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UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DO PARÁ – UFOPA

INSTITUTO DE ENGENHARIA E GEOCIÊNCIAS


PROGRAMA CIÊNCIAS DA TERRA – PCdT
BACHARELADO PROFISSIONAL EM GEOLOGIA

GEOLOGIA DE CAMPO - MAPEAMENTO II

Santarém – Pará
2019
EDSON DOS SANTOS ROCHA
LAIENE CATARINA DOS SANTOS VIANA
WILLIAM LOPES PEREIRA

GEOLOGIA DE CAMPO - MAPEAMENTO II

Trabalho apresentado à disciplina de


Geologia de campo – Mapeamento II
do curso do Bacharelado Profissional
em Geologia da Universidade
Federal do Pará, como avaliação
parcial da disciplina.

ORIENTADORES:
Prfº. Msc. Alessandro Braga

Prfª. Msc. Camila Fonseca

Pfrº. Msc. Jean Machado

Prfº. Drª. Mayara Teixeira

Santarém – Pará
2019
Sumário
1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................................. 5
1.1 LOCALIZAÇÃO E ACESSO ............................................................................................... 5
2 OBJETIVOS....................................................................................................................................... 7
3 MATERIAIS E METÓDOS .............................................................................................................. 7
4 GEOLOGIA REGIONAL .................................................................................................................. 8
4.1. CRÁTON AMAZÔNICO .................................................................................................................. 8
4.2 PROVÍNCIA TRANSAMAZONAS ...................................................................................................... 9
4.3 DOMÍNIO BACAJÁ........................................................................................................................ 10
4.3.1 Complexos Metamórficos ............................................................................................ 12
4.3.2 Greenstone Belts ............................................................................................................ 13
4.3.3 Suíte Plutônica Pré-colisional ..................................................................................... 14
4.3.4 Suíte Plutônica Sin a Tardi-colisional ....................................................................... 14
4.3.5 Suíte Plutônica Tardi a Pós-colisional...................................................................... 15
4.3.6 Suíte Plutônica Pós-orogênica ................................................................................... 15
4.4 BACIA DO AMAZONAS ................................................................................................................. 16
4.5 ASPECTOS FISIOGRÁFICOS .............................................................................................. 17
4.5.1 CLIMA ................................................................................................................................... 17
4.5.2 VEGETAÇÃO .......................................................................................................................... 18
4.5.3 SOLOS ................................................................................................................................... 18
4.5.4 RELEVO ................................................................................................................................. 20
4.5.5 HIDROGRAFIA ....................................................................................................................... 21
4.6 ANÁLISE AEROGEOFÍSICA ................................................................................................. 22
5 GEOLOGIA LOCAL ....................................................................................................................... 23
5.1 ASSOCIAÇÕES LITOLÓGICAS ........................................................................................... 23
Sequência Três Palmeiras ......................................................................................................... 23
Metatonalito Rio Bacajá .............................................................................................................. 24
Suíte Intrusiva João Jorge ......................................................................................................... 26
Granodiorito Sant’Ana ................................................................................................................ 27
6 GEOLOGIA ESTRUTURAL .......................................................................................................... 29
6.1 ANALISE FOTOESTRUTURAL (LINEAMENTOS) ............................................................................. 34
6.2 ANALISE GEOMORFOLÓGICA ...................................................................................................... 37
7 MAGMATISMO ............................................................................................................................... 40
8 METAMORFISMO .......................................................................................................................... 42
9 EVOLUÇÃO CRUSTAL ................................................................................................................. 44
10 POTÊNCIAL ECONÔMICO ........................................................................................................ 48
11 CONCLUSÃO ............................................................................................................................... 49
12 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................... 51
APÊNDICES ....................................................................................................................................... 55
5

1 INTRODUÇÃO
1.1 LOCALIZAÇÃO E ACESSO

A área de estudo (Figura 1), encontra-se localizada na porção centro oeste do


estado do Pará, ao longo da Rodovia BR 230 dentro do município de Uruará. Está
inserida sob as coordenadas UTM correspondendo ao ponto 1: longitude: 208614 e
latitude: 9565923, ponto 2 de longitude: 217903 e latitude: 9569701, ponto 3 de
longitude: 221023 e latitude: 9562097, ponto 4 de longitude: 211735 e latitude:
9558319, georreferenciadas segundo o Datum SIRGAS 2000 e fuso 22 S.
A extensão da área de estudo corresponde a um perímetro de 36 quilometros
com medidas lineares dos lados que abrangem 10 km de largura por 8km de
comprimento perfazendo uma área 8.000,0000 hectares.
6

Figura 1 - Mapa de localização e acesso subárea IV.

Fonte: Autores, 2019.


7

2 OBJETIVOS
Dada a importância do caminhamento geológico para a pesquisa da área,
objetivou-se a coleta de dados em campo, na escala de detalhe, para análises
geomorfológicas, tectônica, sobre as condições de colocação de corpos, e também
para elucidar o entendimento acerca da evolução geológica da área.
Para alcançar o objetivo geral supracitado, foram realizados os seguintes
objetivos específicos: caracterizar a região do Domínio Bacajá para melhor
conhecimento da área; avaliar qualitativamente e quantitativamente os afloramentos,
para obtenção de dados estruturais, estratigráficos, geomorfológicos; relacionar os
dados obtidos com bibliografias anteriores para a melhor interpretação final.

