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Análise de risco ambiental

 Introdução
 Definições
 CONAMA 420
 Análise de risco
 Plano de Gerenciamento de risco
 Toxicologia

Vinicius Kühn
Qualidade do Solo
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Introdução
 Os acidentes industriais contribuíram de forma significativa para
despertar a atenção das autoridades governamentais, da indústria e da
sociedade
 Prevenção de episódios que comprometem a segurança das pessoas e a
qualidade do meio ambiente.

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Introdução

 No Brasil, A partir da resolução CONAMA 01/1986, instituiu a


necessidade de realização do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e do
respectivo Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) para o licenciamento de
atividades modificadoras do meio ambiente.

 Os Estudos de Análise de Risco passaram a ser requeridos pela


Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB) para
determinados tipos de empreendimentos, de forma que, além dos aspectos
relacionados aos impactos ambientais e à poluição crônica, também a
prevenção de acidentes maiores fosse contemplada no processo de
licenciamento.

 CONAMA 420 – Obrigatoriedade da analise de risco para gerenciamento


de áreas contaminadas

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Definições

 Risco x Perigo
 Risco: é uma medida dos efeitos de uma ocorrência em termos de sua
probabilidade e da magnitude de suas consequências. Medida de danos à
vida humana, resultante da combinação entre frequência de ocorrência de
um ou mais cenários acidentais e a magnitude dos efeitos físicos
associados a esses cenários.
 Perigo: entende-se a propriedade de uma substancia ou processo que
cause dano a saúde e ao meio ambiente

 Análise de risco
 É a avaliação sistemática de riscos associados com as ameaças à saúde
humana e a segurança ambiental, decorrentes de atividades capazes de
causar impactos, contínuos ou acidentes do meio ambiente
 Processo pelo qual os resultados da estimativa de risco são utilizados
para a tomada de decisão, por meio de critérios comparativos de risco,
visando à definição da estratégia de gerenciamento do risco. 4
Definições

Toxicologia
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Definições

 Gerenciamento de risco
 Processo de controle de risco compreendendo a formulação e a
implantação de medidas e procedimentos técnicos e administrativos que
têm por objetivo prevenir, reduzir e controlar o risco, bem como manter
uma instalação operando dentro de padrões de segurança considerados
toleráveis ao longo de sua vida útil.

Risco natural
 É a denominação preferida para fazer referência àqueles riscos que não
podem ser facilmente atribuídos ou relacionáveis à ação humana.
 Riscos tectônicos e Magmáticos; Riscos climáticos; riscos
geomorfológicos (ex. erosões) e os riscos hidrológicos.
 Risco tecnológico
 Causas antrópicas
 Relacionados com o desenvolvimento tecnológico e suas consequências
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Definições

 Risco individual: Risco para uma pessoa presente na vizinhança de um


perigo, em período de tempo definido. O risco individual tem caráter
cumulativo e geográfico, razão pela qual sua expressão decorre da soma
do risco individual de cada cenário acidental contribuinte nos pontos x,y
localizados no entorno do empreendimento. Pode ser expresso por meio de
contornos de risco (ou de isorrisco).

 Risco social: Risco para um agrupamento de pessoas presente na


vizinhança de um perigo, em período de tempo definido. Sua expressão se
dá por meio da chamada curva F-N, onde F representa a frequência
acumulada de ocorrência dos cenários com número de fatalidades N ou
mais.

 Risco residual: Risco do empreendimento, após a implantação de


medidas de redução (se pertinentes), a ser gerenciado por meio de um
Programa de Gerenciamento de Risco.
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CONAMA 420
Art. 13. Ficam estabelecidas as seguintes classes de qualidade dos
solos, segundo a concentração de substâncias químicas:

Classe 1 - Solos que apresentam concentrações de substâncias


químicas menores ou iguais ao VRQ;

Classe 2 - Solos que apresentam concentrações de pelo menos uma


substância química maior do que o VRQ e menor ou igual ao VP;

Classe 3 - Solos que apresentam concentrações de pelo menos uma


substância química maior que o VP e menor ou igual ao VI; e

Classe 4 - Solos que apresentam concentrações de pelo menos uma


substância química maior que o VI.
CONAMA 420
CONAMA 420
Dispõe sobre critérios e valores orientadores de qualidade do solo quanto à
presença de substâncias químicas e estabelece diretrizes para o
gerenciamento ambiental de áreas contaminadas por essas substâncias em
decorrência de atividades antrópicas.

Área Suspeita de Contaminação – AS: aquela em que, após a realização de


uma avaliação preliminar, forem observados indícios da presença de
contaminação ou identificadas condições que possam representar perigo.
Área Contaminada sob Investigação – AI, contaminação com concentrações
de substâncias no solo ou nas águas subterrâneas acima dos valores de
investigação.
Área Contaminada sob Intervenção-ACI: aquela em que for constatada a
presença de substâncias químicas em fase livre ou for comprovada, após
investigação detalhada e avaliação de risco, a existência de risco à saúde
humana.
Área em Processo de Monitoramento para Reabilitação-AMR: aquela em que o
risco for considerado tolerável, após a execução de avaliação de risco.

