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Universidade Federal do Oeste da Bahia

Instituto de Ciências Ambientais e Desenvolvimento Sustentável


Campus Edgar Santos
Curso de Graduação em Geologia

Relatório Geológico – Serra do Mimo

Barreiras – 01 de abril

1
Universidade Federal do Oeste da Bahia
Instituto de Ciências Ambientais e Desenvolvimento Sustentável
Campus Edgar Santos
Curso de Graduação em Geologia
Discentes: Cáio Silva dos Santos – 213100178
Thiago Winicios Alves Araújo – 213100206

Relatório Geológico – Serra do Mimo

Relatório referente a avaliação da disciplina IAD253 – Técnicas de Campo,


ministrada pelo docente: Natanael Barbosa.

Barreiras – 01 de abril

2
Resumo

A atividade de campo tem como cunho principal a fixação de conteúdo teórico


fixado em sala de aula, assim como também expor os alunos a saída de campo. A
aplicabilidade da atividade também foi apresentar e praticar o uso de ferramentas
utilizadas por geólogos. Como: utilização de bússola geológica, medição de planos;
utilização do GPS (Global Position System) para medição de pontos e aferimento da
altimetria; uso de lupas, martelo estratigráfico para retirada de amostras, câmera
fotográfica para capturar imagens principais do local.
A serra do Mimo foi objeto de estudo, localizada na porção leste da cidade de
Barreiras possui vegetação do tipo cerrado. A formação estudada está inserida
geotectonicamente no Cráton São Francisco que é uma formação geológica que
resistiu ao ultimo evento geológico, sofrendo metamorfismos na sua área de
cisalhamento, sendo o mesmo uma unidade tectonicamente estável. A bacia São
Franciscana leva o nome de seu principal rio, Rio São Francisco delimitada por
divisores topográficos como chapada diamantina. É menor que o Cráton que leva o seu
mesmo nome.
A área estudada é geologicamente formada pelas seguintes unidades
litológicas: na base o grupo Bambuí, sendo composto por meta-siltitos por vezes
intercalados por meta-argilitos e meta-calcários de coloração avermelhado e por
vezes arroxeado com metamorfismo de baixo grau. Acima deste localiza-se o grupo
Urucuia, sendo este o principal grupo da escarpa, composto por rochas
sedimentares siliclásticas, no topo possui rochas bem consolidadas, depositados em
ambientes continentais por meio de transporte fluvial e eólico. Ao visualizar o
afloramento não foi possível identificar a transição entre os grupos estudados.
Porém por tratar-se de litotipos diferentes foi possível distinguir as unidades
litológicas que constituem cada grupo.

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Sumário

Índice de Figuras 5

Índice de Tabelas 6

Índice de Fotografias 7

1. Introdução 8

2. Caracterização do Meio Físico 10

2.1. Localização 10

2.2. Acesso 10

2.3. Geomorfologia 11

2.4. Clima 12

2.5 Vegetação 13

2.6 Hidrogeologia 14

2.7. Solos 15

3. Geologia 16

3.1. Geologia Regional 16

3.2 Geologia Local 17

3.2.1. Estratificação 17

3.2.1.1. Grupo Bambuí 17

3.2.1.2. Grupo Urucuia 21

4. Conclusão 24

5. Referências Bibliográficas 25

6. Anexos 27

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Índice de Figuras

Figura 1 – Limites municipais da cidade de Barreiras - BA 10

Figura 2 – Acesso ao município de Barreiras, com destaque para UNEB, 11


ponto de início do percurso.

Figura 3 – Pluviosidade média do Estado da Bahia 13

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Índice de Tabelas

Tabela 1 – Planos e direção de mergulho das rochas no ponto 1, grupo 18


Bambuí
Tabela 2 - Planos e direção de mergulho das rochas no ponto 2, grupo 19
Bambuí
Tabela 3 - Planos e direção de mergulho das rochas no ponto 3, grupo 20
Bambuí
Tabela 4 - Planos e direção de fratura no ponto 4, do grupo Bambuí. 21

6
Índice de Fotografias

Fotografia 1-Geomorfologia na base da Serra, visando Serra da Bandeira ao


12
fundo, com destaque para erosão pluvial.

