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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS

INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS


DEPARTAMENTO DE GEOCIÊNCIAS

RELATÓRIO DE CAMPO 2021.2


EQUIPE 03

MANAUS
2022
ii

UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS


INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS
DEPARTAMENTO DE GEOCIÊNCIAS

RELATÓRIO DE CAMPO 2021.2


EQUIPE 03

ERIK TAYLOR VICTOR DOS SANTOS


ISMAEL DA SILVA LIMA
MELRIAN FERNANDES VASCONCELOS

Relatório de Campo 2021.2 – Equipe 03 da


Disciplina de Prática de Campo I, apresentado aos
orientadores, como exigência para a obtenção de nota
final.
Orientadores: Prof.ª Dr.ª Mayara Fraeda
Barbosa; Prof. Dr. Roberto Cesar de Mendonça Barbosa;
Prof.ª Dr.ª Valquíria Porfirio Barbosa.

MANAUS
2022
iii

RESUMO

Bacia do Amazonas, uma bacia do tipo intracratônica, limitada ao norte pelo Escudo
das Guianas, ao sul pelo escudo Brasileiro, a leste pelo arco do Gurupá, e a oeste pelo Arco do
Purus e encontra-se situada dentro do Cráton Amazônico. Sua origem está relacionada aos
esforços tectônicos dispersos durante o Ciclo Brasiliano, é composta por seis grupos
identificados: Purus, Trombetas, Urupadi, Curuá, Tapajós e Javari e subdivididos nas seguintes
formações que foram visitados durante a prática de campo: Prosperança, Nhamundá, Pitinga,
Manacapuru, Alter do Chão. A área de estudo foi realizada no município de Presidente
Figueiredo. Este relatório tem como objetivo, apresentar o contexto geológico regional da área
de estudo e os dados coletados nos afloramentos visitados ao longo do trecho Manaus-
Presidente Figueiredo, através primeiramente da realização de um levantamento bibliográfico
de estudos publicados da região, e em seguida, da construção de perfis estratigráficos dos
afloramentos, buscando identificar estruturas sedimentares, litologia, ambiente de formação,
correlação das fácies sedimentares, identificação de conteúdo fossilífero quando possível,
medição, registro e coleta de amostras das unidades visitadas, confecção do mapa de localização
e construção de seção geológica ao final do campo, englobando todos os pontos visitados para
um panorama geral da região, de acordo com os conceitos de Fundamentos de Sedimentologia,
Desenho Geológico e Fundamentos de Paleontologia ministrados em sala de aula. Com o intuito
de caracterizar e determinar os paleoambientes dos afloramentos examinados no decorrer de
cortes de estradas, zonas turísticas e propriedades particulares, através de análises
granulométricas feitas em laboratório, tabela de caracterização de marmitas, e análises
paleontológicas e faciológicas organizadas em tabelas de atributos. Considerando-se que, os
resultados obtidos em campo, laboratório e nos estudos realizados anteriormente, podemos
aferir que a formação Nhamundá é predominante entre as outras formações estudas em
Presidente Figueiredo. A confecção do perfil estratigráfico em conjunto com a descrição da
fácies sedimentares identificada não permitiram uma definição exata do paleoambiente da
formação Pitinga, porém é suficiente para indicar um ambiente marinho influenciado por um
possível avanço do nível do mar, provocando mudanças de litologia nos contatos
Nhamundá/Pitinga. A correlação dos sedimentos da formação Alter do Chão e dos depósitos de
areia brancas, não foram observadas pela análise morfoscópica e granulométrica.

Palavras-chaves: Bacia do Amazonas; Sequências sedimentares; Alter do Chão;


iv

SUMÁRIO
RESUMO
1.Capítulo 1 - Introdução
1.1 Apresentação, justificativas e objetivos
1.2 Localização da área de estudo
1.3 Materiais e Métodos
2. Capítulo 2 - Contexto Geológico Regional
2.1 Bacia do Amazonas
2.2 Grupo Purus
2.2.1 Formação Prosperança
2.3 Grupo Trombetas
2.3.1 Formação Autáz-mirim
2.3.2 Formação Nhamundá
2.3.3 Formação Pitinga
2.4.4 Formação Manacapuru
2.5 Grupo Urupadi
2.5 Grupo Curuá
2.6 Grupo Tapajós
2.7 Grupo Javari
2.7.1 Formação Alter do Chão
2.7 Depósitos Quaternários
2.8.1 Depósitos de Areias Brancas
3. Capítulo 3 - Geologia Local
3.1 Unidade I : Grupo Iricoumé
3.2 Unidade II : Formação Prosperança
3.3 Unidade III : Formação Nhamundá
3.4 Unidade IV : Formação Pitinga
3.5 Unidade V : Formação Manacapuru
3.6 Unidade VI : Formação Alter do Chão
3.7 Unidade VII : Depósitos Quaternários
4. CAPÍTULO 4 - DISCUSSÃO E CONCLUSÃO
5. REFERÊNCIAS
6. APÊNDICES
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1 CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO

1.1. INTRODUÇÃO

A Bacia do Amazonas apresenta-se constituída de rochas cristalinas e unidades


sedimentares, que foram visitados durante a prática de campo realizada na região de Manaus e
Presidente Figueiredo seguindo um roteiro determinado, totalizando dezoito pontos
examinados entre os dias 10 a 16 de agosto. Algumas dessas unidades tais como, Prosperança,
Nhamundá, Pitinga, Manacapuru, Alter do Chão e Depósitos Quaternários, foram a base para a
confecção deste relatório.
Os dezoito pontos visitados, pertencentes às unidades sedimentares citadas acima,
permitem de maneira geral, a visualização dos processos evolutivos da bacia. Desse modo, o
trabalho de campo, se faz necessário tanto para discentes quanto docentes, uma vez que, as
atividades práticas realizadas para descrição e caracterização dos afloramentos, confecção do
mapa de localização e da seção geológica, são reflexo dos conhecimentos obtidos nas
disciplinas de Fundamentos de Sedimentologia, Fundamentos de Paleontologia e Desenho
Geológico ministrados em sala de aula.
Portanto, os resultados obtidos em campo, através de descrições, análises faciológicas e
paleontológicas, e de análises feitas em laboratório, auxiliaram na identificação e determinação
dos paleoambientes deposicionais, litologias e de seu respectivo conteúdo fossilífero das
unidades de rochas visitadas, tornado possível o processo de determinação e diferenciação de
cada unidade, bem como a compreensão dos processos sedimentares e as relações
estratigráficas são muitos importantes para ajudar a diferenciar os ambientes que muitas das
vezes se repetem durante a formação da Bacia do Amazonas.
Podemos aferir que a formação Nhamundá compreende a maior área em exposição
identificado nos pontos estudados, que formação Pitinga é a principal transgressão marinha da
bacia, onde destacamos que este tipo de identificação na Região Amazônica é raríssimo
encontrar, uma área de exposição de contato na natureza, mutas das vezes os contatos estão
encobertos pelas vegetações da região e por degradação de rochas de propriedades física de
resistências diferentes.
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1.2. LOCALIZAÇÃO E ACESSO A ÁREA DE ESTUDO

O mapa de localização abaixo apresenta a área de estudo do trabalho de campo.