3 MATERIAIS E METÓDOS
A elaboração deste relatório foi baseada em revisões bibliográficas, aliadas aos
conhecimentos adquiridos ao longo do percurso acadêmico. As informações foram
obtidas principalmente a partir de livros e artigos que contemplam acerca da geologia
do município de Uruará, no qual as áreas de campo 2 estão inseridas. Desta maneira
os aspectos estudados abrangem o contexto social, fisiográficos, hidrológicos,
geomorfológico, sobre solos, clima e vegetação do município.
Além disso, os dados tiveram enforque para o contexto geológico do Cráton
Amazônico, visto que, de acordo com os dados da CPRM (2008), as unidades
aflorantes nas áreas a serem mapeadas pertencem ao Domínio Bacajá, da Província
Transamazonas; e também para a Bacia do Amazonas, pela proximidade com as
áreas, que podem conter litologias desta grande estrutura. As principais bibliografias
utilizadas foram de Santos (2008), a tese de Vasquez (2006), e Vasquez & Costa
(2008) que realizaram o texto explicativo do mapa geológico do Estado do Pará.
Para a confecção dos mapas, utilizou-se o software QGIS Essen 2.14, nos
quais foram feitas fotointerpretações da subárea 4 e extração das curvas de nível. Os
dados vetoriais de localidades e estradas, foram obtidos pelo complemento
QuickMapServices. Com relação ao lineamento de relevo e para análise
geomorfológica, utilizou-se as imagens do modelo digital de elevação (MDE, obtida
pelo site do Serviço Geológico dos Estados Unidos), e aplicados os sombreamentos.
Os dados vetoriais de drenagem foram obtidos pelo IBGE SEMAS, e feita as
interpretações dos lineamentos. As rosetas foram geradas pelo programa Open
Stereo. A observação das litologias (dados vetoriais obtidos pelo site da CPRM) junto
8

com a análise planialtimétrica, pode mostrar as regiões que podem possuir os


melhores afloramentos, devido às cotas altimétricas mais elevadas.
Houve uma segunda etapa referente ao caminhamento, que durou 5 dias, o
qual envolveu descrição de afloramentos, medidas estruturais, análises
geomorfológicas e coleta de amostras. Foram selecionadas 3 amostras para
confecção de lâminas, as quais foram descritas na etapa pós campo. A etapa pós
campo envolveu correções no mapa geológico, associações litológicas, discussões
sobre o magmatismo e metamorfismo que ocorre na subárea IV, bem como a evolução
da área.

4 GEOLOGIA REGIONAL
4.1. CRÁTON AMAZÔNICO
Conforme Schobbenhaus & Neves (2003) o Cráton Amazônico está inserido na
Plataforma Sul-Americana, que é composta pela porção continental (Continente Sul-
Americano, contendo partes estáveis e instáveis) e a porção oceânica (Atlântico Sul).
Sendo uma das principais unidades tectônicas da América do Sul, o Cráton Amazonas
abrange uma área de 5.600.000 km² e no Brasil 4.400.000 km², sendo limitado por
rochas geradas durante o ciclo Brasiliano: a leste Grupo Baixo Araguaia e ao sul e
sudeste pertencentes aos Grupos Alto Paraguai, Cuiabá e Corumbá. Também há
diversas coberturas sedimentares sobre o cráton, tais como as bacias fanerozoicas a
noroeste (Maranhão), sul (Xingu e Alto Tapajós), sudoeste (Perecis), oeste
(Solimões), norte (Tacutu) e ao centro a Bacia do Amazonas (SANTOS, 2003).
Dentre os três escudos presentes na Plataforma Sul-Americana, dois fazem
parte do Cráton Amazônico, sendo eles Brasil Central e das Guianas, separados pelas
Bacias do Amazonas e Solimões, abrangendo parte norte do Brasil, Guiana Francesa,
Guiana, Suriname, Venezuela, Colômbia e Bolívia (VASQUEZ et al. 2008). Em torno
de 1,0 Ga, o cráton foi estabilizado tectonicamente, tendo permanecido estável
durante o desenvolvimento das faixas orogênicas brasilianas, em torno de 930-540
Ma (NEVES & CORDANI, 1991 apud VASQUEZ et al. 2008).
Segundo Santos (2003), as exposições pertencentes aos Escudos que fazem
parte do cráton aqui descrito, são de dimensões modestas, aflorantes por injunções
termotectônicas e vigor erosional locais.
Para Vasquez et al. (2008) a evolução do Cráton Amazônico é admitida por
diversos autores que se deu a partir de sucessivas acresções crustais (durante as
9

Eras Paleozoica e Mesoproterozoica) em volta de um núcleo mais antigo que foi


estabilizado no final do Arqueno.
O cráton pode ser compartimentado em províncias crustais geocronológicas ou
em modelo geofísico-estrutural, conforme Hasui et al. (1994), Costa e Hasui (1997)
apud Santos (2003). As províncias citadas a seguir (SANTOS et al., 2008), são com
base no modelo geocronológico, de idades arqueana a mesoproterozoicas: Carajás
(3,0 – 2,5 Ga), Amazônia Central (1,9 – 1,86 Ga), Transamazonas (2,26 – 2,01 Ga),
Tapajós-Parima (2,05 – 1,88 Ga), Rondônia-Juruena (1,84 – 1,54 Ga), Rio Negro (1,82
– 1,52 Ga) e Sunsás (1,46 – 1,11 Ga). Nos dois próximos tópicos serão abordadas
com maior enforque a Província Transamazonas e o Domínio Bacajá, visto que as
áreas de mapeamento estão neste contexto geológico.

4.2 PROVÍNCIA TRANSAMAZONAS


Segundo Santos (2003) a Província Transamazonas representa um orógeno de
idade paleoproterozóica, e a sua evolução está ligada ao Ciclo Brasiliano (2,26 – 1,95
Ga), estendendo-se ao longo da porção oriental do Cráton Amazônico, nordeste do
Escudo Brasil Central, e parte setentrional do Escudo da Guianas, ligados pelo norte
do Brasil, Guiana Francesa, Suriname, Guiana e leste da Venezuela.
A província consiste de domínios paleoproterozóicos e frações arqueanas, que
foram retrabalhados durante o Ciclo Transamazônico (TEIXEIRA et al., 1989;
TASSINARI, 1996; TASSINARI & MACAMBIRA, 1999, 2004; TASSINARI et al., 2000).
Fica localizado no sudoeste do Estado do Pará e possui composição bastante
diversificada, sendo constituída principalmente por unidades arqueanas. Também
chamada de Província Maroni-Itacaiúnas por Cordani et al. (1979), ela está distribuída
nas porções norte e nordeste do Cráton Amazônico e se prolonga a sul da Bacia do
Amazonas (VASQUEZ, 2006).
A província é constituída por cinco domínios distintos: Bacajá, Amapá, Carecuru,
Paru e Santana do Araguaia (RICCI et al., 2001; ROSA-COSTA et al., 2003 e 2006;
SANTOS, 2003; VASQUEZ, 2006; VASQUEZ et al., 2008; VASQUEZ & ROSA, 2008).
Representa um extenso cinturão móvel de terreno granito-greenstone belt, com
sequências vulcanossedimentares, predominantemente clásticas, com contribuição
de rochas ultramáficas. A evolução geológica deste cinturão está associada a uma
evolução crustal ocorrida durante o Proterozóico, datada de 2,25-2,00 Ga.
10

Figura 2: Províncias compartimentadas no Cratón Amazônico.

