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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

CENTRO DE EDUCAÇÃO - CE
CURSO DE PEDAGOGIA – DIURNO
PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO A
PROFª. DRA. WALERIA FORTES

Acadêmica: Manuela Aparecida Andrade da Silva


Turma: 11

Glossário de Psicologia da Educação A

A partir do vídeo “Jean Piaget - Texto e apresentação de Yves de La Taille“ e


dos textos disponibilizados pela professora que abordam o tema, foi realizado um
glossário com os principais conceitos da teoria construtivista de Piaget.

Legenda e Referências:
Vídeo, Jean Piaget (Texto e apresentação de Yves de La Taille)
Texto, Conceitos centrais do Behaviorismo Skinneriano e Construtivismo Piagetiano
Texto, apresentação da teoria de Jean Piaget segundo Prof Dr Marco Antônio
Texto, O construtivismo de Piaget Prof Dr Marco Antônio
Texto, O diálogo entre o ensino e a aprendizagem, Telma Weisz
Texto, Revisitando Piaget
Texto, O autor e os educadores do século XXI - Jean Piaget O Legado
Vídeo, Crônicas da Terra - Jean Piaget

GLOSSÁRIO

Epistemologia Genética:
“É o estudo do desenvolvimento do indivíduo passado por etapas durante a vida, é a
epistemologia da construção do conhecimento. Busca responder a questão “Como
os homens constroem o conhecimento?”. Vídeo, Jean Piaget (Texto e apresentação
de Yves de La Taille)
“Engajava com meus sujeitos em conversas do tipo interrogatório clínico, com o
objetivo de descobrir algo sobre os processos de raciocínio que se achavam por
detrás de suas respostas corretas, com um interesse particular pelos processos
subjacentes às respostas erradas”- Piaget. Texto, O autor e os educadores do
século XXI - Jean Piaget O Legado
“É procurar descobrir as raízes das diversas variedades de conhecimento, desde
suas formas mais elementares, e seguir seu desenvolvimento aos níveis ulteriores,
até, inclusive, o pensamento científico.” Texto, O autor e os educadores do século
XXI - Jean Piaget O Legado
“[...] Assim, ele colocou de pé uma epistemologia, isto é, uma teoria do
conhecimento que tenta explicar como se avança de um conhecimento menos
elaborado para um conhecimento mais elaborado.”Texto, Cap 2. O diálogo entre o
ensino e a aprendizagem, Telma Weisz
“Questionando-se acerca de como passamos de um estágio de conhecimento
menor para um conhecimento maior, Jean Piaget constitui uma base experimental,
tentando compreender a gênese e o desenvolvimento desse processo, transitando
do campo da filosofia para a psicologia.” Texto, Revisitando Piaget

Construtivismo:
É a psicologia/ epistemologia de Piaget, que compreende o conhecimento como o
resultado da ação e reflexão que o aprendiz faz do objeto, e que diante de novas
informações busca assimilá-las. Vídeo, Jean Piaget (Texto e apresentação de Yves
de La Taille)
“Na concepção de aprendizagem que se tem chamado de construtivista - na qual o
conhecimento é visto como produto da ação e reflexão do aprendiz - esse aprendiz
é compreendido como alguém que sabe algumas coisas e que, diante de novas
informações que para ele fazem algum sentido, realiza um esforço para
assimilá-las.” Texto, Cap 2. O diálogo entre o ensino e a aprendizagem, Telma
Weisz
“[...] Na verdade, o conhecimento se constrói frequentemente por caminhos
diferentes daquele que o ensino supõe." Texto, Cap 3. O diálogo entre o ensino e a
aprendizagem, Telma Weisz
“[...] Esses caminhos de construção de conhecimento acontecem no processo de
aquisição do sistema alfabético de escrita, na compreensão de conceitos
matemáticos e nas aprendizagens de outros conteúdos.” Texto, Cap 3. O diálogo
entre o ensino e a aprendizagem, Telma Weisz
“[...] De uma perspectiva construtivista, as crianças precisam nadar na cultura, ou,
como se diz atualmente, navegar. Navegar na cultura, na internet, na arte, em todas
as áreas do conhecimento, em todas as linguagens, em todas as possibilidades.”
Texto, Cap 3. O diálogo entre o ensino e a aprendizagem, Telma Weisz

● Prática Empirista: defesa de que o conhecimento ocorre apenas pela


prática. Vídeo, Jean Piaget (Texto e apresentação de Yves de La Taille)
“[...] a aprendizagem é uma impressão que o mundo externo realizava na
mente, é algo que se imprime de fora para dentro no cérebro humano.”
-Editado. Texto, Cap 2. O diálogo entre o ensino e a aprendizagem, Telma
Weisz
● Prática Inatista: “[...] não basta somente ter contato com o conhecimento
para adquiri-lo. É preciso ‘agir sobre o objeto e transformá-lo’ [...] " Vídeo,
Crônicas da Terra - Jean Piaget

Inteligência:
Enquanto função a inteligência é uma adaptação, os processos da inteligência tem
como objetivo o sujeito adaptar-se ao meio e modificá-lo. Enquanto estrutura, a
inteligência é uma organização de processos que permitem um nível de
conhecimento superior ou inferior, o crescimento da inteligência se dá sobre uma
reorganização da própria inteligência para realizar assimilações. Vídeo, Jean Piaget
(Texto e apresentação de Yves de La Taille)

Sujeito:
“[...] seu sujeito é epistêmico e científico – constrói seu conhecimento e conhece o
mundo cientificamente. Este sujeito possui uma arquitetura cognitiva variável (que
aprende) e se desenvolve através de funções gerais invariantes – adaptação e
organização. Na interação com o mundo, o sujeito tende a integrar suas estruturas
psicológicas em sistemas coerentes” Texto, O construtivismo de Piaget Prof Dr
Marco Antônio
“[...] o sujeito supõe que o objeto é ativo e implica que a causalidade supõe um
sistema de inferências e de construções lógico-matemáticas que vai além do
observável” Texto, O construtivismo de Piaget Prof Dr Marco Antônio
“Ao descobrir certas características dos objetos, o sujeito modifica seus modelos
interpretativos e em virtude dessa modificação pode explicar a realidade física de
maneira mais rica” Texto, O construtivismo de Piaget Prof Dr Marco Antônio
“[...] dentro da perspectiva construtivista, o conhecimento implica uma inter-relação
ativa e produtiva entre os significados que o sujeito tem e os aspectos da realidade
externa que vão permitir a construção de novos significados. Estes significados não
constituem a lógica do sujeito e sim modelos interpretativos que o sujeito constrói e
que lhe permitem apreender a realidade. As características do modelo interpretativo
devem ser buscadas na inter-relação de objetos e ações do sujeito…” Texto, O
construtivismo de Piaget Prof Dr Marco Antônio

