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Santarém – Pará
2019
EDSON DOS SANTOS ROCHA
LAIENE CATARINA DOS SANTOS VIANA
WILLIAM LOPES PEREIRA
ORIENTADORES:
Prfº. Msc. Alessandro Braga
Santarém – Pará
2019
Sumário
1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................................. 5
1.1 LOCALIZAÇÃO E ACESSO ............................................................................................... 5
2 OBJETIVOS....................................................................................................................................... 7
3 MATERIAIS E METÓDOS .............................................................................................................. 7
4 GEOLOGIA REGIONAL .................................................................................................................. 8
4.1. CRÁTON AMAZÔNICO .................................................................................................................. 8
4.2 PROVÍNCIA TRANSAMAZONAS ...................................................................................................... 9
4.3 DOMÍNIO BACAJÁ........................................................................................................................ 10
4.3.1 Complexos Metamórficos ............................................................................................ 12
4.3.2 Greenstone Belts ............................................................................................................ 13
4.3.3 Suíte Plutônica Pré-colisional ..................................................................................... 14
4.3.4 Suíte Plutônica Sin a Tardi-colisional ....................................................................... 14
4.3.5 Suíte Plutônica Tardi a Pós-colisional...................................................................... 15
4.3.6 Suíte Plutônica Pós-orogênica ................................................................................... 15
4.4 BACIA DO AMAZONAS ................................................................................................................. 16
4.5 ASPECTOS FISIOGRÁFICOS .............................................................................................. 17
4.5.1 CLIMA ................................................................................................................................... 17
4.5.2 VEGETAÇÃO .......................................................................................................................... 18
4.5.3 SOLOS ................................................................................................................................... 18
4.5.4 RELEVO ................................................................................................................................. 20
4.5.5 HIDROGRAFIA ....................................................................................................................... 21
4.6 ANÁLISE AEROGEOFÍSICA ................................................................................................. 22
5 GEOLOGIA LOCAL ....................................................................................................................... 23
5.1 ASSOCIAÇÕES LITOLÓGICAS ........................................................................................... 23
Sequência Três Palmeiras ......................................................................................................... 23
Metatonalito Rio Bacajá .............................................................................................................. 24
Suíte Intrusiva João Jorge ......................................................................................................... 26
Granodiorito Sant’Ana ................................................................................................................ 27
6 GEOLOGIA ESTRUTURAL .......................................................................................................... 29
6.1 ANALISE FOTOESTRUTURAL (LINEAMENTOS) ............................................................................. 34
6.2 ANALISE GEOMORFOLÓGICA ...................................................................................................... 37
7 MAGMATISMO ............................................................................................................................... 40
8 METAMORFISMO .......................................................................................................................... 42
9 EVOLUÇÃO CRUSTAL ................................................................................................................. 44
10 POTÊNCIAL ECONÔMICO ........................................................................................................ 48
11 CONCLUSÃO ............................................................................................................................... 49
12 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................... 51
APÊNDICES ....................................................................................................................................... 55
5
1 INTRODUÇÃO
1.1 LOCALIZAÇÃO E ACESSO
2 OBJETIVOS
Dada a importância do caminhamento geológico para a pesquisa da área,
objetivou-se a coleta de dados em campo, na escala de detalhe, para análises
geomorfológicas, tectônica, sobre as condições de colocação de corpos, e também
para elucidar o entendimento acerca da evolução geológica da área.
Para alcançar o objetivo geral supracitado, foram realizados os seguintes
objetivos específicos: caracterizar a região do Domínio Bacajá para melhor
conhecimento da área; avaliar qualitativamente e quantitativamente os afloramentos,
para obtenção de dados estruturais, estratigráficos, geomorfológicos; relacionar os
dados obtidos com bibliografias anteriores para a melhor interpretação final.
3 MATERIAIS E METÓDOS
A elaboração deste relatório foi baseada em revisões bibliográficas, aliadas aos
conhecimentos adquiridos ao longo do percurso acadêmico. As informações foram
obtidas principalmente a partir de livros e artigos que contemplam acerca da geologia
do município de Uruará, no qual as áreas de campo 2 estão inseridas. Desta maneira
os aspectos estudados abrangem o contexto social, fisiográficos, hidrológicos,
geomorfológico, sobre solos, clima e vegetação do município.
Além disso, os dados tiveram enforque para o contexto geológico do Cráton
Amazônico, visto que, de acordo com os dados da CPRM (2008), as unidades
aflorantes nas áreas a serem mapeadas pertencem ao Domínio Bacajá, da Província
Transamazonas; e também para a Bacia do Amazonas, pela proximidade com as
áreas, que podem conter litologias desta grande estrutura. As principais bibliografias
utilizadas foram de Santos (2008), a tese de Vasquez (2006), e Vasquez & Costa
(2008) que realizaram o texto explicativo do mapa geológico do Estado do Pará.
Para a confecção dos mapas, utilizou-se o software QGIS Essen 2.14, nos
quais foram feitas fotointerpretações da subárea 4 e extração das curvas de nível. Os
dados vetoriais de localidades e estradas, foram obtidos pelo complemento
QuickMapServices. Com relação ao lineamento de relevo e para análise
geomorfológica, utilizou-se as imagens do modelo digital de elevação (MDE, obtida
pelo site do Serviço Geológico dos Estados Unidos), e aplicados os sombreamentos.
