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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA

INSTITUTO DE GEOGRAFIA

HEITOR YAN OLIVEIRA VELOSO

Caracterização Petrográfica do Stock Emborcação da Suíte


Estrela do Sul na porção noroeste de Grupiara – Minas Gerais

Monte Carmelo - MG
2024
HEITOR YAN OLIVEIRA VELOSO

Caracterização Petrográfica do Stock Emborcação da Suíte


Estrela do Sul na porção noroeste de Grupiara – Minas Gerais

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


ao Curso de Geologia do Instituto de
Geografia da Universidade Federal de
Uberlândia, como parte dos requisitos
necessários à obtenção do título de Bacharel
em Geologia.

Orientadora: Prof.ª Drª. Larissa Marques


Barbosa de Araújo

Monte Carmelo - MG
2024
Resumo

Este trabalho apresenta uma análise geológica detalhada Stock Emborcação da Suíte Granítica
Estrela do Sul, fornecendo dados valiosos sobre a complexidade mineralógica e litológica da
região estudo, por meio do mapeamento sistemático, identificação de contatos litológicos e
caracterização faciológica preliminar. Nesta primeira parte do trabalho foram coletadas e
analisadas 52 amostras, das quais 10 representativas foram selecionadas para uma
caracterização petrográfica mais detalhada. Os resultados parciais destacam a diversidade nas
litologias identificadas, com ênfase nas amostras HV-03A, HV-03B, HV-03C e HV-18, todas
associadas à Suíte Granítica Estrela do Sul. Essas rochas graníticas exibem variações na
granulação, composição mineralógica e textura, sendo classificadas como Biotita
monzogranito médio. A presença de textura porfirítica em algumas amostras sugere condições
de resfriamento mais lentas, indicando eventos magmáticos complexos. Além disso, a
importância dos contatos litológicos é evidenciada, especialmente entre a o Stock Emborcação
com o Complexo Monte Carmelo, em contraste com outras suítes graníticas encontradas nos
metassedimentos do Grupo Araxá. Essa compreensão geológica preliminar destaca a
necessidade de investigações mais aprofundadas nas fases subsequentes da pesquisa como
análises microscópicas, geoquímicas e isotópicas são sugeridas para uma interpretação mais
robusta da evolução geológica da área, proporcionando resultados fundamentais para uma
análise mais aprofundada dos processos magmáticos e metamórficos que influenciaram na
formação da Suíte Granítica Estrela do Sul.

Palavras-chaves: Stock Emborcação, Suíte Granítica Estrela do Sul, mapeamento geológico e


petrografia.
ABSTRACT
This study presents a detailed geological analysis of the Estrela do Sul Granitic Suite in the
Stock Emborcação area, providing valuable insights into the mineralogical and lithological
complexity of this region. Through systematic mapping, identification of lithological contacts,
and preliminary faciological characterization, 52 samples were collected and analyzed, with
10 representative samples selected for a more detailed petrographic characterization. The
partial results highlight the diversity in identified lithologies, with emphasis on samples HV-
03A, HV-03B, HV-03C, and HV-18, all associated with the Estrela do Sul Granitic Suite.
These granitic rocks exhibit variations in grain size, mineralogical composition, and texture,
being classified as Biotite Monzogranite medium. The presence of porphyritic texture in some
samples suggests slower cooling conditions, indicating complex magmatic events.
Furthermore, the importance of lithological contacts is evidenced, especially the association
of the Stock Emborcação with the Monte Carmelo Complex, in contrast to other granitic suites
commonly found in the metasediments of the Araxá Group. This preliminary geological
understanding highlights the need for further investigations in the subsequent phases of the
research. Microscopic, geochemical, and isotopic analyses are suggested for a more robust
interpretation of the geological evolution of the area, providing fundamental insights into the
magmatic and metamorphic processes that influenced the formation of rocks in the Estrela do
Sul Granitic Suite. This study significantly contributes to the understanding of the regional
geology and serves as a foundation for future research in the area.
Palavras-chaves: Stock Emborcação, Estrela do Sul Granitic Suite, geological mapping,
petrography.
Sumário
1. Introdução.................................................................................................................6
2. Objetivos...................................................................................................................8
3. Metodologia............................................................................................................10
4. Geologia Regional...................................................................................................11
5. Resultados Parciais................................................................................................17
6. Conclusão e Cronograma......................................................................................24
7. Referências..............................................................................................................26
1. INTRODUÇÃO
A configuração geológica do Brasil Central está vinculada à orogênese
Brasiliana, um processo que resultou em uma complexa rede de faixas de
dobramentos e crátons estáveis (ALMEIDA, 1967). A Faixa Brasília, inserida
nesse contexto, destaca-se como um cinturão de dobramentos neoproterozoicos
que abrange as porções dos estados de Tocantins, Goiás e Minas Gerais,
estendendo-se por aproximadamente 1200 km por 300 km. Sua evolução
complexa e diacrônica é resultado da interação entre os Crátons do São
Francisco, Paranapanema e Amazônico (ALMEIDA, 1977).
A Faixa Móvel Brasília, uma região geológica abrangendo o central do
Brasil, destaca-se pela diversidade de litologias e estruturas que revelam eventos
tectônicos e magmáticos ao longo de distintas eras geológicas. A área designada
para o mapeamento, localizada na Folha Catalão (SE.23-Y-A-I-3), apresenta
uma geologia única, conforme evidenciado pelo mapa geológico e relatório
elaborados por Moura e Boa (2017). Nesse contexto, a presença dos granitos
pertencentes à Suíte Granítica Estrela do Sul foi identificada durante o
mapeamento em escala de 1:100.000 realizado pelo projeto Triângulo Mineiro
da CODEMIG.
Moura e Boa (2017) destaca a presença de leucogranitos intrusivos da
Suíte Granítica Estrela do Sul nos granitos do Complexo Monte Carmelo,
evidenciando um evento magmático relacionado à colisão neoproterozoica na
Faixa Brasília. Esses leucogranitos indicam a intrusão de magmas graníticos em
níveis crustais mais elevados, refletindo o magmatismo associado à tectônica
regional.
A Suíte Granítica Estrela do Sul, segundo diversos autores (HASUI e
ALMEIDA, 1970; SEER e MORAES, 2013; CHAVES e DIAS, 2017 e
SANTOS, 2019), é composta por sete corpos graníticos, caracterizados como
tipo S, resultado de fusão crustal parcial. Apresentando características comuns
como coloração acinzentada, textura fanerítica e inequigranular, exibindo uma
mineralogia rica em quartzo, feldspato (ortoclásio e microclínio), plagioclásio
(oligoclásio), biotita, muscovita e minerais opacos, podendo conter minerais
acessórios como monazita, apatita, granada e turmalina. Com uma idade de
cristalização entre 642 e 630 Ma, classifica-se como um granito tardi-pós
colisional.