Mostrando as colunas estratigráficas identificadas através dos pontos visitados no município de
Manaus e Presidente Figueiredo, ao longo do BR-174 e AM-240.
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1.3. MATERIAIS E MÉTODOS

Os Materiais e Métodos utilizados para a confecção do presente relatório, foram


subdivididos da seguinte forma:
a) Levantamento bibliográfico da geologia regional da Bacia do Amazonas por meio
de pesquisas em artigos científicos.
b) Elaboração de um mapa de localização georreferenciado da área utilizando o
software QGIS 3.4.
c) Descrição dos afloramentos, através da observação de estruturas sedimentares,
conteúdo fossilífero, granulometria, litologia, fácies sedimentares, entre outros.
Foram utilizados para tais funções: escalímetro, trena de 10m, papel milimetrado,
terçado, faça, canivete, martelo geológico, lapiseira, caneta permanente, escala, fita
crepe pincéis, aplicativo AVENZA Maps, escala granulométrica, lupa com aumento
de 20x, câmeras fotográficas e smartphones com fotografias em paralelo aos pontos
amostrais e algumas seções panorâmicas, caderneta de campo - Geologia BR, GPS
(Sistema de Geoposicionamento Global) para adquirir a localização dos pontos por
coordenadas geográficas, Bússola Brunton adquirir direções das camadas, fraturas e
paleocorrentes e o programa Sedlog, utilizado para a confecção dos perfis
estratigráficos. As amostras coletadas, foram devidamente etiquetadas e guardadas
em sacos plásticos para posterior análise.
d) Análise Granulométrica das amostras coletadas, consiste na separação dos grãos de
sedimentos através do método de peneiramento, no laboratório de sedimentologia
do departamento de geociências (Degeo), utilizando os intervalos granulométricos
previamente definidos. Primeiramente, as amostras foram fragmentadas com o
auxílio do almofariz e do pistilo de argila, em seguida foram pesadas utilizando uma
balança eletrônica e colocadas nas peneiras granulométricas com vibração nível
quatro e duração de quinze minutos. Após o peneiramento, as partículas foram
catalogadas de acordo com o seu respectivo intervalo granulométrico e novamente
pesadas.
e) Análise Morfoscópica das amostras, foi realizada através do uso do microscópio
com objetiva de 40x para a visualização textural dos sedimentos arenosos coletados
no Depósito de Areias Brancas.
f) Construção dos perfis estratigráficos de alguns afloramentos utilizando o aplicativo
SEDLOG 3.0.
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2 CAPÍTULO 2 CONTEXTO GEOLÓGICO REGIONAL

2.1. BACIA DO AMAZONAS

A região de Presidente Figueiredo é composta por duas unidades geotectônicas, o


Escudo das Guianas e a Bacia Sedimentar do Amazonas, cujo limite ocorre na rodovia BR-174,
na porção norte do município. O Escudo pré-cambriano das Guianas, representa o embasamento
cristalino, composto majoritariamente por granitos e gnaisses de idade Paleoproterozoica
(LUZARDO, 2012). A série de estudos geológicos, agrupou as rochas que compõem o
embasamento, em quatro principais províncias geocronológicas do Cráton Amazônico: Carajás,
Transamazônica, Amazônia central e Tapajós-Parima, e seus respectivos domínios tectono-
estratigráficos(Reis et al., 2006). As principais unidades litoestratigráficas que afloram em
Presidente Figueiredo, são representadas pelo grupo Iricoumé e pelas Suítes Intrusivas Água
Branca e Mapuera, que fazem parte da Província geocronológica Tapajós-Parima (Valério,
2006). Já a Bacia Sedimentar do Amazonas, encontra-se situada na porção setentrional do
continente sul-americano, abrangendo os estados do Pará, Amazonas e uma parte do Amapá.
Com uma área de aproximadamente 500.000 km^2, é limitada a norte pelo Escudo das Guianas,
a sul pelo Escudo Brasileiro, a leste pelo Arco do Gurupá e a oeste pelo Arco do Purus.
Constituída por rochas sedimentares de diferentes origens, a Bacia do Amazonas apresenta duas
megassequências sedimentares compondo seu arcabouço estratigráfico, uma de origem
Paleozoica e outra de origem mesozoica-cenozoica. (Cunha et a.l, 2007).

Figura 01 A) Localização da Bacia Sedimentar do Amazonas; B) Limites da Bacia (Modificado de SILVA, 2020).
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De acordo com Cunha et al, 2007, a megassequência Paleozoica é subdividida em quatro


sequências sedimentares. A sequência inicial é a Ordovício-devoniana, e representa o primeiro
estágio deposicional da bacia. Apresenta a intercalação de sedimentos marinhos e glaciais do
Grupo Trombetas, que agrupa às formações autaz-mirim, Nhamundá, Pitinga e Manacapuru,
compostas predominantemente por arenitos, folhelhos, siltitos e depósitos glaciogênicos. A
sequência Devono-Tournaisiana, deu origem a deposição dos grupos Curuá que reúne as
formações Barreirinha, Curiri e Oriximiná e Urupadi que reúne as formações Maecuru e Ererê.
Apresentam sedimentos marinhos com incursões glaciais ocasionadas por esses grupos e
agrupam formações compostas por arenitos, folhelhos, siltitos e diamictitos(Ferreira et al.,
2015).
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Figura 2. Carta estratigráfica mostrando as idades, ambientes deposicionais, litoestratigrafia, as sequências


sedimentares e o tipo de tectonismo associados às Formações que compõem a Bacia do Amazonas ( Modificado
de Cunha et al 2007).
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As unidades litoestratigráficas que compõem a Bacia do Amazonas, foram organizadas


de forma hierárquica de acordo com suas idades e delimitadas conforme a seu respectivo
ambiente de sedimentação e litologias características, da seguinte forma: Grupo Purus, Grupo
Trombetas, Grupo Urupadi, Grupo Curuá, Grupo Tapajós e Grupo Javari.
Entre as unidades visitadas durante o trabalho de campo, o grupo Iricoumé constitui
uma parte do embasamento cristalino da bacia. Pertencente ao Domínio Uatumã-anauá, que
está incluso na Província geocronológica Tapajós-Parima no Cráton Amazônico, o grupo
Aflora amplamente nas folhas Igarapé Canoa e Vila do Pitinga (Simões et al., 2019) e é
composto de rochas vulcânicas efusivas e piroclástica de idade Paleoproterozóico. São
formados por riolitos, andesitos, andesitos basálticos e dacitos, apresentando textura
amigdaloidal com preenchimento de epidoto, além de textura porfirítica e indícios de fluxo
magmático na sua estrutura. No estado do Amazonas, estudos feitos em zircões, datam as rochas
do grupo Iricoumé com um intervalo de 1.896-1.869 Ma (Valério et al., 2005)

2.2. Grupo Iricoumé

O grupo Iricoumé é uma unidade pertencente ao domínio Uatumã-anauá, que está


incluso dentro da província geocronológica de Tapajós-Parima no Cráton Amazônico.
Aflorando amplamente nas folhas Igarapé Canoa e Vila do Pitinga(Simões et al., 2019) grupo
é composto de rochas cristalinas tanto de origem vulcânica quanto piroclástica com idades que
remontam ao Paleoproterozóico, e que constituem o embasamento cristalino da Bacia
Sedimentar do Amazonas. São formados por riolitos, andesitos, andesitos basálticos e dacitos,
apresentando textura amigdaloidal com preenchimento de epidoto, além de textura porfirítica
e indícios de fluxo magmático na sua estrutura. No estado do Amazonas, estudos feitos em
zircões, datam as rochas do grupo Iricoumé com um intervalo de 1.896-1.869 Ma (Reis et al.,
2006).