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Análise de risco

 Fatores que influenciam o risco


 O risco de um empreendimento para a comunidade e para o meio
ambiente, circunvizinhos e externos aos limites do empreendimento, está
diretamente associado às características das substâncias químicas
manipuladas, suas quantidades e à vulnerabilidade da região onde está ou
será localizado.

𝑹 = 𝒇(𝑨𝒎𝒆𝒂ç𝒂𝒔; 𝑽𝒖𝒍𝒏𝒆𝒓𝒂𝒃𝒊𝒍𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆𝒔)
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Análise de risco

 Classificação de empreendimentos quanto à periculosidade (CETESB)


 Classificação de gases e líquidos tóxicos
 Há quatro níveis de toxicidade, de acordo com a concentração letal 50
(CL50), via respiratória, para rato ou camundongo, para substâncias que
possuem pressão de vapor (Pvap) ≥10mmHg a 25 oC, como apresentado no
quadro 1.

ppmv: parte por milhão por volume 12


Análise de risco

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Análise de risco

 Classificação de empreendimentos quanto à periculosidade (CETESB)


 Classificação de gases e líquidos inflamáveis
 Analogamente às substâncias tóxicas, foi adotada a classificação
apresentada no quadro 3 para as substâncias inflamáveis, segundo níveis
de inflamabilidade.

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Análise de risco

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Análise de risco

 Tomada de decisão (CETESB)


 Levantar todas as substâncias existentes no empreendimento e listá-las

 O método consiste em classificar as substâncias presentes no


empreendimento e relacionar as capacidades dos recipientes de
armazenamento com as respectivas distâncias de referência (dr). Uma vez
obtidas, compará-las com as distâncias dos recipientes à população de
interesse (dp), considerando o número mínimo (Np) de 26 pessoas na área
de interesse delimitada pelo raio referente a dr

 Os anexos A e B apresentam, respectivamente, as tabelas com as


substâncias tóxicas e inflamáveis de interesse e os anexos D e E as
respectivas quantidades e distâncias de referência (dr)

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Análise de risco

 Tomada de decisão (CETESB)


 Uma vez obtidas a distância de referência (dr) e a distância à população
de interesse (dp), deve-se compará-las, sendo que, quando houver a
presença de população de interesse dentro dos limites determinados pela
distância de referência (dr) e Np> 25 pessoas, deve-se realizar Estudo de
Análise de Risco (EAR) e Programa de Gerenciamento de Risco (PGR).

Caso contrário, isto é, quando a distância à população de interesse (dp)


for maior que a distância de referência (dr), o que corresponde à ausência
de população nos limites determinados por dr, ou Np ≤ 25 pessoas dentro
do círculo de raio dr, o empreendedor fica dispensado da elaboração do
Estudo de Análise de Risco (EAR), devendo apresentar um Programa de
Gerenciamento de Risco (PGR).

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Análise de risco

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Análise de risco

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Estudo de Análise de risco

 Parte II Norma técnica P4.261 (CETESB) - Termo de referência para a


elaboração de Estudo de Análise de Risco para empreendimentos pontuais
 O termo se aplica à avaliação do risco à população de interesse, não
contemplando risco à saúde e segurança dos trabalhadores ou danos aos
bens patrimoniais das instalações analisadas.
 Inclui:
 Caracterizações do empreendimento e do seu entorno;
 Identificação de perigos e consolidação das hipóteses acidentais;
 Estimativa dos efeitos físicos e avaliação de vulnerabilidade;
 Estimativa de frequências;
 Estimativa e avaliação de risco;
 Redução do risco.

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Estudo de Análise de risco

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Estudo de Análise de risco

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Estudo de Análise de risco

 Parte II Norma técnica P4.261 (CETESB)


 Após a realização da etapa estimativa dos efeitos físicos e avaliação de
vulnerabilidade o EAR deve ser interrompido se os efeitos físicos não
atingirem a população de interesse. Nesse caso, as etapas estimativa de
frequências e estimativa e avaliação de risco não precisam ser feitas,
encerrando-se o estudo e elaborando-se o Programa de Gerenciamento de
Risco (PGR).

 Identificação do empreendimento
 Substâncias químicas: Para elaborar um EAR, todas as substâncias
classificadas nos níveis 3 e 4, presentes no quadro 6 e as intermediárias de
processo, devem fazer parte do estudo. Para elaborar um PGR, todas as
substâncias devem fazer parte do programa.