Fotografia 2 – Vegetação da Base da escarpa, Grupo Bambuí 14

Fotografia 3 – Solo do grupo Bambuí, horizonte O pouco desenvolvido 15

18
Fotografia 4 – Oxido de Manganês aflorando

Fotografia 5 – Veios de Quartzo 20

20
Fotografia 6 – Mudança de cor no afloramento

22
Fotografia 7 – Estratificação paralela e estratificações cruzadas acanaladas

Fotografia 8 – Afloramento 23

7
1. Introdução

Elemento paisagista da cidade Barreiras – BA a Serra do Mimo, é uma


formação rochosa sedimentar pouco conhecida pelos habitantes da cidade, porém
vem sendo objeto de estudo nos últimos anos, aumentando a popularidade da
mesma entre a população e comunidade científica.
O estudo a escarpa foi feito em 16/02/2014 às 08:30, domingo nublado com
orientação do professor Msc. Natanael da Silva Barbosa docente da Universidade
Federal do Oeste da Bahia da disciplina IAD253 – Técnicas de Campo.
A metodologia empregada foi o levantamento bibliográfico realizado via
internet, consulta de livros na biblioteca da UFOB sobre a área estudada e suas
mesorregiões, além de pesquisas com temas relacionados, já em campo o trabalho
tendo início, centrado totalmente no professor e a partir do seu decorrer os alunos
sendo induzidos a descreverem afloramentos e entender os aspectos geológicos e
geomorfológicos da serra.
O objeto de estudo esta inserido no cráton do São Francisco que segundo,
(Almeida 1967, 1977) abrange principalmente os estados da Bahia e de Minas
Gerais e é a mais bem exposta e estudada unidade tectônica do embasamento da
plataformasul-americana.
A serra, possui dois grupos que constituem a sua geologia, são eles o Grupo
Bambuí e o Grupo Urucuia. Na base localiza-se o grupo Bambuí composto por sua
grande maioria por metassiltitos intercalados por metarenitos e metacalcários, de
cores claras que iam ficando mais escuras a medida que a elevação aumentava.
Acima deste localiza-se o grupo Urucuia, tendo como característica principal ser
muito permeável e poroso, possui afloramentos com rochas sedimentares
siliclásticas com cimentação fraca a forte.
A saída técnica teve como objetivo geral, um melhor entendimento sobre a
área em que se está situada a cidade de Barreiras e fornecendo aos alunos contato
com uma aula de campo sendo esses objetivos alcançados pelo estudo da escarpa
serra do Mimo através de sua geologia, vegetação, geomorfologia e solos, sendo
esses dados coletados pela utilização de GPS (Global Position System) e da
bússola geológica, coleta de dados com a bússola sendo plotados no diagrama de

8
rosetas, confecção de caderneta geológica e de relatório técnico-científico,
identificação de afloramentos e o estudo dos dois grupos que compõe a fácies da
serra, Bambuí e Urucuia.

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2. Caracterização do Meio Físico

2.1. Localização
Barreiras faz parte da mesorregião do Oeste Baiano. Localizada entre as
coordenadas 11º 37' e 12º 25' S e 44º 34' e 46º 23' W. Tem como fronteira oeste o
Estado do Tocantis e o Município de Luís Eduardo Magalhães, a leste com os
municípios de Angical e Catolândia, ao norte com o município de Riachão das Neves
e ao sul com o município de São Desidério. (Figura 1).

Figura 1 – Limites municipais da cidade de Barreiras - BA

2.2. Acesso
A área de estudo localiza-se na porção oeste do Município de Barreiras.
Localizado a 863,5 km da cidade de Salvador e a 648 km de Brasília, com seu
acesso, através da BR 242 e BR-020 respectivamente, além de rotas alternativas
feitas pela, BR-135 e BA-447.

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Figura 2 Acesso ao município de Barreiras, com destaque para UNEB, ponto de início do
percurso. (Modificado por Cáio e Thiago em 23/03/2014) – Fonte: www.googlemaps.com

2.3. Geomorfologia
O município de Barreiras localiza-se no noroeste do estado da Bahia, na
bacia do rio Grande, um dos principais afluentes da margem esquerda do rio São
Francisco. Regionalmente, seu território é caracterizado por dois compartimentos do
relevo: a leste, as terras de menor altimetria, se inserem nos Patamares do rio São
Francisco; a oeste, a maior parte do município encontra-se nas Chapadas do rio São
Francisco (IBGE, 2006).
Com tudo, na área de estudo apresenta uma escarpa no grupo Urucuia
composta por ravinas alterando para voçorocas com grande chapadões e de baixa
declividade. E uma concha convexa com falhamentos no grupo Bambuí além de
rampas de colúvio migrando para oeste devido a erosão, apresentando cunho de
sedimentos.(Fotografia 1).

