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UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DA BAHIA - UFOB

INSTITUTO DE CIÊNCIAS AMBIENTAIS E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL - ICADS


CURSO DE GRADUAÇÃO EM GEOLOGIA

RELATÓRIO DE CAMPO: SERRA DO MIMO

BARREIRAS-BA

2014
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Laleska Gabriella Régis Pereira

Luana da Silva de Souza

Relatório referente à, disciplina IAD 25 –Técnicas de Campo, ,


semestre 2013.2, da Universidade Federal do Oeste da Bahia –
UFOB. Docente: Natanael da Silva Barbosa.

BARREIRAS- BA
2014
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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 04
2. CARACTERIZAÇÃO DO MEIO FÍSICO ........................................................................ 05
2.1. Localização e acesso ........................................................................................................ 05
2.2. Geomorfologia ................................................................................................................. 05
2.3. Clima ................................................................................................................................ 06
2.4. Vegetação ......................................................................................................................... 07
2.5. Hidrogeologia ................................................................................................................... 07
2.6. Solos ................................................................................................................................. 07
3. GEOLOGIA ........................................................................................................................ 07
3.1. Geologia Regional ............................................................................................................ 07
3.2. Geologia Local ................................................................................................................. 08
3.2.1. Estratigrafia (Grupo Bambuí) ....................................................................................... 08
3.2.2. 3.2.1 Estratigrafia (Grupo Urucuia) .............................................................................. 10
4. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES .......................................................................... 12

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1. Localização da UNEB - Universidade Estadual da Bahia, Barreiras-BA ............... 05


Figura 2. Mapa de isoietas do oeste da Bahia ......................................................................... 06
Figura 3: Vegetação e solo presentes no grupo Bambuí, Serra do Mimo, Barreiras-BA ....... 08
Figura 4: Rocha sedimentar presentes no grupo Bambuí, Serra do Mimo, Barreiras-BA ...... 09
Figura 5: Afloramento rochoso, Grupo Bambuí com presença de manganês ........................ 10
Imagem 6: Rocha sedimentar Grupo Urucuia, Serra do Mimo, Barreiras-BA ....................... 12
Imagem 7: Rocha sedimentar Grupo Urucuia, Serra do Mimo, Barreiras-BA ....................... 13
Imagem 8: Rocha sedimentar Grupo Urucuia, Serra do Mimo, Barreiras-BA ....................... 13

ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1: planos de rochas do grupo Bambuí ......................................................................... 09


Tabela 2: planos de rochas do grupo Bambuí ......................................................................... 10
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RELATÓRIO DE CAMPO: SERRA DO MIMO

RESUMO

O presente relatório trata-se de visita técnica aos grupos Bambui e Urucuia no intuito
de descrever as formações rochosas de ambos os grupos. A metodologia empregada durante a
realização do presente relatório trata-se de anotações feitas durante a visita e pesquisa a
literaturas relacionadas aos temas envolvidos no presente relatório.

1. INTRODUÇÃO

Este relatório refere-se à visita técnica realizada no dia 16 de fevereiro de 2014, pelos
estudantes de Geologia, Laleska Gabriella Regis Pereira e Luana da Silva de Souza realizada
na Serra do Mimo, localizada na cidade de Barreiras-BA. A visita realizou-se por volta das
08:30hs da manhã até as 17:30hs. O acesso a serra foi feito através do Campus da UNEB -
Universidade do Estado da Bahia. A visita teve como objetivo a observação de formações
rochosas, vegetação, geomorfologia, solos dentre outras características observáveis durante a
visita, dos grupos Urucuia e Bambuí. Assim como a prática de conhecimentos teóricos
internalizados durante as aulas da disciplina de Técnicas de Campo – IAD 253, ministrada
pelo docente Natanael da Silva Barbosa, responsável pela proposta do trabalho. A visita teve
duração de apenas 1(um) dia.

A metodologia empregada durante a realização do presente relatório trata-se de


anotações feitas durante a visita e pesquisa a literaturas relacionadas aos temas envolvidos no
presente relatório.

1.1 Objetivos do trabalho

1.1.1 Objetivos gerais

 Caracterizar o meio físico da área estudada (geomorfologia, clima, vegetação,


hidrogeologia, solos);
 Caracterizar tanto a geologia local quanto a regional da área estudada, tendo como
base as anotações feitas em campo e consulta à literatura.