Os dados vetoriais de drenagem foram obtidos pelo IBGE SEMAS, e feita as
interpretações dos lineamentos. As rosetas foram geradas pelo programa Open
Stereo. A observação das litologias (dados vetoriais obtidos pelo site da CPRM) junto
8
4 GEOLOGIA REGIONAL
4.1. CRÁTON AMAZÔNICO
Conforme Schobbenhaus & Neves (2003) o Cráton Amazônico está inserido na
Plataforma Sul-Americana, que é composta pela porção continental (Continente Sul-
Americano, contendo partes estáveis e instáveis) e a porção oceânica (Atlântico Sul).
Sendo uma das principais unidades tectônicas da América do Sul, o Cráton Amazonas
abrange uma área de 5.600.000 km² e no Brasil 4.400.000 km², sendo limitado por
rochas geradas durante o ciclo Brasiliano: a leste Grupo Baixo Araguaia e ao sul e
sudeste pertencentes aos Grupos Alto Paraguai, Cuiabá e Corumbá. Também há
diversas coberturas sedimentares sobre o cráton, tais como as bacias fanerozoicas a
noroeste (Maranhão), sul (Xingu e Alto Tapajós), sudoeste (Perecis), oeste
(Solimões), norte (Tacutu) e ao centro a Bacia do Amazonas (SANTOS, 2003).
Dentre os três escudos presentes na Plataforma Sul-Americana, dois fazem
parte do Cráton Amazônico, sendo eles Brasil Central e das Guianas, separados pelas
Bacias do Amazonas e Solimões, abrangendo parte norte do Brasil, Guiana Francesa,
Guiana, Suriname, Venezuela, Colômbia e Bolívia (VASQUEZ et al. 2008). Em torno
de 1,0 Ga, o cráton foi estabilizado tectonicamente, tendo permanecido estável
durante o desenvolvimento das faixas orogênicas brasilianas, em torno de 930-540
Ma (NEVES & CORDANI, 1991 apud VASQUEZ et al. 2008).
Segundo Santos (2003), as exposições pertencentes aos Escudos que fazem
parte do cráton aqui descrito, são de dimensões modestas, aflorantes por injunções
termotectônicas e vigor erosional locais.
Para Vasquez et al. (2008) a evolução do Cráton Amazônico é admitida por
diversos autores que se deu a partir de sucessivas acresções crustais (durante as
9
14
método Pb-Pb), Paragnaisse Ipiaçava (3,12 Ga, método U-Pb), Granulito Novolândia
(2,06 Ga, método U-Pb) e Metatonalito Rio Bacajá (2,33 Ga, método U-Pb).
As rochas do Complexo Cajazeiras afloram entre as bacias dos rios Bacajá e
Tocantins, são compostas por granulitos reidratados de composição tonalítica a
granulítica, além de milonitos de alto grau (FARACO et al., 2005; RICCI, 2006;
VASQUEZ et al., 2008).
O Ortognaisse Pacajá compreende corpos restritos de ortognaisses e
migmatitos, afetados por metamorfismo em fácies anfibolito, dispostos segundo a
direção WNW-ESE, justapostos por granulitos do embasamento (VASQUEZ et al.,
2008). O Ortogranulito Máfico Rio Preto é composto por corpos alongados e estreitos,
dispostos segundo WNW -ESSE, as principais litologias mapeadas são granulitos
máficos, que podem apresentar migmatização com leucossomas enderbíticos
(VASQUEZ et al., 2008).
Segundo Vasquez et al. (2008), o Complexo Aruanã abrange ortognaisses
tonalíticos a graníticos fortemente reidratados que afloram em extensa e larga faixa
15
WNW-ESE, na parte norte do Domínio Bacajá.
Vasquez et al. (2008) definiu dois conjuntos de paragranulitos que ocorrem no
Domínio Bacajá. O conjunto localizado na região central do domínio é denominado
Paragnaisse Ipiaçava e o conjunto a sudeste refere-se ao Granulito Novolândia. Este
segundo é composto por kinzigitos, granulitos máficos, paragnaisses potássicos
arcoseanos com ortopiroxênio, granada, cordierita e biotita, além de paragnaisses
quartzozos, com cordierita, biotita e granada. O corpo referente ao Granulito
Novolândia está disposto segundo a direção E-W, eventualmente infletido para NW-
SE, com feições características de movimentação destral (MACAMBIRA et al. 2007).
O Metatonalito Rio Bacajá, abrange granitóides bandados que ocorrem a sul da
Sequência Três Palmeiras, segundo uma direção preferencial NW -SE, compreende
metatonalitos a metamonzogranitos com biotita e hornblenda, bandados e
porfiroclásticos, de granulação média a grossa. Frequentemente hospedam lentes de
rochas máficas micro granulares quartzo-dioríticas a tonalíticas, e xenólitos de rochas
supracrustais migmatizadas (VASQUEZ et al., 2008).