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Estudo de Análise de risco

 Parte II Norma técnica P4.261 (CETESB)


 Instalações e processos:
 Descrever as características físicas das instalações que processam,
armazenam ou manuseiam substâncias
 Descrever as principais atividades e processos realizados no
empreendimento
 Descrever o armazenamento das substâncias (insumos, matérias-primas,
produtos intermediários e produtos finais)
 Descrever as operações de carga e descarga das substâncias (insumos,
matérias-primas, produtos intermediários e produtos finais)
 Descrever os sistemas de proteção presentes em cada
área/setor/processo

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Estudo de Análise de risco

 Parte II Norma técnica P4.261 (CETESB)


 Caracterização do entorno
 Descrever o entorno do empreendimento de maneira completa e
detalhada.
 Na elaboração do EAR a descrição deve considerar a região determinada
por uma faixa ao longo do perímetro do empreendimento, com extensão
equivalente a maior abrangência da estimativa de efeitos físicos
correspondente a 1% de probabilidade de fatalidade ou ao Limite Inferior de
Inflamabilidade (LII).
 Quando se tratar apenas de PGR, a região de interesse é delimitada pela
faixa com extensão de 100m ou da distância de referência (dr), a que for
maior.

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Estudo de Análise de risco

 Parte II Norma técnica P4.261 (CETESB)


 Caracterização do entorno
 Caracterizar a população ao redor do empreendimento a partir de
levantamento de campo.
 Apresentar descrição em forma de quadro indicando todas as atividades
presentes no local, como, por exemplo, comércios, indústrias, entre outros,
com enfoque para os locais onde pode haver aglomeração de pessoas, tais
como residências, creches, escolas, asilos, presídios, ambulatórios, casas
de saúde, hospitais e afins. No caso de população flutuante em ruas,
avenidas, estradas, entre outras, estimar o número de pessoas presentes
no local.
Identificar os bens ambientais relevantes, tais como sistemas hídricos
utilizados para abastecimento público, áreas de preservação ambiental,
entre outros.

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Estudo de Análise de risco

 Parte II Norma técnica P4.261 (CETESB)


 Identificação de perigos
 Consiste na aplicação de técnicas estruturadas para a identificação das
possíveis sequências de eventos, visando a obtenção de diagnóstico do
local e a definição de hipóteses acidentais.
 Exemplo: Análise Preliminar de Perigos (APP)

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Toxicologia

Toxicologia
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Toxicologia

 A toxicologia é a ciência que estuda os efeitos nocivos decorrentes das


interações das substâncias químicas com o organismo, com a finalidade de
prevenir, diagnosticar e tratar a intoxicação. A toxicologia abrange uma
vasta área do conhecimento em que atuam profissionais de formações
diversas: química toxicológica, toxicologia farmacológica, clínica, forense,
ocupacional, veterinária, ambiental, aplicada a alimentos, genética,
analítica, experimental e outras áreas
 Toxicidade: É a capacidade inerente a uma substância de produzir
danos aos organismos vivos, ou seja, é a medida relativa do potencial
tóxico da substância sob certas condições controladas de exposição.
 Uma substância muito tóxica causará dano a um organismo se for
administrada em quantidades muito pequenas, enquanto uma substância
de baixa toxicidade somente produzirá efeito quando a quantidade
administrada for muito grande.

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Toxicologia

 O conhecimento da toxicidade das substâncias químicas se obtém


através de experimentos em laboratório utilizando animais. Os métodos
são empregados com todo rigor científico com a finalidade de fornecer
informações relativas aos efeitos
 A intoxicação humana compreende uma ampla variedade de processos
fisiopatológicos resultantes da interação de um agente tóxico com o
organismo.
 A intoxicação inicia-se com a exposição do organismo ao agente tóxico
que, após vencer as defesas do organismo, chega ao local de ação na
forma ativa.
 Os processos de transporte e as transformações que o agente tóxico
sofre, desde a superfície epitelial de contato, até alcançar os órgãos nos
quais se armazena ou causa lesões, são muito complexos.

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Toxicologia

 A intoxicação pode ser desdobrada em quatro fases:


 Fase I – Exposição: corresponde ao contato do agente tóxico com o
organismo. Representa a disponibilidade química das substâncias e
passíveis de serem introduzidas no organismo.
 Fase II – Toxicocinética: consiste no movimento do agente tóxico dentro
do organismo. É composta pelos processos de absorção, distribuição,
biotransformação e excreção. Todos esses processos envolvem reações
mútuas entre o agente tóxico e o organismo, conduzindo à disponibilidade
biológica (biodisponibilidade).
 Fase III – Toxicodinâmica: corresponde à ação do agente tóxico no
organismo. Interage biologicamente causando alterações morfológicas
e/ou funcionais, produzindo danos.
 Fase IV – Clínica: é caracterizada pelas manifestações clínicas e/ou
laboratoriais resultantes da ação tóxica.

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