1.1.2 Objetivos Específicos

 Caracterizar a direção na qual as rochas posicionadas;


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 Caracterizar o tipo de rocha que compõe o grupo (Bambuí, Urucuia).

2. CARACTERIZAÇÃO DO MEIO FÍSICO

2.1. Localização e acesso

Partindo-se do centro da cidade de Barreiras-BA, e indo-se pelo sentido Salvador, pela


BR-242, o campus da UNEB - Universidade Estadual da Bahia encontra-se na lateral direita
da pista em frente ao Atacadão. Entrando-se na instituição e seguindo-se até o fundo da
mesma (coordenada UTM 23L0504367/UTM: 8656696/Elevação: 531m) encontra-se uma
trilha que dá acesso a Serra do Mimo, o nosso objeto de estudo.

Figura 1 – Localização da UNEB - Universidade Estadual da Bahia, Barreiras-BA. Fonte: Google (2014)

2.2 Geomorfologia
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A base do local visitado se encontra sob a forma de planalto, ao subir a serra notou-se
fragmentos de rocha em tamanhos variados.

Segundo (Casseti, 2005), as escarpas estruturais, mantidas por arenitos da Formação


Urucuia, apresentam-se dotadas de cornijas estruturais, com ou sem coroamento
concrecionário, além de estruturas ruiniformes. Os solos acham-se individualizados pelos
Solos Litólicos e Cambissolos álicos, ambos distróficos.
A Serra do Mimo apresenta solo vermelho-amarelado na base e marrom no topo.

2.3. Clima

Segundo Köppen, na região do oeste baiano o clima é classificado como tropical tipo
Aw, com inverno seco. Apresenta duas estações bem definidas, com um verão chuvoso, que
se estende de outubro a abril, e um inverno seco, de maio a setembro. As temperaturas médias
variam anualmente entre 26°e 20°C. A pluviometria aumenta de leste para oeste com médias
anuais entre 900 a 1.00 mm (mínima), na altura de Barreiras e Correntina, e 1.500 mm
(máxima), na parte ocidental, no extremo oeste da borda da serra Geral de Goiás. Os maiores
volumes concentram-se nos meses de outubro a abril. As médias mensais podem atingir cerca
de 200 a 250 mm ao mês, enquanto que no período seco a altura pluviométrica é quase zero
(GASPAR, 2006).
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Figura 2: Mapa de isoietas do oeste da Bahia. Período de 1982 a 2002. Fonte: Gaspar (2006)
2.4.Vegetação

Segundo Gaspar (2006), na Serra do Mimo se encontra uma vegetação de pequeno e


médio porte, com gramíneas e árvores de troncos retorcidos característicos da vegetação do
Cerrado.

2.5. Hidrogeologia

Segundo Gaspar (2006) o contexto hidrogeológico do Brasil apresenta a região do


oeste baiano enquadrada na Província Hidrogeológica São Francisco, composta pelos sistemas
aquíferos Urucuia/Areado, Bambuí e Cristalino Centro. Verifica-se a presença de arenitos do
Grupo Urucuia, pouco espessos, em perfis construtivos de poços que captam outros sistemas
aquíferos, compondo somente a zona não saturada. Conforme constatado, no limite oeste de
sua área efetiva, o sistema aquífero Urucuia exibe um eixo longitudinal divisor do fluxo
subterrâneo, que separa o sentido do fluxo regional do sistema para leste e para oeste. A
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presença desta estrutura, confere ao sistema aquífero uma assimetria entre as bacias
hidrográfica e hidrogeológica. Assim sendo, qualquer bacia hidrológica comporta duas bacias
hidrogeológicas que constituem um mesmo sistema aquífero. A bacia hidrogeológica leste
(oriental) contribui com fluxo de base para a alimentação da rede de drenagem pertencente à
bacia hidrográfica do São Francisco, enquanto que a bacia hidrogeológica oeste (ocidental)
contribui para os cursos superficiais que alimentam a bacia do rio Tocantins.
Quanto ao padrão de drenagem, os rios são paralelos em cima da escarpa e passam
para um padrão dentrítico no vale formado pela Serra do Mimo e a Serra da Bandeira, onde a
cidade de Barreiras está localizada.