Fonte: Vasques & Rosa-Costa (2008)

4.3 DOMÍNIO BACAJÁ


Em seu modelo de compartimentação para o Cráton Amazônico em províncias
geocronológicas, Teixeira et al. (1989) propuseram a continuidade da Província
Transamazonas para a parte nordeste do Escudo Brasil Central, a sul da Bacia do
11

Amazonas, compreendendo o Domínio Bacajá, seguindo a proposta de Santos


(2003).
O Domínio Bacajá teve sua evolução relacionada ao Ciclo Transamazônico,
comprovado por dados geocronológicos de rochas datadas com idades riacianas
(2,21 – 2,07 Ga), podendo ser analisadas rochas ainda mais antigas de idade
arqueana e sideriana (MACAMBIRA et al., 2001; SANTOS, 2003; SOUZA et al., 2003;
FARACO et al., 2005; VASQUEZ et al., 2008; VASQUEZ, 2006).
Os contrastes litológicos, metamórficos, estruturais e geofísicos entre os
domínios Bacajá e Carajás foram observados inicialmente em estudos de Ricci et al.
(2003). Essas observações referem-se a um predomínio de rochas de alto grau no
Domínio Bacajá, uma menor proporção de rochas supracrustais e a presença de uma
tectônica transcorrente, marcada por zonas de cisalhamento com direção NW-SE e
WNW-ESSE. Ricci (2006) verificou que parte dos charnockitos e granulitos foram
reequilibrados, por processos de descharnockitização e retrometamorfismo,
sugerindo uma quantidade ainda maior nesse domínio de rochas infracrustais.
O Domínio Bacajá é composto, de maneira geral, por associações tectônicas
(Figura X) que representam fragmentos arqueanos e siderianos retrabalhados durante
o Ciclo Transamazônico, sendo elas a Associação Granulítica
Arqueana/Paleoproterozóica, o Greenstone Belts Arqueanos/Paleoproterozóicos, a
Associação Granito-gnássico-migmatítica Arqueana/Paleoproterozóica e Suítes
Plutônicas (VASQUEZ & ROSA, 2008). Dividindo-se em Complexos Metamórficos,
Greenstone Belts, Suíte Plutônica Pré/Sin/Tardi/Pós-colisional e Suíte Plutônica Pós-
orogênica.
12

Figura 3: Associações tectônicas do Domínio Bacajá

14

Fonte: Vasquez & Costa, 2008.

4.3.1 Complexos Metamórficos


No Complexo Metamórfico do Domínio Bacajá são descritas rochas
pertencentes a um terreno de alto grau, consistindo às unidades: Complexo
Cajazeiras (2,94 Ga, método Pb-Pb), Ortognaisse Pacajá (2,67 Ga, método U-Pb),
Ortogranulito Máfico Rio Preto (2,62 Ga, método Pb-Pb), Complexo Aruanã (2,6 Ga,
13

método Pb-Pb), Paragnaisse Ipiaçava (3,12 Ga, método U-Pb), Granulito Novolândia
(2,06 Ga, método U-Pb) e Metatonalito Rio Bacajá (2,33 Ga, método U-Pb).
As rochas do Complexo Cajazeiras afloram entre as bacias dos rios Bacajá e
Tocantins, são compostas por granulitos reidratados de composição tonalítica a
granulítica, além de milonitos de alto grau (FARACO et al., 2005; RICCI, 2006;
VASQUEZ et al., 2008).
O Ortognaisse Pacajá compreende corpos restritos de ortognaisses e
migmatitos, afetados por metamorfismo em fácies anfibolito, dispostos segundo a
direção WNW-ESE, justapostos por granulitos do embasamento (VASQUEZ et al.,
2008). O Ortogranulito Máfico Rio Preto é composto por corpos alongados e estreitos,
dispostos segundo WNW -ESSE, as principais litologias mapeadas são granulitos
máficos, que podem apresentar migmatização com leucossomas enderbíticos
(VASQUEZ et al., 2008).
Segundo Vasquez et al. (2008), o Complexo Aruanã abrange ortognaisses
tonalíticos a graníticos fortemente reidratados que afloram em extensa e larga faixa
15
WNW-ESE, na parte norte do Domínio Bacajá.
Vasquez et al. (2008) definiu dois conjuntos de paragranulitos que ocorrem no
Domínio Bacajá. O conjunto localizado na região central do domínio é denominado
Paragnaisse Ipiaçava e o conjunto a sudeste refere-se ao Granulito Novolândia. Este
segundo é composto por kinzigitos, granulitos máficos, paragnaisses potássicos
arcoseanos com ortopiroxênio, granada, cordierita e biotita, além de paragnaisses
quartzozos, com cordierita, biotita e granada. O corpo referente ao Granulito
Novolândia está disposto segundo a direção E-W, eventualmente infletido para NW-
SE, com feições características de movimentação destral (MACAMBIRA et al. 2007).
O Metatonalito Rio Bacajá, abrange granitóides bandados que ocorrem a sul da
Sequência Três Palmeiras, segundo uma direção preferencial NW -SE, compreende
metatonalitos a metamonzogranitos com biotita e hornblenda, bandados e
porfiroclásticos, de granulação média a grossa. Frequentemente hospedam lentes de
rochas máficas micro granulares quartzo-dioríticas a tonalíticas, e xenólitos de rochas
supracrustais migmatizadas (VASQUEZ et al., 2008).
4.3.2 Greenstone Belts
Os Greenstones Belts agrupam rochas pertencentes à Sequência Três
Palmeiras, e é composta basicamente por rochas metavulcano-sedimentares, como
actinolita xistos, metandesitos, metabasaltos, metatufos andesíticos e basáltico, e
14