Ação:
Piaget considera as ações humanas (e não as sensações) como a base do
comportamento humano. Tudo no comportamento parte da ação. Até mesmo a
percepção é para ele uma atividade e a imagem mental é uma imitação interior do
objeto. O pensamento é simplesmente a interiorização da ação.
Os esquemas de assimilação representam a forma de agir do organismo (mente)
frente à realidade.
O ensino deve ser acompanhado de ações e demonstrações e, sempre que
possível, deve dar aos alunos a oportunidade de agir (trabalho prático). Porém estas
ações e demonstrações, mesmo quando realizadas pelos alunos, só geram
conhecimento na medida em que estiverem integradas à argumentação do
professor. (texto, apresentação da teoria Piaget)

Assimilação:
significa uma interpretação do mundo, torná-lo seu, observar o mundo e assimilá-lo,
carregar algumas informações mas também deixar outras de lado. (vídeo, Yves)
O desenvolvimento mental passa por quatro períodos: sensório-motor, pré
operacional, operacional-concreto e operacional formal. Em qualquer período o
indivíduo assimila, acomoda e equilibra cognitivamente, dentro das características
cognitivas do período. O sujeito constrói esquemas de assimilação mentais para
abordar a realidade. Todo esquema de assimilação é construído. Se não houver
conflito cognitivo não haverá construção de novos esquemas de assimilação. A
estruturação cognitiva busca equilibração, adaptação e organização. (texto,
behaviorismo, skinneriano e piagetiano)
Designa o fato de que a iniciativa na interação do sujeito com o objeto é do
organismo. O indivíduo constrói esquemas de assimilação mentais para abordar a
realidade. Todo esquema de assimilação é construído e toda abordagem à realidade
supõe um esquema de assimilação. Quando o organismo (a mente) assimila, ele
incorpora a realidade a seus esquemas de ação impondo-se ao meio. Neste
processo de assimilação a mente não se modifica. (texto, apresentação da teoria
Piaget)
Quando o equilíbrio (da organização) é rompido por experiências não assimiláveis, a
mente tende a se reestruturar através da construção de novos esquemas de
assimilação e atingir novo estado de equilíbrio. Texto, O construtivismo de Piaget
Prof Dr Marco Antônio

Acomodação:
as estruturas mentais, a organização que a pessoa tem para conhecer o mundo é
capaz de se modificar para atender as singularidades do objeto
O processo de inteligência se dá sempre por assimilação e depois acomodação.
(vídeo, Yves)
Muitas vezes os esquemas de ação da criança (ou mesmo do adulto) não
conseguem assimilar determinada situação. Neste caso, o organismo (mente)
desiste ou se modifica. No caso de modificação, ocorre o que Piaget chama de
acomodação. É através das acomodações (que, por sua vez, levam à construção de
novos esquemas de assimilação) que se dá o desenvolvimento cognitivo. (texto,
apresentação da teoria Piaget)
Esta reestruturação (do equilíbrio) corresponde ao que Piaget chama de
acomodação. Texto, O construtivismo de Piaget Prof Dr Marco Antônio
Não há acomodação sem assimilação, pois acomodação é reestruturação da
assimilação. O equilíbrio entre assimilação e acomodação é a ADAPTAÇÃO à
situação. (texto, apresentação da teoria Piaget)
Adaptação e organização são processos complementares inseparáveis. São duas
faces de um mesmo processo que se manifesta internamente na organização
cognitiva e externamente na adaptação ao meio. Texto, O construtivismo de Piaget
Prof Dr Marco Antônio
Piaget argumenta que a assimilação e a acomodação são mecanismos que operam
juntos de modo que o meio é sempre interpretado à luz de estruturas cognitivas
existentes (assimilação), porém estas estruturas são modificadas pelas estruturas
do meio (acomodação). Texto, O construtivismo de Piaget Prof Dr Marco Antônio

Adaptação:
A assimilação e a acomodação são processos complementares que levam à
adaptação, ou seja, à tendência de o organismo (i.e., a mente) se adaptar ao meio
interagindo com ele. Texto, O construtivismo de Piaget Prof Dr Marco Antônio.

Organização:
Na interação com o mundo, o sujeito tende a integrar suas estruturas psicológicas
em sistemas coerentes. Essa tendência de integrar estruturas em sistemas ou
estruturas mais ordenadas é o que Piaget chama de organização. A mente é uma
estrutura cognitiva que tende a funcionar em equilíbrio, aumentando,
permanentemente, seu grau de organização e de adaptação ao meio. Texto, O
construtivismo de Piaget Prof Dr Marco Antônio
.
Equilibração:
é a estabilidade da organização mental que dá conta do conhecimento. (vídeo,
Yves)
“Ora, a equilibração é, por excelência, o mecanismo piagetiano para descrever a
melhora ou o aumento de conhecimento ou, em última análise, o próprio
desenvolvimento cognitivo do sujeito.” (Texto, O construtivismo de Piaget Prof Dr
Marco Antônio)
● Equilibração Majorante: é um processo reequilibrador, é o fator
preponderante na evolução, no desenvolvimento mental, na aprendizagem
(aumento do conhecimento) da criança. É através do processo de
equilibração majorante que o comportamento humano é, totalmente,
construído em interação com o meio físico e sócio-cultural. (texto,
apresentação da teoria Piaget)
A equilibração majorante é, então, o processo auto-regulador que leva a
sucessivas melhoras no equilíbrio cognitivo. Cada novo equilíbrio torna o
sujeito mais poderoso na habilidade de compreender as características
físicas e as relações dos eventos e objetos do meio e também de atribuir
propriedades causais, lógicas e matemáticas a eles (Ginsburg e Opper, 1988,
p. 223). Texto, O construtivismo de Piaget Prof Dr Marco Antônio
● Equilibração Minorante: [...] o aprendiz buscará o equilíbrio cognitivo
através da "não-aprendizagem", da não-modificação ou não-enriquecimento
de seus esquemas de assimilação. Texto, O construtivismo de Piaget Prof Dr
Marco Antônio