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Diversos estudos em escala de mapeamento de detalhe, realizados
próximos à região de estudo foram abordados nas monografias de Silva (2022),
Aquino (2023) e Ferraz (2023). o último trabalho na Suíte Estrela do Sul foi
realizado por Ferraz et al (2023) (Figura 1), onde apesar do trabalho ser focado
em apenas um dos stocks dessa suíte, para melhor entendimento foram
denominados os sete stocks mapeados pela CODEMIG, recebendo os nomes de
1- Estrela (Silva, 2022); 2- Itambé (Ferraz, 2023); 3- Limeira (Aquino, 2023); 4,
5 e 6- Grupiara; 7 - Imperial. Onde o 6 nomeado de Grupiara corresponde ao
stock Emborcação foco de estudo neste trabalho

Figura 01: Mapa litológico com os principais stocks da Suíte Granítica Estrela do Sul.

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Autor: Ferraz et al. 2023.

O presente estudo concentra-se na caracterização petrográfica do Stock


Emborcação, um dos corpos graníticos sin-colisionais da suíte, localizado a
noroeste da cidade de Grupiara, em Minas Gerais. Este trabalho tem como
principal objetivo realizar o mapeamento sistemático em escala de detalhe
1:25.000 e realizar a caracterização petrográfica e faciológica do Stock
Emborcação da Suíte Granítica Estrela do Sul, localizado na região noroeste de
Grupiara Minas Gerais, com coordenadas delimitadas entre os pontos X1:
201672, Y1: 7959015; X3: 209000, Y3: 7954000 (Figura 2).
A delimitação dessa área baseou-se em dados analisados da Folha
Catalão e na fotointerpretação através de softwares de geoprocessamento,
considerando elementos como cor do solo, relevo, drenagem e lineações. Esses
critérios essenciais foram utilizados para a definição precisa da área de estudo,
proporcionando uma base sólida para a pesquisa.

Figura 02: Mapa de localização da área de estudo.

Fonte: O autor.

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2. OBJETIVOS

Este trabalho tem como principal objetivo realizar o mapeamento sistemático em


escala de detalhe 1:25.000 e realizar a caracterização petrográfica e faciologica, bem
como reconhecer a abrangência das litologias do Stock Emborcação pertencente a Suíte
Granítica Estrela do Sul, localizado na região noroeste de Grupiara Minas Gerais. Para
atingir esse objetivo principal, foi estabelecido os seguintes objetivos específicos:

Mapeamento Geológico Detalhado:


a. Realização de levantamento de campo na área do Stock
Emborcação, utilizando técnicas de cartografia e topografia para identificação de
litologias.
b. Coleta de dados de campo para observação direta de afloramentos
e formações rochosas.
c. Utilização de instrumentos como bússolas, GPS e equipamentos
de medição para determinar coordenadas geográficas e orientações estruturais.
Caracterização Petrográfica e Faciológica:
a. Coleta de amostras representativas do Stock Emborcação para
análise petrográfica.
b. Realização de análises macroscópicas para identificação visual de
características como texturas, coloração, granulação, mineralogia, tamanho dos
grãos, forma, orientação e presença de fenocristais.
Integração e Mapeamento Espacial:
a. Combinação dos dados obtidos, incluindo informações
petrográficas e faciológicas, para criar mapas temáticos representando
espacialmente as diferentes fácies do Stock Emborcação.
b. Utilização de ferramentas de Sistemas de Informação Geográfica
(SIG) para integrar e visualizar os dados em um contexto geoespacial.
Delimitação Espacial e Remodelamento do Corpo Intrusivo:
a. Utilização de imagens de satélite de alta resolução para delimitar
espacialmente o corpo intrusivo do Stock Emborcação.
b. Aplicação do software QGIS para realizar a remodelagem
espacial do corpo magmático intrusivo, atualizando as dimensões do granito
conforme as informações obtidas.

