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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

CENTRO DE EDUCAÇÃO - CE
PEDAGOGIA DIURNO
SEMINÁRIO INTEGRADOR I: PROFISSÃO PEDAGOGO-
ITINERÁRIO FORMATIVO

TURMA 11

2021/1

Professores: Aline Arnemann, Jorge Luiz da Cunha, Josiane


Pozzatti Dal Forno, Liliana Soares Ferreira, Lutiere Dalla Valle.

Aluna: Manuela Aparecida Andrade da Silva

MEMORIAL

Santa Maria, 2021.


Este memorial tem como objetivo descrever minhas experiências nas
palestras realizadas nas aulas da matéria Seminário Integrador I: Profissão
Pedagogo, que tinham o intuito de instigar questionamentos e agregar
conhecimentos. De forma resumida, irei falar sobre cada mesa apresentada e
acrescentar minhas opiniões, a respeito da contribuição desses conhecimentos para
a minha formação.
A primeira palestra apresentada foi ministrada pelo Professor Doutor Izaque
Machado Ribeiro, da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das
Missões (URI), que abordou o tema “Escola e Gênero: espaços de pressão ou de
construção da cultura de paz?”, assunto este que foi discutido na sua tese de
doutorado, a partir dos questionamentos sobre “As experiências de pessoas trans e
travestis”. A partir dessa mesa, recordei situações vividas na escola, que muitas
vezes foram preconceituosas e perpetuaram a imposição da heteronormatividade.
Com isso, me questionei como, eu futura pedagoga, posso mudar as ações que são
vistas como padrão ou “normais” no meio escolar, para que aqueles indivíduos que
“fogem do padrão” possam se sentir respeitados e acolhidos, contribuindo, assim,
para a “Educação para a paz. Igualdade para a diversidade.”, conforme foi dito pelo
professor Jorge Luiz em aula.
Na mesa “Discussões sobre linguagem e língua: contribuições à formação do
pedagogo”, a Professora Doutora Carla Rosane da Silva Tavares Alves, da
Universidade de Cruz Alta (Unicruz) discorreu sobre a importância da língua e da
linguagem ao ensinar uma criança, uma vez que a linguagem é uma forma de os
professores socializarem com a turma e assim auxiliarem no desenvolvimento dos
próprios estudantes, enquanto a língua é uma ferramenta que, ao alfabetizar,
segundo a Professora Carla, o professor ensina aos alunos.
Nessa palestra, um ponto que chamou a minha atenção, foi que a professora
Carla ressaltou a possibilidade de trabalhar com diferentes formas de linguagem no
processo de ensino-aprendizagem, podendo ser tanto através do “sentir” uma
música ou dança, quanto a partir de um teatro ou história em quadrinhos. Isso me
fez lembrar que só vivi esta experiência, de aprender com suporte da dança ou
música, quando estava na pré-escola e que quando iniciei meus estudos no ensino
fundamental; a linguagem que aprendíamos era apenas escrita, voltada apenas
para o ler e escrever, de forma a priorizar o aprendizado de matérias como
português e matemática, deixando de lado a importância de se estimular a
curiosidade e a criatividade.
Ao propor o tema “Docência na Educação Infantil: gênero, masculinidade e
formação de professores/as”, apresentado pelo Professor Doutor Rayff Gumercindo
Pereira de Souza, da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) nos foi
possível questionar e refletir a respeito da participação do homem na Educação
Infantil. Além disso, me fez questionar os preconceitos e receios, que ainda existem
quando visualizamos um homem trabalhando no meio infantil, pois, de forma
errônea, perpetuamos a ideia de que só a mulher é capaz de cuidar e lidar com as
crianças, relacionando a mulher e a maternidade. Dessa forma, me questionei por
que não tive nenhum professor quando estava no Fundamental I, só professoras,
sendo que grande parte dos materiais didáticos que utilizava em sala eram escritos
por homens.