2.3. Grupo Purus

De acordo com a carta estratigráfica de Cunha et al 2007, o Grupo Purus engloba rochas
sedimentares de origem pré cambriana que totalizam aproximadamente 1.500 metros de
espessura, divididos em apenas duas formações: Prosperança e Acari. O grupo é constituído
predominantemente por conglomerados, arenitos, argilitos e rochas carbonáticas.
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2.3.1. Formação Prosperança

A Formação Prosperança é a unidade basal do Grupo Purus, sendo constituída por


conglomerados, arenitos e argilitos de idade pré cambriana e apresentando marcas onduladas,
laminações plano-paralelas, estratos cruzados e paleocanais, além de ausência de
conteúdo fossilífero. De acordo com Barbosa (2010), a associação de fácies
sedimentares presentes na formação sugerem a identificação de um sistema flúvio-deltático,
reforçando a sua natureza costeira.

2.4. Grupo Trombetas

De acordo com Cunha et al (2007), as rochas que compõem o Grupo Trombetas, são
subdivididas em cinco formações: Autaz-mirim, Nhamundá, Pitinga, Manacapuru e Jatapu, que
juntas, compreendem 1.400 metros de espessura. A litologia característica do Grupo Trombetas,
engloba siltitos, folhelhos e arenitos com estratificações cruzadas, além de um amplo registro
de conteúdo fossilífero, depositados em ambientes de sedimentação tanto de origem continental
quanto marinho.

2.4.1. Formação Autáz-Mirim

A formação Autáz-mirim é a unidade basal do Grupo Trombetas e está sobreposta pelas


formações Nhamundá Pitinga e Manacapuru. Apresenta uma intercalação de arenitos e
folhelhos, cujos sedimentos foram depositados no Ordoviciano. Além disso, a unidade
reconhece a presença de icnofósseis skolitos através dos testemunhos de poços retirados da
plataforma da bacia, que identificam a influência de ambientes litorâneos (Caputo, 2014).

2.4.2. Formação Nhamundá

A Formação Nhamundá tem início no Siluriano e aflora principalmente na borda norte


da bacia.De acordo com Reis et al (2006), na região de Presidente Figueiredo, a Formação
Nhamundá apresenta três ambientes reconhecidos: Foreshere, Shoreface e Faces subglaciais de
influência costeira. A caracterização desses ambientes, identifica uma litologia característica
que engloba folhelhos, argilitos, diamictitos e arenitos apresentando marcas onduladas,
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estratificações cruzadas e plano paralelas, com amplo registro de icnofósseis Skolitos do


icnogênero Arthrophycus, e que reconhece a influência de ambientes costeiros e de glaciações.

2.4.3. Formação Pitinga

De acordo com Cunha et al., 2007, a Formação Pitinga apresenta folhelhos intercalados
com lentes areníticas, provenientes de ambiente glácio-marinho ocorrentes na borda norte e sul
da bacia. A idade siluriana da formação ocorreu através da identificação, ainda no século XX,
do Climacograptus innotatus var. brasiliensis, que possibilitou a primeira sugestão de uma
idade siluriana para a deposição dos seus sedimentos. Na base da formação, são identificados a
ocorrência de braquiópodes, bivalves, gastrópodes e Arthrophycus (Wanderley Filho, 2005).
Além disso, a Formação Pitinga a principal transgressão marinha da bacia mantém um contato
concordante com a Formação Nhamundá e discordante com a Formação Prosperança.

2.4.4. Formação Manacapuru

A Formação Manacapuru foi instituído por Caputo, 1984 , como sendo a unidade de
topo do Grupo Trombetas. Com uma espessura máxima de 150 metros, a Formação
Manacapuru apresenta intercalação de folhelhos e arenitos com estratificações cruzadas, e
contato concordante com A Formação Pitinga e Formação Jatapu, sendo a sua base e topo
respectivamente. Além disso, expõe uma grande presença de de conteúdo fossilífero, desde
icnofósseis de Arthrophycus à fósseis de peixes, graptólitos e braquiópodes, que sugerem um
ambiente deposicional raso, próximo a praia.

2.5. Grupo Urupadi

De acordo com Caputo 1984, o grupo Urupadi é composto pelas formações Maecuru e
Ererê, de idade paleozóica, com cerca de 400 metros de espessura, o qual corresponde à base
da Sequência Devono-Tournaisiana. A litologia característica do grupo, é constituído de siltitos,
arenitos finos a grossos, e folhelhos fossilíferos bioturbados, e sua distribuição ocorre em toda
a bacia, emergindo nas bordas norte e sul e apresentando fácies flúvio-deltaicas (Cunha et al,
2007).
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2.6. Grupo Curuá

O grupo Curuá agrupa somente três formações: Barreirinha, Curiri e Oriximiná,


totalizando cerca de 900 metros de espessura. A Formação Barreirinha é constituída de arenitos
com estruturas wavy e linsen, siltitos e folhelhos que afloram em todas as partes da bacia,
depositados sob a influência de um ambiente marinho fracamente regressivo. A Formação
Curiri apresenta diamictitos e secundariamente folhelhos, siltitos e arenitos acanaladas,
depositados sob um regime de sedimentação de ambiente glácio-marinho. Já a Formação
Oriximiná, apresenta intercalações de folhelhos e arenitos de idade "struniana" a
mesotournasiana (Cunha et al., 2007).

2.7. Grupo Tapajós

De acordo com Caputo (1984), o grupo Tapajós é constituído de pelas formações Monte
Alegre, Itaituba, Nova Olinda e Ando, com uma espessura de aproximadamente 2800 metros
de espessura. O grupo apresenta como litologia característica, intercalação de folhelhos, siltitos,
arenitos, carbonatos sem fósseis marinhos e diabásios, depositados em ambientes marinhos
rasos com indícios de forte regressão marinha (Cunha et al., 2007).

2.8. Grupo Javari

De acordo com a carta estratigráfica de Cunha et al 2007, o grupo Javari é constituído


pela formação Alter do Chão, que apresenta como litologia característica, a presença de arenitos
e pelitos intercalados com conglomerados depositados em ambientes flúvio-deltaico-lacustre ,
e totalizando 1.200 metros de espessura máxima, e a Formação Solimões que apresenta
depósitos pelíticos com fragmentos de conchas e plantas.

2.8.1. Formação Alter Do Chão

Segundo Ferreira et al (2015), a Formação Alter do Chão apresenta uma ampla


variedade de arenitos, argilitos incluindo caulins, e pequenas camadas de conglomerados. Os
sedimentos arenosos que compõem a formação especificamente, foram formados sob a
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influência de um sistema fluvial de alta energia no NeoCretáceo, que consequentemente


passaram a ser substituídos por rios meandrantes e lagos de baixa energia após o soerguimento
da Cordilheira dos Andes. Além disso, embora o seu conteúdo fossilífero seja extremamente
pobre, as bioturbações e paleotocas da Formação Alter do Chão podem ser encontradas mais
comumente. (SILVA, 2020).

2.9. Depósitos Quaternários

Segundo Reboul (1833), os depósitos quaternários são depósitos sedimentares


associados predominantemente com restos de plantas e animais que ainda vivem atualmente.
Ocorrem em canais e áreas marginais das bacias dos rios Negros e Solimões no Amazonas, e
estão associados aos esforços distensionais sobre o embasamento Cretáceo-Neógeno (Soares,
et al., 2010).