2.6. Solos
No quesito solo, foram observadas duas distinções. O Bambuí apresenta um solo
avermelhado oxidado, onde podemos perceber que o horizonte O praticamente não existe, o
que significa presença de pouca matéria orgânica. A granulometria nesse grupo é
majoritariamente fina devido a grande quantidade de argila média a grossa. No Urucuia, há a
presença de um solo arenoso com grãos bem selecionados e uma maior existência de matéria
orgânica.

3. GEOLOGIA

3.1. Geologia Regional

O Grupo Bambuí, é caracterizado por encontrar-se disposto horizontalmente ou


suavemente ondulado, sendo constituído de três sequências transgressivo-regressivas,
constituídas por argilitos, margas, ritmitos marinhos e calcilutitos na base, que progradam
para calcilutitos, calcarenitos, calcarenitos ooliticos, siltitos e arenitos. O substrato da
Formação Urucuia, sob a maior parte da porção setentrional da bacia, é constituído pela
Formação Três Marias, descrita como ardósias, siltitos argilosos e arcóseos de cores verde e
cinza-esverdeados, localmente róseos e amarronzados, que contêm pequenas lentes de margas
e de calcários. (Dardenne, 1981 e 2000).
Ainda segundo Dardenne, Os rios que constituem a bacia apresentam padrões
distintos, um sobre a Formação Urucuia e outro sobre o Grupo Bambuí. A rede de drenagem
que cruza o chapadão central apresenta-se com entalhe incipiente e padrão de drenagem
paralelo. Em vista do relevo do chapadão ser plano e com pequena inclinação topográfica, a
drenagem da área se faz com rios de pouco gradiente, com fluxo lento de águas.
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3.2. Geologia Local

3.2.1. Estratigrafia (Grupo Bambuí)

O Grupo Bambuí localizado na base da Serra do Mimo é caracterizado com a presença


de solo de coloração vermelho-amarelada, o que caracteriza um processo de oxidação no
mesmo. A vegetação é constante na grande maioria do percurso, característica do cerrado,
como árvores gramíneas e de médio porte.

Figura 3: Vegetação e solo presentes no grupo Bambuí, Serra do Mimo, Barreiras-BA.

Em nosso 1º (primeiro) ponto com coordenadas de latitude 23L0504367 e longitude


8656696 e altimetria 531m foi observado rochas sedimentares formadas de meta-argilito e
granulometria fina, com composição mineralógica constituída por argilominerais e feldspato.
As rochas presentes não possuem uma boa resistência, o que pôde ser observado percebendo-
se que se quebravam muito facilmente e apresentavam muita facilidade de retirada de
amostras, além de serem porosas. Foram retiradas medidas de plano das referidas rochas,
como constam na tabela abaixo:

Tabela 1: planos de rochas do grupo Bambuí


PLANOS MEDIDAS
01 N236°/12°NE
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02 N313°/54NE
03 N280°/56ºNW

Figura 4: Rocha sedimentar presentes no grupo Bambuí, Serra do Mimo, Barreiras-BA.

Posteriormente, ao subirmos a serra marcamos nosso 2º (segundo) ponto com o GPS e


foram registradas as coordenadas de latitude 23L0504515 e longitude 8656542 e altimetria 59
m
6 , onde diversas fraturas características de mudanças de temperatura e pressão puderam ser
observadas e medidas como segue tabela abaixo:

Tabela 2: planos de rochas do grupo Bambuí


PLANOS MEDIDAS
01 N14°/69°NW
02 N45°/48°SW
03 N295°/83°SW
04 N332°/78°NW
05 N169°/66°NW
06 N196°/57°SE
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07 N290°/43°NW

Nesse ponto, foi observada a mudança de cor no afloramento, apresentando uma nova
coloração arrocheada, característica do óxido de manganês, que foi lixiviado e depositado nas
rochas, pela alteração de outros minerais durante a colisão de fechamento do cráton. As
estruturas multiplanares(fraturas) possivelmente possuem um processo de cisalhamento
associado.

Figura 5: Afloramento rochoso, Grupo Bambuí com presença de manganês.


