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O ENSINO DE HISTÓRIA LOCAL NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO

FUNDAMENTAL: CONCEITOS, CURRÍCULOS E METODOLOGIAS

Waldilson Duarte Cavalcante de Barros¹


barroswaldilson2021@gmail.com
RESUMO

A presente pesquisa busca discutir acerca do Ensino da História Local nos Anos Iniciais do Ensino
Fundamental da escola pública municipal. Nossa preocupação surgiu a partir da discussão do
Ensino de História Local no Curso de Especialização em História Local pela Universidade Estadual
da Paraíba, no ano de 2021. Propomos analisar as concepções de professores dos anos iniciais sobre
conceitos, currículos e metodologias da História Local. A pesquisa vislumbra uma reflexão do fazer
docente para uma educação cidadã e crítica, voltada para emancipação dos alunos, considerando-
os como sujeitos históricos. Para tanto, a pesquisa é de abordagem qualitativa, com uso de um
formulário online do tipo google forms para coleta dos dados, organizado com questões abertas e
fechadas sobre o perfil dos pesquisados e suas percepções sobre a temática em tela. Acreditamos
que o ensino de história local se caracteriza como emancipador, problematizante e significativo
quando se alicerça nas concepções da Educação que, percebe os educandos como sujeitos
históricos. Defendemos a relevância social da presente pesquisa, por ser uma tentativa de
problematizar a prática pedagógica no Ensino de História Local. A pesquisa despertou a
possibilidade de trabalhar a História Local nos Anos Iniciais com a realidade mais próxima das
relações sociais que se estabelecem entre educador, educando, sociedade e o meio em que vivem e
atuam. Nessa perspectiva, o ensino-aprendizagem da História Local configura-se como um espaço-
tempo de reflexão crítica acerca da realidade social e, sobretudo, referência para o processo de
construção das identidades destes sujeitos e de seus grupos de pertença.

Palavras-chave: História Local, Ensino, Currículo, Metodologia, Ensino Fundamental.

INTRODUÇÃO
A presente pesquisa busca discutir acerca do Ensino da História Local nos Anos Iniciais
do Ensino Fundamental da escola pública municipal. Nossa preocupação surgiu a partir da
discussão do Ensino de História Local no Curso de Especialização em História Local pela
Universidade Estadual da Paraíba, no ano de 2021. Propomos analisar as concepções de
professores dos anos iniciais sobre conceitos, currículos e metodologias da História Local.
Pensar, compreender o Ensino da História Local nos Anos Iniciais do Ensino
Fundamental é um convite para a aprendizagem histórica, pois possibilita uma ação educativa,
um trabalho com a realidade e as relações, que são firmadas entre professores, alunos, sociedade
e o ambiente que habitam e atuam.
A História Local no cenário atual assume um papel de destaque para formação dessa
aprendizagem histórica para vida dos alunos. Dessa forma a sua materialização,
desenvolvimento para o ensino nos anos iniciais do ensino Fundamental se faz necessária, por
que proporciona uma compreensão do contexto social em que o aluno está inserido, permitindo
identificar o passado sempre atual e vivo nos mais diversos espaços de sociabilidade como:
família, escola, comunidade e trabalho. Esses saberes e fazeres dão a permissão para o
desenvolvimento do conhecimento histórico na vida das crianças, dos alunos, pois é efetivado
uma conexão, articulação entre a realidade próxima, vivida em seu entorno, seu cotidiano capaz
de relacionar esses conhecimentos com prática educativa que é disseminada na sala de aula.
A pesquisa vislumbra uma reflexão do fazer docente para uma educação cidadã e crítica,
voltada para emancipação dos alunos, considerando-os como sujeitos históricos. Para tanto, a
pesquisa é de abordagem qualitativa, com uso de um formulário online do tipo google forms
para coleta dos dados, organizado com questões abertas e fechadas sobre o perfil dos
pesquisados e suas percepções sobre a temática em tela.
Acreditamos que o ensino de história local se caracteriza como emancipador,
problematizante e significativo quando se alicerça nas concepções da Educação que, percebe
os educandos como sujeitos históricos. Defendemos a relevância social da presente pesquisa,
por ser uma tentativa de problematizar a prática pedagógica no Ensino da História Local.
Portanto, a pesquisa despertou a possibilidade de trabalhar a História Local nos Anos
Iniciais com a realidade mais próxima das relações sociais que se estabelecem entre educador,
educando, sociedade e o meio em que vivem e atuam. Nessa perspectiva, o ensino-
aprendizagem da História Local configura-se como um espaço-tempo de reflexão crítica acerca
da realidade social e, sobretudo, referência para o processo de construção das identidades destes
sujeitos e de seus grupos de pertença.
1. HISTÓRIA LOCAL: CONCEITOS

Pensar a história local é ter uma consciência crítica da sua importância no processo
formativo da cidadania de um povo. É o despertar de novas mentalidades reconhecendo o seu
potencial educativo para a construção de saberes e fazeres basilares para o reconhecimento da
sua importância na perpetuação da história, no nosso caso em estudo a história local que
defendendo enquanto história que tem valor.

Por isso, a História Local nos habilita a interpretar a nossa sociedade e sua produção,
enquanto sujeitos produtores de cultura que precisa ter a sua difusão. É através dessa
perpetuação que conseguiremos relacionar os sentidos e os modos de vida, os saberes passados
pela tradição oral de geração a geração. Portanto, a História Local uma vez desenvolvida
propocionará a compreensão de que todo ser humano possúi uma existência própria, em criar,
inventar, produzir, recriar sua história, e ela nunca será sozinha, isolada, e sim concectada com
diversas instâncias históricas.
Diante dessa importância constatamos que a História Local assume várias perspectiva de
construção, e da qual assumumimos neste estudo é da perspectiva problematizadora da
realidade

A História, como conceito polissêmico, remete a dos grandes sentidos, quais


sejam, a História como experiência, a História como conhecimento. O
adjetivo local, por sua vez, responde a uma qualificação que estabelece a
circuncisão de um lugar. Esse sentido se manifesta mais claramente no uso do
verbo localizar, qual seja, situar algo em um lugar, o que, por outro lado, nos
leva a uma ação. A História Local é, em entristeça complementariedade,
conjunto de experiências dos sujeitos de um lugar, também, o conhecimento
sobre o conjunto dessas experiências. (GONÇALVES, 2003, p.177)