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Fotografia 1: Geomorfologia na base da Serra, visando Serra da Bandeira ao fundo, com
destaque para erosão pluvial.

Segundo(SILVA, Cassio Roberto da,2008) escarpa é um tipo de relevo


montanhoso muito acidentado, transicional entre dois padrões de relevo, com
desnivelamentos superiores, pelo menos, trezentos metros.
O relevo local indica erosão pluvial, já que se trata de uma escarpa na sua
parte mais elevada com feições convexas com rochas pouco permeáveis na base,
logo essa declividade favorece o escoamento superficial.
No topo, o relevo caracteriza-se por ser ruiniforme, consequentemente por
efeito da erosão da água, vento e gravidadade, formando paisagens esculturais.

2.4. Clima
Climático seco, subúmido e seco e com poucas diferenças entre as estações
do ano, com emperaturas altas, possui temperatura anual média 24.3º, máxima 42º,
mínima 20.3º. O período chuvoso se estende de novembro a janeiro, os meses mais

12
quentes são de setembro e outubro o mês de julho apresenta-se como o mês mais
frio com 22°C com uma diferença de apenas 14% para o mês mais quente. A
pluvioside anual média é de 1018mm, máxima de 1684; mínima de 295mm (Figura
3).
O mapa de isoietas (anexo 1), mostra as médias anuais no período de 1977 a
2006 da pluviosidade do estado da Bahia. O estado da Bahia possui variedade
pluviométrica cuja precipitação diminui do litoral pro interior sentido Leste/Oeste,
indicando que a região de estudo possui precipitação média.

Figura 3: Pluviosidade Média do Estado da Bahia

2.5. Vegetação
A vegetação da área estudada tem, presença de cactos, árvores de médio e
pequeno porte, com troncos tortuosos, gramíneas presentes no grupo Bambuí
(Fotografia 2) (base da escarpa), como observado no ponto 8.656.694 de longitude e

13
23L 504.369 de latitude apresenta solo vermelho e amarelo raso com espessura de
10 a 15 cm com pouco material orgânico caracterizando um latossolo vermelho.
Possui rochas pouco metamorfizadas predominam ente metargilitos intercalados
com metassiltitios, com presença de foliação, e presença de porosidade.

Fotografia 2: Vegetação da base da escarpa do grupo Bambuí.

No grupo Urucuia é observado que deixa de aparecer cactos e predominando


a vegetação mais esparsa, cerrado com suas árvores de médio e pequeno porte
com troncos retorcidos, gramíneas, uma das causas dessa mudança é o aumento
da altitude e a mudança de solo em que deixa de ser latossolo vermelhos e
amarelos para solo arenoso, consequência da mudança litológica de metargilitos no
grupo Bambuí para rochas siliclásticas no grupo Urucuia.

2.6. Hidrogeologia
O município de barreiras é rico em recursos hídricos, os rios presentes no
município são: rio de Ondas, rio de Janeiro e o rio Branco são os principais, e
formam a bacia do Rio Grande que banha a cidade, e é a maior bacia do lado
esquerdo do Rio São Francisco.
Conforme visto na área de estudo as rochas do grupo Urucuia, em sua
grande maioria são rochas porosas e permeáveis, facilitando a infiltração de água no
solo, ocasionando solo do tipo arenoso. Portanto é o principal aquífero da região,
cerca de 90% da recarga dos rios da região é realizada por este grupo. Este por vez

14
é recarregado pela água das chuvas torrenciais que ocorrem no período de
novembro a janeiro.
O grupo Bambuí possui rochas pouco permeáveis porém porosas, dificultando
a infiltração e facilitando o escoamento superficial, sendo influenciado pelo relevo
ingríme.

2.7. Solos
De acordo com os pontos estudados na região os solos presentes nos dois
grupos diferem-se litologicamente.
Na base da escarpa, marcada pelo grupo Bambuí possui latossolo vermelho
argiloso pouco desenvolvido, com espessura entre 10 a 12 cm (Fotografia 3) O
horizonte O é quase imperceptível apesar de ter sido notado feições de oxidação
devido a cor ser avermelhada, se aproximando de roxo em alguns pontos, inferindo
ser ambiente de menor oxidação. A matriz de coloração vermelha mostra
granulometria fina, argilosa.

