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UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DA BAHIA

INSTITUTO DE CIÊNCIAS AMBIENTAIS E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL


CAMPUS REITOR EDGAR SANTOS - BARREIRAS

BRUNO EDUARDO CARDOSO SILVA

CHARLES MOREIRA

TAÍSE GOMES

WANDERSON RICARDO FONSECA ROCHA

PROJETO DE PESQUISA ESTRELA DO SUL-MG.

Barreiras-BA
2014
1 INTRODUÇÃO

Localizado a oeste de minas gerais o local de estudo fica entre as


coordenadas geográficas: 47°40’00” W até 47°46’00”W e 18°49’00”S até 18°44’00”S,
próximo à cidade de Estrela do Sul-MG. Partindo de Uberlândia-MG o acesso se dá
pela BR-365, a partir de um entroncamento ao norte pela MG-223.

Figura 1: mapa de localização da área de estudo.


A região encontra-se sobre rochas cristalinas e sedimentares pertencentes à faixa
brasiliana e bacia do Paraná formadas em momentos distintos da história geológica,
a faixa brasiliana na região estudada é representada pelas; suíte Jurubatuba (meta
tonalitos e metagranitos), Serra Geral (basaltos) e Grupo Araxá (xistos), enquanto
que a bacia do Paraná apresenta na região as rochas areníticas e argilitos arenosos,
ambos da formação Marília.
O trabalho traz novos estudos para a comunidade científica, o que pode gerar,
meios de potencialização econômica e turística para a sociedade.

1 JUSTIFICATIVA

No que diz respeito à pesquisa, podemos listar três vieses de vantagens, sendo
elas: o ganho acadêmico, econômico e social. A primeira destas atribui à instituição
de ensino (UFOB), maior visibilidade no âmbito da produção de pesquisa, atraindo
investidores e parceiros, e não menos importante este estudo poderá servir de base
para novas produções literárias a serem realizadas; o levantamento litológico
atrelado às descrições mineralógicas traz consigo o potencial de exploração mineral
inerente à área. Deve ser considerado como ganho econômico também o
levantamento de feições geomorfológicas e geológicas de potencial turístico,
agregando capital para o explorador; e por fim, a própria exploração turística agrega
a sociedade geração de emprego e renda, principalmente para os cidadãos nativos.

2 OBJETIVOS

Esse item será subdivido nos objetivos gerais e específicos a seguir:

2.1 OBJETIVOS GERAIS

Objetiva-se neste trabalho localizar e descrever as unidades geológicas que se


encontram dentro da carta temática, SE.23-Y-A-4-4-NW, realizando dessa forma um
mapeamento de detalhe. Também visa estabelecer os possíveis usos da geologia
local para obtenção de recursos financeiros e para ampliar os conhecimentos
científicos relacionados à Bacia do Paraná e à faixa Brasiliana.
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

- Estudar a relação entre topografia e unidades geológicas;


- Map ear o conjunto litoestratigráfico/litodêmico;
- Verificar o potencial mineralógico e geoturístico;
- Remontar a evolução estratigráfica da área.

3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Para a elaboração deste item foram consultadas bibliografias, que serão