Assim, percebemos as diversas conceituações da História Local assumindo um campo


fértil de saberes necessários ao desenvolvimento dos sujeitos, via as suas experiências. Com
isso, os conhecimentos atinentes a História Local são constitutivos, ricos de possibilidades
educativas e formativas. Reforcando essa assertiva nos ancoramos com Samuel (1989) quando
afirma que :
A história local requer um tipo de conhecimento diferente daquele focalizado
no alto nível de desenvolvimento nacional e dá ao pesquisador uma ideia
muito mais imediata do passado. Ele encontra dobrando a esquina e descendo
a rua. Ele pode ouvir os seus ecos no mercado, ler o seu grafite nas paredes,
seguir suas pegadas nos campos. (SAMUEL, 1989, p.220)
De acordo com Samuel (1989), fazemos inferências que as produções e difusões dos
saberes históricos atinentes a História Local podem serem construídos nas relações entre
saberes prescritivos ou vivencias, entre vários saberes frentes a memória, identidade, dentre
outros. Isso mostra que a História Local tem um papel fundamental uma vez que se institucional
a discussão do seu ensino.
Falar em História Local devemos também fazer referência aos documentos legais da
nossa educação brasileira que foram responsáveis para dar visibilidade a História Local na
perspectiva de orientações curriculares. Logo, nos remetemos aos PCNS (1997), quando afirma
que: A preocupação com os estudos de história local é a de que os alunos ampliem a capacidade
de observar o seu entorno para a compreensão de relações sociais e econômicas existentes no
seu próprio tempo e reconheçam a presença de outros tempos no seu dia-a-dia. (BRASIL, 1997,
p. 40)
A História Local possibilita a compreensão do entorno do aluno, identificando passado e
presente nos vários espaços de convivência. Essa temática permite que o professor parta das histórias
individuais e dos grupos, inserindo o aluno em contextos mais amplos. Com a abordagem da História
Local os alunos passam gradativamente a observar e perceber o significado de outras matérias
construídas no passado; a compreender que as realidades históricas de determinada localidade e de seus
habitantes no tempo não se dão isoladas do mundo, mas como parte do processo histórico em que
populações locais constroem suas identidades culturais e sociais; que estas identidades são diversas, mas
todas merecem respeito.
De acordo com Caimi (2010) afirma que:

“O ensino-aprendizagem da história local configura-se como um espaço-


tempo de reflexão crítica acerca da realidade social e, sobretudo, referencias
para o processo de construção de identidades destes sujeitos e de seus grupos
de pertença” Fazer com que a criança se reconheça como sujeito histórico
integrante ativo de uma sociedade, assim se tornando um cidadão crítico da
realidade que o rodeia, ser sujeitos autônomos de ideias. (CAIMI, 2010, p.69)

2. O ENSINO DE HISTÓRIA LOCAL NOS ANOS INICIAS DO ENSINO


FUNDAMENTAL
O Contexto Histórico sobre os acontecimentos vividos pelas sociedades como um todo
representa sinais para a compreensão do presente. Assim, fazemos referência ao processo de
redemocratização do ensino na Década de 90 em que os conteúdos da disciplina de história
tiveram uma reorganização e implantação a partir da educação infantil.
Dessa forma, as crianças no início da sua escolarização tiveram a oportunidade de
vivenciar, experimentar discussões da temática da história local, visto que, um dos objetivos
centrais dessa disciplina para os anos iniciais do ensino fundamental é “reconhecer mudanças
e permanências nas vivências humanas, presentes na sua realidade e em outras comunidades,
próximas ou distantes no tempo e no espaço”. (BRASIL, 1997, p. 33)
Com base nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) de história para o Ensino
Fundamental 1ª a 4ª série, no contexto atual, no ensino fundamental de 9 anos, essa etapa refere-
se ao 1º ao 5º ano. A preocupação com os estudos de história local é a de que os alunos
ampliem a capacidade de observar o seu entorno para a compreensão de relações sociais e
econômicas existentes no seu próprio tempo e reconheçam a presença de outros tempos no seu
dia-a-dia. (BRASIL, 1997, p. 40)
Por isso, a visão do ensino de história local mostrado pelo documento é a de traçar
comparações, estabelecer semelhanças e diferenças, alterações e permanência em seu próprio
espaço e em outros espaços próximos e distantes, de diferentes tempos históricos. Além disso,
a história local facilita a compreensão das relações sociais e econômicas do lugar em paralelo
com as realidades regionais, nacionais e globais.
O ensino de História local vem, de certa forma, romper com esta visão tradicional em
que se priorizava o estudo da chamada “História Geral da Civilização Brasileira”, na tentativa
de se passar para nossos alunos a ideia de um Brasil homogêneo, sem diferenças, conflitos e
contradições sociais e um passado unívoco a ser “decorado” e utilizado apenas nos exames e
arguições. Queremos, pois, uma História que resgate as peculiaridades e especificidades
regionais e dê conta da pluralidade étnico-cultural de nossa formação histórica. (FERNANDES,
1995, p. 46).
A visão desse autor não é a de defender o ensino de aspectos locais apenas em
detrimentos de outros, ditos gerais. A intenção é evidenciar a pluralidade dos locais em que o
(a) discente está inserido (a). É nessa diversidade que reside a riqueza de se aprender sobre o
ser humano no tempo, seja qual for o espaço em que está inserido. Para Fernandes o ensino de
história tomando como pressuposto o social e o local, permite o fortalecimento da identidade e
formação da cidadania de quem aprende (FERNANDES, 1995, p. 46).
A escola por excelência promove o desenvolvimento de aprendizagem aos seus alunos.
Nessa importância ela assume o posto de um espaço da contextualização, problematização e de
produção de documentos. Por isso, é possível aproximar a escola com uma abordagem de
história local.
Para isso, se faz necessário que os professores tenham o conhecimento dos limites e das
possibilidades que o trabalho da História Local pode ofertar, com a finalidade de repensarmos
a nossa prática, consequentemente a sua aplicação no contexto em que estamos inseridos.
Segundo Bittencourt:
[...] a história local tem sido indicada como necessária para o ensino por
possibilitar a compreensão do entorno do aluno, identificando o passado
sempre presente nos vários espaços de convivência – escola, casa,
comunidade, trabalho e lazer –, e igualmente por situar os problemas
significativos da história presente (BITTENCOURT, 2004, p. 168).