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Essas etapas proporcionam uma compreensão detalhada do Stock
Emborcação, contribuindo para a interpretação da evolução geológica da Suíte
Granítica Estrela do Sul na região noroeste de Grupiara, Minas Gerais.

3. METODOLOGIA

O presente trabalho de conclusão de curso (TCC) foi estruturado em


quatro fases distintas para contribuir com as atividades previstas para finalizar o
trabalho. A fase preliminar envolveu a revisão bibliográfica e a delimitação do
corpo intrusivo da Suíte Granítica Estrela do Sul.

1ª Etapa

Esta etapa consiste no levantamento sistemático do histórico


bibliográfico geológico da área envolvendo as fontes bibliográficas, incluindo
monografias, dissertações, teses, artigos e relatórios técnicos. Levantamentos de
mapas geológicos, nas escalas regionais. gerados pela CODEMGE (Companhia
de Desenvolvimento de Minas Gerais).

2ª Etapa

Esta etapa consiste na aquisição dos dados geológicos (confecção de


mapa de pontos, coleta de amostras, delimitação espacial da intrusão), pelas
campanhas de campo. Neste primeiro momento, foram realizados quatro dias de
trabalho de campo, para um mapeamento geológico detalhado em escala
1:25.000. Com caminhamentos para o levantamento de pontos e coletas
sistemáticas de amostras representativas do corpo granítico com 35 pontos
distintos.
As amostras foram encaminhadas para laboratório onde foi realizado a
caracterização petrográfica pela descrição macroscópica, para determinação da
mineralogia, porcentagem de minerais, estrutura, textura, tamanho e morfologia
dos cristais, grau de cristalinidade e visibilidade, forma dos fenocristais,
orientação dos cristais. A classificação dos granitos seguiu a metodologia de

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Streckeisen (1976), incluindo a contagem modal e a elaboração do diagrama
QAP. As descrições petrográfica foram armazenadas em fichas catalográficas e
tabelas detalhadas.

3ª Etapa

Esta etapa envolveu a integração dos resultados obtidos em campo, pela


confecção de mapas de ponto e geológico, bem como criação de banco de dados
dos pontos amostrados. A confecção dos mapas de ponto e geológico foram
geradas utilizado o software QGIS 3.32.2.

4ª Etapa

A última etapa consiste na elaboração do Trabalho de Conclusão de


Curso 1, apresentando resultados parcial, considerações parciais e o cronograma
futuro.

4. GEOLOGIA REGIONAL

Este estudo concentra-se na análise petrográfica do Stock Emborcação, parte


integrante da Suíte Granítica Estrela do Sul, localizado na porção noroeste do município
de Grupiara, Minas Gerais. A área em destaque está situada na Faixa Brasília Meridional,
no contexto geológico conhecido como Alto Paranaíba, ao sul da Província Tocantins.
A Província do Tocantins, situada na porção central do Brasil, representa um
significativo sistema orogênico Neoproterozoico, originado pela convergência e colisão
dos blocos continentais do continente Amazônico a oeste, do continente São Francisco a
leste e do bloco Paraná (ou Rio de la Plata) ao sul. Os Três cinturões supracrustais
principais, identificados como os principais componentes da Província do Tocantins,
incluem os cinturões Araguaia e Paraguai ao longo das margens leste e sudeste do Cráton
Amazônico, respectivamente, e o Cinturão Brasília, exposto ao longo da borda oeste do
Cráton São Francisco (Pimentel et al., 2001).
A Província Estrutural do Tocantins (Figura 3), conforme descrita por Almeida et
al. (1977), abrange os terrenos entre os crátons Amazônico e do São Francisco. A Faixa
Brasília, localizada na porção oriental dessa província, delimita-se a Leste com o Cráton

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do São Francisco, interfere-se ao sul com a Faixa Alto Rio Grande, é recoberta por rochas
sedimentares da Bacia do Paraná a sudoeste e limita-se a oeste com o Maciço de Goiás.

Figura 3: Província Estrutural do Tocantins, com foco na Compartimentação


da
Faixa Brasília.

Fonte: Ferraz (2023).