citadas no decorrer do texto, referentes à evolução estratigráfica da Bacia do
Paraná, contribuição da Faixa Brasília e sobre a gênese da suíte Jurubatuba.
De acordo com Fischel et al. (2001), a suíte supracitada, datada em 2089 ± 14
Ma, está localizada entre as rochas metamorfizadas do Grupo Araxá e do Complexo
Anápolis-Itaúçu, num conte xto de zona de subducção relacionada ao Cráton do São
Francisco, o Arco Magmático Silvânia e o Maciço Goiano (Formado por rochas
arqueanas e paleoproterozóicas).
Valeriano & Simões (1997), atribuem ao intervalo desde a acreção dos blocos
até a formação da Faixa Brasília um intervalo de 930 Ma até 640 Ma, tendo em vista
que nesse intervalo foram depositados os Grupos Canastra, Ibiá, Paranoá, Vazante,
Bambuí, Araxá e Andrelândia; bem como foram submetidos ao metamorfismo,
inclusive a suíte Jurubatuba.
Fischel et al. (2001), destaca que o granito Jurubatuba possui xenólitos
metassedimentares os quais evidenciam a existência de um paleocontinente
(possivelmente o mesmo ao qual o Arco Magmático Silvânia está relacionado), que
foi submetido intrusão deste corpo magmáticos ácido. Este autor caracteriza essa
rocha como um granito branco à levemente rosado, com biotitas hipidiomórficas, k-
feldspato, plagioclásio, quartzo, e biotita avermelhada em seção delgada, xenólitos
de máficos e rochas metassedimentares, comumente quartzo granada biotita xisto.
Seer et al. (2001), considera o Grupo Araxá como um fragmento de crosta
oceânica com rochas basálticas e sedimentares que foram submetidas a
metamorfismo regional. Esse metamorfismo teve sua maior expressão datada de
630 Ma em um evento de subducção durante o desenvolvimento da faixa brasiliana
com intrusões graníticas restritas.
Após o Ciclo Brasiliano ocorrera uma sinéclise impulsionada por eventos de
contração térmica que teriam reativado as zonas de fraqueza da orogênese
brasiliana (Zalán, 1990). Então foram depositadas as primeiras sequências da Bacia
do Paraná, dotadas de discordâncias, a exemplo das discordâncias neossiluriana e
neodevoniana.
De acordo com Ghilardi & Rosa (2010), a Bacia do Paraná abrange os
territórios dos estados de Mato Grosso, Paraná, São Paulo e partes dos territórios
dos estados de Minas Gerais e Goiás, estendendo-se pelo Brasil, Uruguai, Paraguai
e Argentina. É uma bacia sedimentar intracratônica (sinéclise), que evoluiu sobre a
Plataforma Sul-Americana, e sua formação teve início há cerca de 400 milhões de
anos, no Período Devoniano, terminando no Cretáceo.
Após a migração do grande continente Gondwana rumo a norte, pós-
carbonífero, houve uma grande sequência de transgressões e regressões marinhas
propiciando mais pacote de sedimentos à Bacia do Paraná (Milani, 1997).
Segundo Milani (1997), passados alguns milhões de anos um fendilhamento,
ao qual se desenvolvera o atual Oceano Atlântico, impulsionou uma sequência de
derrames basálticos do magmatismo Serra Geral (espesso pacote com até dois mil
metros de espessura), que dá nome a unidade litodêmica Formação Serra Geral
pertencente ao Grupo São Bento.
O espesso pacote da Formação Serra Geral gerou um desequilíbrio isostático,
que por meio de subsidência termomecânica culminou numa depressão a qual
seriam depositados os sedimentos do Grupo Bauru (Fernandes, 1998). De acordo
com Barcelos (1993), é representado pelas Formações Adamantina, Uberaba e
Marília, sendo esta última dividida nos membros Ponte Alta e Serra da Galga.
A unidade litoestratigrafica mais jovem, datada segundo (Soares et al. 1980)
como pertencente ao Senoniano, a Formação Marília é definida como uma unidade
composta por arenitos grossos a conglomeráticos, com teor de matriz variável e
raras camadas descontínuas de lamitos vermelhos e calcários (Paula e Silva et al.,
2006).
De acordo com Ghilardi & Rosa (2010), esta mesma formação reflete o
ambiente fluvial meandrante, progressivamente sendo alterado para um sistema
fluvial anastomosado, devido ao aumento da aridez e desertificação.
4 MÉTODOS E MATERIAIS

Para realização dos objetivos listados foi adotada uma metodologia que pôde
ser subdividida em projeto e pesquisa. Na fase projeto foram utilizadas referências
bibliográficas para a escrita da fundamentação teórica, com o auxílio do software
Microsoft Word, que foi utilizado para digitalizar o trabalho; para elaboração do mapa
de localização foi utilizado banco de dado da CPRM, e software ArcGis; para a
confecção do cronograma foi realizado um quadro, com o auxílio do software
Microsoft Excel.
Já na fase pesquisa, serão trabalhadas toda a parte de cartografia utilizando os
dados SRTM para a elaboração de um MDE na escala de 1:250.000, da carta
SE.23-Y-A-IV-IV-NE ; elaboração de um mapa litoestratigráfico / litodêmico na
escala 1:1.000.000; elaboração de composição colorida e manipulação de ortofotos.
Sendo tudo isso possível com a utilização do ArcGis. Nesta mesma fase também
será contemplada a parte de coleta de dados em campo, sendo reservado um dia
para trabalhar nos domínios da Carta SE.23-Y-A-IV-IV-NE. Os demais dias serão
mapeados e descritos os domínios dos outros grupos, com o objetivo de ter maior
quantidade de dados para serem compartilhados. Serão utilizados equipamentos
como aparelhos receptores de GPS, bússola geológica, martelo geológico, lupa de
bolso, caderneta de campo, sacos de amostra, pincel permanente, HCl, escala,
trena e EPIs.
Após o campo, ainda na fase de pesquisa, em laboratório, com auxílio de
microscópio eletrônico, pinças e conjunto de minerais com escala de dureza, as
descrições de campo serão aprimoradas para a produção dos dados que serão
incorporados ao artigo.
5 ORÇAMENTO

Segue abaixo o orçamento com os gastos diários da equipe, com


detalhes de valores, quantidades e dias:

Tabela 1: Orçamento dos trabalhos.