4.3.2 Greenstone Belts
Os Greenstones Belts agrupam rochas pertencentes à Sequência Três
Palmeiras, e é composta basicamente por rochas metavulcano-sedimentares, como
actinolita xistos, metandesitos, metabasaltos, metatufos andesíticos e basáltico, e
14
Formação Maecuru é a que está em contato com as unidades presentes nas áreas de
mapeamento. Esta formação é composta por arenitos finos a grossos, ferruginosos,
em parte bioturbados e fossilíferos, silicificados, além de pelitos neríticos a deltaicos
19
e cherts subordinados (CUNHA et al. 2007).
A orogenia Acadiana foi responsável por causar erosão do topo da Formação
Oriximiná, e a separa da Sequência Neoviseana, composta pela Formação Faro, que
teve seu topo erodido associado a orogenia Eo-Herciniana, e depositando a última
sequência da Megassequência Paleozoica, chamada de Pensilvaniano-Permiana.
Esta, composta pelas Formações Monte Alegre, Itaituba, Nova Olinda e Andirá. A
deposição de todas estas formações marca o período de estabilidade tectônica da
bacia.
Após estas deposições paleozoicas, ocorreram processos distensivos
relacionados a Abertura do Atlântico Norte, que levaram a uma grande intrusão
magmática de diques e soleiras em um evento conhecido como Magmatismo
Penatecaua. Ocorreu também o Diastrofismo Juruá, relacionado a abertura do
Atlântico Sul e a subducção nos Andes (CAPUTO, 2014). Em seguida houve uma
calmaria tectônica e o início de um novo ciclo deposicional, que resultou na
Megassequência Mesozoica-Cenozoica, contendo as Formações Alter do Chão e
Solimões. Caputo (2014) ainda cita o Diastrofismo Xingu, que afetou a Formação Alter
do Chão, e está relacionada a interação da placa Sul-Americana com a Placa do
Caribe.
4.5.2 VEGETAÇÃO
Veloso & Góes Filho (1982) propuseram que a vegetação do município é
representada pela floresta ombrófila, essa classificada em 4 classes: (1) floresta
ombrófila densa, caracterizada por árvores de grande porte com altura de 25 a 35m,
ocupando cerca de 92% da área de Uruará; (2) floresta ombrófila aberta,
compreendendo árvores de copas contíguas e o estrato arbustivo pouco espesso,
representam em torno de 0,23% da área; (3) floresta ombrófila aberta com palmáceas,
sua principal característica é a presença de uma grande quantidade de palmeiras, o
que a diferencia da floresta ombrófila aberta, ocupam cerca de 25% da área do
município; (4) floresta ombrófila densa aluvial, ficam localizadas nas planícies aluvias
dos principais sistemas de drenagem do município, correspondendo a 3% da área.
4.5.3 SOLOS
Os tipos de solos mais característicos do município de Uruará são representados
pelo Latossolo Amarelo, Concrecionários Lateriticos, Podzólico Vermelho-Amarelo,
Latossolo Podzólico Vermelho-Amarelo, Solos Litólicos e afloramentos rochosos
(IDESP, 2011).
19
4.5.4 RELEVO
Em razão da estruturação que município apresenta em decorrência de
compartimentação geológica, seu relevo apresenta formas, ao sul, superfícies
pediplanadas, elaboradas sobre rochas pré-cambrianas; tabuliformes e colinosas,
formadas sobre rochas Paleozóicas e Mesozóicas, na porção centro-sul, com a
predominância ao norte de tabuleiros e platôs que, morfoestruturalmente, fazem parte
das unidade: Depressão Periférica do Sul do Pará, Planalto Rebaixado da Amazônia
(do Baixo Amazonas), e parte do Planalto Tapajós-Xingu (IDESP, 2011).
21
4.5.5 HIDROGRAFIA
A bacia do Rio Curuá do Sul, praticamente a única bacia de importância
relevante de Uruará, e seu principal afluente o rio Uruará, da margem direita, e seu
afluente e subafluente, rio Magu e o igarapé Onça, fazem o limite natural norte-
nordeste com Medicilândia, constituindo a rede hidrográfica do município (RÊGO,
1998).
5 GEOLOGIA LOCAL
Os afloramentos encontrados da subárea IV eram do tipo lajedo e blocos in situ,
que não exibiram relações de contato, logo, foram inferidos e aproximados a partir de
imagens de satélite, informações aerogeofísicas e análise das amostras coletadas ao
longo do caminhamento, com auxílio de descrição petrográfica.
De acordo com Vasquez e Costa (2008) em parceria com o Serviço Geológico
do Brasil – CPRM, a subárea IV abrange aproximadamente, 99% correspondente a
Unidade Ortogranulito Máfico Rio Preto e 1% da Unidade Paragnaisse Ipiaçava, que
estão agrupadas em Complexos Metamórficos. As unidades propostas neste trabalho
são Ortognaisse Uruará (aproximadamente 1% da subárea), Sequência Três
Palmeiras (10%) e Granodiorito Sant’Ana (89%). A seguir serão descritas as
associações litológicas para cada unidade.
Granodiorito Sant’Ana
As rochas representadas por esta unidade são monzogranitos (WEL-P5, WEL-
P17, WEL-P25), granodioritos (WEL-P2, WEL-P11), trondhjemitos (WEL-P24) e
quartzo dioritos (WEL-P14). Estas rochas mostravam-se como matacões, com
tamanhos variados de até 5 m de diâmetro, com ampla abrangência em todo o
caminhamento e locais de afloramento.
