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UFRPE - Licenciatura em Pedagogia - Metodologia do Ensino de História – dia

08.08.2023

Profª Irenilda de Souza Lima

Aluna: Anna Victória Souto Lessa

Destaques do artigo e tema da aula: O Construtivismo e o Ensino de História. Autoras:


Eleta de Carvalho Freire, Lúcia Falcão Barbosa e Maria Thereza Didier de Moraes. IN

Ensino de História e suas práticas de pesquisa. 2. ed. [e-book]. /

Org: Juliana Alves de Andrade e Nilton Mullet Pereira –São Leopoldo: Oikos, 2021. 470 p.;
il.; 16 x 23 cm.ISBN 978-65-86578-95-9. 1. Estudo e ensino – História. 2. Professor –
História. 3. Historiografia.

I. Andrade, Juliana Alves de. II. Pereira, Nilton Mullet. CDU 37.02:93

Questão para aula extra dia 12-08, valendo 1,0 ponto para 1ª VA. Releiam o artigo. E
respondam com parte do texto e sua compreensão também.

Baseado no artigo: De que formas as comemorações festivas e eventos podem


reforçar o modo indesejado de manutenção do status quo?
As comemorações festivas e eventos históricos têm desempenhado um papel
crucial na consolidação e perpetuação do status quo imposto por grupos sociais
detentores do poder em determinados momentos. É inegável que datas como o Dia
de Tiradentes, a Proclamação da República e o Dia da Independência são utilizadas
para impor uma identidade nacional específica, muitas vezes moldando narrativas
que favorecem as elites dominantes.
Esses eventos não são apenas celebrações, mas ferramentas eficazes na
construção da identidade nacional. A psicologia nos ensina que a formação da
identidade e do amor à pátria começa desde a infância, sendo modelada por
influências externas, incluindo a educação. As escolas desempenham um papel
central nesse processo, transmitindo valores e histórias que muitas vezes estão
alinhados com os interesses das classes dominantes.
Para garantir uma educação crítica e completa, os educadores desempenham um
papel crucial. Eles devem expor os estudantes a diversos pontos de vista históricos,
desafiando-os a questionar e refletir sobre os fatos apresentados. Para entender
plenamente como as festividades e eventos podem reforçar modos indesejados de
manutenção do status quo, é essencial analisar como as narrativas históricas são
construídas e apresentadas. Ao explorar as diferentes interpretações dos eventos
passados, os estudantes podem desenvolver uma compreensão mais ampla das
complexidades da história de seu país e das influências que moldaram essas
narrativas.
Portanto, é primordial que os educadores ajam como facilitadores do pensamento
crítico, incentivando os alunos a questionar e analisar os pontos de vista que são
impostos pelas elites dominantes. Ao promover a análise e o debate saudável, os
estudantes podem não apenas compreender melhor a história de sua nação, mas
também se tornar cidadãos informados e conscientes, capazes de contribuir
ativamente para moldar um futuro mais justo.

O que você opinar: Como eventos e ações pedagógicas podem subsidiar uma
perspectiva cidadã a partir da construção do conhecimento histórico?
A interação entre os conhecimentos prévios dos estudantes e a tarefa do professor
de remodelar essas perspectivas, promovendo mudanças conceituais alinhadas
com a historiografia, constitui um desafio central na educação. Ao analisar a relação
entre a História e o objetivo pedagógico do Estado Moderno, percebe-se que a
disciplina desempenha um papel crucial na preparação dos jovens para a cidadania,
tanto no desenvolvimento de suas identidades individuais quanto na construção do
sentido de pertencimento coletivo.
Desde a formação dos Estados Nacionais, a História foi utilizada para fortalecer a
noção de Estado-nação e criar uma memória social que pudesse ser transmitida no
contexto escolar. No século XIX, o enfoque estava na promoção do patriotismo
como valor supremo, ressaltando a importância do comprometimento com a pátria.
No entanto, essa relação entre história e escola não foi linear, mas sim marcada por
uma tensão entre perspectivas ilustradas e românticas.
O romantismo nesse contexto se manifestou na idealização e romantização de
acervos arqueológicos e eventos históricos, todos visando sustentar a construção
da ideia de nação e as celebrações cívicas nas escolas. No entanto, essa
abordagem muitas vezes negligenciava nuances e perspectivas divergentes,
perpetuando uma visão simplista da história.
Em primeiro lugar, os eventos escolares e as atividades educacionais podem ser
planejados de forma a estimular o pensamento crítico dos alunos. Ao apresentar
múltiplas perspectivas sobre eventos passados, os estudantes são incentivados a
questionar, analisar e compreender a complexidade das narrativas históricas. Isso
permite que eles desenvolvam um senso de discernimento e um entendimento mais
profundo das nuances que cercam a construção da identidade nacional.
Além disso, as ações pedagógicas podem ser projetadas para promover a empatia
e a compreensão intercultural. Ao explorar eventos históricos sob diferentes pontos
de vista e considerar os impactos sobre diversas comunidades, os estudantes
podem desenvolver uma apreciação pela diversidade e uma compreensão mais
holística da história de seu país.
Em última análise, a construção de uma perspectiva cidadã a partir do
conhecimento histórico requer um compromisso contínuo em desafiar visões
simplistas e estereotipadas, promovendo a análise crítica e a compreensão
profunda. Ao cultivar um ambiente de aprendizado que valoriza a diversidade de
perspectivas e estimula o engajamento ativo dos alunos, a educação histórica pode
desempenhar um papel essencial na formação de cidadãos informados, críticos e
comprometidos com a construção de sociedades mais justas e igualitárias.