Contudo cabe a nós proferir um esclarecimento, como chama a atenção Schmidt e


Cainelli, que: Uma realidade local não contém, em si mesma, a chave de sua própria explicação, pois
os problemas culturais, políticos, econômicos e sociais de uma localidade explicam-se, também, pela
relação com outras localidades, outros países e, até mesmo, por processos históricos mais amplos
(SCHMIDT; CAINELLI, 2004, p. 112).

Nesse sentido, devemos ter os cuidados para não haver o reducionismo, a simplificação
dessa história que por sua vez acaba se tornando uma constante nas nossas escolas. Cabe a
escola através dos seus professores organizar um trabalho de tal forma que seja colocada em
prática uma articulação entre os saberes, os conhecimentos, os conteúdos da história local e da
temática abordada em sala, com os conteúdos da História Regional, Nacional e Geral.
Esta articulação é a chave para que a história local seja assimilada, compreendida,
entendida historicamente, e sua abordagem possa dar seguimento nas duas direções principais:
partir do local para as relações mais amplas, ou partir do tema amplo para especificidades do
local.
A primeira direção consideramos ser mais viável para os Anos Iniciais do Ensino
Fundamental, cujas diretrizes em geral abordam a especificidade local – o que faz Conteúdo,
Metodologia e Avaliação do Ensino de História sentido, e permite a associação mais complexa
dessa dimensão com outros saberes, que não somente o histórico.
A segunda direção parece ser mais fácil de ser contemplada, tratando-se dos Anos
Finais do Ensino Fundamental e do Ensino Médio, uma vez que os livros didáticos abordam o
panorama geral.
Nesse caso, o professor pode elaborar didaticamente subsídios para o desenvolvimento
do tema no âmbito local, oferecendo uma nova dimensão para a compreensão da História.
Embora a história local seja uma interessante proposta para problematização e abordagem do
ensino de História, em geral essa dimensão é ignorada pelas coleções de livros didáticos, isso
porque elas são feitas para uso em âmbito nacional, com poucas exceções.
Em especial nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, a questão do local, da
organização do espaço, do reconhecimento das mudanças e permanências que envolvem a
criança são temas muito profícuos para a problematização e a aprendizagem da História. Nesse
caso, os documentos iconográficos são potencialmente estimuladores da curiosidade e do
interesse dos alunos, uma vez que podem ilustrar realidades muito diferentes daquela à qual
eles estão acostumados, porque no curto tempo de vivência deles “sempre foi assim”.
Pode-se inclusive partir do presente como referência para a compreensão do passado.
Essa proposição está coerente com o defendido por Bittencourt (2004) para o ensino de História
nos Anos Iniciais. Além de destacar a superação da abordagem que valorizava a memorização
pela prioridade às noções de tempo e aos conceitos históricos mais próximos da realidade
vivenciada pelas crianças, ela indica a relevância de trabalhar o âmbito local:

[...] Os estudos de História têm como base o desenvolvimento intelectual do


educando, daí a recomendação de introduzir o conteúdo a ser estudado por um
problema situado no tempo presente, buscando em tempos passados respostas
para as indagações feitas. A problematização do estudo histórico inicia-se
sempre pelo local, que se torna objeto de análise constante (BITTENCOURT,
2004, p. 113–114).

Novamente, propõe-se a escola e suas fontes como um exemplo de como poderia ser
estabelecido esse vínculo com a história local.

A preocupação com os estudos de história local é de que os alunos ampliem a


capacidade e observar o seu entorno para a compreensão de relações sociais e
econômicas existentes no seu próprio tempo e reconheçam a presença de
outros tempos no seu dia-a-dia. (BRASIL, 1997, p.40)

De acordo com o documento do PCN (1997) fica claro que a preocupação dos estudos,
práticas da história local é prover conexões que levem os alunos a desenvolver múltiplas
capacidades no tocante a compreensão das diversas relações, sejam elas sociais, econômicas
dentro do seu próprio contexto de vida, reconhecendo outros tempos presentes dentro de suas
experiências cotidianas.
Por isso, se faz necessário refletir sobre a significação do componente curricular de
história no currículo da Educação Básica, em especial nos anos iniciais do Ensino Fundamental.
Assim, ainda reportamos ao PCN (1997) ampliamos a nossa compreensão frente uma
perspectiva de que a história no currículo

não se prende somente a uma preocupação com a identidade nacional, mas


sobretudo no que a disciplina pode dar como contribuição específica ao
desenvolvimento dos alunos como sujeitos conscientes, capazes de entender
a História como conhecimento, como experiência e prática de cidadania.
(BRASIL, 1997, p. 25)

O componente curricular história dar uma contribuição para formar sujeitos críticos com
uma consciência histórica, que habilita os alunos a exercer a sua cidadania ao ponto de serem
capazes de transformar sua realidade social. É um componente curricular que ver o aluno como
um ser ativo.