anfibolitos. Subordinadamente podem ocorrer metadacitos, metatufos dacíticos,


quartzitos, mica xistos, formações ferríferas bandadas, filitos grafitosos e turmalinitos
(VASQUEZ, 2006).
4.3.3 Suíte Plutônica Pré-colisional
A Suíte Plutônica Pré-Colisional do Domínio Bacajá é composta pelas unidades
Tonalito Brasil Novo (2,19 Ga, método U-Pb), Granodiorito Oca (2,16 Ga, método U-
Pb), Granodiorito Belo Monte (2,15 G, método Pb-Pb), Monzogranito Pinhaquara (2,14
Ga, método U-Pb) e Metatonalito Tapiranga (2,13 Ga, método U-Pb).
O Tonalito Brasil Novo é composto por rochas tonalíticas e granodioritos ricos
em anfibólios e micas, podem estar associados monzogranitos e sienogranito,
16
apresentando feições de deformação dúctil (VASQUEZ et al., 2008).
Segundo Jorge João et al. (1987) o Granodiorito Oca compreende dois plútons
de granitoides intrusivos na Sequência Três Palmeiras, na região da Volta Grande do
Rio Xingu. É composto por granodioritos, tonalitos porfiroclásticos inequigranulares, e
quartzo monzodioritos inequigranulares (VASQUEZ et al., 2008).
O Granodiorito Belo Monte aflora nas proximidades de Belo Monte, as principais
características litológicas encontradas são granodioritos e monzogranitos com mica,
inequigranulares, leuco a mesocrático, foliados segundo a direção E-W (VASQUEZ et
al., 2008; MACAMBIRA et al., 2001).
De acordo com Vasquez et al. (2008) o Metatonalito Tapiranga se caracteriza
por aflorar sob a forma de um batólito irregular, com orientação seguindo direção NW-
SE, as principais rochas que compões essa unidade são metatonalitos e
metagranodioritos, podendo conter xenólitos centimétricos a métricos de rochas
metavulcânicas máficas.
4.3.4 Suíte Plutônica Sin a Tardi-colisional
A Suíte Plutônica Sin a Tardi-Colisional é formada pelas unidades: Complexo
Bacajaí (2,11 Ga, método U-Pb), Granodiorito Babaquara (2,10 Ga, método Pb-Pb) e
Granito Canaã (2,10 Gb, método (Pb-Pb).
O Complexo Bacajaí, segundo Ricci (2003), é composto por rochas charnokiticas
de origem ígneas. Vasquez et al. (2008) defende que esse complexo é dominado por
enderbitos e charnoenderbitos, associados subordinariamente, a charnockitos,
jotunitos e mangeritos. Estas rochas representam granitoides orogênicos.
15

O Granodiorito Babaquara representa um corpo granítico, localizado nos


interflúvios dos rios Xingu e Bacajá, constituído por granodioritos com biotita e
hornblenda, inequigranulares, granulação média com leucogranitos equigranulares
subordinados (VASQUEZ et al., 2008).
O Granito Canaã é uma unidade que segue orientação segundo NNW-SSE, é
um plúton que pode ocorrer como intrusões no Ortognaisse Uruará, no Paragnaisse
Ipiaçava e no Ortogranulito Máfico Rio Preto. São monzogranitos e granodioritos ricos
em mica, leuco a mesocrático, com textura inequigranular e sutilmente foliados.
Podem apresentar porfiroclastos de microclínio e plagioclásio (VASQUEZ, 2005).
4.3.5 Suíte Plutônica Tardi a Pós-colisional
As suítes intrusivas Arapari e João Jorge são compostas por charnockitos e
granitos, que sofrem influência de zonas de cisalhamento transcorrentes com direção
para NW-SE e WNW-ESE (VASQUEZ & ROSA, 2008). As rochas da Suíte Intrusiva
Arapari, segundo Ricci (2006), estariam em geral descharnokitizadas, ainda para o
referido autor, a presença de xenólitos de granulitos máficos e outros ortognaisses de
alto grau como encaixantes sustentariam a idéia de nível crustal profundo para o
magmatismo que deu origem a estas rochas.
A Suíte Intrusiva João Jorge é composta de monzogranitos e sienogranito, sendo
raro os granodioritos, caracterizados pela granulação média a fina, inequigranulares
a equigranulares, com porções mais ricas em mica. Apresentam foliação magmática
ocasionalmente superposta por uma foliação milonítica, relacionada a zonas de
cisalhamento transcorrentes, podendo apresentar faixas de brechas cataclásticas que
retratariam reativação rúptil de zonas de cisalhamento (VASQUEZ et al., 2008).
4.3.6 Suíte Plutônica Pós-orogênica
Segundo Vasquez et al. (2008) um plúton de granitóide denominado de
Granodiorito Sant’Ana ocorre intrudido às rochas do Ortognaisse Rio Preto e
Paragnaisse Ipiaçava. Nesse plúton foram registrados granodioritos e tonalitos, além
de leucomonzogranitos. As rochas apresentam granulação média a fina, e uma
foliação magmática incipiente. Na mesma unidade, também foram encontrados diques
de composição diorítica, relacionadas a misturas de magmas. A idade Pb-Pb em
zircão de 1986 ± 5 Ma (VASQUEZ et al., 2005) sugeriu que o Granodiorito Sant’Ana
é o granitóide mais jovem do Domínio Bacajá.
16