Erro Construtivo:
É um modelo de ensino que, reconhecendo o papel da ação do aprendiz e a
especificidade da aprendizagem de cada conteúdo, propõe que a didática construa
situações tais que o aluno precise pôr em prática o que ele sabe para realizar a
tarefa proposta. Texto, Cap 2. O diálogo entre o ensino e a aprendizagem, Telma
Weisz
Exemplo: no vídeo de Telma Weisz, “Alfabetização”, a autora nos mostra um
exemplo muito claro do erro construtivo, onde o aluno Ricardo que já aprendeu a
escrever seu próprio nome, é desafiado a escrever outras palavras, como “lapiseira,
aluno, caneta” ele acaba por sua vez, escrevendo estas palavras apenas com as
letras do seu nome, pois ele aprende, nesse primeiro momento, que aprender seu
nome já serve para escrever as demais palavras. Ele ainda tem uma organização
mental de separar o som das palavras por sílabas, simulando e apontando para as
letras do próprio nome como essa palavra irá formar “lapiseira”. Dessa maneira
vimos que Ricardo sai de um conhecimento considerado menor, que é apenas
escrever seu próprio nome, para futuramente aprender, no seu próprio ritmo, como
escrever as palavras, que é um conhecimento maior. Também observamos o erro
construtivo neste exemplo, onde a professora aponta para Ricardo as palavras e
pede para ele ler para ela, logo mais, ao perceber que sobravam letras ou faltavam
letras para completar as sílabas, ele passa a reconhecer seu próprio erro,
construindo um novo conhecimento.
Exemplo: “Quando um aluno queria escrever moleque, por exemplo, e escrevi
muleci, eu olhava para aquilo e pensava: ‘Não é que ele não saiba escrever. ele não
sabe o que é escrever certo’, enquanto a escola dizia: ‘Ele não sabe escrever’”.
Texto, Cap 1. O diálogo entre o ensino e a aprendizagem, Telma Weisz
“[...] isto é, um erro que é parte necessária da construção de um conhecimento.
Piaget (apud Castorina, 1988:43) assevera a importância do erro construtivo
afirmando que ‘um erro realizado (por ele mesmo, pelo sujeito) pode ser mais
fecundo do que um acerto imediato, porque a comparação de uma hipótese falsa e
suas consequências fornece novos conhecimentos e a comparação entre dois erros
dá novas ideias”. Texto, Revisitando Piaget
“Através do erro se constrói o conhecimento.” Vídeo, Crônicas da Terra - Jean
Piaget
Conflito cognitivo:
“[...] o sujeito, interagindo com o mundo, constrói esquemas de assimilação com os
quais, então, assimila situações conhecidas. Quando a situação é nova é preciso
acomodar, ou seja, reformular o esquema de assimilação, construir um novo
esquema, ou abandonar a tarefa. O ensino, em conseqüência, deve provocar
conflitos cognitivos, quer dizer, propor situações para as quais os esquemas dos
alunos não funcionem, de modo a provocar a necessidade de construção de novos
esquemas.” (Texto, O construtivismo de Piaget Prof Dr Marco Antônio)
“Um conflito que vai gerar necessidade de superação das hipóteses inadequadas
através da construção de novas teorias explicativas.”Texto, Cap 2. O diálogo entre o
ensino e a aprendizagem, Telma Weisz
Exemplo: ao comentarmos em aula, a professora Waléria Fortes nos relatou uma
experiência com uma criança que ao escrever a palavra “Banana”, percebeu seus
“erros” na escrita conforme a professora ia lhe questionando sobre e fazendo então
a mesma observou a forma como estava escrevendo e como deveria escrever de
fato. Sua escrita seguia da seguinte forma: BAA → BANA → BANANA
Exemplo: "Crianças com esse tipo de hipóteses sobre a escrita muitas vezes
escrevem, por exemplo, GATO, PATO e RATO da mesma forma: AO. No entanto,
para elas mesmas isso é inaceitável pois uma das primeiras hipóteses que as
crianças constroem sobre o sistema de escrita é a que diz que nomes diferentes
não devem ser escritos com as mesmas letras. Nesse descompasso está o grande
território das contradições que as crianças têm de enfrentar para superar essa
hipótese, que não dá conta da escrita no português.” Texto, Cap 2. O diálogo entre o
ensino e a aprendizagem, Telma Weisz
Exemplo: “[...] a metodologia das cartilhas pode fazer sentido para crianças
convencidas de que para escrever ba bastaria uma letra, que para escrever macaco
seriam necessárias três letras: MCO ou ACO ou MAC…Já para aquelas que ainda
cultivam ideias muito mais simples a respeito da escrita, sem sequer estabelecer
relação entre o falado e o escrito, o esforço de demonstrar que uma sílaba
geralmente se escreve com mais de uma letra não faz nenhum sentido.” “[...] em
uma sociedade letrada as crianças constroem conhecimento sobre a escrita desde
muito cedo, a partir do que podem observar e das reflexões que fazem a esse
respeito. Em busca de uma lógica que explique o que não compreendem quando
ainda não se alfabetizaram, as crianças elaboram hipóteses muito interessantes
sobre o funcionamento da escrita.” Texto, Cap 2. O diálogo entre o ensino e a
aprendizagem, Telma Weisz

Processos de aprendizagem:
Processos pelo qual o aprendiz desenvolve e constrói conhecimento sobre os
conteúdos escolares. Texto, Cap 2. O diálogo entre o ensino e a aprendizagem,
Telma Weisz
Modos de raciocínio que levavam a tal ou tal resposta. Texto, O autor e os
educadores do século XXI - Jean Piaget O Legado
“Como se vê, o conhecimento prévio não costuma ser convencional e arrumadinho.
Quando pedimos que os alunos estabeleçam novas relações em situações ainda
não experimentadas, fica evidente que o conhecimento se constrói de forma
aparentemente desorganizada e apresenta contradições que nem sempre são
reconhecidas pelo aprendiz.” Texto, Cap 3. O diálogo entre o ensino e a
aprendizagem, Telma Weisz

● Aprendizagem pela descoberta: a escola deveria estimular as


crianças a fazerem descobertas, criar situações tais em que pudessem não ser
ensinadas, mas realizar aprendizagens por si mesmas, o conhecimento
serviria como um alimento que o aprendiz necessitaria e iria em busca do
mesmo. Texto, Cap 2. O diálogo entre o ensino e a aprendizagem, Telma
Weisz
“[...] em uma sociedade letrada as crianças constroem conhecimento sobre a
escrita desde muito cedo, a partir do que podem observar e das reflexões que
fazem a esse respeito. Em busca de uma lógica que explique o que não
compreendem quando ainda não se alfabetizaram, as crianças elaboram
hipóteses muito interessantes sobre o funcionamento da escrita.” Texto, Cap
2. O diálogo entre o ensino e a aprendizagem, Telma Weisz
● Aprendizagem pela resolução de problemas: é um modelo de
ensino que, reconhecendo o papel da ação do aprendiz e a especificidade da
aprendizagem de cada conteúdo, propõe que a didática construa situações tais
que o aluno precise pôr em prática o que ele sabe para realizar a tarefa
proposta. Texto, Cap 2. O diálogo entre o ensino e a aprendizagem, Telma
Weisz
● Situações-problema: Situações de aprendizagem onde o aluno para
aprender, não irá buscar na memória, nem tampouco obterá resposta imediata,
ele deverá buscar os seus conhecimentos prévios, refletindo e construindo uma
solução. Texto, Cap 2. O diálogo entre o ensino e a aprendizagem, Telma Weisz
● Aprendizagem permanente: se refere a práticas como, ir ao cinema,
teatro, música entre outras atividades culturais como condições para uma
aprendizagem permanente, isso significa que quem possui qualidades são
pessoas que estão constantemente aprendendo. Texto, Cap 2. O diálogo entre o
ensino e a aprendizagem, Telma Weisz