3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Esta parte do trabalho consiste em descrever o método utilizado para coleta e análise dos
dados, o tipo de pesquisa e seus participantes. É uma pesquisa qualitativa, em que a metodologia
de investigação consiste em enfatizar “ a descrição, a indução, a teoria fundamentada e o estudo
das percepções pessoais” (BOGDAN; BIKLEN, 1994, p.11) do tipo estudo de caso, que
segundo os mesmos autores “ consiste na observação detalhada de um contexto, ou indivíduo,
de uma única fonte de documentos ou de um acontecimento específico”. (p.82).
O universo da pesquisa se constitui de 6(seis) professores que atuam nos anos iniciais
do Ensino Fundamental em seis escolas públicas municipais de Alagoa Grande – Paraíba.
Tendo em vista as condições apresentadas pelo estudo de caso, utilizamos para coleta
de dado um formulário online do tipo Google Forms composto de 16(dezessete) questões do
tipo abertas e fechadas. Na organização do formulário abordamos 4(quatro) questões sobre o
perfil dos professores (sexo, turma que leciona, formação acadêmica e tempo de magistério).
As outras 12(doze) questões foram direcionadas ao objeto de estudo da pesquisa, “O Ensino de
História Local nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental”.
As questões abertas, proporcionou aos participantes, respostas mais descontraídas,
distante de qualquer indício de persuasão. O formulário foi elaborado com as seguintes
questões:
• Concepção sobre História e História Local;
• Visão sobre o estudo da História Local na Academia;
• Visão sobre a importância da História e História Local nos Anos Iniciais do Ensino
Fundamental;
• Concepção dos conteúdos, materiais e metodologias utilizados em sala de aula no
trabalho com a História e História Local com seus alunos;
• Visão pessoal sobre as contribuições da História Local para a formação cidadã dos
alunos e as dificuldades encontradas na prática pedagógica;
Quanto a análise dos dados, realizamos por meio da técnica de Análise de Conteúdo,
que de acordo com Bardin (2004, p.13) “aparece como um conjunto de técnicas de análise de
comunicação, que utiliza procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das
mensagens”.
Assim sendo, iniciamos identificando os formulários de cada professor (a) com a
¨nomenclatura P para professor (a), seguindo de um número natural, ou seja, P1, P2, P3, P4, P5
colaboradores do estudo elencando todas as respostas e analisando-as.
Portanto, com base nos autores construímos a caminhada metodológica, a qual nos
propiciou conhecimento acerca da opinião dos professores sobre a importância do Ensino de
História Local nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental.

4. CONCEPÇÕES DOS PROFESSORES SOBRE ENSINO DE HISTÓRIA LOCAL


NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL: ANÁLISE DOS DADOS

A pesquisa que ora foi desenvolvida, especialmente pelo tema escolhido para ser
estudado, foi compreendido por nós de uma forma significativa no intuito de dar uma
contribuição para os estudos da História Local no tocante o seu ensino nos anos iniciais do
Ensino Fundamental.
Os dados coletados por meio do formulário online já descritos na metodologia, nos deu
a oportunidade de obter importantes dados que nos deram condições de traçar o perfil dos
professores, sujeitos de nosso estudo.
O perfil dos nossos docentes pesquisados se enquadra na maioria do sexo feminino.
Esses dados reforçam a assertiva de que a maioria dos professores que se encontram lecionando
nos anos inicias do Ensino Fundamental são do sexo feminino.
No que se refere o ano/série em que os professores atuam, três professores lecionam no
1º ano e três professores no 5º ano. Já no que diz respeito à formação acadêmica todos
afirmaram ser especialistas, e dentro desses professores um dele tem mestrado.
Com base no tempo que os professores lecionam, percebemos que a grande maioria, ou
seja, 5, se enquadram de 20 a 25 anos de profissão, e 1, entre 10 a 15 anos. Sobre essas
informações os professores da referida pesquisa possuem uma grande vivência em sala de aula,
traduzindo a consolidação da formação adquirida.
4.1. O QUE FALAM OS PROFESSORES?

Com base nas respostas dos professores obtivemos os seguintes resultados:


1. O que você entende por História (Componente Curricular)?
P1. Entendo que com a história resgatamos memórias e escrevemos uma nova história para o futuro.
P2. A disciplina de História tem um papel fundamental para a sociedade no todo. É através da história
que podemos ter uma compreensão da sociedade e da cultura. Ela nos ajuda a desenvolver o
pensamento crítico e o entendimento sobre países e civilizações.
P3. Estuda da cultura de um povo.
P4. É o estudo das ações humanas no passado e no presente. É a ciência dos homens no tempo.
P5. No meu entendimento é o estudo do passado, que nos proporciona compreender os acontecimentos
sociais, políticos e econômicos.
P6. Uma área de conhecimentos que possibilita a percepção de mundo identificando as relações dos
diferentes grupos humanos em tempos e espaços diversos. Uma disciplina que fornece condições para
que o aluno possa participar do processo de fazer história, principalmente pela valorização da
diversidade de opiniões. Uma disciplina que visa desenvolver a criticidade dos alunos diante dos
problemas sociais.
Fonte: Formulário Online Elaborado pelo pesquisador e respondido pelos professores
Com relação ao entendimento dos professores sobre o componente curricular História
percebemos uma multiplicidade de saberes sobre esta área de conhecimento. Os professores
apresentam a História enquanto uma disciplina que estuda o passado para compreender o futuro
numa perspectiva de entender o futuro.
Uma resposta que consideramos significativa numa dimensão atual da História foi o
entendimento do professor P6 “Uma área de conhecimentos que possibilita a percepção de
mundo identificando as relações dos diferentes grupos humanos em tempos e espaços diversos.
Uma disciplina que fornece condições para que o aluno possa participar do processo de fazer
história, principalmente pela valorização da diversidade de opiniões. Uma disciplina que visa
desenvolver a criticidade dos alunos diante dos problemas sociais.
Na visão do professor P6 verificamos que o seu entendimento sobre o componente
curricular História é uma compreensão de uma História crítica capaz de desenvolver nos alunos
a sua criticidade sobre os problemas sociais. O professor P6 na sua visão defende uma história
que oportuniza aos alunos condições para que mesmo exerça a sua cidadania. Com isso, a
História que o professor P6 defende é aquela que possibilita a compreensão do mundo com
vista a identificação das diversas relações que são firmadas entre os seres humanos dentro dos
espaços de sociabilidades.
Portanto, diante de todas as respostas dos professores sobre o entendimento do
componente curricular História reforçando a assertiva através das contribuições de Fonseca
(2009) quando concebe a História como:
O estudo das ações humanas, da experiência humana. A História busca
compreender as diversas maneiras como homens e mulheres vivem e viveram,
como pensam e pensaram suas vidas e a de suas sociedades, nos diferentes
tempos e espaços. Ela permite que as experiências sociais sejam vistas como
um constante processo de transformação, um processo que assume formas
muito diferenciadas, produto das ações dos próprios homens. O estudo da
História é fundamental para perceber o movimento e a diversidade,
possibilitando comparações entre grupos e sociedades nos diversos tempos e
espaços. Por isso, a História nos ensina a ter respeito pela diferença,
contribuindo para o entendimento do mundo em que vivemos e também do
mundo em que gostaríamos de viver. (FONSECA, 2009, p.51)