Os monzogranitos apresentavam fraturas de resfriamento, por vezes com veios
quartzo-feldspáticos, e intemperizados fisicamente com exfoliação do tipo “casca de
cebola”, dispostos em sítios e fazendas ao longo dos Travessões 165 e 170. A
assembleia mineral dessas rochas (WEL-P5) é composta por feldspato potássico
(42%), plagioclásio (21%), quartzo (20%), biotita (15%) e muscovita (2%). Notou-se
que por vezes estas rochas mostravam foliação magmática incipiente, com cristais
subédricos a euédricos, sem deformação, marcada principalmente pela orientação
dos cristais de biotita. Foi definida a fácie muscovita biotita monzogranito para estas
rochas.
Os granodioritos também apresentavam o intemperismo físico visível pela
exfoliação, com algumas fraturas de resfriamento. A assembleia mineral dessas
rochas (WEL-P2) é composta por plagioclásio (43%), feldspato potássico (22%),
quartzo (19%) e biotita (16%). Os cristais apresentavam faces cristalinas subédricas
a euédricas, e como por exemplo no ponto de afloramento 11, mostrando leve
bandamento composicional e foliação magmática evidenciada pela orientação mineral
de biotita. Observou-se que a quantidade de cristais de muscovita variava nos
monzogranitos e granodioritos. Foram definidas as fácies biotita granodiorito e
muscovita biotita granodiorito.
As rochas de composição trondhjemítica apresentam composição mineralógica
composta por (WEL-P24) quartzo (50%), plagioclásio (41%), e biotita (9%), que por
vezes apresenta leve orientação, mas sem deformações. A fácie foi definida como
biotita trondhjemito.
A rocha de composição quartzo-diorítica apresentou assembleia mineral
composta por (WEL-P14) hornblenda (79%), plagioclásio (15%), quartzo (3%),
anortoclásio (1%) e augita (1%), anisotrópica devido orientação dos minerais, porém
sem evidências de deformação, recristalização, bordas de reação, caracterizando
foliação magmática. A fácie foi definida como hornblenda quartzo diorito.
28
6 GEOLOGIA ESTRUTURAL
Foram coletadas atitudes de fraturas, foliação, veios, e algumas direções
preferenciais de corpos alongados dispostos em afloramentos do tipo lajedo. Os
dados foram separados para rochas pertencentes a unidades que foram afetadas pelo
Ciclo Transamazônico, compreendendo as unidades Ortognaisse Uruará, Sequência
Três Palmeiras e Suíte Intrusiva João Jorge, e as que são do período pós Ciclo
correspondente a Unidade Granodiorito Sant’Ana.
As 29 medidas de fraturas coletadas em afloramentos pertencentes as
unidades Sequência Três Palmeiras e Ortognaisse Uruará mostraram direção
preferencial para NE/SW, e ocorrência de outras para o quadrante NW/SE, conforme
imagem abaixo.
O trabalho realizado por Perico et al. (2017) mostrou que rochas metabásicas
paleoproterozoicas tiveram direções preferenciais de fraturas NNE-SSE, NE-SW e
NW-SE, com maioria no mesmo quadrante das aqui obtidas.
Foram plotadas 12 medidas de veios que mostraram a mesma orientação
preferencial para NE-SW, conforme figura abaixo.
30
Fonte: Autores.
31
7 MAGMATISMO
A crosta continental concentra uma enorme variedade de rochas graníticas de
afinidade calcialcalina principalmente. Geralmente associadas a cinturões pós-
orogênicos que remetem a geração destas rochas por diferenciação atribuídas a
fusões ocasionadas na litosfera continental (WILSON, 1989).
A produção de magmas graníticos está relacionada a fusão parcial da crosta,
diferenciação magmática de proveniência mantélica ou por processos de mistura de
magmas de derivação crustal e mantélica que tem sua diferente evolução pautada no
ambiente tectônico presente (FLORISBAL, 2007).
Mecanismos como assimilação e contaminação são de grande importância na
formação de granitóides por meio do desenvolvimento de magmas de proveniência
mantélica com contribuição crustal (BARBARIN, 1999).
Levando em consideração os trabalhos de Nardi (2016), para a subárea IV foi
utilizado a organização dos diferentes tipos de granitóides mapeados na etapa de
campo em associações magmáticas. Aonde as rochas têm sua gênese influenciada
pelo Ciclo Transamazônico, mais precisamente na fase pós-orogênico.
MAGMATISMO PÓS-OROGÊNICO
O período pós-orogênico é caracterizado por um magma de composição cálcio-
alcalina de alto K, apresentando rochas da série shoshonítica, além da presença de
granitóides peraluminosos e alcalinos a subornadinadamente peralcalinos
(LIÉGEOIS, 1998; HARRIS et al., 1986). O mesmo é subsequente a um período de
grande colisão simultânea ao desenvolvimento do metamorfismo regional de alta
pressão (LIÉGEOIS, 1998).
Vasquez et al. (2008c) agruparam as unidades litoestratigráficas do Domínio Bacajá
em associações tectônicas de acordo com a época de formação, a filiação e os
eventos térmicos e tectônicos a que as rochas foram submetidas.