Fotografia 3 - Solo do grupo Bambuí, horizonte O pouco desenvolvido.

No grupo Urucuia apresenta solo arenoso, pequenos grânulos de quartzo,


que favorece a infiltração de água, sendo essas rochas muito porosas e permeáveis
Possui coloração escura, indicando grande presença de matéria orgânica.

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3. Geologia

3.1. Geologia Regional

Inserida geologicamente na bacia Sanfranciscana, a Serra do Mimo é


constituída por dois grupos, o grupo Bambuí e o grupo Urucuia, em que o grupo
Urucuia está sobreposto ao Bambuí.
O Grupo Bambuí datado da idade neoproterozoica constituída por rochas de
formações em ambientes de águas marinhas. Segundo Egydio-Silva (1987) o Grupo
Bambuí sendo subdividido em: Formação Canabravinha que é composta por
quartzitos, metamargas, mica xistos, metassiltitos micáceos e metadiamictitos, que
constituem marcante nível estratigráfico, com clastos variando de seixos a matacões
de quartzitos, gnaisses, carbonatos e metapelitos. Formação São Desidério
constituída por calcários cinza-escuros intercalados a margas e siltitos. A Formação
Serra da Mamona que é composta por metassiltitos, ardósias e metacalcários
intercalados a metarenitos finos e Formação Riachão das Neves composta por
metarcóseos e metarenitos, com lentes de metamargas e metacalcários.
O termo Urucuia foi designado primeiramente por Barbosa, 1967, Kattah, 1994 e
Campos&Dardene, 1997. Datas rochas de idade cretácea, apresentando uma
unidade homogênea e com pouca vaiação nos tipos de rochas. Segundo Goes &
Feijo (1994) e Campo (1996) a região tem uma descontínua.
Segundo Sgarbi et al (2001) o Grupo Urucuia é subdividido nas formações Posse,
e Serra das Araras. Na Formação Posse, foi dividida por Campos&Dardenne (1997)
em Fácies 1 e 2. Na fácie 1 é composta de quartzo arenitos feldspática, muito fina,
fina à média, com boa maturidade textural. Onde ocorrem ainda lentes e níveis de
conglomerados caracterizados como sistema eólico de campos de dunas pela
presença de estratos cruzada de grande porte. Na fácie 2 é composta de arenitos
feldspático e quartzo arenitos, bem selecionado e menos maturo. O material argiloso
compõe a matriz dentrítica com estratificações cruzada tabular e tangencial de
pequeno porte e estrato planos-parelelos mais raros.

16
3.2.Geologia Local
A geologia local foi descrita a partir de estudos de afloramentos dispostos em
forma de lajedos rochas sedimentares localizadas na Serra de Mimo em Barreiras –
BA. A análise foi feita primeiramente na base da serra, na qual a partir dela subiu
analisando as demais estruturas de cada grupo.

3.2.1. Estratigrafia
A área visitada apresenta dois tipos de litofácies, na base da serra, rochas
metassedimentares, onde ocorre uma zona de maior escoamento superficial (Grupo
Bambuí), já no topo demonstra uma forma plana, favorecendo a infiltração e
escarpada na parte lateral mais alta desse chapadão (Grupo Urucuia).
Os afloramentos observados estão localizados desde a base até o topo da
serra. São constituídos por: sedimentos de granulometria variando de superfina a
média, textura argilosa a arenosa, maturidade textural de subarredondado a
arredondado, com rochas de muito porosas a pouco porosas; permeáveis, com
composição química variável com quartzo (60%), feldspato (20%) alterando para
argilominerais, óxidos e hidróxidos de manganês (20%); solo de cor amarelo e
vermelho além de solo arenoso, em toda serra, pode ser vistas estruturas de
laminada a maciça, foliações, fraturas (algumas vezes em mais de uma direção),
estratificações cruzadas acanaladas, planas e tangencial.