Estágio:
o desenvolvimento da inteligência é um desenvolvimento que se dá por saltos, os
estágios representam uma lógica da inteligência que será superada por um estágio
superior apresentando uma outra lógica do conhecimento. Cada estágio representa
uma qualidade da inteligência, nenhum estágio pode ser pulado. Vídeo, Jean Piaget
(Texto e apresentação de Yves de La Taille)
● Estágio sensório-motor (0 a 24 meses):
A fase de 0 a 2 anos é uma fase muito rica, que a inteligência se desenvolve
muito antes da linguagem, nesta fase ocorre uma série de conquistas diárias
que preparam para a condição da criança falar. A criança só começa a falar
porque ela constrói um mundo antes. É também chamado de “Inteligência
Prática”, pois é uma fase do desenvolvimento da inteligência onde a criança
não emprega a linguagem mas apenas as suas ações e percepções. (vídeo,
Yves)
Do nascimento até cerca de dois anos; caracteriza-se, inicialmente, por um
egocentrismo praticamente total. Tudo o que a criança vê é uma extensão do
seu próprio corpo. Deste estágio, característico do recém-nascido, a criança
evolui, passando por outros estágios, até que, no fim do período sensório
motor, começa a descentralizar as ações em relação ao próprio corpo e a
considerá-lo como que um objeto entre os demais. Os objetos existem
independentes do eu; já têm uma realidade cognitiva além da realidade física.
(texto, apresentação da teoria Piaget)
[...] desde o nascimento até aproximadamente dois anos de idade;
caracteriza-se por ações não coordenadas; cada ação é ainda isolada e a
única referência comum e constante é o próprio corpo da criança; ela não
diferencia o seu eu do meio que a rodeia; tudo parece ser uma extensão de
seu próprio corpo, mas ela não se percebe como possuidora de desejos e
vontades que seriam as causas de suas ações. Texto, O construtivismo de
Piaget Prof Dr Marco Antônio
○ Objeto= no mundo há objetos e a própria criança é um objeto, mas ela
não tem clareza disso, é preciso que ela crie uma noção do que é
objeto. Vídeo, Jean Piaget (Texto e apresentação de Yves de La Taille)
○ Objeto permanente= é aquele objeto que embora eu não veja, eu sei
que ele ainda existe, atribuição de existência do objeto apesar de estar
fora do meu campo de visualidade. O universo independe da sua
concepção. Vídeo, Jean Piaget (Texto e apresentação de Yves de La
Taille)
○ Causalidade= entender que os objetos do mundo interagem entre si e
causam efeitos entre si. A criança imagina num primeiro momento que
ela tem as rédeas do mundo mas existem leis de causalidade.Vídeo,
Jean Piaget (Texto e apresentação de Yves de La Taille)
“[...] para Piaget, a causalidade é explicativa, não legal, isto é, para ele
a causalidade é a explicação causal não a lei. Uma lei expressa uma
regularidade enquanto a causalidade pressupõe um modelo
explicativo. A inferência de relações causais supõe a atribuição, à
realidade, de operações do sujeito e isso é possível graças à
construção de um sistema explicativo. (Texto, O construtivismo de
Piaget Prof Dr Marco Antônio)
Uma relação que a razão estabelece entre as coisas ou entre as
coisas e o sujeito e resulta de nossa capacidade de dedução. (Texto, O
construtivismo de Piaget Prof Dr Marco Antônio)
Ou seja, ao resistirem ao tratamento operatório do sujeito, às
inferências do sujeito, os objetos produzem perturbações nos seus
esquemas de assimilação que podem levar à construção de novos
esquemas de assimilação, resultando em equilibração majorante 5 e,
por conseguinte, em desenvolvimento cognitivo. (Texto, O
construtivismo de Piaget Prof Dr Marco Antônio)
Exemplo: "A evolução da causalidade tem lugar em três níveis
distintos. Em um primeiro momento, as explicações causais tendem a
ser fenomenistas, finalistas e mágicas. Em um segundo momento, são
artificialistas, animistas e dinâmicas. Somente no terceiro período,
depois dos 7 ou 8 anos, as explicações causais se tornam mais
racionais. Piaget descreve esta evolução através de três processos:
desubjetivação da causalidade, formação de séries seqüenciais no
tempo e reversibilidade progressiva de sistemas de causa e efeito... As
operações formais abrirão ao sujeito novas possibilidades de aprender
a causalidade." (Texto, O construtivismo de Piaget Prof Dr Marco
Antônio)
● Estágio pré-operatório (2 a 7 anos):
Pode ser chamado também de estágio da representação, representação é a
capacidade de pensar um objeto através de outro objeto, este estágio está
muito relacionado ao desenho, ao espelho, a imitação. Muda-se a qualidade
de inteligência, ainda é uma inteligência de ação mas também de
representação, a criança terá o trabalho de organizar essas representações
de uma forma coerente. Vídeo, Jean Piaget (Texto e apresentação de Yves
de La Taille)
Vai dos dois aos seis ou sete anos. Com o uso de símbolos e imagens
mentais, o pensamento da criança começa a se organizar, mas não é ainda
reversível. Sua atenção volta-se para os aspectos mais atraentes dos
acontecimentos e suas conclusões são também as mais atraentes
perceptualmente. Pode, portanto, facilmente cair em contradição. Continua
em uma perspectiva egocêntrica, vendo a realidade principalmente como ela
o afeta. Suas explicações são dadas em função de suas experiências;
podendo, ou não, ser coerentes com a realidade. Ante à falta de
reversibilidade, a criança, durante este período, não tem ainda a
compreensão da transitividade nem da conservação do todo. (texto,
apresentação da teoria Piaget)
[...] vai de dois a sete anos de idade, aproximadamente; desenvolve-se a
linguagem; as ações são mais coordenadas e menos centradas no sujeito;
objetos e eventos são representados mentalmente, têm realidade cognitiva
além da realidade física; no entanto, o pensamento ainda não é reversível; a
criança nesse período não tem ainda compreensão da transitividade, nem da
conservação do todo; sua atenção volta-se para os aspectos mais atraentes,
perceptualmente, de objetos e eventos podendo facilmente cair em
contradição. Texto, O construtivismo de Piaget Prof Dr Marco Antônio
○ Introdução à linguagem= a linguagem é um tema importante pois é
ela que permite a socialização numa inteligência. Vídeo, Jean Piaget
(Texto e apresentação de Yves de La Taille)
○ Introdução a moralidade= é nessa fase que a criança entra no
mundo dos valores, das regras, das virtudes, do certo e errado.
=Vídeo, Jean Piaget (Texto e apresentação de Yves de La Taille)
○ Egocentrismo= significa que a criança tem dificuldade em perceber o
ponto de vista do outro, ela percebe o ponto de vista do outro muito
centrada no seu próprio ponto de vista. Vídeo, Jean Piaget (Texto e
apresentação de Yves de La Taille)
● Estágio operatório (7 anos em diante):
o conceito de operação é uma ação interiorizada reversível; ação significa
manipular o mundo, trabalhar o mundo e agir sobre o mundo; ação
interiorizada significa mexer no mundo através da representação; ação
interiorizada reversível é a possibilidade de imaginação na cabeça de pensar
na ação e na anulação desta ação. Vídeo, Jean Piaget (Texto e apresentação
de Yves de La Taille)
○ Sentimento de necessidade= as coisas serão necessárias se
deduzidas a partir de um raciocínio Vídeo, Jean Piaget (Texto e
apresentação de Yves de La Taille)
○ Estágio operatório concreto (7 a 11 anos):
A criança faz uso dessa capacidade operatória apenas em cima de
objetos que ela pode manipular ou de situações que ela pode vivenciar
ou lembrar. Vídeo, Jean Piaget (Texto e apresentação de Yves de La
Taille)
Dos 7 a 8 anos aos 11 ou 12 anos; neste período verifica-se uma
descentração progressiva em relação à perspectiva egocêntrica. A
criança adquire as noções de reversibilidade e de conservação; porém
seu pensar está ainda limitado: as operações são, de fato, concretas,
isto é, incidentes diretamente sobre objetos reais. Ela não é ainda
capaz de operar com hipóteses com as quais poderia raciocinar
independentemente de saber se são falsas ou verdadeiras. Para
antecipar o ausente ela tem que partir do concreto. (texto,
apresentação da teoria Piaget)
[...] vai de 7/8 anos até 11/12 anos, aproximadamente; caracteriza se
por uma descentração progressiva em relação à perspectiva
egocêntrica; o pensamento já tem características de uma lógica de
operações reversíveis; apesar disso, a criança não é ainda capaz de
operar com hipóteses que podem ser falsas ou verdadeiras; para
antecipar o ausente ela tem que partir do concreto, contrariamente ao
período seguinte no qual o real é percebido como um caso particular
do possível.Texto, O construtivismo de Piaget Prof Dr Marco Antônio
○ Estágio operatório formal (12 anos em diante):
ela vai ser capaz de aplicar a sua lógica a objetos com textos
puramente hipotéticos, totalmente estranhos à sua vivência. Vídeo,
Jean Piaget (Texto e apresentação de Yves de La Taille)
Dos 11 ou 12 anos passa pela adolescência e prolonga-se até a idade
adulta. A principal característica deste período é a capacidade de
raciocinar com hipóteses verbais e não apenas com objetos concretos.
O adolescente transcende as operações concretas: formula os
resultados dessas operações sob a forma e proposições e continua a
operar mentalmente com elas. Adquire capacidade de manipular
construtos mentais e reconhecer relações entre eles. No estágio
correspondente à adolescência o indivíduo manifesta um último tipo de
egocentrismo: atribui grande poder ao seu próprio pensamento, a sua
capacidade de raciocinar formalmente, e julga, muitas vezes que
somente ele está certo. (texto, apresentação da teoria Piaget)
[...] dos 11/12 anos em diante; caracteriza-se principalmente pela
crescente capacidade de raciocinar com hipóteses verbais, não só
com objetos concretos; é o pensamento proposicional, através do qual,
ao raciocinar , o adolescente manipula proposições mentalmente;
torna-se capaz de fazer raciocínios hipotético - dedutivos; tem
capacidade para operar com construtos mentais; pode trabalhar com
operações lógico-matemáticas. Texto, O construtivismo de Piaget Prof
Dr Marco Antônio