As unidades litoestratigráficas do Domínio Bacajá foram diferenciadas em
assembleias tectônicas com relação a tempo da gênese, agrupou as rochas,
subordinação e ocorrências de pulsos térmicos que submeteram essas rochas
(Vasquez et al., 2008). Segundo as associações relacionadas a Ciclo Transamazônico
que compreendem as rochas mapeadas na área de estudo, encontram-se
denominadas como Suítes Plutônicas Tardi a Pós-colisionais, que compreende a
Suíte Intrusiva João Jorge que contempla dentro da área de estudo rochas álcali
41
8 METAMORFISMO
A discussão baseia-se na análise de amostras de mão em conjunto com as
evidências vistas em campo, uma descrição mais aprofundada feita com o auxílio da
microscopia (lâmina WEL-PA 20A), além de uma revisão bibliográfica detalhada
relacionada com os processos metamórficos que vão dar origem a rocha.
Os pontos em que foram coletadas as amostras são dois no travessão 165 com
rochas metagraníticas, como por exemplo o metatonalito e o metamonzogranito, e um
afloramento no travessão 170 com uma amostra exibindo visível estiramento mineral,
mas ainda sendo caracterizada como um metagranodiorito (Figura X). Essas rochas
ainda preservam texturas ígneas, pois o metamorfismo atuante gera condições para
tal.
A deposição das BIF’s está associada a rochas metavulcano-sedimentares e
greenstone-belts da Sequência Três Palmeiras. Na subárea IV, nos dois travessões,
essas rochas foram observadas e estudadas em afloramentos consistindo por
bandamentos de ferro (magnetita e óxidos) e bandas félsicas composta
principalmente de quartzo (Figura 25).
Figura 25: A) BIF. B) Metagranodiorito.
BIF’s
A gênese das BIF’s da Sequência Três Palmeiras está relacionada a bacias de
arcos magmáticos riacianos. Durante a amalgamação as porções de arcos de ilhas
43
foram lançadas contra a margem continental ativa e, por isso, a unidade encontra-se
cercada por rochas continentais mais jovens. Consequente as bacias de forearc
sofreram deformações e geração BIF’s metamorfizadas.
Os dados obtidos de isótopos de Nd na Sequência Três Palmeiras (εNd de +1,73
a +1,64 e TDM de 2,47 e 2,49 Ga (VASQUEZ, 2006)) sugerem uma origem
relacionada à acresção juvenil há cerca de 2,5 Ga.
METAMONZOGRANITO
Para Vasquez & Rosa (2008) os metagranitos a unidade Metatonalito Rio Bacajá,
compreendendo, metamonzogranitos e metatonalitos. A idade de cristalização para a
rocha mais antiga dessa unidade foi datada por Vasquez et al. (2008) por U-Pb
SHRIMP em zircão de 2338 ± 5 Ma.
O contato entre a unidade Metatonalito Rio Bacajá com a Seqüência Três
Palmeiras é tectônico, porém a ocorrência de xenólitos, e a pequena defasagem
temporal entre as unidades, sugerem contato originalmente intrusivo (VASQUEZ et
al., 2008). O que corrobora com essa hipótese é a geração de micas brancas, pois
nessa intrusão o metamonzogranito pode ter associado o Al das rochas
metassedimentares, ou um corpo ígneo pode ter intrudido essas duas unidades
gerando uma assimilação de Al no metagranito.
Mesquita et al. (2006) relaciona o metamorfismo hidrotermal associado a zonas
de cisalhamento para a gênese dos metagranitos, devido a pressão e temperatura
hidrotermal dos fluidos. Ainda para o referido autor, a fácies em que a rocha é gerada
compreende a fácies anfibolito, que caracterizam temperaturas 600 a 900°C e
pressões variando de 4 – 10 Kbar, as feições de recristalização do plagioclásio e do
quartzo corroboram o metamorfismo da fácies, sendo os metagranitos sin-cinemáticos
ao sistema de cisalhamento transcorrente.
A baixa frequência de recristalização de feldspatos e micas indicam que foram
submetidos a pressões e temperaturas mais brandas, alcançando condições da fácies
anfibolito evidenciado pela recristalização desses e até geração de novos minerais.
Os cristais dos minerais da rocha, mais precisamente na lâmina WEL-PA 20A,
possuem texturas reliqueares de plagioclásio e biotita o que é compatível com
temperaturas elevadas de deformação, justamente o que diz Mesquita et al. (2006)
em seus estudos.
A paragênese mineral dos metagranitos, especialmente o metamonzogranito, é
composta por plagioclásio, k-felspato (microclínio), quartzo, biotita, muscovita, sericita,
44
9 EVOLUÇÃO CRUSTAL
Após associação litológica foram determinadas as seguintes unidades para a
subárea IV: Sequência Três Palmeiras, Metatonalito Rio Bacajá, Suíte Intrusiva João
Jorge e Granodiorito Sant’Ana, que fazem parte do Domínio Bacajá formado a partir
de episódios tectono-magmáticos, inserido na Província Transamazonas. Ressalta-se
que o Ciclo Transamazônico remete a origem ou retrabalhamento de grande parte das
rochas pertencentes a esta província.