3.2.1.1. Grupo Bambuí


Primeiro ponto descrito localiza-se na zona 23L 504.369 m de latitude e
8.656.694m de longitude, com 547m de altimetria e precisão de 3 m. Vegetação com
árvores de médio, pequeno porte e gramíneas, apresentando alguns cactos, sendo
caracterizada como cerrado, solo vermelho e raso com espessura de 10 à 15 cm,
com a presença de pouco material orgânico, de cor vermelha a amarelo com feições
de oxidação, caracterizado como latossolo, a rocha tem granuolometria fina de
coloração vermelha a amarela, muito porosa, pouco permeável, com composição
mineralógica de argilominerais(90%) feldspato(10%), cimentação fraca, bem
selecionado, possui presença de foliação, pouco resistente, apresentando
metamorfismo de baixo grau, caracterizada como metargilito

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Afloravam a superfície poucas rochas em diferentes locais, nelas foram feitas
três medições de planos em locais diferentes. (Tabela 1)

Planos Direção e Mergulho

01 N 122º / 29º NE

02 N 310º / 14º NE

03 N 301º / 20º NE

Tabela 1: Planos e direção de mergulho das rochas no ponto 1, grupo Bambuí

No segundo ponto 23L 504.441m 8.656.604m, altimetria 567m, precisão de


3m, o afloramento apresenta mesma vegetação e solo observados no primeiro
afloramento. O litotipo de rocha se repete, porém apresenta foliação com
aparecimento de óxido do manganês (15%), argilominerais (75%), fruto da alteração
de feldspatos presentes nessas rochas, e oriundos do esforço tectônico gerado pelo
fechamento do Cráton (Fotografia 4).

Fotografia 4: Óxido de Manganês aflorando

Nele observava-se mais de uma direção de mergulho, foram feitas 15


medições de direção e mergulho em pontos diferentes, cada plano refere-se a
medição de uma camada estratigráfica e uma falha. (Tabela 2).

18
Planos Direção e Mergulho

01 N 295º / 83 SW

02 N 14º / 69º NW

03 N 45º / 47º SW

04 N 169º / 66º NW

05 N 96º / 57º SE

06 N 290º / 43 NE

07 N 26º / 86º SE

08 N 346º / 86º SE

09 N 262º / 67º NW

10 N 235º / 76º NE

11 N 30º / 08º SE

12 N 64º /42º SE

13 N 35º / 21º SE

14 N 264º / 53 NW

15 N 68 º / 25º SE

Tabela 2: Planos e direção de mergulho das rochas no ponto 2, grupo Bambuí

O terceiro ponto no qual foram feitos medidas de direção e mergulho foi na


zona 23L 504.441m de latitude e 8.656.604m com altimetria de 575m e precisão de
3m. Tipos de solo e vegetação, se repetem, porém apresentam veios de quartzo, por
causa de falhamentos e fraturas, o veio de quartzo se destaca em relação ao óxido
de manganês. Com composição minerlógica quartzo (10%), argilominerais (85%),
óxido de manganês (5%). O quartzo preenche as lacunas, aparecendo rochas roxas
caracterizando ambientes de menor oxidação. (Fotografia 5).

19
Fotografia 5 - Veio de quartzo

Neste ponto foram encontrados veios de quartzo que cortavam a foliação. (tabela 3)
Planos Direção e Mergulho

01 N 238º / 12º NW

02 N 245º / 36º NW

Tabela 3: Planos e direção de mergulho das rochas no ponto 4, grupo Bambuí.

Na zona 23L 504.489m de latitude e 8.656.576 m de longitude, com altimetria


de 587m e precisão de 3m, mais duas medidas de direção e mergulho foram feitas
(Tabela 4) nela nota-se que a inclinação da fratura começa a alterar, juntamente com
a coloração que passa a ser roxa (Fotografia 6).

20

Fotografia 6 – Mudança de cor no


afloramento
Apresenta a mesma vegetação, solo e litologia dos pontos descritos
anteriormente, mas com rochas mais escuras, intercaladas com cinza, roxo e
amarelo, por causa do aumento da quantidade de água, caracterizando um
ambiente mais redutor.
Planos Direção e Mergulho

01 N 274 º / 27º NW

02 N 102º / 41º SW

03 N 65º / 47º SW (foliação)

Tabela 4: Planos e direção de fratura no ponto 4, do grupo Bambuí.

O diagrama de roseta (anexo), indica a direção e o mergulho das estruturas.