2.9.1. Depósitos De Areias Brancas

Os depósitos de areias brancas ocorrem em alguns afloramentos que se estendem por


uma grande área da Formação Alter do Chão , englobando os municípios de Manaus,Itacoatiara,
Manacapuru e Iranduba. Nos locais de aparições mais importantes, o seu reconhecimento é
facilitado pelo desenvolvimento de vegetação de campina ou cerrado com floresta aberta nas
extremidades (HORBE et al, 2003).
De acordo com Horbe et al., (2003), as areias brancas localizadas na região nordeste do
Amazonas, se tornam mais arenosas, frágeis, esbranquiçadas e ricos em quartzo. Dessa forma,
as areias quartzosas são o produto do intemperismo predominante na região, por causa da
iluviação da matéria orgânica e consequente dissolução de caulinita e corrosão do quartzo e,
assim, culminando na diferenciação progressiva de horizontes em típico processo de
podzolização e geração de Espodossolos.
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3 CAPÍTULO 03 - GEOLOGIA LOCAL

3.1 Unidade I – Grupo Iricoumé

Figura 3. Afloramento PC121-13


As rochas do Grupo Iricoumé foram descritas apenas em um afloramento (PC121-13),
localizado no Km 1046 da BR-174. Essas rochas em forma de blocos, alguns rolados outros in
situ, exibindo coloração marrom-avermelhado, com presença de pórfiros grossos variando
entre 6 a 10 mm de espessura, que representam 60% da rocha descrita e uma matriz afanítica
que representam os outros 40%, além da identificação de vênulas de epidoto presentes na rocha
e com estrutura maciça. Como não foi possível a confecção de lâminas delgadas para uma maior
precisão da composição mineralógica dessas rochas, a classificação se deu principalmente com
o auxílio dos porfiros ainda em campo, realizando uma estimativa entre a porcentagem entre os
mesmos e a matriz afanítica. Portanto, só foi possível inferir que o afloramento era constituído
possivelmente de riolitos, classificação essa que se deu através também com o auxílio da
literatura sobre o grupo.
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3.2 Unidade 2 - Formação Prosperança

Os afloramentos PC121-11 e PC121-12 (Apêndice 2) localizados entre os km 1045 e


1046 na rodovia BR-174, foram classificados como pertencentes a Formação Prosperança. Os
pontos apresentam arenitos quartzosos finos a grossos e acamamento heterolítico como
litologias predominantes. Através das descrições dos afloramentos citados acima, foi possível
identificar 9 fácies sedimentares reconhecidas, sendo elas: Arenito com laminação cruzada
(Alc), Arenito com marcas onduladas (Mo), Arenito com estratificação cruzada acanalada (Aa),
Arenito com estratificação cruzada tabular (At), Arenito com estratificação plano-paralela (Ap),
Arenito maciço (Am), Conglomerado maciço (Cm), Argilito maciço (Fm) e Acamamento
heterolitico (Bh). Além disso, os afloramentos visitados exibem fraturas na base e lobos
sigmoidais de até 8 metros de espessura. A tabela 1, mostra as fácies sedimentares juntamente
com suas descrições, e as figuras 7 e 8 os perfis estratigráficos dos pontos.
Tabela 1. Descrição e interpretação das fácies da Formação Prosperança segundo a classificação
de fácies de Miall (1996)

Fácies Descrição Processos

Acamamento heterolitico Camadas tabulares de acamamento Deposição de sedimentos


heterolítico de aproximadamente 1 em fluxos sazonais, onde
(Bh)
metro de espessura, apresentando ocorre períodos com e
argilitos de coloração roxa com 3,5 ausência de tração.
cm de espessura intervalado com
lentes de arenitos finos com
coloração alaranjado e espessura de
até 1,5 cm.

Argilito maciço (Fm) Camada de argilito maciço com Decantação de partículas


aproximadamente 55 cm de finas em decorrência da
espessura de coloração ausência de tração.
avermelhada, intercalados com
conglomerados com seixos
subarreeadondos e arenitos finos a
médios.

Conglomerado maciço Camada apresentando baseerosiva, Rápida deposição de


de aproximadamente 11 cm de sedimentos sem tempo
(Cm)
espessura, comclastos suficiente para formar
subarredondado e matriz estruturas.
constituída de arenitos médios.

Arenito maciço (Am) Camada de arenito maciço Deposição rápida de


apresentando base erosiva com sedimentos sem tempo
granulometria fina a necessário para formar
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média, de colocação estruturas, podendo


avermelhada e sem também ser resultado da
estrutura interna aparente, atuação do
intercalado com Intemperismo.
argilitos e conglomerados.

Arenito com Camada tabular de arenito Migração de


fino, leitos planos, em
estratificação plano-
exibindo forsets de fluxo
paralela (Ap) aproximadamente 40 cm de unidirecional com regime
espessura,com de fluxo inferior.
coloração vermelho-
alaranjado e sets centímétricos.

Arenito com Camada tabular de arenito Migração de


fino a média, apresentando forsets dunas subaquosas
estratificação cruzada
de 50 cm de espessura, com de crista retas, de
tabular (At) coloração fluxo
marrom-avermelhado e sets unidirecional em
centímétricos. regime de
fluxo inferior.

Arenito com Camada tabular de arenito Migração de


fino a médio com 1 metro de dunas subaquosas
estratificação cruzada
espessura, apresentando de crista sinuosa
acanalada (Aa) coloração marrom- (3D), em fluxo
avermelhado,e unidirecional com
forsets medindo 30 cm de regime de
espessura e exibindo sets fluxo inferior.
centímétricos.

Arenito com Camada tabular de arenito Migração dos


fino bastante intemperizada, grãos arenosos
marcas onduladas (Mo)
exibindo ondas simétricas de até 25 por fluxo
cm de comprimento. combinado, com
predominância de
fluxo
oscilatório.

Arenito com Camada tabular de arenito Migração de


fino marcas onduladas
laminação cruzada (Alc)
com 26 cm de espessura, de em regime de
coloração avermelhada com fluxo inferior.
bastante intemperizada
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As fácies sedimentares encontradas no ponto PC121-11, localizado no Km 1045 da BR-


174, sugerem um ambiente influenciado diretamente por rios. Os arenitos com estratificações
Ap, At, Aa, Am, intercalados com lentes de conglomerados com clastos subarredondados e
acamamento identificados no primeiro perfil estratigráfico (Figura 7), são estruturas
sedimentares característicos de fluxos unidirecionais, como as migrações de dunas subaquosas
e formas de leitos responsáveis por formar essas estratificações (Figura 5,6 e 8). A
predominância de fluxo inferior, foi reconhecido através da sua granulometria, que varia de
fina a média, que podem ser vistas no perfil estratigráfico do ponto (Figura 7).
20

As fácies sedimentares reconhecidas no ponto PC121-12 por sua vez, sugerem um


ambiente influenciado diretamente por um sistema deltaico. Localizado em um corte de estrada
ao longo da BR-174, o afloramento exibe arenitos que apresentam laminações cruzadas o que
indica uma migração de marcas onduladas e marcas onduladas simétricas que indicam um
regime de fluxo oscilatório. Entretanto, a feição mais significativa deste afloramento é a
existência de um extenso lobo sigmoidal de aproximadamente 8 metros de espessura que
recobre a maior parte da área analisada, uma morfologia presente em sistemas deltaicos. Ao
analisarmos de perto, foi possível identificar uma intercalação entre argilitos, arenitos e
conglomerados maciços (Figura 8) que constituem todo o lobo. Essa alternância é denominada
de granodecrescência ascendente, uma característica significativa de ambientes deltaicos. A
porção superior do lobo sigmoidal, também é possível identificar mais duas dessas morfologias
juntamente com uma espessa camada de acamamento heterolitico.
21

Através da associação de fácies sedimentares identificadas, descritas e interpretadas dos


afloramentos visitados, é possível reconhecer para a Formação Prosperança um sistema
deposicional flúvio-deltaico, ou seja, um ambiente continental a transicional. Onde o primeiro
afloramento (PC121-11) possivelmente foi formado por um canal distributario que se
encarregou de transportar os sedimentos arenosos e os grânulos para o delta identificado no
segundo afloramento (PC121-12).