A Sequência Três Palmeiras data 2359 ± 3 Ma (Macambira et al., 2004 –
evaporação de Pb em zircão) está representada na subárea IV por Formações
Ferríferas Bandadas e veios quartzosos, que conforme Vasquez e Costa (2008)
sugerem que estas rochas foram originadas da acresção juvenil, e também com
porções de arcos de ilha ou de assoalho oceânico, que foram lançadas contra margem
continental ativa (Macambira et al. 2009, apud Besser, 2012). Segundo Besser (2012)
rochas metassedimentares podem representar vestígio de bacia do tipo retroarco
anexa ao arco vulcânico que também faz parte dessa unidade. Outra hipótese para
origem essas rochas metassedimentares é que sejam vestígio de um prisma
acrescionário desenvolvido às margens do continente. O bloco diagrama abaixo
representa a origem das FFB’s para bacias de retroarco que pode ter ocorrido para a
subárea IV.
45
10 POTÊNCIAL ECONÔMICO
O Domínio Bacajá compreende um elevado potencial metalogenético
relacionado aos terrenos encontrados no Escudo das Guianas que correspondem ao
Grupo Paramaca e Supergrupo Barama-Mazaruni (Delor et al. 2003). No escudo das
Guianas esse potencial está relacionado as mineralizações de ouro. No Domínio
Bacajá as mineralizações de ouro, cobre, níquel estão relacionadas a sequência meta-
máfico ultramáfica da serra três Palmeiras, diferenciadas como Sequencia Três
Palmeiras, Jorge João et al. (1987).
Os depósitos auríferos concentram-se em filões que estão associados as zonas
de cisalhamento. Os veios filoneanos são compostos por quartzo em associação com
sulfetos como pirita, calcopirita, arsenopirita, ouro, podendo constituir outros minerais
de cobre e ferro, colocados preferencialmente na direção N60E ou segundo o trend
regional WNW-ESSE, Klein e Carvalho (2008).
Na subárea IV se observa veios quartzosos em forma de filões e apresentam
granitóides com sulfetos de calcopirita em associação a ouro que caracteriza um dos
mais importantes potenciais econômicos da região.
11 CONCLUSÃO
As análises realizadas em conjunto com a revisão bibliográfica (tanto acerca da
geologia local quanto regional) dados coletados em campo e fotointerpretação, nos
permitiram fazer uma discussão sobre pontos do contexto geológico, desde a
formação de rochas mais antigas do domínio à plutons de menores idades.
A área é caracterizada por uma geomorfologia associada a Planaltos
Rebaixados, com predomínio de morros e morrotes. O solo é predominantemente
composto por latossolos vermelho-amarelos com características argilosas a arenosas.
A vegetação não é tão evidente tendo em vista que as áreas são usadas para
pastagem e agricultura, mas as florestas remanescentes são compostas por Ombrófila
Aberta com Palmáceas. A rede hidrográfica segue um fluxo com sentido nordeste para
o abastecimento do Rio Uruará.
As unidades aflorantes mais antigas são correspondentes aos Complexos
Metamórficos representados por rochas como Metatonalito Rio Bacajá, assim também
como a Sequência Três Palmeiras, observadas pela formação das BIF’s (Formação
Ferrífera Bandada). As rochas granitícas estão relacionadas a unidade Suíte Intrusiva
João Jorge, principalmente as com teor maior de feldspato alcalino. Ocorrem também
rochas mais isotrópicas que estão inseridas no Granodiorito Santana, que intrudem
os corpos mais antigos.
Os eventos magmáticos envolveram processos de diferenciação magmática,
com intensa influência do Ciclo Transamazônico, originando rochas nos diversos
estágios tectônicos apresentados neste trabalho, o que é notada nas BIF’s
deformadas, já que são depositadas em bacias de forearc. Rochas originadas no
magmatismo pós-orogênico evidencia formações de rochas através de mistura de
magmas do tipo mingling de composição granodiorítica e toleítica, pode exibir
foliações incipientes devido ao fluxo magmático.
O metamorfismo que pode ocorrer no domínio pode ser de diversos tipos, como
os relacionados a amalgamação de arcos de ilha, gerando assim um metamorfismo
de médio a alto grau, e também metamorfismo associados ao hidrotermalismo,
originando rochas de baixo a médio devido a suas características de caráter fluidal.
Na parte de geotectônica foram encontradas fraturas, foliações e lineações que
apontam preferencialmente para NW-SE seguindo um trend regional da zona de
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Barbarin, B. 1999. A review of the relationships between granitoid types, their origins
and their geodynamic environments. Lithos, 46: 605-626.
Barbarin, B. 1999. A review of the relationships between granitoid types, their origins
and their geodynamic environments. Lithos, 46: 605-626.
BIZZI, L. A.; SCHOBBENHAUS, C.; VIDOTTI, R. M.; GONÇALVES, J. H.. Geologia,
Tectônica e Recursos Minerais do Brasil: texto, mapas e SIG. CPRM, 2003.
WEL-PA 2
Ponto 4
Longitude: 211830
Latitude: 9562347
Elevação 140 m
WEL-PA 5
As rochas desse afloramento possuem coloração rosa acinzentada,
anisotrópica, de textura fanerítica, equigranular de granulação média (~2mm), sendo
uma rocha holocristalina, leucocrática. A mineralogia é composta essencialmente por
k-feldspato (42%), plagioclásio (21%), quartzo (20%), biotita (15%) e muscovita (2%).