3.2.1.2. Grupo Urucuia


No primeiro afloramento de coordenadas 23L 0504.778 m 8.656.343 m e
altimetria 654 m com precisão de 3m , nota-se uma vegetação esparsa, com árvores
de pequeno a médio porte com caules tortuosos frutos das queimadas naturais,
caracterizando o cerrado.
Solo arenoso com espessura 18 cm, de cor marrom a marrom escuro, com
presença considerável de material orgânico. Notou-se rochas com granulometria fina
à média, mais resistente que a do bambuí, na maioria das vezes porosa e
permeável, maturidade textural de subarredondado a arredondado, friável, maçiça,
com estratificação plana e incipiente, cimentação fraca, com a maioria dos minerais
félsicos composta por: quartzo(70%), óxido de mangnês(10%), caulinita(20%),
caracterizada como arenito quartzoso.
No segundo afloramento de coordenadas 23L 0.504.775 m, 8.656.339 m
altimetria: 659 m precisão de 3m, com a mesma vegetação, solo e tipo de rocha
anterior, porém essas rochas com granulometria maior, sendo moderadamente
selecionados; arredondados, de textura superficial fosca, caracterizando uma
granulodescrescência ascendente, com a maioria dos minerais félsicos composta
por: quartzo(70%) e feldspática(30%), com a energia hidraúlica diminuindo com a
subida por causa da deposição de grãos maiores, apresentando laminação plana –

21
paralela e estratificações cruzadas acanaladas de pequeno porte com um
espaçamento de 12 cm e tangenciais, evidenciando uma formação fluvial, nesse
caso de rio entrelaçado. (Fotografia 7)

Fotografia 7 - estratificação paralela e estratificações


cruzadas acanaladas

No terceiro afloramento de coordenadas 23L 0.504.801m, 8.656.324m e


altimetria: 686m e precisão de 3m, mesmo tipo de vegetação e solo, entretanto com
solo mais espesso e litologias com boa cimentação, um arenito silificado de
coloração avermelhada, bem selecionada, de clastos arrendondatos com
composição quartzosa(90%) e feldastos (10%), maciça, impermeáveis, sem
porosidade, com superfície textural polida, associado ao clima árido, formando um
relevo ruiniforme.
No quarto afloramento de coordenadas 23L 0.504.881m, 8.656.245m e
altimetria 690m com precisão de 3m, com mesma vegetação, solo e litologia anterior
porém, com estratificação planar N135º/84NE e acanalada N15º/02NE, feições de
dissolução, granulometria fina à média, vários pelitos intercalados variando de
vermelho a amarelo, relevo ruiniforme, bem selecionado, com composição quartzosa
(90%) e feldspática (10%)(Fotografia 8)

22
Fotografia 8 – Afloramento
No topo desses morros, estão localizadas as rochas areníticas recristalizadas,
avermelhada, composta por quartzo (>95%), maciças, impermeáveis, sem
porosidade e com superfície textural polida.

23
4. Conclusão

Com os dados levantados da área, conclui-se que a Serra do Mimo possui duas
unidades litológicas diferentes, tanto geograficamente quanto geologicamente,
marcados por uma diferença de granulometria, solo, vegetação, litologia e geomorfologia.
O solo do Bambuí vermelho à amarelo, argiloso, caracteriza-se como um latossolo, já
o do grupo sobreposto (Urucuia) é um solo arenoso mais espesso, em consequência dos tipos
de rochas dispostas em cada litofácie. A vegetação de ambos são muito parecida, porém no
grupo Urucuia a flora é mais esparsa, enquanto o Bambuí a vegetação é mas densa.
Geomorfologicamente o grupo Bambui favorece o escoamento superficial, pois possui o
relevo tipo concha convexa.
O grupo Bambuí, localizado na base possui rochas de granulometria muito
fina, caracterizado por metargilitos por vezes intercalados por metasiltitios e meta-
calcários, enquanto o grupo Urucuia apresenta rochas sedimentares siliclásticas de
granulometria fina à média. Essa diferença de granulometria é devido a forma de
depósito dos sedimentos e tipos de transporte, depósitos fluviais e eólicos, sendo os
sedimentos do Bambuí depositados em locais mais oxidantes, sem presença ou com
pouca presença de água, enquanto o Urucuia sedimentado em ambientes redutores.

24
5. Referencias Bibliográfica

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SILVA, Cassio Roberto da. Geodiversidade do Brasil: conhecer o passado,
para entender o presente e prever o futuro \ editor: Cassio Roberto da Silva. Rio
de Janeiro: CPRM, 2008. 38

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ANDRADE, J. B. M.; CASCAES, O. S. F. Panorama Hidrogeológico do grupo
Bambuí no Oeste da Bahia. Salvador.

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6. Anexos
Anexo – 01. Mapa de isoietas da Bahia

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Anexo 02. Diagrama de Rosetas

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