3.3 Unidade 3 - Formação Nhamundá

A Formação Nhamundá aflora na região do município de Presidente Figueiredo, sendo


a formação com mais ocorrências na área, assim foram visitados 10 afloramentos nessa viagem
de campo. Apresenta arenitos de coloração cinza a rosado, com granulometria de areia média a
fina. Densamente bioturbados por icnofósseis horizontais do icnogênero Arthrophycus (figura
10) e traços verticais do icnogênero Skolithos, que pode ser visto no perfil estratigráfico
apresentado na figura 07. Possui estruturas: maciças, estratificação plano paralela,
estratificações cruzadas acanaladas e estratificação cruzada Hummocky, uma dessas
associações podem ser vistas no perfil da figura 08, e todas estão caracterizadas na tabela 2.
Foram identificadas também, feições cársticas que podem indicar zonas de erosão e degradação
22

da rocha pelo intemperismo, como no ponto PC1-21 -07 e PC1-21 -08, que resultou na
formação de extensas cavernas, com estrutura maciça, friável. ou feições caracterizadas como
marmitas que foram descritas na Tabela 02.

Tabela 2. Caracterização das litofácies da Formação Nhamundá identificadas nos pontos


visitados (Apêndice 2), com processos deposicionais e interpretativos segundo a classificação
de fácies de Miall (1996).

Fácies Descrição Interpretação


Arenito com
Fluxo combinado;
estratificação Arenito esbranquiçado a rosado, granulometria
ondas de tempestade
cruzada fina, intercalado com clastos de argilas..
Hummocky
(Ah)
Arenito com
Fluxo unidirecional
estratificação Arenito cinza avermelhado, granulometria fina,
de regime superior:
plano paralela com forsets delimitados pela bioturbação.
rio em padrão
bioturbada
acanalado.
(Apb)
23

Arenito com
Fluxo unidirecional
estratificação Arenito esbranquiçado a cinza, granulometria
de regime inferior, em
cruzada fina, paleocorrente das camadas na direção
padrão fluvial
acanalada (Aa). AZ40,5°.
acanalado
Arenitos Arenito cinza , granulometria fina,
Fluxo unidirecional
com camadas inclinadas intercaladas com Am, forsets
de regime superior,
estratificação limitados no topo por bioturbações.
padrão fluvial.
plano paralela
(Ap).
Arenitos Arenitos cinza, granulometria fina a média,
Fluxo unidirecional
maciços (Am). camadas inclinadas e intercaladas com Ap.
de regime superior,
padrão fluvial
Arenito Arenito esbranquiçado a rosado,
Fluxo combinado;
com granulometria fina, intercalada com lentes de
relacionado com
estratificação argilito
ondas de tempestade
cruzada swaley
(As)
Argilito maciço Finas camadas lenticulares de argilitos
Fluxo combinado;
(Fm) intercalados com as camadas de arenitos na parte
período com ausência
inferior do afloramento
de tração, causando
decantação de finos
Brecha com Matriz esbranquiçada a rosada de argilitos, com
Diamictito: Influência
matriz argilítica granulos de arenitos finos a médios, do tamanho
de Geleiras para
maciça e de matacões com 3 metros de comprimento a
transporte de
granulos de seixos de 1cm.
sedimentos mal
arenitos (Bmm)
selecionados e de
grande extensão.
Feições cársticas Alvéolos com extensão de centímetros a metros
Relacionados a erosão
marcados pela percolação da água e marmitas
da rocha pelo
intemperismo ou
neotectonica
24

No afloramento PC1-2021-16, foi calculado por meio de 20 medidas, uma média para
determinar a direção da paleocorrente das rochas com estratificação cruzada tabular, onde
aproximadamente 60% das medições indicaram a direção entre 30 e 40 graus azimutais, como
demonstrado na figura 14.

A associação de fácies sedimentares presentes nos afloramentos visitados em conjunto


com os perfis estratigráficos confeccionados, permite o reconhecimento de um ambiente de
fluxo combinado com a predominância de fluxo oscilatório. Enquanto os sedimentos arenosos
apresentando estratificações cruzadas tabulares e plano paralelas, sugerem a predominância de
fluxo unidirecional, a presença de bioturbações verticais, figura 11, indicam que esse ambiente
era de alta energia, características importantes de um paleoambiente de Shoreface. A presença
25

de estratificações cruzadas hummocky e swales, na figura 12 descritas nos arenitos, reconhecem


um ambiente de fluxo combinado que também é uma característica desse paleoambiente. O
dique argiloso apresentado nas figuras 13 e 14, os matacões de até 3 metros de comprimento
demonstrado na figura 15, imersos em uma extensa camada de argilito que também são
encontrados na Formação Nhamundá, permite inferior que esse ambiente em determinado
momento sofreu de uma influência glacial, característica dessa formação.
26

3.4 Unidade 4 - Formação Pitinga

A Formação Pitinga foi descrita em um folhelho rosado com lente arenítica, afloramento
medindo aproximadamente 3 metros de altura, sobreposta e em contato com a formação
Nhamundá. está sofrendo alteração na parte superior e formando solo, devido aos processos
intempéricos.

Fig. 18 – Folhelho Pitinga

Fig. 19 – Perfil Estratigráfico do ponto PC121-14

Tabela 3. Caracterização das litofácies da Formação Pitinga identificadas, com processos


deposicionais e interpretativos segundo a classificação de fácies de Miall (1996).
27

Litofácies Descrição Interpretação

Folhelho (Flm) Decantação:


Argilito esbranquiçado a rosado, estrutura maciça, intercalado relacionado a ambiente
com uma lente arenítica. marinho profundo.

A confecção do perfil estratigráfico, assim como a descrição e interpretação de apenas


uma fácies reconhecidas no afloramento visitado não permite a determinação de um
paleoambiente de formação. Entretanto, o reconhecimento do folhelho sugere um ambiente
marinho e de baixa energia, e comparando com as fácies sedimentares encontradas na Formação
Nhamundá, é perceptível a mudança brusca de litologia, permitindo inferir que houve um
evento que influenciou nessa distinção, possivelmente um aumento do nível do mar.