2. Qual a importância do Ensino de História nos anos iniciais?


P1. Tem grande importância, pois os pequeninos começam a entender de onde vieram suas origens.
P2. Não podemos deixar cair no esquecimento as lutas e conquistas de nossos ancestrais e ara isso
é preciso começar dos anos iniciais mesmo.
P3. É de vital importância, pois, é conhecendo nossas origens, que teremos condições de continuar
escrevendo uma nova história.
P4. É possibilitar as crianças o desenvolvimento do pensamento crítico e reflexivo. É um novo
olhar para o mundo atual.
P5. Levar o aluno entender o contexto da história, para que ele possa desenvolver opiniões e
reflexões, despertando interesse e curiosidade para o seu entendimento.
P6. Ajudar a entender melhor o momento em que vivemos e como é importante a nossa participação
para sua compreensão. Formar cidadão desde pequeno. E a história nos anos iniciais tem esse papel
em conduzir as nossas crianças para que elas vivam dentro de uma história e que a sua história
enquanto alunos possa ser ampliada a cada dia. É importante para ler o mundo e refletir sobre ele
de acordo com a faixa etária.
Fonte: Formulário Online Elaborado pelo pesquisador e respondido pelos professores

A importância do Ensino de História nos Anos Iniciais na visão dos professores


pesquisados fundamenta em uma concepção que a História oportuniza aos alunos o
entendimento de suas origens. É nessa percepção que instrui os educandos a conhecer as lutas,
conquistas da nossa ancestralidade, ao ponto de conduzir os mesmos a escreverem suas próprias
histórias.
Ainda levando em consideração as respostas dos professores sobre a importância do
Ensino da História nos Anos Iniciais destacamos as visões dos professores P4, P5 e P6, pois
configuram em uma ótica de uma História que contribui para uma formação crítica e reflexiva,
ao ponto de formar na criança a sua cidadania, compreendendo o contexto em que estão
inseridos. Assim , ilustrando esses conhecimentos apresentamos em destaques essas respostas:

P4. É possibilitar as crianças o desenvolvimento do pensamento crítico


e reflexivo. É um novo olhar para o mundo atual.
P5. Levar o aluno entender o contexto da história, para que ele possa
desenvolver opiniões e reflexões, despertando interesse e curiosidade
para o seu entendimento.
P6. Ajudar a entender melhor o momento em que vivemos e como é
importante a nossa participação para sua compreensão. Formar cidadão
desde pequeno. E a história nos anos iniciais tem esse papel em
conduzir as nossas crianças para que elas vivam dentro de uma história
e que a sua história enquanto alunos possa ser ampliada a cada dia. É
importante para ler o mundo e refletir sobre ele de acordo com a faixa
etária.

As visões dos professores demonstram a significação da História para a formação cidadã


das crianças. Os seus entendimentos denotam que a História nos anos iniciais se faz presente,
pois correspondem a conhecimentos necessários a compreensão do mundo.
Portanto, diante da importância da História nos anos iniciais reforçamos este sentido
através dos Parâmetros Curriculares Nacionais que afirma:

O Ensino e a aprendizagem de História estão voltados, inicialmente, para


atividades em que os alunos possam compreender as semelhanças e as
diferenças, as permanências e as transformações no modo de vida social,
cultural e econômico de sua localidade, no presente e no passado, mediante a
leitura de diferentes obras humanas. (PCNS, 1997, p.49)

3. O que você entende por História Local?


P1. É aquele conhecimento repassado entre as gerações de uma comunidade.
P2. Trata-se de assuntos referentes a uma determinada região, município, cidade, distrito, etc.
P3. É a história da nossa terra, do lugar no qual vivemos.
P4. É a compreensão da sua identidade. Sua cultura, religião sua vida enquanto pessoa, etc.
P5. É a história do lugar em que moramos. São as informações sobre pessoas que passaram por nossa
cidade que de certa forma foram importantes
P6. Um conhecimento diferenciado da história. É um conhecimento específico que tem valor para
quem vive no local. A História Local é aprendizagem do cotidiano, da rua, do bairro, da escola, da
família, do trabalho, da cidade, do estado, do país. Ela oportuniza a todos que aprecia uma construção
da sua identidade enquanto sujeitos. A história local instiga os alunos a refletir sobre o seu local de
maneira em que possa transformar sempre com objetivos claros no seu desenvolvimento.
Fonte: Formulário Online Elaborado pelo pesquisador e respondido pelos professores

Na visão dos professores pesquisados as concepções, entendimentos, visões sobre a


História Local perpassam pelos conhecimentos referentes ao local, comunidade, lugar em que
vivem. É uma compreensão de aprendizagem do cotidiano. É uma história que proporciona aos
alunos refletir sobre o local que habita de forma que possa transformá-lo.
De posse das respostas dos professores possamos reforçar essa concepção através do
pensamento de Bittencourt (2004) quando afirma que:

[...] a história local tem sido indicada como necessária para o ensino por
possibilitar a compreensão do entorno do aluno, identificando o passado
sempre presente nos vários espaços de convivência – escola, casa,
comunidade, trabalho e lazer –, e igualmente por situar os problemas
significativos da história presente (BITTENCOURT, 2004, p. 168).

Portanto, fica comprovado que os professores alvo da pesquisa possui uma compreensão
satisfatória do que venha ser a História Local. Cabe a cada um poder desenvolvê-la nas suas
práticas pedagógicas de forma a levar seus alunos a aquisição de saberes e fazeres necessários
a vida cidadã.