4.4 BACIA DO AMAZONAS


Como já foi dito anteriormente neste trabalho, a Bacia do Amazonas separa os
dois escudos presentes no Cráton Amazonas. As áreas de estudo de campo estão
inseridas muito próximas à borda sul da bacia. Neste sentido, tem-se a necessidade
18
de descrevê-la.
A Bacia do Amazonas é do tipo intracratônica com aproximadamente, 500.000
km2 de área, 1.300 km de comprimento e 380 km de largura (CAPUTO, 2014). Ainda
conforme este autor, a bacia instalou-se com a formação de um rifte (evidenciado por
massas densas ultrabásicas – idade 565 +/- 70 Ma) evoluindo para uma bacia
intracratônica que não desenvolveu bacia oceânica. Para Cunha et al. (2007), este
rifte está associado a Orogenia Brasiliana/Pan-Africana que devido aos esforços
compressivos na direção E-W, gerou zona de alívio na direção N-S, tendo ainda
propagado-se para leste e oeste devido reativação de zonas de fraqueza pré-
cambrianas. Ainda segundo estes autores, ocorreu o resfriamento das massas
magmáticas, iniciando a subsidência térmica regional, com o desenvolvimento da
sinéclise intracontinental.
A Bacia do Amazonas teve efetiva sinéclise (estrutura deprimida produzida por
lenta subsidência, comportando espesso pacote sedimentar) em torno de 450 Ma
(Ordoviciano superior). Durante a era Paleozoica a Bacia do Amazonas apresentou
grande estabilidade tectônica. Linhas de fraqueza foram reativadas nas eras
Mesozoica e Cenozoica devido a ruptura dos continentes Pangea e Gondwana
(CAPUTO, 2014).
Em relação à deposição sedimentar, a bacia apresenta duas
megassequências: Paleozoica e Mesozoica-Cenozoica. A megassequência
Paleozoica abrange 4 sequências que são delimitadas por quebras significativas da
sedimentação, decorrentes de eventos tectônicos atuantes nas bodas da Placa
Gondwânica, que causaram discordâncias regionais (CUNHA et al. 2007). A mais
antiga é a sequência Ordovício-Devoniana e contém as seguintes Formações (da
mais antiga para a mais recente): Autás-Mirim, Nhamundá, Pitinga, Manacapuru e
Jatapu.
Após a discordância relacionada à Orogenia Caledoniana, depositou-se a
sequência Devono-Tournaisiana composta pelas Formações Maecuru, Ererê,
Barreirinha, Curiri e Oriximiná. Destaca-se a proximidade desta sequência com as
áreas de campo que serão mapeadas. Segundo dados vetoriais da CPRM, a
17

Formação Maecuru é a que está em contato com as unidades presentes nas áreas de
mapeamento. Esta formação é composta por arenitos finos a grossos, ferruginosos,
em parte bioturbados e fossilíferos, silicificados, além de pelitos neríticos a deltaicos
19
e cherts subordinados (CUNHA et al. 2007).
A orogenia Acadiana foi responsável por causar erosão do topo da Formação
Oriximiná, e a separa da Sequência Neoviseana, composta pela Formação Faro, que
teve seu topo erodido associado a orogenia Eo-Herciniana, e depositando a última
sequência da Megassequência Paleozoica, chamada de Pensilvaniano-Permiana.
Esta, composta pelas Formações Monte Alegre, Itaituba, Nova Olinda e Andirá. A
deposição de todas estas formações marca o período de estabilidade tectônica da
bacia.
Após estas deposições paleozoicas, ocorreram processos distensivos
relacionados a Abertura do Atlântico Norte, que levaram a uma grande intrusão
magmática de diques e soleiras em um evento conhecido como Magmatismo
Penatecaua. Ocorreu também o Diastrofismo Juruá, relacionado a abertura do
Atlântico Sul e a subducção nos Andes (CAPUTO, 2014). Em seguida houve uma
calmaria tectônica e o início de um novo ciclo deposicional, que resultou na
Megassequência Mesozoica-Cenozoica, contendo as Formações Alter do Chão e
Solimões. Caputo (2014) ainda cita o Diastrofismo Xingu, que afetou a Formação Alter
do Chão, e está relacionada a interação da placa Sul-Americana com a Placa do
Caribe.

4.5 ASPECTOS FISIOGRÁFICOS


4.5.1 CLIMA
Segundo o Instituto de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental do
Pará – IDESP (2011) as condições climatológicas do município se caracterizam pela
temperatura elevada do ar, apresentando média térmica anual de 25,6°C com média
para temperatura máxima de 31°C e para temperatura mínima de 22,5°C. A umidade
relativa do ar apresenta valores bastante elevados com números acima de 80%,
exceto no segundo semestre do ano que representa os meses da seca sazonal. A
média pluviométrica apresenta valores de 2000 mm ao ano, os meses de dezembro a
junho compreendem a estação chuvosa e a estação com menos chuva coincidindo
nos meses de julho a novembro.
18

4.5.2 VEGETAÇÃO
Veloso & Góes Filho (1982) propuseram que a vegetação do município é
representada pela floresta ombrófila, essa classificada em 4 classes: (1) floresta
ombrófila densa, caracterizada por árvores de grande porte com altura de 25 a 35m,
ocupando cerca de 92% da área de Uruará; (2) floresta ombrófila aberta,
compreendendo árvores de copas contíguas e o estrato arbustivo pouco espesso,
representam em torno de 0,23% da área; (3) floresta ombrófila aberta com palmáceas,
sua principal característica é a presença de uma grande quantidade de palmeiras, o
que a diferencia da floresta ombrófila aberta, ocupam cerca de 25% da área do
município; (4) floresta ombrófila densa aluvial, ficam localizadas nas planícies aluvias
dos principais sistemas de drenagem do município, correspondendo a 3% da área.

Figura 4: Floresta aberta com presença de palmeiras, comuns na área de


mapeamento.

Fontes: Autores, 2019.

4.5.3 SOLOS
Os tipos de solos mais característicos do município de Uruará são representados
pelo Latossolo Amarelo, Concrecionários Lateriticos, Podzólico Vermelho-Amarelo,
Latossolo Podzólico Vermelho-Amarelo, Solos Litólicos e afloramentos rochosos
(IDESP, 2011).
19

O Latossolo Amarelo, engloba os solos minerais com horizonte B Latossólico


que sofreu bastante intemperismo. São profundos, porosos e permeáveis, com
coloração variando de bruno-amarelado, a bruno-forte. Apresentam uma grande
variação textural, indo de média a muito argilosa.
Os Concrecionários Lateríticos (Plintossolo Pétrico), geralmente de melhor
drenagem, caracterizam-se pela presença no perfil dos horizontes diagnósticos
concrecionário e/ou litoplíntico, e pela presença de expressiva plintitização com ou
sem petroplintita (concreções de ferro ou cangas). 10

O Podzólico Vermelho-Amarelo (Luvissolos) são solos de profundidade


mediana, com cores desde vermelhas a acinzentadas, horizonte B textural ou nítico
abaixo de horizonte A fraco, moderado ou horizonte E, argila de atividade alta e alta
saturação por bases. Geralmente apresentam razoável diferenciação entre os
horizontes superficiais e os subsuperficiais.
O Latossolo Podzólico Vermelho-Amarelo têm cores vermelho-amareladas, são
profundos, com boa drenagem e normalmente baixa fertilidade natural, embora se
tenha verificado algumas ocorrências de solos eutróficos.
Solos Litólicos (Neossolo) são constituídos por material mineral ou material
orgânico pouco espesso (menos de 30 cm de espessura), sem apresentar qualquer
tipo de horizonte B diagnóstico, congregam solos rasos.
20

Figura 5: Quadro de fotos mostrando a variação na cor dos solos. A) Latossolo


Podzólico Vermelho/Amarelo. B) Plintossolo. C) Luvissolo.