3.5 Unidade 5 - Formação Manacapuru

O afloramento PC121-11 (Apêndice 2), está localizado no Km 99 da BR-174, exposto


em um corte de estrada, foi classificado como pertencente a Formação Manacapuru. Os
folhelhos maciços intercalados com as camadas lenticulares de arenitos finos a médios com
estratificações cruzadas hmmocky e maciça identificados no perfil estratigrafico do
afloramento, são as litologias preodominantes (Figura 12). Através das descrições do
afloramento e da confecção do perfil estratigráfico, for reconhecidas 3 fácies sedimentares,
sendo estas: Folhelho maciço (Fhm), Arenito com estratificação cruzada Hummocky (Ah) e
Arenito maciço (Am). Além disso, foi identificado biortubações horizontais preservados no
arenito maciço localizado no topo do afloramento e fóssil de graptólito encontrado na base do
mesmo. A tabela 2, mostra as fácies sedimentares do ponto PC121-02 juntamente com suas
descrições a figura 12, o seu respectivo perfil estratigráfico.
28

Tabela 2. Descrição e interpretação das fácies sedimentares da Formação Manacapuru, segundo


a classificação de fácies de Miall (1996).
29

As fácies sedimentares reconhecidas no afloramento visitado, indicam uma região de


offshore caracterizado pela presença de folhelhos que são resultado direto da deposição de
partículas finas sob ausência de tração, ou seja, um ambiente de baixa energia, característico de
ambientes mais distais. A estratificações cruzadas hummocky por sua vez, sugerem um
ambiente influenciado diretamente por fluxo oscilatório, que são responsáveis por dar origem
a essas estruturas sedimentares. As biortubações horizontais (Figura 25) preservados nos
arenitos maciços se encontram bastante intemperizadas, com algumas medindo até 12 cm de
comprimento e ramificações em y. Além disso, foi identificado um fóssil de graptólito, um
organismo marinho predominante em ambientes de plataforma marinha.
Após a associação de fáceis sedimentares ser feita, o afloramento visitado foi
caracterizado com uma região de offshore que se encontra em uma plataforma marinha cuja
lâmina d'água seja relativamente rasa, reconhecido através dos folhelhos maciços e do
graptólito, influenciado diretamente por ondas de tempestades em alguns momentos,
identificado pela presença das estratificações cruzadas hummocky.
30

3.6 Unidade 6 - Formação Alter do Chão

A Formação Alter do Chão apresenta 3 fácies sedimentares reconhecidas no afloramento


localizado (PC121-01) ainda no município de Manaus. A litologia característica apresenta
arenitos de coloração esbranquiçada, com estruturas maciças e paralelas intercalados com
conglomerados, cujo clastos são constituídos de argilitos subarredondados.

Tabela 5. Descrição e interpretação das fácies sedimentares da Formação Alter do Chão,


segundo a classificação de fácies de Miall (1996).
31

Fácies Descrição Interpretação

Arenito Maciço (Am) Camada de arenito Rápida deposição de


maciço, de granulometria sedimentos .
média a fina, de coloração
branco alaranjado com base
erosiva e intercalado com a
camada de conglomerado.

Arenito com Camada plana Migração de leitos


estratificação plano paralela apresentando set de 70 cm de planos em fluxo
(Ap) espessura, com base erosiva unidirecional com regime de
de granulometria areia média fluxo inferior.
a fina, de coloração
esbranquiçada.

Conglomerado Conglomerado oligomítico, Migração de barras sinuosas;


maciço com clastos de argila com clastos de argilito de 5 a em regime de fluxo
(Cm) 11 cm de espessura, unidirecional, com a
subarredondados e de existência de argilitos
coloração esbranquiçada. relacionados ao rompimento
de diques marginais.

Fig. 27 – Mina de caulim


32

Fig. 28 – Camada de conglomerado

A construção do perfil estratigráfico juntamente com a associação de fácies


sedimentares descritas e interpretadas no afloramento examinado, permitem indicar como
paleoambiente da Formação Alter do Chão, um ambiente de origem continental. Enquanto os
sedimentos arenosos que apresentam estratificações plano paralelas, estão diretamente
relacionados à migração de leitos planos sob regime de fluxo unidirecional. Os conglomerados
com clastos de argila presentes em sua matriz, indica a existência de uma planície de inundação.
Portanto, a associação de fácies sedimentares, indicam duas naturezas deposicionais
completamente diferentes, entretanto, ambas são representativas de um sistema fluvial, uma vez
que o afloramento expõe uma granodecrescência ascendente, possivelmente formada um um
canal fluvial.

3.7 Unidade 7 – Depósitos Quartenários

Afloramento às margens da rodovia BR-174, coberto por vegetação moderada, é


composto por sedimentos arenosos e inconsolidados, de coloração branca a cinza, com intervalo
granulométrico de areia média a fina, na tabela 7 é demonstrada a análise morfoscópica de
amostra do ponto, onde a maior parte dos sedimentos são subangulosos a angulosos, com
esfericidade baixa, caracterizando pouco transporte desde a área fonte até a área de deposição.
Quando comparada a análise morfoscópica da formação Alter do Chão (tabela 6), que apresenta
a maioria dos grãos subarredondados e alta esfericidade, não foi possível determinar uma
relação entre os sedimentos. Sua origem é caracterizada pelo processo de Podzolização do solo,
33

onde ocorre a dissolução da caulinita, deixando o sedimento rico em quartzo esbranquiçado,


resultado da pedogênese e intemperismo da região.

Fig. 29 – Grão de areia

4. CAPÍTULO 4 - DISCUSSÃO E CONCLUSÃO

Os dados coletados em campo juntamente com os estudos feitos anteriormente, que


podem ser encontrados no contexto geológico regional da Bacia do Amazonas deste relatório e
os aprendizados obtidos em sala de aula através das disciplinas Fundamentos de
Sedimentologia, Desenho Geológico e Fundamentos de Paleontologia, resultaram nas seguintes
observações:
i) Como não foi possível a confecção de lâminas delgadas para uma maior precisão
da composição mineralógica dessas rochas, a classificação se deu
principalmente com o auxílio dos porfiros ainda em campo, realizando uma
estimativa entre a porcentagem entre os mesmos e a matriz afanítica. Portanto,
só foi possível inferir que o afloramento era constituído possivelmente de
riolitos, classificação essa que se deu através também com o auxílio da literatura
sobre o grupo.
ii) Através da associação de fácies sedimentares identificadas, descritas e
interpretadas dos afloramentos visitados, é possível reconhecer para a Formação
34

Prosperança um sistema deposicional flúvio-deltaico, ou seja, um ambiente


continental a transicional. Onde o primeiro afloramento (PC121-11)
possivelmente foi formado por um canal distributario que se encarregou de
transportar os sedimentos arenosos e os grânulos para o delta identificado no
segundo afloramento (PC121-12).
iii) Os afloramentos da formação Nhamundá, granulometria predominantemente
fina, e coloração rosada, possuem associações de fácies (Am, Ap, Ac, Ach), que
o caracterizam como depositado em ambiente de Shoreface, em regime de fluxo
combinado com predominância do fluxo unidirecional, com intensa atividade de
organismos, apresentando rastros fósseis horizontais e verticais e um ambiente
de Shoreface com influência de geleiras, representados pelo diamictito no ponto
PC121-17 e o dique argiloso encontrado no contato Nahmundá/Pitinga.
iv) A confecção do perfil estratigráfico juntamente com a descrição da Fácie
sedimentar identificada, não permitem uma definição exata do paleoambiente da
Formação Pitinga, entretanto é suficiente para indicar um ambiente marinho
influenciado por um possível aumento do nível do mar, resultando na mudança
brusca de litologia no contato Nhamundá/Pitinga.
v) Após a associação de fáceis sedimentares ser feita, o afloramento visitado foi
caracterizado com uma região de offshore que se encontra em uma plataforma
marinha cuja lâmina d'água seja relativamente rasa, reconhecido através dos
folhelhos maciços e do graptólito, influenciado diretamente por ondas de
tempestades em alguns momentos, identificado pela presença das estratificações
cruzadas hummocky.
vi) As fácies sedimentares Cm,Am,Ap da Formação Alter do Chão reconhecidas no
afloramento visitado, indicam um paleoambiente continental, mais
especificamente um sistema fluvial, de duas naturezas, uma de canal fluvial
possivelmente do tipo braded, representado pelos sedimentos mais grossos que
são transportados por fluxo unidirecional, enquanto os sedimentos mais finos,
como os argilitos, são indícios de uma planície de inundação que foi erodida. A
associação das fácies observadas e descritas no trabalho de campo, corrobora os
estudos feitos na Formação Alter do Chão que a classifica como um
Paleoambiente de origem fluvial.
vii) A correlação entre os sedimentos da Formação Alter do Chão e os sedimentos
dos depósitos de areias brancas, não foi observada pela análise morfoscópica e
35

granulométrica. Entretanto, indicam uma origem através da podzolização do


solo, que é explicado pelo intenso intemperismo da região.