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Faixa Brasília

A Faixa Brasília (Figura 2), também conhecida como Orógeno Brasília, é uma
extensa estrutura de dobramentos que se formou durante o Neoproterozoico na porção
ocidental da Província Tocantins, abrangendo os estados de Tocantins, Goiás e Minas
Gerais.Com uma extensão de mais de 1.100 km e uma largura de aproximadamente 300
km, essa faixa representa um proeminente cinturão de dobramentos que se desenvolveu
na borda ocidental e meridional do Cráton São Francisco durante o Ciclo Brasiliano
(Uhlein et al., 2012).
A sedimentação inicial na Faixa Brasília foi caracterizada por características
miogeossinclinais, com deposição inicial de detritos finos, seguida por psamitos e pelitos
intercalados com calcários e dolomitos. Os dobramentos na região, classificados como
holomórficos, convergem em direção ao cráton e foram metamorfizados na fácies xisto
verde. A atividade magmática associada foi restrita ao vulcanismo andesítico ao norte da
faixa e à intrusão de poucos plutões graníticos ao sul (Almeida et al., 1981).
A Faixa Brasília é caracterizada por uma interação complexa entre arcos
magmáticos, crosta oceânica e margem continental passiva, ocorrendo no contexto de
uma bacia de retroarco. Esse processo, iniciado com processos de acreção de arco nas
fases iniciais, culminou com a colisão de diferentes blocos crustais, contribuindo para a
colagem final dos continentes Amazônico, São Francisco e Paraná entre 630 e 580
milhões de anos atrás, durante a Orogenia Brasiliana (Dardenne, 2000). A interação
crustal específica envolveu eventos como a colisão entre os continentes Paraná e São
Francisco, seguida pela formação da Sinforma de Araxá, destacando-se a presença de
falhas de cisalhamento sinistrais que cortam todas as unidades estratigráficas (Dardenne,
2000).

Grupo Araxá

O Grupo Araxá, extensivamente estudado na região de Araxá por Barbosa et al.


(1970), desempenha um papel crucial na compreensão da geologia regional ao longo da
margem oeste do Cráton São Francisco. O grupo é caracterizado como uma sequência de

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rochas metamórficas, principalmente constituídas por mica xistos e quartzitos,
intercalados com anfibolitos.
Diversos estudos, como os de Dardenne et al. (1981) e Simões (1995),
contribuíram para a detalhada compreensão da estratigrafia do Grupo Araxá em diferentes
localidades. A vasta distribuição geográfica do grupo foi destacada por Trouw et al.
(1984), que correlacionaram suas rochas com as do Grupo Andrelândia no sul de Minas
Gerais.
Seer (1999) e Seer et al. (2001, 2005) caracterizaram a área-tipo (Nappe de Araxá)
por rochas metamáficas com assinatura geoquímica do tipo MORB, além de
metassedimentos como xistos e quartzitos, intrudidos por granitos sin-colisionais. Estudos
em diferentes regiões, incluindo Abadia dos Dourados, Chapada dos Perdizes, Santa Cruz
e Passos, revelaram rochas metabásicas de natureza vulcânica, evidenciando o caráter
vulcano-sedimentar do Grupo Araxá (FERRARI, 1989; Leonardos et al., 1990; Brod et
al., 1992; VALERIANO e SIMÕES, 1997).
A ocorrência de lentes de serpentinitos, talco xistos e anfibolitos na região de
Abadiânia em Goiás, destacada por Strieder e Nilson (1992), é considerada uma melange
ofiolítica. Idades obtidas em zircão detrítico em metassedimentos do Grupo Araxá
indicam uma sedimentação com idades entre 1.0 e 0.9 Ga na Nappe de Passos,
compatíveis com o magmatismo máfico datado em rochas metamáficas na mesma região
(Valeriano et al., 2004).
Essas sequências metassedimentares, que incluem os Grupos Paranoá, Canastra,
Ibiá, Araxá e Bambuí, desempenham um papel crucial na geologia regional, formando
uma extensa pilha de unidades sedimentares ao longo da margem oeste do Cráton São
Francisco. Limites tectônicos indicam um transporte tectônico em direção ao leste,
sugerindo uma interpretação tradicional como parte de uma sequência de margem passiva
na plataforma continental do paleocontinente São Francisco (Marini et al., 1984).

Ortognaisse Goiandira

O Ortognaisse Goiandira é uma unidade geológica inserida na Faixa de


Dobramentos Brasília entre Goiás e Minas Gerais. Os protólitos do Ortognaisse Goiandira
incluem monzodioritos, tonalitos, granodioritos e monzogranitos, revelando padrões
geoquímicos que sugerem uma origem em ambientes intermediários entre arco
continental e rifte (Aquino, 2023). As datações U-Pb em zircão realizadas por Klein