Os minerais placóides apresentam uma orientação preferencial, com leve foliação
incipiente.
Ponto 7
Longitude: 211484
Latitude: 9563202
Elevação 118 m
Afloramento com entrada à esquerda do Travessão 170 sentido S-N, do tipo
lajedo, com abrangência de 5 m, composto por veios e rochas encaixantes bastantes
intemperizadas.
Afloramento do ponto 7, Autores (2019).
WEL-PA 7
Afloramentos com rochas de coloração rosa, com textura fanerítica, com
cristalinidade holocristalina, granulação média (~3mm), cristais subédricos, o Índice
de Cor apresentado é de < 1%. A mineralogia da rocha é composta
prededominantemente por k-feldspato (86%), quartzo (11%), plagioclásio (2%) e
biotita (1%). Nota-se que há bandas de k-feldspato intercaladas com bandas de
quartzo.
NOME DA ROCHA: Álcali-Feldspato Granito
Ponto 8
Longitude: 211622
Latitude: 9563279
Elevação 120 m
Ponto 9
Longitude: 211046
Latitude: 9563926
Elevação 157 m
Afloramento em blocos em vertente de morro, e em outras partes de sua
extensão, com a presença de pórfiros de quartzo. Entrada do afloramento à esquerda
do Travessão 170, sentido S-N.
Detalhe em foto dos pórfiros de quartzo, Autores (2019).
WEL-PA 9
Apresenta rochas de coloração branco acinzentada, anisotrópica, de textura
fanerítica, equigranular de granulação média (~3mm), sendo uma rocha holocristalina,
leucocrática. A mineralogia é composta essencialmente por plagioclásio (42%), k-
feldspato (20%), quartzo (18%), biotita (18%) e muscovita (2%). Os minerais placóides
apresentam uma orientação preferencial, com uma leve foliação incipiente.
WEL-PA 10
Rocha plutônica fanerítica, de granulação fina a média, holocristalina,
leucocrática, anisotrópica, foliada, composta por plagioclásio (45%), quartzo (40%) e
biotita (15%).
Os cristais de plagioclásio variam de finos e médios, enquanto que os de
quartzo são médios e os de biotita finos. A foliação é marcada por bandas mais
félsicas de plagioclásio e quartzo, e bandas mais máficas compostas
predominantemente por biotita. A rocha foi classificada como tonalito.
Ponto 11
Longitude: 211197
Latitude:9564712
Elevação 156 m
WEL-PA 11
Rocha plutônica fanerítica, de granulação fina a média, holocristalina,
leucocrática, anisotrópica, por conter uma diferença entre bandas com mais minerais
máficos e a outra com mais minerais félsicos, cristais inequigranulares, composta por
quartzo (48%), plagioclásio (34%), microclínio (10%) e biotita (8%). Os cristais
apresentam-se anédricos e nota-se uma orientação mineral dos cristais de biotita.
Ponto 12
Longitude: 211160
Latitude: 9564714
Afloramento bem próximo ao ponto 11, em blocos, dispostos em uma área
com aproximadamente 20 m de extensão.
WEL-PA 12
Rocha plutônica fanerítica, de granulação média, holocristalina,
hololeucocrática, com porções levemente orientadas, com cristais equidimensionais,
com exceção da biotita com granulação mais fina. Composta por quartzo (51%),
plagioclásio (45%) e biotita (4%).
Grande parte dos cristais da rocha apresentam-se subédricos e por vezes
alongados que seguem a direção da orientação de algumas porções, que fica mais
evidente pelos cristais de biotita. A rocha foi classificada como trondhjemito.
Ponto 13
Longitude: 210856
Latitude: 9565072
Elevação 157 m
Afloramento em vertente de morro, do tipo lajedo com dimensão aproximada
de 70 cm, com entrada à esquerda do Travessão 170 sentido S-N.
Afloramento do ponto 13, Autores (2019).
Ponto 14
Longitude: 210988
Latitude: 9565111
Elevação 148 m
Afloramento em blocos, com dimensão aproximada de 2 m de diâmetro, à
margem esquerda do Travessão 170, sentido S-N.
Detalhe ao veio do afloramento do ponto 14, Autores (2019).
WEL-PA 14
WEL-PA 15
WEL-PA-17
Rocha de coloração rosa, fanerítica, levemente anisotrópica, holocristalina,
equigranular de granulação média (a maioria dos cristais ~ 1mm), leucocrática (IC ~
8%). Composta mineralogicamente por Fk (~ 35%), Pl (~ 25%), Qtz (~20%), Bt (8%),
muscovita (12%), epidoto (2%). Os minerais máficos (biotita) encontram-se levemente
orientados.
NOME DA ROCHA: Monzogranito
Ponto 18
Longitude: 217158
Latitude: 9563065
Elevação 167 m
Afloramento com entrada à esquerda do Travessão 165, sentido S-N,
composto por blocos com até 2 m em pasto, com ocorrência em uma área de 50 m
de diâmetro.