Papel do professor:
“[...]o professor cria condições para que o aluno possa exercer a sua ação de
aprender participando de situações que favoreçam isso, essa ação ocorre de forma
intelectual.” Texto, Cap 2. O diálogo entre o ensino e a aprendizagem, Telma Weisz
“Acho que meu ideal de professor era alguém que pensa, uma espécie de
intelectual com a mão na massa, capaz de equacionar e propor soluções, e não
alguém que é arrastado a fazer coisas que não compreende, nem quando dão certo,
nem quando dão errado.” Texto, Cap 1. O diálogo entre o ensino e a aprendizagem,
Telma Weisz
“Cada vez mais a concepção que se tem do ato de ensinar desenha o perfil de um
professor que reflete enquanto age, pode tomar decisões, mudar rapidamente o
rumo de sua ação, interpretar as respostas que os alunos dão, autocorrigir-se. O
entendimento que se tem de um professor hoje é o de alguém com condições de ser
sujeito de sua ação profissional.”Texto, Cap 1. O diálogo entre o ensino e a
aprendizagem, Telma Weisz
“A questão é que, no momento em que o professor entende que o aprendiz sempre
sabe alguma coisa e pode usar esse conhecimento para seguir aprendendo, ele se
dá conta de que a pura intuição não é mais suficiente para guiar seu trabalho.”
Texto, Cap 2. O diálogo entre o ensino e a aprendizagem, Telma Weisz
“[...] ele precisa construir conhecimentos de diferentes naturezas, que lhe permitam
ter claros os seus objetivos, selecionar conteúdos pertinentes, enxergar na
produção de seus alunos o que eles já sabem e construir estratégias que os levem a
conquistar novos patamares de conhecimento. A prática pedagógica é complexa e
contextualizada, e portanto não é possível formular receitas prontas para serem
aplicadas a qualquer grupo de alunos: o professor, diante de cada situação,
precisará refletir, encontrar suas próprias soluções e tomar decisões relativas ao
encaminhamento mais adequado. Um pouco como o antigo mestre-escola, ele
precisa ser alguém com autonomia intelectual.” Texto, Cap 3. O diálogo entre o
ensino e a aprendizagem, Telma Weisz
“ O Construtivismo recoloca, na perspectiva do olhar que ele constitui, o educador
no lugar de trabalhador intelectual que pode realizar um trabalho mão alienado, no
lugar de alguém que tem o compromisso de atualizar-se, de compreender a sua
cultura e a sua sociedade, de conhecer o desenvolvimento dos educandos, de
compreender profundamente os conteúdos científicos para a partir deles realizar
transposições didáticas, criar metodologias singulares e pessoais, devolvendo-lhe
um pouco da dignidade roubada.” Texto, Revisitando Piaget
“[...] o professor é visto como um sujeito que, na sala de aula, também constrói
conhecimento: conhecimento pedagógico sobre o próprio processo de ensino.”
Texto, Revisitando Piaget
“Mas é evidente que o educador continua indispensável, a título de animador, para
criar as situações e armar os dispositivos iniciais capazes de suscitar problemas
úteis à criança, e para organizar, em seguida, contra exemplos que levem à reflexão
e obriguem o controle das soluções demasiado apressadas; o que se deseja é o
que o professor deixe de ser apenas um conferencista e estimule a pesquisa e os
esforço, ao invés de se contentar com a transmissão de soluções já prontas.” (
PIAGET, 1984; 15) Texto, Revisitando Piaget

