Para ajudar na prática, em 2004, o MEC divulgou todas as diretrizes precisas
para a implementação da lei. Conforme Douglas Verrangia, que também é um dos
pesquisadores do núcleo:
Conhecer uma história de estado mundial é algo essencial que busca entender o
que é o Brasil dentro de um contexto das relações globais. Porém, da maneira como é
questionada hoje, o que se levou a chamar de História Geral se tornando basicamente
uma narrativa europeia ou euro-americana (do Norte). Nem dentro da América Latina,
nosso próprio continente, ela é discutida adequadamente. Quanto mais um continente é
levado a uma imagem folclorizada, estereotipada e pejorativa como é a África.
Compreender mais a fundo a História da África e da Cultura Afro-Brasileira é um se
trata de uma espécie de espelho para se entender de uma melhor forma o Brasil e suas
diversidades.
Além do mais, compreender a África desfaz toda a noção primária de que, no
continente africano, só existe miséria, doenças endêmicas, fome, guerras “tribais” e um
atraso em todos os âmbitos. A riqueza cultural, linguística, étnica, artística, intelectual,
assim como as nuances de uma história vista de forma tão complexa quanto o
problema que reconhecemos em uma Europa ou Estados Unidos, acabam sendo
deixados de lado. A África, sem dúvida alguma, torna-se o ponto expiatório de nossa
cegueira internacional, do total “ignorância” que se torna orgulhosamente ostentada em
forma de preconceitos. Dessa forma, já se passou da hora de olhar toda a história
mundial com outros olhos, até mesmo na busca por entender a situação presente com
maior cuidado, respeito e atenção. Gomes (2008, p. 72) então sugere que:
“Essa revisão histórica de todo o passado de um povo e o estudo da
participação da população negra brasileira atualmente vivenciada”,
(...), “poderão contribuir também na busca pela superação de preconceitos
criados em nosso imaginário social e que buscam tratar a cultura negra e
africana como lemas exóticos e/ou fadados em sofrimento e miséria”.
4. CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BENJAMIN, Roberto Câmara. A África está em nós. Vol. 3. João Pessoa, PB: Grafset,
2004.