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(2008) indicam uma idade de aproximadamente 640 Ma, associando-se a eventos
colisionais na Faixa Brasília Meridional nesse período (Seer e Moraes, 2013).
Delimitada como parte da zona interna da Faixa de Dobramentos Brasília por
Uhlein et al. (2012), a região de Estrela do Sul é mapeada com destaque para o
Ortognaisse Goiandira por Chaves e Dias (2017). Santos (2019) classifica a unidade em
duas partes, representando 13% da área da Folha Estrela do Sul, com notáveis contatos
com o Grupo Araxá e o Complexo Monte Carmelo, mediados por uma zona de falha de
empurrão com cisalhamento para o nordeste, ou inferido com o Grupo Araxá. Santos
(2019) identificou cinco conjuntos litológicos no Domínio Interno da região, cada um
com características mineralógicas distintas. O Ortognaisse Goiandira W é constituído por
ortognaisses graníticos, eventualmente granodioríticos e tonalíticos, associados a
anfibolitos, destacando uma mineralogia que abrange quartzo, microclínio, plagioclásio,
biotita, muscovita, zircão, epidoto e titanita. Apresentando litotipos inequigranulares e,
em alguns casos, porfiroclásticos. O Ortognaisse Goiandira E engloba litotipos variando
de granito a quartzo-diorito, acompanhados por corpos de anfibolito.
A petrografia revela características distintas, como biotita e muscovita-biotita
gnaisses, porfiroblásticos, com foliação proeminente e feições migmatíticas locais. Os
afloramentos se apresentam como blocos esféricos, com um espesso manto de
intemperismo. Análises petrográficas detalhadas indicam a presença de intrusões
ácidas/intermediárias na forma de metadacitos, acrescentando complexidade à evolução
magmática da região. Idades U-Pb das rochas granitoides associadas variam de 642 ± 1
Ma até 634 ± 9 Ma, correlacionando-se com os granitos intrusivos no Grupo Araxá. No
entanto, os contatos com o Grupo Araxá e a posição estratigráfica precisam de
investigações mais aprofundadas (Klein, 2008; Batista, 2023).

Complexo Monte Carmelo

O Complexo Monte Carmelo, localizado entre as cidades de Araxá e Cascalho


Rico, é uma entidade geológica de interesse devido à sua composição variada,
compreendendo predominantemente rochas graníticas e anfibolíticas. Estrategicamente
posicionado em zonas de alto strain, especialmente nas áreas miloníticas, como observado
na Serra da Mandioca, a sudeste da Folha Catalão (MOURA E BOA, 2017), este
complexo apresenta núcleos nas dobras anticlinais na porção centro-leste do mapa
geológico.

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Um destaque dentro do Complexo Monte Carmelo é o Complexo Granítico Monte
Carmelo, uma intrusão granítica abrangendo uma diversidade de rochas, desde granitos
porfiríticos a equigranulares até gnaisses graníticos milonitizados e anfibolitos frescos.
Essas rochas, frequentemente deformadas, são extensamente expostas em calhas de
drenagem e morrotes aplainados no topo (MOURA E BOA, 2017; Seer e Moraes, 2013).
O estudo geocronológico desse complexo revelou uma idade média de
cristalização em torno de 790 Ma, conforme indicado por datações U-Pb em zircão de um
biotita granito porfirítico (Seer e Moraes, 2013). Essa unidade é interpretada como a raiz
de um arco magmático, sugerindo uma possível correlação com a "Sequência Abadia dos
Dourados", que representa sua contrapartida vulcano-sedimentar (Seer e Moraes, 2013).
Além disso, eventos tectônicos significativos são associados a essa região, incluindo um
episódio pré-colisional por volta de 790 Ma e uma fase colisional ocorrida em torno de
630 Ma, resultando na remobilização parcial do complexo (Seer e Moraes, 2013).

Suíte Granítica Estrela do Sul

A Suíte Granítica Estrela do Sul, composta por rochas graníticas na região


homônima, foi estudada inicialmente por Barbosa et al. (1970) e posteriormente por Brod
et al. (1991) próximo à Abadia dos Dourados, Minas Gerais. Destaca-se um pico de
metamorfismo entre 640 e 637 Ma (Seer et al., 2010). A região de Araxá a Catalão abriga
intrusões graníticas originadas em três episódios magmáticos principais. O primeiro,
cerca de 830 Ma, associado a anfibolitos, revela fonte mantélica com baixa contaminação
crustal. O segundo, de 790 Ma, tem origem em um ambiente de arco magmático pré-
colisional, e o terceiro, entre 642 e 630 Ma, deu origem aos granitos Estrela do Sul e
Cascalho Rico, sugerindo um processo de geração em ambiente colisional (Seer e
Moraes, 2013).
Estudos anteriores (Hasui e Almeida, 1970) caracterizam os corpos graníticos,
evidenciando deformações pós-colisionais, mais intensas nas bordas e menos
pronunciadas nas porções internas. A mineralogia inclui quartzo, feldspato, plagioclásio,
biotita, muscovita e minerais opacos, com a possível presença de monazita, apatita,
granada e turmalina.
De acordo com Ferraz et al. (2023), o Granito Itambé, incluso na Suíte Granítica
Estrela do Sul, é um Stock granítico dividido em seis fácies, diferenciadas por variações
mineralógicas. Este granito, classificado como tipo S com duas micas, apresenta quartzo,

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microclínio, plagioclásio, e minerais máficos como biotita e muscovita. Estudos
geoquímicos indicam rochas leucograníticas associadas a eventos sin-colisionais a tardi-
orogênicos.
Conforme detalhado no relatório da Folha Catalão (MOURA e BOA, 2017), o
granito Estrela do Sul é caracterizado por leucogranitos de duas micas, apresentando uma
granulação inequigranular fina a média e uma tonalidade cinza clara. Esta formação
compreende dois corpos graníticos elípticos localizados centralmente na Folha Catalão.
Esses corpos graníticos intrudem os granitos do Complexo Monte Carmelo e são
frequentemente encontrados na forma de veios ou em depósitos cascalheiros, o que
adiciona complexidade à sua identificação individual.