4. Qual a importância da História Local nos anos Iniciais do Ensino Fundamental?


P1. Não deixar a cultura local morrer. Hoje já perdemos tantas coisas, como brincadeiras e festejos.
P2. Tem a mesma importância da História de um país ou civilização, talvez até maior porque
precisamos valorizar os acontecimentos e pessoas que deixaram sua marca no local.
P3. É conhecendo a história de sua comunidade que a criança vai se sentir pertencente à mesma,
despertando assim, a valorização pelo local aí qual ela está inserida.
P4. Possibilita a compreensão do lugar do aluno no seu espaço de convivência.
P5. É importante para o conhecimento, entendimento, para que o aluno possa falar e discutir com
propriedade sobre realidade histórica do seu município.
P6. Reconhecimento da importância do patrimônio local cultural. Oportuniza a valorização da
história escrita pelos próprios habitantes do local. Desenvolver o sentimento de pertencimento. A
história local dar base para a compreensão maior da história.
Fonte: Formulário Online Elaborado pelo pesquisador e respondido pelos professores

Diante das respostas dos professores sobre a importância da História Local nos Anos
Iniciais do Ensino Fundamental, percebemos que as visões dos docentes sobre esse aspecto
giram em torno de uma significação para vida dos alunos, pois eles apresentam que a História
Local precisa ser trabalhada para manter viva a História do lugar em que eles estão inseridos.
Outra visão é abordar a História Local na perspectiva da valorização das pessoas que
fizeram história no município. Os professores também apresentaram suas percepções da
importância da História local no tocante aos alunos a se reconhecerem enquanto pertencentes
ao lugar. Isso implica o desenvolvimento do sentimento de pertencimento.
Portanto, refletir sobre a importância da História Local nos Anos Iniciais do Ensino
Fundamental via os professores é reafirmar a significação desse conhecimento para a vida local
dos alunos, pois proporciona o reconhecimento do patrimônio local, oportunizando a
valorização de histórias pelos seus habitantes. Assim, de acordo com os professores a História
Local proporcionar bases para a compreensão do lugar do aluno no seu espaço de convivência.
Mediante a visão dos professores sobre a importância da História Local nos reportamos
a Gadotti (1994) que afirma que a História Local é importante, pois evidencia a participação
dos atores envolvidos no ato educativo. Alunos, professores, escola, as comunidades
evidenciam-se suas participações sociais. Assim, Gadotti (1994) reforça que “ a História Local
valoriza a experiência cotidiana” (GADOTTI, 1994, p.152).

5. Você trabalha com a História Local na sua sala de aula?


P1. Sim
P2. Sim
P3. Sim
P4. Sim
P5. Sim
P6. Sim
Fonte: Formulário Online Elaborado pelo pesquisador e respondido pelos professores

Com relação a questão sobre se os professores trabalham a História Local nas suas salas
de aula, obtivemos como respostas uma afirmação que todos trabalham essa temática. Diante
das respostas dos docentes concluímos que o trabalho da História Local acontece, isso denota
que existe um espaço na sala de aula da sua materialização. Consideramos importante a posição
dos professores sobre essa questão, pois acreditamos que os mesmos consideram a sua
materialização durante o exercício da sua docência em prover desenvolvimento dos seus alunos
sobre esse conhecimento que aqui estamos a discutir: A História Local na sala de aula.

6. Quais conteúdos foram trabalhados sobre o componente curricular História e História Local
no último bimestre?
P1. Os festejos juninos e folclore
P2. Emancipação Política, História de Margarida Maria Alves, Jackson do Pandeiro.
P3. A história da nossa cidade.
P4. Independência, cultura, saberes e viveres. Religiosidade.
P5. Ás vésperas da Independência, Desigualdades, A História do seu município (Emancipação)
P6. Emancipação Política de Alagoa Grande, Vida e obra de Margarida Maria Alves e Jackson do
Pandeiro.
Fonte: Formulário Online Elaborado pelo pesquisador e respondido pelos professores

Quanto ao questionamento sobre quais conteúdos os professores dos anos iniciais


trabalharam no último bimestre sobre o componente História e História Local, percebemos uma
diversidade de temáticas, que a maioria trabalhou a emancipação política, histórias de
personagens ilustres do município. Dentre outros conteúdos constatamos o trabalho com os
Festejos Juninos, Folclore, Independência, Cultura, Religiosidade.
De posse dos conteúdos apresentados pelos professores conclui-se que a História Local
foi trabalhada na sala de aula. Os exemplos dados pelos professores apontam registros de
assuntos atinentes a realidade local, como no âmbito nacional. Assim, os professores das
escolas pesquisas sinalizam que dentro das suas práticas educativas conhecimentos da História
e História Local se faz presentes no seu cotidiano de sala de aula.
7. Quais materiais didáticos costuma usar nas aulas de História Local?
P1. Mediante o período pandêmico os materiais ficaram restritos a vídeos, atividades impressas e
relatos das crianças.
P2. Vídeos aulas, cartazes, fotos.
P3. Vídeos informativos, material concreto variados e recurso humano.
P4. Imagens, vídeos.
P5. Vídeos, imagens, textos impressos e livro didático.
P6. Jornais, cordéis, vídeos, fotografias, documentários, mapas, livro didático.
Fonte: Formulário Online Elaborado pelo pesquisador e respondido pelos professores

Os professores quando indagados sobre quais materiais utilizam nas aulas de História
Local, percebe-se uma diversidade de recursos materiais. Dessa forma, constata-se que é a
atribuição dos professores fazer a ampliação da aprendizagem e do conhecimento histórico dos
alunos a partir de várias fontes e materiais didáticos.
Segundo os PCNS (1998) destacam que:
Os alunos têm acesso a inúmeras informações, imagens e explicações no
convívio social e familiar, nos festejos de caráter local, regional, nacional e
mundial. Nas convivências entre as gerações, nas fotos e lembranças dos
antepassados e de outros tempos, crianças e jovens socializam-se, aprendem
regras sociais e costumes, agregam valores, projetam o futuro e questionam o
tempo. Rádio, livros, enciclopédias, jornais, revistas, televisão, cinema, vídeo
e computadores também difundem personagens, fatos, datas, cenários e
costumes que instigam meninos e meninas a pensarem sobre diferentes
contextos e vivências humanas. (PCNS, 1998, p.37)