Fonte: Autores, 2019.

4.5.4 RELEVO
Em razão da estruturação que município apresenta em decorrência de
compartimentação geológica, seu relevo apresenta formas, ao sul, superfícies
pediplanadas, elaboradas sobre rochas pré-cambrianas; tabuliformes e colinosas,
formadas sobre rochas Paleozóicas e Mesozóicas, na porção centro-sul, com a
predominância ao norte de tabuleiros e platôs que, morfoestruturalmente, fazem parte
das unidade: Depressão Periférica do Sul do Pará, Planalto Rebaixado da Amazônia
(do Baixo Amazonas), e parte do Planalto Tapajós-Xingu (IDESP, 2011).
21

Figura 6: Geomorfologia da subárea exibindo morros (A) e morrotes (B).

Fonte: Autores, 2019.

4.5.5 HIDROGRAFIA
A bacia do Rio Curuá do Sul, praticamente a única bacia de importância
relevante de Uruará, e seu principal afluente o rio Uruará, da margem direita, e seu
afluente e subafluente, rio Magu e o igarapé Onça, fazem o limite natural norte-
nordeste com Medicilândia, constituindo a rede hidrográfica do município (RÊGO,
1998).

Figura 7: Córrego cortando o travessão 170.

Fonte: Autores, 2019.


22

4.6 ANÁLISE AEROGEOFÍSICA


A partir dos dados de composição ternária que abrange a união dos minerais
U, Th e K, foi possível determinar três domínios aerogeofísicos (Figura 9).

Figura 8: Aerogeofísica da Área IV.

Fonte: CPRM, Autores.

Domínio I: caracterizado pelos altos teores de eTh, eU e eK e correspondem


as rochas mais evoluídas compreendendo dentro da área de estudo corpos que
variam de granodioritos a monzogranito. O domínio I, segundo a cartografia geológica
regional podem estar associados ao Granodiorito Sant’ana.
Domínio II: caracterizado pelos baixos teores de eTh, eU e eK e correspondem
as rochas de composição máfica a meta-ultramáfica que correspondem no ambito da
área de mapeamento as BIF’s. O domínio II, segundo a cartografia geológica regional
podem estar associados a Sequência Três Palmeiras.
Domínio III: caracterizado pelos teores intermediários de eTh, eU e eK e
correspondem as rochas trondhjemiticas na área de estudo. O domínio III, segundo a
cartografia geológica regional podem estar associados ao Granodiorito Sant’ana.
23

5 GEOLOGIA LOCAL
Os afloramentos encontrados da subárea IV eram do tipo lajedo e blocos in situ,
que não exibiram relações de contato, logo, foram inferidos e aproximados a partir de
imagens de satélite, informações aerogeofísicas e análise das amostras coletadas ao
longo do caminhamento, com auxílio de descrição petrográfica.
De acordo com Vasquez e Costa (2008) em parceria com o Serviço Geológico
do Brasil – CPRM, a subárea IV abrange aproximadamente, 99% correspondente a
Unidade Ortogranulito Máfico Rio Preto e 1% da Unidade Paragnaisse Ipiaçava, que
estão agrupadas em Complexos Metamórficos. As unidades propostas neste trabalho
são Ortognaisse Uruará (aproximadamente 1% da subárea), Sequência Três
Palmeiras (10%) e Granodiorito Sant’Ana (89%). A seguir serão descritas as
associações litológicas para cada unidade.

5.1 ASSOCIAÇÕES LITOLÓGICAS


Sequência Três Palmeiras
Os afloramentos pertencentes a esta unidade estavam dispostos como
matacões e cortes de estrada, contendo rochas como Formações Ferríferas
Bandadas (WEL-P1, WEL-P16) e veios de quartzo acinzentado com extensões
variadas de centimétricas a métricas e larguras centimétricas (WEL-P15).
As Formações Ferríferas Bandadas (FFB) apresentavam bandas centimétricas
com minerais silicosos e outras com minerais opacos, como óxidos de ferro. Os
matacões de FFB apresentavam fraturas e foliações, no entanto, as medidas de
mergulho de foliação foram comprometidas devido a concentração de ferro nessas
rochas, como também minerais magnéticos. Por vezes foram encontrados blocos
rolados de quartzito pelo Travessão 170, indicando que as bandas silicosas podem
ser mais espessas.
Os veios de quartzo eram de extensão métrica, que cortavam a estrada, com
direção preferencial para NW/SE. Apresentavam-se com coloração acinzentada e
foram encontradas porções mineralizadas com pirita, calcopirita e outros minerais
sulfetados associadas a estes veios.
24

Figura 9: a) Matacão de FFB b) Veio de quartzo cortando o travessão c) Amostra de


mão de FFB

Fonte: Autores, 2019.