5. RESULTADOS PARCIAIS

Neste segmento, serão expostos os resultados parciais dos dados geológicos


obtidos a partir do mapeamento sistemático, identificação dos contatos litológicos que
cercam o corpo granítico e suas unidades litológicas encaixantes, bem como a
identificação e caracterização faciológica preliminar da intrusão.
Os dados preliminares obtidos em campo e das análises macroscópicas das
amostras coletadas, onde no total de 52 pontos amostrados foram, selecionados um
conjunto de 10 amostras representativas da área para caracterização petrográfica..
Na área de pesquisa quanto ao contexto geológico que envolve o Stock
Emborcação, foi possível identificar que seus contatos ocorrem com o Complexo Monte
Carmelo, diferente dos mais conhecidos corpos da Suíte Granítica Estrela do Sul, que
foram estudados por diversos autores que ocorrem intrudindo nos xistos do Grupo Araxá
(Seer, 1999; Dardenne, 2000; Seer et al., 2001; Valeriano et al., 2004; Seer et al., 2005;
Seer e Moraes; 2013; Chaves e Dias, 2017).
Esses resultados preliminares proporcionam uma visão inicial da complexidade
mineralógica das amostras, evidenciando nuances relevantes para uma compreensão mais
profunda da geologia local. Tais dados constituem a base para investigações detalhadas
nas próximas fases da pesquisa.
A primeira litologia (Figura 04) observada na área ocorrendo na porção sudoeste,
é representada por afloramentos do Complexo Monte na forma de blocos e matacões que
constituem um dos pontos representantes das rochas encaixantes do Stock Emborcação.

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Apesar do grau de intemperismo formar uma capa de alteração, sua granulação
varia de média e subordinadamente grossa, coloração rósea a cinza clara, mostrando
orientação dada pela foliação marcada pelo alinhamento dos cristais de máficos
representado principalmente por cristais de biotita com cerca de 0,5 mm a 4 mm de
dimensões em matriz média de 0,8 a 2 mm quartzo feldspatica. Petrograficamente trata-se
de rocha ígnea de composição monzogranitica definido como Biotita Monzogranito
médio, apresentando foliação milonitica e composição macroscópica conforme mostrado
na caracterizado mineralogicamente por alinhamento de minerais placoides de biotita
associado pequenas granadas e opacas, envoltas em matriz quartzo-feldspatica. Sua
composição inclui K.feldspatos (28%), plagioclásio (31%), quartzo (28%), biotita (5%),
granada (2%) e opacos (1% ).

Figura 04: Fotografias apresentando os aspectos macroscópico do Complexo


Monte Carmelo, (A) Afloramento na forma de blocos e matacões e (B) Biotita
monzogranito médio.

A B

Fonte: o Autor.

A segunda litologia (Figura 05) encontrada na área ocorrendo é representado por


blocos e matacões da Suíte Granítica Estrela do Sul, denominado neste trabalho de Stock
Emborcação. É caracterizado por granitos bem preservados, foram separadas 3 amostras
neste ponto:
HV-03 (Figura 05 B): Rocha ígnea de composição monzogranítica, definido como
Biotita Monzogranito com granulação variando de média a grossa, os grãos apresentam
variações de tamanho entre 1 mm e 3 mm, os maiores cristais são de feldspato alcalino e
os menores de biotita, exibindo uma coloração que varia de rósea a cinza clara. Os

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principais constituintes minerais identificados na rocha são: Feldspato alcalino (24%),
Quartzo (29%), Plagioclásio (23%), Muscovita (4%), Biotita (20%). A textura da rocha é
fanerítica, sem nenhuma estrutura evidente, é uma rocha leucocrática, a rocha é um
Biotita monzogranito médio.
HV-03B (Figura 05 C): Essa rocha ígnea é inequigranular e apresenta uma
granulação grossa, com fenocristais de feldspato potássico notáveis, variando de 1 a 3
mm de tamanho. A coloração marrom média, associada a um brilho moderado e uma
superfície irregular, contribui para a sua aparência distintiva. A textura é evidente, com os
fenocristais contrastando vividamente com a matriz de grãos finos. A composição
mineralógica é caracterizada pela presença dominante de feldspato potássico (28%) e
quartzo (31%), seguidos por plagioclásio (24%). Os minerais acessórios muscovita (4%)
e biotita (12%). Essas características são consistentes com os atributos típicos de um
monzogranito.
HV-03C (Figura 05 D): A amostra de rocha é um monzogranito de granulação
média a grossa. A cor da rocha é cinza claro, com algumas manchas rosadas. A textura da
rocha é porfirítica, com fenocristais de feldspato alcalino e quartzo de 1 a 3 mm em uma
matriz de plagioclásio, muscovita e biotita de 2 a 5 mm. A sua mineralogia é composta
de: Feldspato alcalino: 25%, Quartzo: 32%, Plagioclásio: 22%, Muscovita: 3% e Biotita:
17%. Com base na composição mineralógica e textura, a amostra é classificada como um
monzogranito. Os monzogranitos são rochas intrusivas ígneas de granulação média a
grossa que contêm feldspato alcalino, quartzo e plagioclásio. A presença de fenocristais
de feldspato alcalino e quartzo indica que a rocha se solidificou lentamente, dando tempo
aos minerais maiores de crescer. A presença de muscovita e biotita indica que a rocha se
solidificou em condições de baixa temperatura.