8. Quais as metodologias você utiliza para com o trabalho da História e História Local na sala
de aula?
P1. Diálogo, pesquisa junto a família, vídeos relacionados ao tema abordado.
P2. Apresentação de vídeo aula, atividades impressas, textos bibliográficos
P3. Palestras, aula informativa com roda de conversa, vídeos informativos.
P4. Visita ao lócus da sua vivência, mesa focal com os alunos, aula expositiva dialogada, produção
textual.
P5. Atividades escritas explicativas, discussões, trabalhos escritos e apresentações.
P6. Leitura de imagens, entrevista, produção de linha do tempo, uso do livro didático, filme,
músicas, dentre outras.
Fonte: Formulário Online Elaborado pelo pesquisador e respondido pelos professores
De acordo com as metodologias utilizadas pelos professores para com o trabalho da
História e História Local na sala de aula, percebe-se uma grande variedade de estratégias usadas
pelos docentes dentro das suas práticas pedagógicas no desenvolvimento do assunto em tela.
Dessa forma, na sua maioria relataram usar: diálogo, discussão, roda de conversas, uso de vídeo,
entrevista, pesquisadentre outras. Para essa questão fica comprovado que os professores se
apropriam de várias metodologias para que os conteúdos da História e História Local possam
ser melhor assimilados pelos alunos.
Sabemos da importância do uso das metodologias para o fazer pedagógico do professor.
É através desses instrumentos metodológicos que o professor tem a oportunidade de traduzir
em ações práticas situações de aprendizagens que levem os alunos a aprender. Assim, sabemos
que utilizar essas metodologias poderão alcançar os seus objetivos, e assim construir resultados
sobre sua atuação docente em prol dos saberes e fazeres atinentes a História e História Local

9. Você se sente preparado para trabalhar o com a História Local com seus alunos?
P1. Não.
P2. Sim.
P3. Sim.
P4.Sim.
P5. Não.
P6. Sim.
Fonte: Formulário Online Elaborado pelo pesquisador e respondido pelos professores

Com relação a questão sobre se o professor sente preparado para trabalhar com a
História local com seus alunos, dos (6) seis professores, (4) quatro afirmaram se sentirem
preparados e (2) professores afirmaram que não. Diante desses resultados ficam comprovados
que os professores na sua maioria externam serem detentores de uma preparação. Logo, implica
dizer que os mesmos apresentam uma familiaridade com o objeto de conhecimento ao ponto de
traduzi-los em sala de aulas através de situações de aprendizagens, e mais ainda por serem
professores dos anos iniciais que defendendo um trabalho com esses públicos desde o seu
ingresso na escola.

10. Você teve na sua formação acadêmica alguma informação, conteúdos sobre o Ensino da
História Local?
P1. Não.
P2. Não.
P3. Não.
P4. Não.
P5. Não.
P6. Não.
Fonte: Formulário Online Elaborado pelo pesquisador e respondido pelos professores

Com relação a questão número 10 (dez) sobre o conhecimento do Ensino da História


Local durante a sua formação inicial, se houve trabalho sobre essa temática todos os professores
afirmaram não terem essa formação. Esses dados reforça o discurso que a universidade não
forma para o trabalho da História Local, e esses saberes ficam a carga do exercício da docência,
do fazer pedagógico do professor da sua inciativa em promover essa prática.
Diante desses resultados fica comprovado as lacunas na formação do professor quando
a mesma não é disponibilizada aos futuros profissionais. Por isso, se faz necessário repensar o
processo de formação inicial de professores de forma que as universidades possam inserir nos
seus currículos a História Local enquanto temática necessária ao processo da formação da
cidadania dos sujeitos.

11. Quais as dificuldades você encontra no Ensino da Historia Local na sala de aula?
P1. Ausência de material
P2. Não vejo dificuldades.
P3. Falta de equipamentos tecnológicos
P4. Rejeição por parte de alguns docentes, porque para eles não é interessante uma vez que eles
convivem. Eles querem algo novo diferente do que já conhece.
P5. Conhecimento com propriedade da História Local. Até porque trabalho em uma comunidade,
onde não conheço a história dela.
P6.Como toda área de conhecimento é infinita, as dificuldades sempre vão aparecer. Uma delas que
atribuo que é comum a todos que quer trabalhar a História Local na sala de aula, é a ausência de
material. A falta de um livro que fale, trabalhe, discute a História Local. Considero entraves, mas
tenho a consciência que mesmo com essa lacuna de material é possível trabalhar com a História
Local na sala de aula desde que haja um planejamento, uma organização. Penso se a escola enquanto
comunidade houver uma parceria entre todos os professores com certeza essas dificuldades serão
minimizadas, pois em conjunto conseguiremos criar estratégias, meios para a disseminação da
História Local de forma que ela tenha seu espaço no currículo escolar.
Fonte: Formulário Online Elaborado pelo pesquisador e respondido pelos professores

Com relação as dificuldades que os professores enfrentam para o trabalho da História


Local a sala de aula dentre as principais destacamos a carência de material didático. Sobre as
dificuldades da maioria dos docentes ser a falta de material, não podemos apresentar como
sendo o único entrave aos desafios educacionais quanto ao Ensino da História Local. Portanto,
se faz necessário um trabalho de reforço e conscientização dos professores na busca por
recursos e fontes históricas, cuja iniciativa e reponsabilidade também é deles.
Neste prisma, refletindo sobre as dificuldades, entraves, desafios sobre o ensino da
História Local nos reportamos a Simões (2006) quando ressaltam que é notório o caráter
insipiente da produção histórica local, e ainda muito mais, do seu ensino.
Portanto, diante dos desafios enfrentados pelos professores sabemos das suas
potencialidades para este contexto. Assim, conforme ressalta Tardiff (2002), o docente é
responsável em desenvolver contextos de aprendizagem enriquecedores, estimulantes e
criativos, transformando a sala de aula em um espaço de compartilhamento de experiências,
aprendizagens, opiniões, interesses individuais e coletivos e, sobretudo, da relação dos alunos
com os diversos conhecimentos envolvidos na produção do saber histórico
12.Quais as contribuições da História e História Local na formação da criança?
P1. Despertar o interesse investigativo e atitudes de preservação.
P2. No contexto de valorização e respeito às pessoas que fizeram e fazem algo de importante.
P3. É conhecendo a História e a História Local, que a criança vai se achar pertencentes ao contexto ao
qual a mesma está inserida.
P4. É de suma importância é a identidade deles e sua vida. É seus saberes.
P5.inúmeras.
P6. O desenvolvimento de uma postura investigativa nos alunos. Essas áreas de conhecimentos levam
os alunos a pensar. A história oportuniza uma compreensão da vida. Quem somos|? Onde estamos? O
que fazemos? Como fazemos? Para onde iremos? A História e a História Local têm o poder de
desenvolver a criticidade perante os problemas vividos, o que estão vivendo e pensando nos que
poderão aparecer. Ela contribui para um olhar reflexivo sobre todas as coisas. É uma oportunidade de
conhecermos nós mesmos e o mundo que nos cercam. Proporciona uma leitura de mundo
Fonte: Formulário Online Elaborado pelo pesquisador e respondido pelos professores