Ainda que as agentes do ensino possam ser mulheres, elas se ocupam de


um universo marcadamente masculino [...] porque a seleção, a produção, a
transmissão dos conhecimentos (os programas; os livros; as estatísticas; os
mapas; as questões; as hipóteses e os métodos de investigação ‘científicos’
e válidos; a linguagem e a forma de apresentação dos saberes) são
masculinas. (Louro 1997, p. 89)

Portanto, por meio da palestra foi estimulado que nós futuras pedagogas e
futuros pedagogos, busquemos superar as atitudes discriminatórias à docência de
homens na Educação Infantil.
Já o tema exposto na aula do seminário do dia 19 de julho foi sobre “Cultura,
educação e ensino de história para o combate ao racismo: narrativas da Lei
10.639/03”, e o palestrante foi o Professor Doutor João Heitor Silva Machado, que
explanou sobre o tema com propriedade, como também trouxe suas memórias e
vivências. Ademais, foi discutido sobre 1) as dificuldades que a criança negra tem
para ingressar na educação básica e no ensino superior, revelando o abismo social
que existe no Brasil decorrente de tudo que aconteceu no passado do nosso país,
2) o surgimento das cotas e 3) a resistência em se aplicar a Lei 10.639/03 e,
principalmente, 4) sobre a necessidade de falar e estudar sobre a história negra, de
modo a colocar a África como uma referência pedagógica. A partir dessa palestra,
foi frisada a importância da história e de conhecer a nossa ancestralidade, além da
necessidade de lembrarmos dos acontecimentos do passado e não
apagá-los/negá-los, mas sim, darmos voz para aqueles que foram segregados e
afetados em um tempo não muito distante.
A penúltima palestra ministrada pela Professora Doutora Viviane Preichardt
Duek, da Universidade Estadual de Santa Catarina (UDESC), cujo tema era “O lugar
do corpo na educação para a infância”, me proporcionou relacionar o conteúdo que
estávamos discutindo nas aulas de Educação Física e Cultura Corporal, que é
lecionada pela professora Daniela Minello, pois trata exatamente sobre o assunto
discorrido na mesa. Assim sendo, o conteúdo apresentado frisou a importância de
entender que a criança aprende e descobre o mundo a começar pelo corpo, de
modo a correr, pular, andar e escalar, pois esta é a sua primeira forma de
comunicação e aprendizado, por isso, a criança deveria ser incentivada a ter um
corpo em movimento, ao contrário da ideia de um corpo contido. Assim, segundo a
professora Viviane, “O corpo deve ser o ponto de partida e de chegada na educação
da infância.”
A quinta e última palestra realizada foi apresentada pelo Professor Doutor
Emerson Augusto Medeiros, da Universidade Federal do Semiárido (UFERSA), que
tratou sobre o tema “História do curso de pedagogia no Brasil 1939-2019”. Ademais,
o professor Emerson explanou, de forma linear, sobre cada transformação sofrida
pelo curso ao longo dos anos e sua história, as propostas curriculares e o trabalho
do pedagogo e da pedagoga atualmente. Com a palestra do professor Emerson, fui
capaz de refletir sobre a necessidade de se lutar por avanços no âmbito educacional
e a relevância que tem para nós futuras pedagogas sabermos acerca das mudanças
que o curso teve ao longo dos anos.
Por fim, ao relembrar os conhecimentos adquiridos nas palestras realizadas
na matéria Seminário Integrador I: Profissão Pedagogo, é perceptível a grande
relevância que essas aulas tiveram para a minha formação, pois, por meio delas,
pude me perguntar qual tipo de profissional quero ser no futuro, se vou buscar
sempre ter um bom diálogo com os meus alunos, se irei contra ações no ambiente
escolar que discriminam e segregam, ou no caso de ter um colega de trabalho
homem, se irei o apoiar ao invés de julgar. Logo, os ensinamentos passados nessas
aulas contribuíram não só para incitar questionamentos, mas para estimular
mudança nas minhas ações e pensamentos como pessoa e futura pedagoga.
REFERÊNCIA

LOURO, Guacira Lopes. Gênero, sexualidade e Educação: uma perspectiva


pós-estruturalista. Petrópolis: Vozes, 1997.

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