Metatonalito Rio Bacajá


Esta unidade está inserida nos Complexos Metamórficos e as rochas
encontradas na subárea são metamonzogranitos (WEL-P20a), metatonalitos (WEL-
P22) e metagranodioritos (WEL-P26), dispostos como afloramentos do tipo lajedo.
As rochas metamonzograníticas possuem assembleia mineral composta por
(WEL-P20a) feldspato potássico pertítico (34%), plaioclásio antipertítico (21%),
quartzo (20%), cordierita (12%), biotita (8%), alguns minerais acessórios como apatita
(1%) e granada (2%), além de apresentar minerais como produtos de alteração como
a sericita. Apresentava lineação mineral evidenciada microscopicamente e
25

macroscopicamente pelos cristais de biotita, caracterizando textura lepidoblástica. A


fácie definida para estas rochas é granada biotita cordierita monzogranito.
Os metatonalitos possuem assembleia mineral composta por plagioclásio
(45%), biotita (26%), quartzo (22%), muscovita (6%) e feldspato potássico (1%), na
qual observa-se estiramento de minerais como plagioclásio, quartzo e biotita, tornando
a rocha orientada. A fácie definida para estas rochas é biotita tonalito.
Também foi encontrada rocha de composição granodiorítica com cristais de
plagioclásio e quartzo estirados, porém o afloramento era pouco representativo para
definir em mapa.
A associação litológica remete estas rochas pertencerem a unidade
Ortognaisse Uruará, conforme descrito por Vasquez e Costa (2008).

Figura 10: a) Rocha deformada com composição granodiorítica b) Metatonalito c)


Metamonzogranito d) Fotomicrografia da WEL-P20a

Fonte: Autores, 2019.


26

Suíte Intrusiva João Jorge


Esta unidade corresponde a afloramentos do tipo lajedo, em que são
encontrados álcalis granitos (WEL-P7) e brechas (WEL-P4).
Os álcalis feldspato granitos encontram-se com muitos veios de quartzo,
extremamente fraturados, por vezes dobrados, além dos cristais de feldspato
potássico estarem estirados. Mineralogicamente é composta por feldspato potássico
(86%), quartzo (11%), plagioclásio (2%) e biotita (1%).
Conforme descrito por Vasquez e Costa (2008) esta unidade é afetada por
faixas de brechas cataclásticas quilométricas, que marcam reativação rúptil. A brecha
encontrada é composta por cristais de quartzo angulosos, de finos a grossos, em
matriz avermelhada, remetendo a composição de rochas mais evoluídas provenientes
de injeções tardias, com composição mais potássica.

Figura 11: a) Afloramento do ponto 7 b) Amostra do ponto 7 c) Afloramento do ponto


8 d) Afloramento do ponto 4

Fonte: Autores, 2019.


27

Granodiorito Sant’Ana
As rochas representadas por esta unidade são monzogranitos (WEL-P5, WEL-
P17, WEL-P25), granodioritos (WEL-P2, WEL-P11), trondhjemitos (WEL-P24) e
quartzo dioritos (WEL-P14). Estas rochas mostravam-se como matacões, com
tamanhos variados de até 5 m de diâmetro, com ampla abrangência em todo o
caminhamento e locais de afloramento.
Os monzogranitos apresentavam fraturas de resfriamento, por vezes com veios
quartzo-feldspáticos, e intemperizados fisicamente com exfoliação do tipo “casca de
cebola”, dispostos em sítios e fazendas ao longo dos Travessões 165 e 170. A
assembleia mineral dessas rochas (WEL-P5) é composta por feldspato potássico
(42%), plagioclásio (21%), quartzo (20%), biotita (15%) e muscovita (2%). Notou-se
que por vezes estas rochas mostravam foliação magmática incipiente, com cristais
subédricos a euédricos, sem deformação, marcada principalmente pela orientação
dos cristais de biotita. Foi definida a fácie muscovita biotita monzogranito para estas
rochas.
Os granodioritos também apresentavam o intemperismo físico visível pela
exfoliação, com algumas fraturas de resfriamento. A assembleia mineral dessas
rochas (WEL-P2) é composta por plagioclásio (43%), feldspato potássico (22%),
quartzo (19%) e biotita (16%). Os cristais apresentavam faces cristalinas subédricas
a euédricas, e como por exemplo no ponto de afloramento 11, mostrando leve
bandamento composicional e foliação magmática evidenciada pela orientação mineral
de biotita. Observou-se que a quantidade de cristais de muscovita variava nos
monzogranitos e granodioritos. Foram definidas as fácies biotita granodiorito e
muscovita biotita granodiorito.
As rochas de composição trondhjemítica apresentam composição mineralógica
composta por (WEL-P24) quartzo (50%), plagioclásio (41%), e biotita (9%), que por
vezes apresenta leve orientação, mas sem deformações. A fácie foi definida como
biotita trondhjemito.
A rocha de composição quartzo-diorítica apresentou assembleia mineral
composta por (WEL-P14) hornblenda (79%), plagioclásio (15%), quartzo (3%),
anortoclásio (1%) e augita (1%), anisotrópica devido orientação dos minerais, porém
sem evidências de deformação, recristalização, bordas de reação, caracterizando
foliação magmática. A fácie foi definida como hornblenda quartzo diorito.
28

Figura 12: a) Afloramento do ponto 18 b) Detalhe do ponto 18 mostrando cristais de


muscovita c) Amostra WEL-P11 d) Fotomicrografia da amostra WEL-P11 e) Amostra
de quartzo diorito f) Fotomicrografia do quartzo diorito.

Fonte: Autores, 2019.


29

6 GEOLOGIA ESTRUTURAL
Foram coletadas atitudes de fraturas, foliação, veios, e algumas direções
preferenciais de corpos alongados dispostos em afloramentos do tipo lajedo. Os
dados foram separados para rochas pertencentes a unidades que foram afetadas pelo
Ciclo Transamazônico, compreendendo as unidades Ortognaisse Uruará, Sequência
Três Palmeiras e Suíte Intrusiva João Jorge, e as que são do período pós Ciclo
correspondente a Unidade Granodiorito Sant’Ana.
As 29 medidas de fraturas coletadas em afloramentos pertencentes as
unidades Sequência Três Palmeiras e Ortognaisse Uruará mostraram direção
preferencial para NE/SW, e ocorrência de outras para o quadrante NW/SE, conforme
imagem abaixo.

Figura 13: Roseta para fraturas

Fonte: Autores, 2019.

O trabalho realizado por Perico et al. (2017) mostrou que rochas metabásicas
paleoproterozoicas tiveram direções preferenciais de fraturas NNE-SSE, NE-SW e
NW-SE, com maioria no mesmo quadrante das aqui obtidas.
Foram plotadas 12 medidas de veios que mostraram a mesma orientação
preferencial para NE-SW, conforme figura abaixo.
30

Figura 14: Roseta para veios.