À altimetria de 66 2m, foi observada a presença de um grande paredão de rocha de
composição silicosa (arenito silicático), diversos padrões de fratura e estratificação,
predominando a plana. A granulometria da rocha no mesmo é de média a fina com uma
composição estimada de 90% de quartzo e 10% de feldspato alterado (caulinita). Quanto á
cimentação, a rocha não e muito cimentada, porém a mesma parece maciça (friável).
À altimetria de 672m, foi observada uma mudança de coloração a rocha (a mesma
tornou-se mais clara). Houve uma mudança na espessura da estratificação, que passou a a ser
menor do que 1 cm, sendo agora denominada como laminação. As linhas de laminação são
paralelas e cruzadas em tal ponto. Também foi percebido um aumento da granolmetria,
devido ao aumento dos cristais de quartzo. Nesse ponto foi possível analisar a mudança de
coloração das rochas desde o primeiro ponto até o então dado instante: de vermelho e amarelo
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alaranjado passou-se para roxo, seguido de um tom de cinza, finalizando com vermelho e
amarelo.
No topo, à altimetria de 691m a matriz rochosa foi descrita como sendo um arenito
silicificado e possui sua origem associada ao clima anterior (mar seguido de deserto). Foi
possível perceber a presença maciça de formas de relevo runeiforme.

Outras medidas de planos foram retiradas e serão apresentadas no Diagrama de


Rosetas (em anexo).

3.2.1.1. Estratigrafia (Urucuia)

O Grupo Urucuia está localizado acima do Grupo Bambuí. A uma altura de 658 m, já
estando no Grupo Urucuia percebe mos a mudança de solo e de vegetação, percebendo-se um
ambiente com árvores mais esparsas e solo variando entre marrom claro e escuro. Percebemos
que à medida que subíamos a Serra do Mimo, a coloração do solo ia se tornando mais escura.

Em relação às rochas presentes nesse grupo, apresentaram composição mineralógica


formada por quartzo, feldspato e caolinita, com composição percentual em torno de 70%,
10% e 20% respectivamente. São caracterizadas por paredões, com padrões de fratura e
estratificação, granulometria variando de média a fina, cimentação não muito firme, mas
maciça. No geral são grãos bem selecionados.

Numa elevação de 672m as rochas se apresentaram com uma coloração mais clara,
características dos silicatos e as linhas de laminação passaram a ser paralelas e cruzadas.
Podemos observar estruturas rochosas tabulares, cruzada, acanalada.

Em relação à petrogênese, a origem dos sedimentos associados ao grupo Urucuia


deve-se por processo fluvial.

Aos 689 m de altitude, foram encontradas rochas bem cimentadas, com composição
mineralógica em torno dos 70% de quartzo e 30% de feldspato, apresentado seu topo erodito
o que pode ser explicado pela ação do vento e do intemperismo. Essas últimas rochas
encontradas no topo da Serra do Mimo, não apresentavam permeabilidade, o que garante
outra diferença entre as rochas do grupo Bambuí.

Seque abaixo, fotos tiradas durante a visita no Grupo Urucuia:


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Imagem 6: Rocha sedimentar Grupo Urucuia, Serra do Mimo, Barreiras-BA

Imagem 7: Rocha sedimentar Grupo Urucuia, Serra do Mimo, Barreiras-BA


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Imagem 8: Rocha sedimentar Grupo Urucuia, Serra do Mimo, Barreiras-BA

4. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

Baseando-se no presente relatório, nas bibliografias e observações feitas em campo


conclui-se que os grupos Bambuí e Urucuia apresentam semelhanças e diferenças entre si.
Embora a vegetação se apresente de forma parecida, a granulometria constituinte das rochas
varia de um grupo para o outro, assim como o solo e o tipo de rocha.

5. REFERÊNCIAS BIB LIOGRÁFICAS

CASSETI, Valter, Dinâmica Processual do relevo: a vertente como categoria. Cap. 3,


Ambiente e Apropriação do Relevo, São Paulo: Contexto, 1991, p.54-86;

DARDENNE,M.A. Ambientes de sedimentação no Grupo Bambuí. In: CONGRESSO


BRASILEIRO DE GEOLOGIA, 30., 1978, Recife. Resumos... Recife: SBG, 1978. p. 150.
Boletim 1.

GASPAR, M.T.P. Sistema Aquífero Urucuia: Caracterização Regional e Propostas de


Gestão. 2006. 158 f. Tese (Doutorado), Instituto de Geociências, Universidade de Brasília,
Brasília. 2006.
Google maps, http: www.google.com, acesso em 30 de janeiro de 2014
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 CLIMATOLOGIA PARA BARREIRAS-BA. Jornal do Tempo (1961-1990). Arquivado


do original em 7 de março de 2014. Página visitada em 7 de março de 2014
http://www.webcitation.org/6NuMWsTEo

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