Que ação/ações propositivas e nas instituições educativas, você acredita que é


possível fazer?
A implementação de ações propositivas no ambiente educativo muitas vezes
esbarra em desafios significativos, uma vez que a estruturação da grade curricular
frequentemente busca promover um sentimento nacional que pode excluir certas
classes sociais, perpetuando uma visão distorcida da nação e da cidadania. Essa
abordagem busca evitar questões problemáticas e políticas, distanciando-se das
esferas pessoais e sociais, o que acaba por ocultar a realidade cotidiana da
população. Especialmente nas escolas públicas, essa desconexão impede que os
estudantes reconheçam a história ao seu redor e se vejam como participantes ativos
dessa história.
Dentro das instituições educativas, algumas ações propositivas viáveis podem ser,
como já discutido, a inclusão de múltiplas perspectivas, onde são incorporadas as
vozes de grupos marginalizados e minorias. Além disso, é importante que o ensino
esteja contextualizado, e os alunos consigam relacionar os eventos históricos com
situações e questões contemporâneas, demonstrando como o passado influencia o
presente, isso é importante porque ajuda os estudantes a enxergarem a relevância
da história em suas vidas. Uma sugestão é que os estudantes explorem o bairro
onde a escola está situada, investigando se esse local foi cenário de eventos
históricos relevantes e como esses eventos continuam a influenciar suas vidas na
atualidade.

Você conhece alguma ação propositiva contextualizada, próxima ao lugar que você
habita?
Conheço uma ação propositiva próxima à escola onde faço parte do Programa
Residência Pedagógica. Eles estão envolvidos em um projeto que aborda ações
realizadas no Rio Capibaribe em parceria com os estudantes, focado na limpeza e
revitalização do rio. Ao estabelecer conexões entre o passado histórico do rio e as
atuais iniciativas de preservação, os alunos são estimulados a compreender a
intrincada relação entre o meio ambiente e a história da região. Eles investigam
como o Rio Capibaribe desempenhou um papel central nas atividades econômicas e
culturais ao longo dos anos, contribuindo para a formação da identidade local. Ao
mesmo tempo, são desafiados a analisar como a poluição e a negligência afetaram
adversamente o rio e a comunidade circundante. Envolvê-los em projetos de
limpeza do rio não apenas proporciona uma compreensão prática da importância
histórica do Capibaribe, mas também promove uma consciência ambiental e cidadã.

Que relato de experiência você indicaria de um ensino de História construtivista e


contextualizado (pesquisar) ?

Gostaria de compartilhar uma experiência enriquecedora que tive ao assistir uma


abordagem contextualizada e construtivista no ensino de história durante uma visita
ao Poço da Panela, através do Programa Residência Pedagógica. Durante essa
atividade, os alunos foram incentivados a explorar esse santuário urbano de
maneira ativa e envolvente. Começamos por investigar a importância histórica do
Poço da Panela, explorando documentos e relatos que remontam a diferentes
períodos da história local. Ao chegarmos ao local, os alunos puderam relacionar as
informações adquiridas com o ambiente real, enriquecendo sua compreensão e
conexão com o passado. A imponência do casario e a majestosa Igreja de Nossa
Senhora da Saúde (séc. XVIII) trouxeram à vida as narrativas históricas que
discutimos em sala de aula. Por meio de discussões guiadas, eles foram
incentivados a refletir sobre como esse espaço influenciou a vida da comunidade ao
longo dos anos. Ao final da visita, os alunos expressaram não apenas uma
compreensão mais profunda da história do Poço da Panela, mas também uma
conexão mais significativa com sua própria identidade local e a importância de
preservar a herança histórica para as gerações futuras. Essa experiência ressalta
como o ensino contextualizado e construtivista pode transformar o aprendizado de
história em uma jornada envolvente, relevante e pessoal para os alunos.

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