PREÇO
QUANTIDADE DIAS TOTAL
R$
Aluguel de carro - 3 550,00 1650,00
CombustÍvel 2.600km - 2,40 520,00
Alimentação 4 pessoas 3 30,00 360,00
Reuniões 5h/dia. 3 190,00 11400,00
Diárias 4 geólogos(a) 2 1000,00 8000,00
Hospedagem 4 pessoas 2 100,00 800,00
TOTAL 28330,00

6 CRONOGRAMA

Nessa etapa foram definidos os horários de todas as reuniões de forma


padronizada, assim as mesmas acontecerão às 19:00h. Para cada reunião será
abordada uma atividade diferente, organizadas nos dias expostos no quadro a
seguir.
Tabela 2: Cronograma relacionando as atividades a serem elaboradas em seus respectivos dias.

2014
ATIVIDADES MAIO JUNHO JULHO AGOSTO
DIAS 8 10 14 16 23 25 30 11 14 à 21 9 16 30 1

Pesquisa Bibliográfica
Reuniões

Apresentação do
projeto de pesquisa

Elaboração de MDE

Elaboração do Mapa
Litoestratigráfico

Elaborar composição
colorida/ortofoto

Visita Técnica Local

resultados parciais
Saída de campo

ajuste cartográfico
apresentação de
artigos
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BARCELOS J. H. Geologia regional e estratigrafia cretácica do triângulo mineiro.


Sociedade & Natureza, 5: 9-24, 1993.

FERNANDES, L. A. Estratigrafia e evolução geológica da parte Oriental da Bacia


Bauru (Ks, Brasil). São Paulo, 1998. 316 p. Tese (Doutoramento em Geologia).
Instituto de Geociências, Universidade de São Paulo.

FISCHEL, D. P.; PIMENTEL, M. M.; FUCK, R. A.; ARMSTRONG, R. U-Pb SHRIMP


and Sm-Nd geochronology of the Silvânia Volcanics and Jurubatuba Granite:
juvenile Paleoproterozoic crust in the basement of the Neoproterozoic Brasília Belt,
Goiás, central Brazil. Academia Brasileira de Ciências. Anais. P. 445-460, 2001.

GHILARDI, R. P.; ROSA, M. S. A. S. M. Anatomia interna de alguns moluscos


bivalves fósseis do Grupo Bauru (Cretáceo Superior, Bacia Bauru), Brasil:
implicações paleoecológicas. Terr@Plural, Ponta Grossa, v.4, n.1, p.113-119,
jan./jun. 2010.

MILANI, E. J. Evolução tectono-estratigráfica da Bacia do Paraná e seu


relacionamento com a geodinâmica fanerozóica do Gondwana sul-ocidental. 1997. 2
v. Tese (Doutorado) - Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre,
1997.
PAULA E SILVA, F.; CHANG, H.K.; CAETANO-CHANG, M.R. Perfis de referência do
Grupo Bauru (k) no Estado de São Paulo. Revista Brasileira de Geociências, v. 22,
N. Especial, p. 30-31, 2003.

SEER, H. J.; BROD, J. A.; FUCK, R. A.; PIMENTEL, M. M.; BOAVENTURA, G. R.;
DARDENNE, M. A. Grupo Araxá em sua Área Tipo: Um Fragmento de Crosta
Oceânica Neoproterozóica na Faixa de Dobramentos Brasília. Revista Brasileira de
Geociêcias, vol. 31, 2001.
SOARES, P.C.; LANDIM, P.M.B.; FULFARO, V.J.; SOBREIRO NETO, A.F. Ensaio
de caracterização estratigráfica do Cretáceo no Estado de São Paulo: Grupo Bauru.
São Paulo: Sociedade Brasileira de Geologia, Revista Brasileira de Geociências, v.
10, n. 3, p. 177- 185 1980.
VALERIANO, C.M.; SIMÕES, L. S. A. Geochemistry of proterozoic mafic rocks from
the Passos Nappe (Minas Gerais, Brazil): tectonic implications to the evolution of the
southern Brasília Belt. Revista Brasileira de Geociências, 1997.

ZALÁN, P.V.; WOLFF, S.; CONCEIÇÃO, J.V. DE J.; MARQUES, A.; ASTOLFI,
M.A.M.; VIEIRA, I.S.; APPI, V.T; ZANOTTO, O. A. Sinéclise sintracratônicas: Bacia
do Paraná. In: G.P. Rajagabaglia e E. V. Milani (coords.). Origem e evolução de
bacias sedimentares. PETROBRAS/ SEDE /DEREX/ CENPES, 135-138. Rio de
Janeiro-RJ, 1990.

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