Ensinar:
Se deve respeitar o nível de desenvolvimento cognitivo do aprendiz. (Texto, O
construtivismo de Piaget Prof Dr Marco Antônio)
Exemplo: um aluno que estiver no período operacional concreto não poderá
beneficiar-se de um ensino que exija raciocínios formais. Ainda que óbvia, esta
implicação geralmente não é levada em conta no ensino de certas disciplinas como,
por exemplo, a Física, cujo ensino é quase sempre conduzido como se os alunos
fossem todos operacionais formais. (Texto, O construtivismo de Piaget Prof Dr
Marco Antônio)
Significa, pois, provocar o desequilíbrio (conflito cognitivo) no organismo (mente) da
criança para que ela procurando o reequilíbrio (equilibração majorante) se
reestruture cognitivamente e aprenda. O mecanismo de aprendizagem da criança é
sua capacidade de reestruturar-se mentalmente procurando novo equilíbrio (novos
esquemas de assimilação). O ensino deve ativar este mecanismo. (texto,
apresentação da teoria Piaget)
“[...] Volto a me referir ao saber do ponto de vista do aprendiz, porque é esse o
conhecimento necessário para fazer o aluno avançar do que ele já sabe para o que
não sabe. Falo das construções e ideias que ele elaborou e que, no mais das vezes,
não foram ensinadas pelo professor, mas construídas pelo aprendiz.” Texto, Cap 3.
O diálogo entre o ensino e a aprendizagem, Telma Weisz
“[...] O ensino, em consequência, deve provocar conflitos cognitivos, quer dizer,
propor situações para as quais os esquemas dos alunos não funcionem, de modo a
provocar a necessidade de construção de novos esquemas. Em termos técnicos,
dir-se-ia que o ensino deve conduzir à equilibração majorante e, portanto, a
aprendizagens.” (Texto, O construtivismo de Piaget Prof Dr Marco Antônio)

Proposta Pedagógica Construtivista:


“O salto importante que se deu no conhecimento produzido sobre as questões do
ensino e da aprendizagem já permite que o professor olhe para aquilo que o aluno
produziu, enxergue aí o que ele sabe e identifique que tipo de informação é
necessária para que seu conhecimento avance. Isso se tornou possível porque, nas
últimas décadas, muitas pesquisas têm ajudado a consolidar uma concepção que
considera o processo de aprendizagem como resultado da ação do aprendiz. Nessa
abordagem, a função do professor é criar as condições para que o aluno possa
exercer a sua ação de aprender participando de situações que favoreçam isso. As
ações, nesse caso, não implicam necessariamente atividade física aparente, mas a
atividade mental, exercício intelectual.” Texto, Cap 2. O diálogo entre o ensino e a
aprendizagem, Telma Weisz
“De um ponto de vista construtivista é preciso aceitar a ideia de que nenhum
conceito - nem o número, nem a quantidade, nem nada - nasce com o sujeito ou é
importado de fora, mas precisa ser construído.”Texto, Cap 2. O diálogo entre o
ensino e a aprendizagem, Telma Weisz
“[...]Por isso é tão importante, na perspectiva construtivista, diante de cada novo
conteúdo, conhecer o que as crianças já sabem e o que podem produzir com e
sobre estes saberes.” Texto, Cap 3. O diálogo entre o ensino e a aprendizagem,
Telma Weisz

Aprender e ensinar em grupo:


“[...] e o que me sobrou naquele momento foi a ideia de que era importante trabalhar
em grupos, que os meninos deviam ter a possibilidade de trocar ideias com os
colegas.” Texto, Cap 1. O diálogo entre o ensino e a aprendizagem, Telma Weisz
“[...] Se eles aprenderam alguma coisa foi desenvolvendo esses projetos, que eles
achavam que era diversão e que eu não sabia bem o que fossem, mas sentia que,
no mínimo, iam ajudá-los a ser mais cooperativos.” Texto, Cap 1. O diálogo entre o
ensino e a aprendizagem, Telma Weisz
“Devo confessar que não sei muito bem como encaminhar situações desse tipo. Por
um lado acho que estou começando a entender qual a importância desse negócio
de botar as crianças para trabalharem juntas e para lerem quando ainda não sabem:
dá uma boa confusão, elas se envolve, discutem, vejo as coisas que estou
estudando sobre a aprendizagem acontecerem ali na minha frente” - Relato Ana
Rosa Abreu - Diário de classe, 1987) Texto, Cap 2. O diálogo entre o ensino e a
aprendizagem, Telma Weisz
“[...] É muito interessante também por duas crianças para trabalharem juntas e
observar, pois elas dão explicações umas às outras que fazem sentido entre elas, e
se o professor olhar com cuidado pode compreender muito do que acontece.”
Texto, Cap 3. O diálogo entre o ensino e a aprendizagem, Telma Weisz
“Quando os meninos jogam juntos, há um determinado momento, precioso no
processo de cada criança, em que aquilo que seu colega ao lado está fazendo - e
que é reconhecido como mais avançado - se torna observável para ela. Fazendo o
que já fazia antes ela avança o suficiente para reconhecer o procedimento do
colega como mais econômico, produtivo e, por que não dizer, mais bonito. O colega
podia estar fazendo aquilo há dias e ela não ter se dado conta. Quando percebe, é
porque já construiu a lógica necessária para aprender.” Texto, Cap 3. O diálogo
entre o ensino e a aprendizagem, Telma Weisz
“[...] Para as crianças que apresentam estratégias mais sofisticadas, a necessidade
de explicá-las para as que usam estratégias menos avançadas é uma situação
riquíssima, na qual podem aprender muito. As exigências da comunicação
obrigam-nas a desenvolver argumentos que consolidam seus conhecimentos,
fazendo-as avançar muito mais.” Texto, Cap 3. O diálogo entre o ensino e a
aprendizagem, Telma Weisz
“[...] concluímos que Piaget apoiava este tipo de educação, na medida em que
possibilita, além do desenvolvimento intelectual, o desenvolvimento moral das
crianças. Desta forma, podemos depreender que, além das relações de construção
dos conhecimentos acontecerem entre os sujeitos e os objetos cognoscíveis,
também as relações e negociações entre diferentes sujeitos, tendo em vista chegar
a um objetivo comum, fazem com que a educação - em pequenos grupos -
possibilite a aprendizagem como um ato solidário de crescimento moral e cognitivo.”
Texto, Revisitando Piaget
“A atitude de interagir com os colegas é propiciada pelo tipo de atividades, pelo
conteúdo do procedimento, pela atitude do educador que organiza e propicia esta
interação. Uma assembleia de alunos em grande grupo, um diálogo com um colega
através de uma rede de informações (telemática), a escrita de uma carta são
processos interativos e nem por isso os alunos precisam estar sentados em grupos.
O estar sentado em grupo pode favorecer as interações sociais mas por si só, não
as garante.” Texto, Revisitando Piaget