Ponto 19
Longitude: 217132
Latitude: 9563690
Elevação 158 m
Afloramento à margem esquerda do Travessão 165, sentido S-N, em bloco
com tamanho aproximado de 70 cm.
Afloramento do ponto 19, Autores (2019).
WEL-PA-19
Rocha de coloração esbranquiçada, fanerítica, anisotrópica, holocristalina,
equigranular de granulação média (a maioria dos cristais ~ 1mm), leucocrática (IC ~
12%). Composta mineralogicamente por Fk (~ 12%), Pl (~ 40%), Qtz (~27%), Bt
(12%), muscovita (18%), epidoto (3%), granada (1%). Os minerais máficos (biotita)
encontram-se levemente orientados.
NOME DA ROCHA: Granodiorito
Ponto 20
Longitude: 214658
Latitude: 9566965
Elevação 117 m
Afloramento com entrada à esquerda do Travessão 165, sentido S-N, na
fazenda Divino Pai Eterno, do Sr. Mauro, distante ~1,7 km da residência, do tipo lajedo
e com blocos, abrangendo uma área aproximada de 80 m de diâmetro de ocorrência
das rochas.
Afloramento do ponto 20, Autores (2019).
WEL-P 20 A
Rocha metamórfica de textura predominantemente granoblástica caracterizada
por microestruturas equigranulares em que os cristais constituem um mosaico de
grãos equidimensionais e geralmente xenoblásticos. A rocha apresenta um fraco
bandamento gnáissico caracterizado pela variação entre minerais máficos e félsicos
de forma alinhada.
A mineralogia essencial é composta por k-feldspato pertítico, plagioclásio
antipertítico, quartzo. A mineralogia varietal corresponde à biotita apresentando
textura lepidoblástica exibindo alinhamento isotrópico dos minerais placóides.
Como acessórios apresenta apatita, granada e cordierita associado geralmente a
minerais varietais. Como mineralogia secundária apresenta sericita.
Plagioclásio
Apresenta-se como cristais automórficos com contatos retilíneos com cristais de
quartzo e biotita. Irregulares com microclina. Os cristais apresentam maclas albita,
albita periclina, raramente carlsbad, com alterações em alguns fenocristais para
sericita. Textura granofírica.
Microclínio
Ocorrem como cristais automórficos, contatos irregulares com plagioclásio,
anfibólio, retilíneo com biotita e quartzo, maclas albita-periclina, raras carlsbad. Ocorre
exsolução pertítica em raros cristais.
Quartzo
Ocorrem dois tipos de quartzo. Q1: cristais xenomórficos com textura poligonal,
perfazendo contatos irregulares (serrilhados) entre eles, plagioclásio, microclina e
biotita. Q2: ocorrem como fenocristais xenomórficos com extinção ondulante e
contatos irregulares entre eles, com cristais de plagioclásio e biotita.
Biotita
Ocorre automórfica em forma de lamelas, orientadas com extinção mosqueada
e direção de clivagem em uma direção.
Sericita
Ocorre na rocha como mineral secundário produto da alteração de plagioclásio,
xenomórfico.
Granada
Incolor, ploecroísmo ausente, relevo alto a muito alto exibindo cristais de forma
arredonda e isotrópica. Características de granada Almandina.
Fórmula química: A3B2(SiO4)3 A=(Mg,Mn,Ca,Fe), B=(Al,Cr,Fe)
Cordierita
Pleocróica, relevo baixo, clivagem ausente, como cristais xenomórficos, extinção
paralela, caráter biaxial positivo.
Apatita
Ocorre como cristais hipidiomórficos com hábito prismático e formas hexagonais.
NOME DA ROCHA: Biotita Metamonzogranito
WEL-PA 20B
WEL-PA 21
WEL-PA 22
WEL-PA-24
Rocha de coloração rosa, fanerítica, isotrópica, holocristalina, equigranular de
granulação média (a maioria dos cristais ~ 2mm), leucocrática (IC ~ 16%). Composta
mineralogicamente por Fk (~ 32%), Pl (~ 23%), Qtz (~25%), Bt (16%), muscovita
(14%). Alguns cristais de plagioclásio e álcali-feldspatos se destacam por exibirem
dimensões superiores (~ 2-5mm) em relação aos outros cristais.
NOME DA ROCHA: Monzogranito
Ponto 25
Longitude: 210997
Latitude: 9565254
Elevação 133 m
Ponto 27
Longitude: 211037
Latitude: 9565432
Elevação 129 m
Afloramento à esquerda do Travessão 170, sentido S-N, do tipo lajedo, com
tamanho aproximado de 50 cm.
Afloramento do ponto 27, Autores (2019).
WEL-PA 27
WEL-PA 27
b) Afloramento apresentando aparentemente dois tipos de litologia nas rochas.
A primeira apresenta uma fácies mais félsica com cristais de plagioclásio (45%), k-
feldspato (22%), quartzo (19%), biotita (10%) e muscovita (4%), esses dois últimos
em pouca proporção. A segunda apresenta mais minerais máficas como biotita (20%)
e muscovita (4%), também há cristais de plagioclásio (48%), quartzo (22%) e k-
feldspato (6%), esse último em menor porcentagem. As duas fácies são
holocristalinas, com cristais equigranulares e anisotrópicas.