5. CAPÍTULO 05 - REFERÊNCIAS

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Aripuanã. Rio de Janeiro: SERGRAF do IBGE, 1959. 43 p. Disponível em:
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BARBOSA, R. C. de M. Paleoambiente e proveniência da formação cabeças da bacia do
Parnaíba: evidências da glaciação famenniana e implicações na potencialidade doreservatório.
10/06/2014. 124 p. Tese (Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica) —
Universidade Federal do Pará. Disponível em: http://repositorio.ufpa.br:
8080/jspui/handle/2011/6345. Acesso em: 19/07/2022.
CAPUTO, M. V. Bacia do Solimões: Estratigrafia, tectônica e magmatismo. Belém, 2014.
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CUNHA, P. R. da C.; MELO, J. H. G. de; SILVA, O. B. da. Boletim de Geociências da Petro
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Acesso em: 22/07/2022.
HORBE, A. M. C.; HORBE2, M. A.; SUGUIO, K. ORIGEM DOS DEPÓSITOS DE
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SBGEO, Rio de Janeiro, v. 33, n. 1, p. 41 – 50, março 2003. Disponível em:
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J.R, W. F. Evolução estrutural da Bacia do Amazonas e suas correlações com o embasamento.
1991. 10-27 p. Dissertação (Centro de Geociências) — Universidade Federal do Pará.
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MAIA, MARIA ADELAIDE MANSINI; MARMOS, JOSÉ LUIZ. Geodiversidade do Estado
do Amazonas. Manaus: CPRM, 2010. 275 p. Disponível em: https:
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36

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Universidade Federal do Rio de Janeiro. Disponível em:
https://rigeo.cprm.gov.br/handle/doc/333. Acesso em: 20/07/2022.
NOGUEIRA, A. C. R.; TRUCKENBRODT, W.; SOARES, E. A. A. O icnogênero
Arthrophycus de depósitos sublitorâneos de Formação Nhamundá (Siluriano Inferior) da
Bacia do Amazonas, Região de Presidente Figueiredo. Revista Brasileira de Geociências, v.
29, n. 2, p. 135 – 140, junho 1999. Disponível
em:https://www.ppegeo.igc.usp.br/index.php/rbg/article/view/11096/ 10554. Acesso
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ROCHA, P. F. Palinoestratigrafia e interpretação paleoambiental da formação Manacapuru,
região de Presidente Figueiredo (AM), Lochkoviano da Bacia do Amazonas. 2018. 82 p.
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em: https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/7072. Acesso em: 21/07/2022
SANTOS, T. B. et al. Registro da deformação pós-paleozóica na Bacia do Amazonas, região
de Itaituba (PA). Revista Brasileira de Geociências, SBGEO, Rio de Janeiro, v. 41, n. 01, p.
95 – 107, março 2011. Disponível em:
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em: 19/07/2022.
SOUZA, V. da S.; NOGUEIRA, A. C. R. Seção geológica Manaus – Presidente Figueiredo
(AM), borda norte da Bacia do Amazonas: um guia para excursão de campo. Revista
Brasileira de Geociências, SBGEO, Rio de Janeiro, v. 39, n. 1, p. 16 – 29, março 2009.
Disponível em:
http://bjg.siteoficial.ws/2009/n.1/b.pdf#:~:text=Abstract%20Geologic%20section%
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%20ogy%20of%20Western%20Amazonia. Acesso em: 21/07/2022

APÊNDICE 1
37

APÊNDICE 2

Tabela 8. Pontos/ Atributos


38

P C Descrição E P E A F U
ontos ood.(lat/l struturas elocorrente strutura mostras otos nidade
Geoló ong) primária Secundária Geológica
gicos

P 0 Afloramento
C121- 3°04' S localizado na mina de caulim, na
01 5 Estrada do Puraquequara.
9°52' W Apresenta conglomerados(Cm)
com clastos de argila F
subarredondados ,intercalados ácies
com arenitos maciços(Am) de A
coloração branco alaranjado e m, Cm, Ap P F
arenitos com estratificações F C121-01 ormação Alter
plano paralelas(Ap). Além disso, alha normal do Chão
apresenta descontinuidade das
camadas em decorrência da
presença de falhas e dobras ao
longo do paredão.

P 0 Ponto localizado em
C121- 2°06' S corte de estrada da BR-174,
02 5 razoavelmente preservado,
9°59' W mostrando a alternância de
folhelhos maciços(Fhm) de F
coloração cinza alaranjado, com ácies P F
camadas de arenitos F C121-02 ormação
maciços(Am) de granulometria hm, Ah, Am Manacapuru
areia fina, e com estratificação
cruzada Hummocky(Ah). Em seu I
topo, apresenta bioturbações cnofósseis
horizontais preservadas em A
arenito maciço. rthrophycus
na fácie
arenosa (Am)

P 0 Afloramento
C121- 2°02' S localizado em leito de rio no
03 6 Parque Nacional Cachoeira das
0°00' W Orquídeas, expondo arenitos de F
granulometria fina com ácies
estratificação cruzada A
acanalada(Aa), sobrepostos por a,Ah
blocos de arenitos com presença F
de bioturbações horizontais, ormação
apresentando ramificações em y, I Nhamundá
que representam cnofósseis
aproximadamente vinte por cento
da rocha. Na base do rio, são Arthrophycus
encontrados blocos dispersos de na em blocos
arenitos com estratificação de arenito
cruzada Hummocky(Ah). maciço (Am)

P 0 Ponto localizado em
C121- 2°02' S lajedo na BR-174, apresentando
39

04 6 fraturas orientadas a N40E e


0°03' W N50E em arenitos de F F
granulometria fina, com presença ácies ormação
de skolitos variando de 0,5 a 0,7 M Nhamundá
de comprimento, e marcas o F
onduladas simétricas(Mo). ratura
I 1
cnofósseis )N40E
S 2
kolitos ) N50E

P 0 Afloramento
C121- 2°02' S localizado em leito de rio da
05 5 Corredeira do Urubuí, expondo
8°02' W camadas de arenitos
apresentando feições cásticas I F
variando de 10 a 60 cm de cnofósseis F ormação
profundidade em determinados S eições Nhamundá
pontos e orientação entre N30E e kolitos cásticas
N45E. Além da ocorrência de
skolitos próximo às bordas das
feições cásticas. 1
)N30E
2
)N45E

P 0 Localizado na
C121- 1°58' S Cachoeira do Mutum, o
06 5 afloramento com exposição em
9°36' W lajedo, apresenta camadas de F
arenitos maciços(Am) de ratura
granulometria areia fina, com F 1 F
presença de fraturas tanto ácies )N60E ormação
paralelas quanto perpendiculares A 2 Nhamundá
ao leito do rio, zonas de m )N42W
cisalhamento, auvéolos e marcas
de percolação de água.