Sobre as contribuições da História e História Local na formação da criança observamos


que os professores atribuem sua significação neste processo formativo, pois entendem que essas
áreas de conhecimentos possibilita a criança, o aluno a oportunidade de conhecer a sua própria
história, o seu cotidiano e grupo a que pertence. Através das falas dos professores fica
comprovado que as contribuições levarão os alunos a construir sua identidade social.
Portanto, o professor precisa ter a compreensão que o processo de ensino da História
Local, não objetiva-se a formação de historiadores, mas tem como princípio e meta contribuir
para a formação de cidadãos conscientes, reflexivos que tenham interesses pelo conhecimento
da História e acima de tudo no tocante a História Local conheçam a História de sua própria
comunidade emque estão inseridos e possam perceber a si mesmo como pertencentes a todo
esse processo de formação. Um processo de formação para a vida! Participando e produzindo
histórias.
Assim, de posse dos escritos de Schmidt (2009),

O trabalho com a História local pode produzir a inserção do aluno na


comunidade da qual faz parte, criar a historicidade e a identidade dele. O
estudo com a história local ajuda a gerar atitudes investigativas, criadas com
base no cotidiano do aluno, além de ajudá-lo a refletir acerca do sentido da
realidade social. Como estratégia pedagógica as atividades com a história
local ajudam o aluno na análise dos diferentes níveis da realidade: econômico,
político, social e cultural (SCHMIDT, 2009, p. 139)

CONCLUSÃO

Portanto, esse estudo buscou dar uma contribuição para os docentes se desligarem de
uma prática docente prescritiva, dando abertura para a construção de uma prática pedagógica
significativa destinada aos alunos pautada em um comprometimento com uma formação
alicerçada na intenção primeira de formação de sujeitos que possa ler o mundo começando pelo
seu sob as lentes do pertencimento.
Por isso, com uma visão crítica, consciente, fraterna, justa, inclusiva capaz de construir,
entender, materializar a importância da história local nos anos iniciais se faz necessário o
desenvolvimento da formação identitária dos alunos como seres produtores de fazeres e saberes
históricos, pois cada um compõe a sua história e nela devemos nos reconhecê-las.
Neste sentido, refletir sobre o Ensino de História Local nos anos iniciais do ensino
fundamental é viver momentos de valorização de elos de pertencimentos locais e regionais
capazes de nos fazer reconhecer-se no tempo e espaço como sujeitos desta história e neste lugar,
portanto, capazes de falar, escrever sobre nossa História local!
Nessa perspectiva, compreendemos que adotar a História Local como concepção
teórico-metodológica no fazer pedagógico dos professores requer uma série de cuidados, pois
sua simples utilização, sem uma preocupação reflexivo do docente, não haverá garantia da
contextualização nem tampouco a significação dos conteúdos. Por isso, é preciso que aconteça
a dialogicidade com os alunos primando seus conhecimentos, mas com o propósito de buscar a
apropriação dos saberes escolares pelos educandos. Na nossa visão, a prática do diálogo é a
principal chave para a aproximar a Histórica Local com a educação que é disseminada na escola.
Portanto, a pesquisa despertou a possibilidade de trabalhar a História Local nos Anos
Iniciais com a realidade mais próxima das relações sociais que se estabelecem entre educador,
educando, sociedade e o meio em que vivem e atuam. Nessa perspectiva, o ensino-
aprendizagem da História Local configura-se como um espaço-tempo de reflexão crítica acerca
da realidade social e, sobretudo, referência para o processo de construção das identidades destes
sujeitos e de seus grupos que pertencem.
O estudo proporcionou aos professores um momento de reflexão sobre o seu fazer
pedagógico reconhecendo a importância da História Local através das suas concepções,
currículos e metodologias. Logo, este estudo não se esgota aqui e deixa aberto novos estudos
para a construir de novos conhecimentos da História Local, pois sabemos que a História precisa
continuar e mais ainda quando esta História precisa começar deste os anos iniciais da Educação
Básica.

REFERÊNCIAS

BARDIN, Laurence. Análise de Conteúdo. Lisboa-Portugal: Edições 70, 2010.


BITTENCOURT, C. M. F. Ensino de História: Fundamentos e Métodos. São Paulo: Cortez,
2011.
BOGDAN, Robert; BIKLEN, Sari. Investigação qualitativa em educação: uma introdução à
teoria e aos métodos. Portugal-Porto: Porto Editora, 1994.
BRASIL, Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais:
Introdução aos Parâmetros Curriculares. Brasília: MEC/SEF, 1997.
BRASIL, Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais:
História. Brasília: MEC/SEF, 1998.
FONSECA, Selva Guimarães. O ensino de História e Geografia nas séries iniciais. Ensino em
Revista, Edufu, v.1. n. 1, 1992.
FONSECA, Selva Guimarães. Fazer e ensinar História. Belo Horizonte: Dimensão, 2009.
MONTEIRO, Ana Maria. Ensino de História: Sujeitos, saberes e práticas. Rio de Janeiro:
FAPERJ,
SAMUEL, R. História Local e História Oral. Revista Brasileira de História. São Paulo,
ANPUH, V. 9, n.19, 1989.
SCHMIDT, M. A.; CAINELLI, M. Ensinar História. São Paulo: Scipione, 2009.
TARDIF, M. Saberes Docentes e Formação Profissional. Petrópolis: Vozes, 2002.

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