Avaliar:
“Compreender a perspectiva pela qual a criança enxerga o conteúdo é algo que, em
muitos casos, só é possível se o professor se colocar numa posição de observador
cuidadoso daquilo que o aluno diz ou faz em relação ao que está sendo ensinado.
Se quiser trabalhar com o modelo de ensino por resolução de problemas, com uma
concepção construtivista da aprendizagem, o professor precisa ter cuidado para não
tornar sinônimos o que o aluno já sabe e o que lhe foi ensinado.” Texto, Cap 3. O
diálogo entre o ensino e a aprendizagem, Telma Weisz
“[...] O fato de acreditar que os alunos pensam, que são capazes, é fundamental
para que eles progridam, pois nos leva a respeitá-los e apoiá-los.” Texto, Cap 3. O
diálogo entre o ensino e a aprendizagem, Telma Weisz
“Nessa perspectiva a avaliação dentro de um processo pedagógico com base
construtivista procura:
- romper as relações de poder construídas no cotidiano da sala de aula, tornando
alunos e professores sujeitos do processo educativo, parceiros na prática de
avaliação dos ‘fazeres pedagógicos’ - aprendizagem e ensino;
- sistematizar a avaliação ao longo do processo de trabalho escolar para que haja
um acompanhamento da aprendizagem do aluno e para que o professor possa
diagnosticar seu conhecimento, refletir sobre os resultados que encontrou e
construir alternativas hipotéticas de intervenção objetiva para aqueles alunos.
Assim, o educador é aquele que acompanha trajetórias, que possibilita
aprendizagens diferenciadas e singulares;
- propor a utilização de uma infinidade de instrumentos (de avaliação e de
comunicação dos resultados dessa avaliação) ao longo do ano para poder compor
um quadro daquilo que o aluno tem podido produzir e mostrar aos outros lembrando
que nem sempre aquilo que se mostra é o que realmente se sabe.” Texto,
Revisitando Piaget
“[...] recoloca-se a questão da avaliação pensando-a como elemento possivelmente
dinamizador e qualificador da prática educativa.” Texto, Revisitando Piaget

Organizar e educar a partir da disciplina:


“O que o professor vai fazer a partir desse momento- a ação pedagógica que vai
desencadear- dependerá, fundamentalmente, de sua concepção de aprendizagem.
Porque, tendo ele consciência disso ou não, todo ensino se apoia em uma
concepção de aprendizagem. Texto, Cap 2. O diálogo entre o ensino e a
aprendizagem, Telma Weisz
“No ensino, deve-se respeitar os períodos de desenvolvimento mental do aluno.
Aprender implica construir esquemas de assimilação. Para isso, é preciso criar
conflitos cognitivos que levem a uma equilibração majorante. A equilibração
minorante leva ao abandono da tarefa de aprendizagem. Um esquema de
assimilação construído permite ao aluno lidar com uma classe de situações.” Texto,
Conceitos centrais do Behaviorismo Skinneriano e Construtivismo Piagetiano.
“Ao professor compete, após fazer a sua avaliação do trabalho da criança, refletir
sobre o que pode fazer para que esta criança possa continuar, com maior
desenvoltura, seu processo de construção cognitiva. É a partir desta reflexão que
ele não só poderá dar continuidade ao seu diálogo com a criança como também
poderá repensar seu planejamento de longo prazo.” Texto, Revisitando Piaget
“[...] o que se tem proposto pedagogicamente a partir do Construtivismo não é a
ausência de disciplina - pois todos nós sabemos que sem um mínimo de disciplina
não há como construir conhecimentos - mas uma nova disciplina, quem sabe na
perspectiva de um autodisciplina. A afirmativa de que uma criança que está
envolvida em uma atividade disciplina-se ‘automaticamente’, é verbalizada tanto
pelos professores como pelos pais cotidianamente. A disciplina é mais que um
meio, é um resultado. É fruto das relações humanas que se dão em um contexto
social concreto.” Texto, Revisitando Piaget
“A organização disciplinar do espaço educativo deve partir do contexto social em
que a escola está inserida, da reflexão sobre o tipo de pessoa que se pretende
formar, para, a partir disto, constituir uma proposta adequada e democrática. É
essencial que, num mundo em constantes mudanças, a escola analise sua forma de
organização como algo dinâmico e flexível. Nela deve haver lugar para o prazer, a
diferença, o conflito, a desordem e a criação de novas ordens.” Texto, Revisitando
Piaget
“O Construtivismo recoloca a questão da disciplina na perspectiva do que Piaget
denominou de autogoverno. Apontando um processo de formação superador do
submetimento à opressão das tradições e das gerações anteriores.” Texto,
Revisitando Piaget

Ideias para elaborar o currículo construtivista:


“Desenvolvíamos projetos e minha classe era coberta de material do teto ao chão
[...]. Por animação, eu acabava oferecendo muitas oportunidades. Como montar
uma peça teatral, com milhares de coisas que precisavam ser feitas. Tínhamos um
acordo: passávamos metade do período fazendo tarefas escolares e a outra metade
preparando “o projeto”- sempre havia um em andamento. Estávamos sempre cheios
de entusiasmo, produzindo alguma coisa que no fim ia ficar pronta e ser vista por
nós mesmos.” Texto, Cap 1. O diálogo entre o ensino e a aprendizagem, Telma
Weisz
“Brincava, propunha alguns jogos de construção mais elaborados e percebia que
eles se envolviam muito com essas atividades. Fizemos bonecos de teatro, roupas
para o espetáculo, cenários, o que aparecesse. Desenhava-se muito também. Por
conta da minha própria experiência pessoal como estudante de belas-artes, eu
acabava inventando propostas que faziam os alunos trabalharem com diferentes
linguagens.” Texto, Cap 1. O diálogo entre o ensino e a aprendizagem, Telma Weisz
“O professor que pretenda qualificar-se melhor para lidar com a aprendizagem dos
alunos precisa estudar e desenvolver uma postura investigativa. É certo que quando
começamos a ver reconhecer o movimento de aprendizagem da criança e a forma
como costuma acontecer - mesmo que seja em relação a alguns conteúdos apenas
-, isso funciona como uma espécie de alerta. Às vezes não existe conhecimento
disponível sobre a aprendizagem de um determinado conteúdo para nos ajudar a
interpretar o que as crianças fazem. Mesmo assim, se cultivarmos um olhar
cuidadoso, certamente avançaremos com mais cautela, seremos menos
arrogantes.” Texto, Cap 3. O diálogo entre o ensino e a aprendizagem, Telma Weisz
“Em meu trabalho de formação de professores peço a eles que observem
atividades, registrem o que observaram e tragam esses registros para os nossos
encontros, para serem discutidos.” Texto, Cap 3. O diálogo entre o ensino e a
aprendizagem, Telma Weisz
“Essa equalização das oportunidades de aprendizagem das crianças que chegam é,
como já vimos, tarefa da escola, e diante dela, a escola precisa refletir sobre suas
práticas pedagógicas.” Texto, Cap 3. O diálogo entre o ensino e a aprendizagem,
Telma Weisz
“[...] Na verdade, o que precisa ser socializado na escola diz respeito,
fundamentalmente, a conteúdos pertencentes ao mundo da cultura, da literatura, da
ciência, da arte, da informação tecnológica, etc. Todas as crianças têm direito a isso,
porque é condição de inserção social.” Texto, Cap 3. O diálogo entre o ensino e a
aprendizagem, Telma Weisz
“Para Piaget, não há conhecimento sem conteúdo, pois a estruturas cognitivas se
constroem a partir de conteúdos.” Texto, Revisitando Piaget
“[...] um currículo pode constituir-se tendo como base as diferentes áreas do
conhecimento, a realidade sócio-cultural onde os alunos vivem, os temas sociais
emergentes e outros elementos possíveis. Certamente, é desta confluência de faces
que podem surgir os temas imprescindíveis a serem trabalhados para que os alunos
possam aprender a ‘ler’ e a ‘compreender’ o mundo em que vivem, a fazer suas
escolas e a transformar este mundo para torná-lo melhor.” Texto, Revisitando Piaget
“O currículo, portanto, não pode ser universal e ter como base apenas as estruturas
do desenvolvimento cognitivo (como muitos piagetianos quiseram, por exemplo no
projeto currículo High/Score EUA). A elaboração do currículo escolar é uma prática
social que emerge de um movimento cultural realizado por homens/mulheres
historicamente situados. O currículo de uma escola precisa ser constantemente
repensado e discutido coletivamente, para que sobre ele se construam vários
olhares: de pais, professores, alunos, funcionários.” Texto, Revisitando Piaget
“[...] Ao professor e à escola cabe criar um roteiro rico em acontecimento,
planejando os aspectos fundamentais e ir fixando as metas a serem atingidas, bem
como deixar espaço para o imprevisto.” Texto, Revisitando Piaget

Ideias atuais da teoria de Jean Piaget que são necessárias para a


atuação do (a) pedagogo (a):
“Para interpretar adequadamente o que está acontecendo com a aprendizagem de
seu aluno, o professor precisa de um conhecimento que é produzido no território da
ciência. Isso porque, na verdade, a gente consegue ver apenas o que tem
instrumentos para compreender.” Texto, Cap 2. O diálogo entre o ensino e a
aprendizagem, Telma Weisz
“[...] Por isso é muito difícil para o professor manter-se dentro de uma visão
construtivista se ele não tiver uma postura intelectual a guiá-lo e lembrar-lhe o
tempo todo que o seu olhar não é igual ao olhar da criança, que ele vê o
conhecimento de um lugar onde o conhecimento já é construído, e que por isso
precisa se apoiar no conhecimento científico disponível, única forma de recuperar o
olhar de quem está em processo de construção.” Texto, Cap 2. O diálogo entre o
ensino e a aprendizagem, Telma Weisz
“O modelo de ensino atualmente relacionado ao construtivismo chama-se
aprendizagem pela resolução de problemas e pressupõe uma intervenção
pedagógica de natureza própria. Quando falamos de aprendizagem pela resolução
de problemas não estamos nos referindo aos clássicos problemas escolares de
matemática, e sim à utilização, como núcleo das situações de aprendizagem, de
situações-problema. Temos disponível agora um modelo de ensino que,
reconhecendo o papel de ação do aprendiz e a especificidade da aprendizagem de
cada conteúdo, propõe que a didática construa situações tais que o aluno precise
pôr em jogo o que ele sabe no esforço de realizar a tarefa proposta.” Texto, Cap 2.
O diálogo entre o ensino e a aprendizagem, Telma Weisz
“Se o professor tiver uma hipótese sobre como a criança fez aquela conta errada,
poderá levantar perguntas e questões. Poderá também tentar pensar junto com ela
como é que se resolve isso.” Texto, Cap 3. O diálogo entre o ensino e a
aprendizagem, Telma Weisz
“[...] Nesses casos é importante que desenvolva uma sensibilidade e uma espécie
de escuta para a reflexão que as crianças fazem, supondo que atrás daquilo que
pensam há coisas que têm sentido e que não são apenas fruto da ignorância.”
Texto, Cap 3. O diálogo entre o ensino e a aprendizagem, Telma Weisz
“Se o olhar do professor está suficientemente informado, ele pode tomar decisões
importantes, seja na formação das parcerias entre alunos, seja nas questões que
ele mesmo propõe no desenrolar da atividade.” Texto, Cap 3. O diálogo entre o
ensino e a aprendizagem, Telma Weisz
“Os professores, especialmente os de classes iniciais, que quiserem contribuir para
que todos os alunos de sua classe tenham as mesmas possibilidades de aprender,
devem cumprir o papel de estimulá-los a participar da cultura. Não de uma cultura
infantilizada, já que as crianças são capazes de conviver com coisas muito
interessantes e elaboradas.” Texto, Cap 3. O diálogo entre o ensino e a
aprendizagem, Telma Weisz
“Um instrumento poderoso para um professor que pretende ampliar o horizonte
cultural e o repertório de informações de seus alunos é o jornal.” Texto, Cap 3. O
diálogo entre o ensino e a aprendizagem, Telma Weisz
“[...] Afirmamos que o educador deverá fazer uma rigorosa observação do que foi
produzido, cotejando esta produção com tudo aquilo que esta criança vem
realizando e aí terá uma visão processual e poderá realizar um julgamento sobre
este trabalho. Mas este julgamento não terá, em momento algum, o objetivo de
classificar algo como certo ou errado, pois estes conceitos são relativizados frente
ao processo de desenvolvimento.” Texto, Revisitando Piaget

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