19
Figura 05: Fotografias apresentando os aspectos macroscópico da Suíte Estrela
do Sul, (A) Afloramento na forma de blocos e matacões e (B) Biotita
monzogranito médio. B
A

C D

Fonte: O autor.

A amostra de rocha HV-14 (Figura 06) possui coloração cinza escura e granulação
fina a média. Os principais minerais são quartzo (55%), plagioclásio alcalino (23%),
feldspato (14%), e biotita (8%). O quartzo, predominantemente branco a incolor, é o
mineral mais abundante, apresentando grãos de tamanho fino. A granulometria varia de 1
a 2 mm para quartzo e feldspato, 1 a 2 mm para plagioclásio, e 1 mm para biotita. A
textura é fanerítica, e a granulometria fina a média, com grãos fina a média. Com base nas
porcentagens aproximadas de quartzo (55%), plagioclásio alcalino (23%), e feldspato
(14%) no diagrama QAPF, a amostra é classificada como um Biotita Monzogranito fino.

20
Figura 06: Fotografias apresentando os aspectos macroscópico do Complexo
Monte Carmelo, (A) Afloramento na forma de blocos e matacões e (B) Biotita

A B

Monzogranito fino.
Fonte: O autor.

A amostra HV-21(Figura 07) é um granito de tamanho fino a médio, composto


principalmente por quartzo (55%), k-feldspato (22%), plagioclásio (11%) e biotita (9%).
Os cristais de quartzo com tamanho variando em 1 a 2 mm. Os cristais de k-feldspato são
geralmente maiores que os cristais de quartzo, com tamanho de 2 a 3 mm. Os cristais de
plagioclásio possuem tamanho de aproximadamente 0,5 mm. Os cristais de biotita tem
tamanho de 2 mm. É uma rocha holocristalina, fanéritica, com índice de cor mesocrático.
Com base nessas observações, a amostra é classificada como um Biotita Monzogranito
Fino.

Figura 07: Fotografias apresentando os aspectos macroscópico do Complexo


Monte Carmelo, (A) Afloramento na forma de blocos e matacões e (B) Biotita
Monzogranito fino.

A B

Fonte: O autor.

21
A amostra HV-23 (Figura 08) é uma rocha ígnea, classificada como Biotita
Monzogranito Fino. Sua coloração cinza escura revela um teor significativo de minerais
ferromagnesianos, notadamente a presença de biotita. Possui textura porfirítica, destaca-
se fenocristais de quartzo, feldspato potássico e plagioclásio. A granulação é média com
os minerais de Quartzo com aproximadamente 1 mm, K-feldspato com cerca de 2 mm,
Plagioclásio com 3 mm de diâmetro e a Biotita: com 1 mm. A amostra apresenta um veio
de quartzo, que pode indicar infiltração de fluidos hidrotermais. O índice de cor é
mesocrático. A composição mineralógica é dominada por quartzo (50%), feldspato
potássico (25%), plagioclásio (15%) e biotita (10%).

Figura 08: Fotografias apresentando os aspectos macroscópico do Complexo


Monte Carmelo, (A) Afloramento na forma de blocos e matacões e (B) Biotita

A B

Monzogranito fino.
Fonte: O autor.

A amostra HV-18 (Figura 09) é uma rocha de coloração cinza claro, com
brilho vítreo. A composição mineralógica da amostra é: Quartzo: 50%,
Feldspato potássico: 30%, Plagioclásio: 20%, Biotita: 10%. A textura da amostra
é porfirítica, com fenocristais de quartzo, feldspato potássico e plagioclásio de
até 1 mm, e matriz cristalina composta por quartzo, biotita, anfibólio e óxidos de
ferro. A granulação fina a média da amostra indica que ela se solidificou a uma
profundidade relativamente rasa, onde as condições de resfriamento eram mais
rápidas. A amostra tem Grau de Cristalinidade e Grau de Visibilidade,
respectivamente, holocristalina e fanerítica. Com base na composição

22
mineralógica e nas características texturais, a amostra é classificada como
monzogranito, uma rocha ígnea plutônica intrusiva, de composição intermediária
Figura 09: Fotografias apresentando os aspectos macroscópico do Complexo
Monte Carmelo, (A) Afloramento na forma de blocos e matacões e (B) Biotita
monzogranito medio.