Z
ona de
cisalhament
o
N
30W/S72E

P 0 Localizado na
C121- 2°03' S caverna Refúgio do Maroaga, o
07 5 afloramento apresenta-se
9°58' W constituído por rochas
siliciclásticas, especificamente F
arenitos de granulometria areia eições F
fina, com presença de fraturas da cásticas ormação
base até o topo juntamente com Nhamundá
feições cársticas resultado da
dissolução das rochas, em
40

decorrência da intensa F
percolação de água que ocorre ratura
através das diversas fraturas
presentes.

P 0 O afloramento
C121- 2°03' S localizado na Gruta da Judéia,
08 5 apresenta-se completamente
9°58' W constituído por arenitos de
granulometria areia fina, com
presença de fraturas e feições
cásticas resultado direto da F
dissolução em função da F ormação
percolação de água através eições Nhamundá
dessas respectivas fraturas. Na cásticas
porção mais distal da caverna, as
águas apresentam temperaturas
distintas, variando de quente para F
fria. ratura

P 0 Localizado no Km-
C121- 1°37' S 1046 da BR-174, o afloramento
11 6 em corte de estrada, apresenta
0°11' W fraturas identificadas na base, e
arenitos maciços(Am) e com F F
estratificações cruzadas(At)(Aa) ácies F ormação
e plano paralelas(Ap) de A ratura Prosperança
granulometria areia fina, m, Bh, Cm, N
intercalados com lentes de At, Aa, Ap 55W P
conglomerados(Cm) e C121-11
acamamento heterolítico(Bh) . O
contato entre as camadas ocorre
de maneira gradual.

P 0 Afloramento
C121- 1°36' S localizado em corte de estrada na
12 6 BR-174, com aproximadamente
0°12' W 60 metros de extensão. Apresenta
marcas onduladas(Mo) na base e
arenitos de granulometria areia
fina com laminações
cruzadas(Alc) e estratificações F F
acanaladas(Aa), intercaladas ácies P ormação
com camadas de argilito A C121-12 Prosperança
maciço(Fm) e m, Alc, Cm,
conglomerado(Cm)s, localizado Fm, Bh,Mo
dentro dos lobos sigmoidais
presentes no afloramento. Além
disso, o topo é marcado por uma
extensa camada de acamamento
heterolítico(Bh).

P 0 Localizado na
C121- 1°35' S fazenda Sumaúma, km 1046, o
13 6 afloramento apresenta blocos
0°12' W dispersos de rochas ígneas,
bastante intemperizados. As
41

rochas classificadas como


riolitos em campo, possuem
coloração marrom- P G
avermelhado,com matriz C121-13 rupo Iricoumé
afanítica, vênulos com coloração
esverdeada de aproximadamente
0,05 cm e pórfiros grossos entre
0,06 e 10 cm de comprimento,
com coloração avermelhado.

P 0 O ponto localizado
C121- 2°02' S em corte de estrada no Km 992 da
14 6 BR-174, apresenta camadas de
0°01' W argilito(Fm) com lentes de
arenito na base, intercalados com
arenitos com estratificações
cruzadas hmmocky(Ah) e F
swaleys(As) e arenitos(Am) de F D P ormação
coloração alaranjada com clastos ácies ique argiloso C121-14 Nhamundá/
de argila que delimitam as F Formação
estratificações cruzadas. Além m, Am, As, Pitinga
disso, as camadas são cortadas Ah, Fhm
verticalmente por um dique
argiloso. No topo do
afloramento, ocorre uma extensa
camada de folhelho
maciço(Fhm) intercalados com
lentes areníticas bastante
intemperizadas.

P 0 Afloramento
C121- 1°59' S localizado no Sítio Santa Lúcia -
15 6 Corredeira das Lajes,
0°01' W apresentando camadas e blocos
de arenitos maciços de
granulometria areia fina,e com F F
estratificações plano paralelas ácies ratura F
cujo forsets estão delimitados por A N ormação
bioturbações. Além disso, m, Ap 10E Nhamundá
apresenta icnofósseis, fraturas na
direção N10E e marcas I
onduladas próxima a corredeira. cnofósseis
S
kolitos

P 0 Localizado no Km
C121- 2°02' S 13 da Am-240, a Cachoeira da
16 5 Porteira apresenta camadas de
9°55' W arenitos inclinados, com forsets F
de estratificações plano ácies
paralelas(Ap) delimitado por A
bioturbações e estratificação p, At 1 F
cruzada tabular(At). Através das )37SE ormação
estratificações cruzadas foram I 2 Nhamundá
retiradas quatro orientações das cnofósseis )35SE
paleocorrentes, apresentando S 3
orientação SE. kolitos )50SE
42

4
)32SE

P 0 Ponto localizado na F
C121- 2°03' S BR-174, apresentando feições áacies
17 6 glaciais como matacões de B
0°01' W arenitos (Am)de granulometria m
areia fina com aproximadamente F
95 cm de comprimento, imersos ormação
em uma espessa camada de Nhamundá
argilito(Fm) arenoso,
arenitos(Af) foliados e alguns P
deformados. C121-17

P 0 Afloramento P
C121- 2°34' S localizado em corte de estrada, na C121-18
18 6 BR -174 km 929, apresentando
0°01' W um extenso depósito de areias D
quartzosas, de granulometria epósitos de
areia média a fina, grãos Areias
subarredondados a subangulosos Brancas
e com uma maturidade textural
elevada.

APÊNDICE 3

Tabela 9: Tabela de caracterização das marmitas no afloramento da Corredeira do


Urubuí (conforme Silva et al., 2017).
Dimensões (cm) Morfologia
N Fácies O
º sedimentares rientação U
nidade
E E Pr B Sup Geológica
ixo ixo Menor ofundidade orda erfície
maior

1 8 6 6 C Côn Arenito 4 F
0 5 1 ircular cavo fino com skolithos 5°AZ ormação
Nhamund
á

2 7 6 5 C Côn Arenito 3 F
3 5 2 ircular cavo fino com skolithos 0°AZ ormação
Nhamund
á

3 1 5 5 E Côn Arenito 8 F
43

35 0 6,5 líptica cavo fino com skolithos 0°AZ ormação


Nhamund
á

4 4 3 1 C Côn Arenito 3 F
3 8 4 ircular cavo fino com skolithos 15° AZ ormação
Nhamund
á

APÊNDICE 4

Tabela 10. Descriçao de análises texturais


PARÂMETROS
INTERVALOS GRANULOMÉTRICOS (g) ESTATÍSTICOS
P Un
A onto idade > 0 0 0 < M A C
MOSTRAS Geológico Geológica 0,71mm ,25mm ,125mm ,063mm 0,063mm édia ssimetria urtose

P Alt 1 5 0 0 0 1 P Pl
1 C21-1 -1 er do Chão ,79 ,43 ,69 ,19 ,57 ,76 ositiva aticúrtica

For
P mação 9 4 0 0 1 N Pl
2 C21-1 -14 Nhamundá ,94 7,72 ,43 ,85 - ,08 egativa aticúrtica

For
P mação 2 5 1 6 1 1 N M
3 C21-1 -11 Prosperança 3,46 56,52 97,14 5,17 3,29 ,69 egativa esocúrtica

De
P pósitos 9 9 2 1 1 1 P M
4 C21-1 -18 Quaternários ,08 0,04 5,54 ,35 ,87 ,51 ositiva esocúrtica
44

APÊNDICE 5
45

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