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Introdução

Localizada nos domínios do Quadrilátero Ferrífero, a região de Ouro Preto, em Minas


Gerais, Brasil possui uma história mineralógica rica que remonta ao período colonial,
essa área oferece um campo de estudo privilegiado para geólogos interessados nos
processos geológicos que moldaram a região e na exploração de recursos minerais
(Campos et al., 2017).
Ouro Preto é reconhecida mundialmente por sua importância na história da mineração,
com suas minas de ferro, ouro e outros minérios sendo exploradas desde os tempos
coloniais até os dias atuais (Viana et al., 2019). Geologicamente, a região é composta
por uma variedade de unidades litológicas que vão desde rochas ígneas e metamórficas
de idade Arqueana até formações sedimentares e vulcano-sedimentares mais jovens do
Proterozoico (Rosière et al., 2019). Durante o Proterozoico, a região foi palco de intensa
atividade tectônica e magmática, resultando na formação de importantes bacias
sedimentares e na intrusão de grandes corpos ígneos (Alkmim et al., 2018).
Esses eventos contribuíram para a deposição de sequências sedimentares ricas em
minério de ferro, como as formações ferríferas bandadas, amplamente exploradas na
região. Além disso, a atividade magmática associada à tectônica proterozoica deu
origem a extensas intrusões de rochas ígneas, incluindo granitos e sienitos, que são
importantes do ponto de vista econômico e geológico (Lima et al., 2020). A tectônica
proterozoica também desempenhou um papel fundamental na deformação e
metamorfismo das rochas da região, resultando na formação de estruturas geológicas
complexas, como dobras, falhas e zonas de cisalhamento. Essas estruturas não só
influenciaram a distribuição dos recursos minerais, mas também desencadearam
processos de erosão e intemperismo que moldaram a paisagem atual da região (Costa et
al., 2021).
Destaca-se pela sua abundância e diversidade de depósitos minerais, que
desempenharam um papel fundamental na história econômica e geológica do Brasil. Os
depósitos minerais presentes na área são variados e incluem uma ampla gama de
minerais, desde minérios de ferro e ouro até minerais industriais e gemas preciosas.
Um dos principais recursos minerais explorados na região é o minério de ferro,
encontrado em abundância nas formações ferríferas bandadas. Essas formações,
compostas principalmente por hematita e magnetita, são uma fonte crucial de minério
de ferro de alto teor, sendo extensivamente exploradas por empresas mineradoras na
região (Alkmim et al., 2018).
Além dos minérios de ferro, a região também possui depósitos de outros minerais, como
manganês, bauxita, nióbio, fosfato e calcário, contribuindo para a diversificação da base
mineral do Brasil e para a expansão de suas atividades econômicas (Campos et al.,
2017). Além dos minerais metálicos, a região também é conhecida por seus depósitos de
minerais industriais e gemas preciosas. Rochas ornamentais, como o quartzito e o
mármore, são extraídas na região e utilizadas na indústria da construção e na produção
de objetos de decoração. Além disso, gemas preciosas como a turmalina, a topázio e a
esmeralda são encontradas em depósitos aluviais na região, atraindo colecionadores e
entusiastas de gemologia.
Alkmim, F. F., et al. (2018). Metavulcanismo e tectônica no Quadrilátero Ferrífero.
Revista Brasileira de Geociências, 48(2), 385-406.
Campos, C. N., et al. (2017). Mineralogy and geochemistry of lateritic bauxites from the
Ouro Preto region, Minas Gerais, Brazil. Journal of Geochemical Exploration, 176, 44-
57.
Costa, G. M., et al. (2021). Origin and evolution of the silicic plutons from the southern
Espinhaço Range and its relation to the metallogenetic chronology of the Quadrilátero
Ferrífero, Brazil. Journal of South American Earth Sciences, 110, 102834.
Google LLC. 2024. Imagem de satélite de Minas Gerais [Captura de tela do Google
Earth]. Google Earth.
Lima, E. F., et al. (2020). Geologia de Ouro Preto: contribuições ao estudo do
Quaternário e do Holoceno. Geonomos, 28(2), 175-192.
Rosière, C. A., et al. (2019). The Role of Magmatic Intrusions in the Development of
Crustal‐Scale Geometries in the Quadrilátero Ferrífero (Brazil) and Their Implications
for Ore Deposits. Tectonics, 38(1), 204-235.
Viana, C. F., et al. (2019). Gold and Iron Mineralizations in the Quadrilátero Ferrífero,
Brazil: The Ouro Preto Gold Mines. In Metallogeny of Gold in the Quadrilátero
Ferrífero, Brazil (pp. 85-106). Springer, Cham.
Google LLC. 2024. Imagem de satélite de Minas Gerais [Captura de tela do Google
Earth]. Google Earth.
Localização
Entre os dias 25 e 29 de março de 2024, um campo de estudo foi realizado nas
proximidades da cidade de Ouro Preto, em Minas Gerais. A jornada teve início em
Monte Carmelo, seguindo em direção sudoeste e passando por importantes localidades
como Patrocínio, Bom Despacho, Belo Horizonte e Contagem. O propósito principal
desse campo foi aplicar os conhecimentos adquiridos no curso de Geologia, com ênfase
nas disciplinas de Geologia Econômica 1, Geologia Econômica 2, Prospecção e
Pesquisa Mineral.
A área de estudo está situada a cerca de 600 quilômetros do campus da Universidade
Federal de Uberlândia, em Monte Carmelo.
Figura 1: Imagem de satélite e rota com saída de Monte Carmelo e chegada em Ouro
Preto.
Metodologia
No período entre os dias 25 e 29 de março de 2024, seguimos a metodologia padrão de
campo, composta por duas etapas distintas:
Etapa 1: Trabalho de Campo
Nesta fase inicial, conduzimos saídas de campo empregando uma variedade de
equipamentos, incluindo marreta, martelo, mapa, bússola, GPS e caderneta. Utilizamos
esses recursos para coletar dados e observações relevantes para nossa pesquisa.
Etapa 2: Elaboração do Relatório
Na segunda etapa do processo, integramos os dados reunidos durante o trabalho de
campo com informações provenientes de pesquisas bibliográficas e conceitos discutidos
em sala de aula. A partir dessa síntese, elaboramos o relatório final, apresentando nossas
conclusões e análises.
Essa abordagem meticulosa nos permitiu não apenas coletar dados de forma eficiente
durante o trabalho de campo, mas também contextualizá-los e interpretá-los de maneira
significativa, resultando em um relatório completo e bem fundamentado.

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