A B

Fonte: O autor.

A amostra HV-22 (Figura 10) é composta por k-feldspato (50%), plagioclásio


(25%), quartzo (15%), biotita (9%) e muscovita (1%). Os cristais são finos e idiomorfos,
o que indica que a rocha é holocristalina. A cor da rocha é cinza claro, o que é
característico de rochas com alto teor de feldspatos. A rocha é maciça, sem estruturas
visíveis. A granulação é fina, com cristais de tamanho inferior a 1 mm. A rocha é
fanerítica e tem índice de cor como leucocrática. A rocha é classificada como
Monzogranito fino.

Figura 10: Fotografias apresentando os aspectos macroscópico do Complexo


Monte Carmelo, (A) Afloramento na forma de blocos e matacões e (B)

A B

Monzogranito fino.
Fonte: O autor.

23
A amostra HV-19 (Figura 11) apresenta estrutura com foliação xistosa. A foliação
é causada pela orientação preferencial dos minerais na amostra, que ocorre em resposta às
forças de pressão e temperatura durante o metamorfismo. A composição mineralógica da
amostra é: Muscovita: 50%, Quartzo: 30%, Biotita: 20%. A amostra é um Muscovita
xisto de grau médio a alto.

Figura 11: Fotografias apresentando os aspectos macroscópico do Grupo Araxá,


(A) Afloramento na forma de blocos e matacões e (B) Muscovita xisto.

A B

Fonte: O autor.

A amostra HV-32 (Figura 12) possui tamanho dos grãos de médio a grosso, com
diâmetros entre 0,5 e 2 mm. Os grãos são inequigranulares, ou seja, têm tamanhos
semelhantes. A cor da rocha é cinza clara, devido ao alto teor de feldspatos. A rocha é
composta de: K-feldspato: 29%, Plagioclásio: 25%, Biotita: 15%, quartzo: 25%,
Muscovita: 6%. A presença de porfiroclastos deformados e rotacionados indica que a
rocha sofreu processos deformacionais. Os porfiroclastos são grãos maiores e mais
resistentes que os grãos circundantes. Eles são frequentemente deformados e rotacionados
quando a rocha é submetida a forças compressivas. A partir desta descrição, podemos
concluir que a amostra HV-32 é um Monzogranito médio a grosso, inequigranular, cinza
claro e leucocrática. A rocha sofreu processos deformacionais, possivelmente associados
a uma zona de cisalhamento.

24
Figura 12: Fotografias apresentando os aspectos macroscópico do Complexo
Monte Carmelo, (A) Afloramento na forma de blocos e matacões e (B)

A B

monzogranito.
Fonte: O autor.

6. CONCLUSÃO E CRONOGRAMA FUTURO

Com base nos dados obtidos do mapeamento sistemático, identificação de


contatos litológicos e caracterização faciológica preliminar, destaca-se uma compreensão
inicial da complexidade geológica na área de estudo, focando nas amostras pertencentes à
Suíte Granítica Estrela do Sul.
As amostras HV-03A, HV-03B, HV-03C e HV-18 exibem características
distintivas associadas à Suíte Granítica Estrela do Sul. Essas rochas graníticas apresentam
variações na granulação, composição mineralógica e textura, contribuindo para a
diversidade dessa suíte na região. A HV-18 é classificada como Monzogranito, enquanto
HV-03A, HV-03B e HV-03C são Biotita Monzogranito e Monzogranito.
A análise mineralógica detalhada destas amostras destaca a predominância de
quartzo, feldspato potássico, plagioclásio e biotita, com variações nas proporções desses
minerais. A textura porfirítica em algumas amostras, com fenocristais de feldspato
potássico, quartzo e plagioclásio, indica condições de resfriamento mais lentas e pode
sugerir eventos magmáticos mais complexos.
Os resultados parciais também revelam a importância dos contatos litológicos,
evidenciando a associação do Stock Emborcação com o Complexo Monte Carmelo, em
contraste com outras suítes graníticas mais comumente encontradas nos metassedimentos
do Grupo Araxá.
Essa compreensão geológica preliminar ressalta a necessidade de investigações
mais aprofundadas nas fases subsequentes da pesquisa, incluindo análises microscópicas,

25
geoquímicas e isotópicas. Estas etapas permitirão uma interpretação mais robusta da
evolução geológica da área de estudo, bem como insights valiosos sobre os processos
magmáticos e metamórficos que influenciaram a formação das rochas na Suíte Granítica
Estrela do Sul.

Cronograma
Jan Fev Mar Abr
Revisão da literatura x x
Bibliográfica

Atividade em campo x x x
para identificação
das litologias e
coleta de amostras
Análise petrográfica x x x
e sistematização
dos dados
Análise De x x x
Resultados

Discussão dos x x x
resultados e
elaboração da
monografia

26
7. REFERÊNCIAS

Aquino, R. G. M. Mapeamento Faciológico do Stock Limeira da porção norte


da suíte granítica Estrela do Sul na região Alto Paranaíba-MG. 2023.
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