Fonte: Autores, 2019.

Perico et al. (2017) também mediram orientações de veios hospedados em


granitoides paleoproterozoicos das Suítes Intrusivas Bacajaí, Arapari e João Jorge,
que foram afetados por falhas e fraturas, reconfigurando-se para N80E e N45E,
estando com mesma direção preferencial dos veios medidos. A figura abaixo mostra
alguns veios que tiveram orientação medida, pertencentes a unidade Suíte Intrusiva
João Jorge.
Figura 15: Veios quartzo-feldspáticos no afloramento do ponto 7

Fonte: Autores.
31

Para a unidade Granodiorito Sant’Ana foram registradas medidas de foliação


magmática, que mostram mergulho preferencial para NE, com direção NW-SE.
Observa-se o estereograma:

Figura 16: Estereograma para foliações magmáticas

Fonte: Autores, 2019.

Figura 17: Rocha do afloramento do ponto 11

Fonte: Autores, 2019.


32

Tratando-se de deformação, foram identificadas algumas feições oriundas


desse processo, como é o caso das estruturas encontradas no ponto 8 e no ponto 4
que remetem a um sistema rúptil/dúctil e rúptil, respectivamente. Como o terreno do
Domínio Bacajá é predominantemente de regime dúctil, estas feições sugerem terem
ocorrido em porções mais superiores da crosta. A estrutura identificada no ponto 8 é
de um boudin em rocha de composição granitoide, em que houve fragmentação em
forma de boudins devido processo de estiramento dentro de material rochoso mais
dúctil, podendo estar relacionado a esforços compressivos em zonas de cisalhamento.

Figura 18: Estrutura boudin do afloramento do ponto 8

Fonte: Autores, 2019.


33

A rocha encontrada no ponto 4 remete a regimes rúpteis por ter sido


classificada como brecha, que é formada em zona de falha em níveis crustais mais
superiores, na qual apresenta cristais finos a grossos, fraturados, angulosos, em
matriz de coloração avermelhada.

Figura 19: Detalhe da rocha do afloramento do ponto 4

Fonte: Autores, 2019.

Além dessas estruturas, também foram encontradas rochas com deformação


mineral de feldspato potássico e quartzo pertencentes ao ponto 7, conforme imagem
abaixo.
34

Figura 20: Amostra do ponto 7

Fonte: Autores, 2019.

Os pontos de afloramento 4, 7 e 8 estão inseridos na unidade Suíte Intrusiva


João Jorge, em que se observa estruturas de regime rúptil, e rochas deformadas, sem
evidência de metamorfismo, remetendo a porções mais superiores, e que é citado por
Vasquez e Costa (2008) como zonas de intensa reativação rúptil das zonas de
cisalhamento transcorrente.

6.1 ANALISE FOTOESTRUTURAL (LINEAMENTOS)


Segundo O’Leary et al. (1976) lineamentos correspondem a feições lineares
mapeáveis, simples ou compostas, contínuas ou descontínuas que representam a
superfície terrestre de forma retilínea ou suavemente curva e se diferenciam de outras
feições adjacentes.
A área de estudo (Figura 8) apresenta lineamentos de relevo e drenagem como
as principais feições fotointerpretadas.
Os lineamentos de relevo, também denominados lineações positivas,
representam os traços da superfície “S” dispostos de forma ondulada e estão
dispostos segundo o trend regional WNW – ESE, este marcado por uma extensa zona
de transcorrência individualizada nos trabalhos de Ricci et al. (2003b), que pode ser
observado no diagrama de roseta para lineamentos de relevo (figura 21). São
estruturas de 1ª ordem representadas por elementos estruturais perfazendo um
35

padrão em linha reta. Segundo os lineamentos de relevo, a área estudada é definida


como fortemente estruturada individualizada na disposição regular e ordenada dos
lineamentos.

Figura 21: Diagrama de roseta para lineamentos de relevo

Fonte: Autores, 2019


36

Figura 22: Mapa de lineamentos de drenagem e relevo.

Fonte: Autores, 2019.


37

Os lineamentos de drenagem distinguem-se como lineações negativas em


feixes que descrevem um arranjo de estruturas retilíneas na forma de traços das
superfícies “S” que correspondem a suaves depressões do relevo que se encontram
orientadas para duas direções distintas, sendo a primeira predominantemente
segundo a direção o NE-SW seguindo o curso de rios maiores demonstrada pelo
diagrama de roseta para lineamentos de drenagem (Figura 23). A segunda direção
ocorre de forma subordinada seguindo o trend regional WNW – ESSE. A
fotointerpretação estrutural dos lineamentos de drenagem caracteriza a área de
estudo como fracamente estruturada, levando em consideração a pouca organização
das feições lineares representadas no mapa.

Figura 23: Diagrama de rosetas para lineamentos de drenagem

Fonte: Autores, 2019.

6.2 ANALISE GEOMORFOLÓGICA


As morfologias encontradas na Subárea IV e município de Uruará são
categorizadas de acordo com estudos do projeto RADAMBRASIL (1957-1976) e
através das informações de levantamentos encontradas em João (2013), no livro
Geodiversidade do Estado do Pará elaborado pela CPRM.
Foi possível, então, classificar a área estudada através das cotas topográficas
com as respectivas curvas de nível, em três tipos de relevo (Figura 6) descritos a
seguir:
38

a) Planalto Rebaixado da Amazônia: representa a Unidade com menores


cotas topográficas, situando-se entre 0 e 120 metros de altitude,
normalmente encontram-se superfícies com aplainamentos conservados, a
drenagem que circula tal relevo segue, na maioria das vezes, um padrão
subdentrítico, o que é comum na área de estudo. Há predominância de
relevo levemente dissecado, assumindo formas de interflúvios tabulares
com menores quantidade de talvegues, além de colinas e ravinas com
densa rede de drenagem. Na área predominam os relevos planos com
declividades de 0 a 3%, relevo suave ondulado com declividades entre 3 a
8%, e menos comum os relevos ondulados com alta declividade de 8 a 20%.

b) Depressão Periférica do Sul do Pará: tal Unidade de relevo predomina


na área de estudo, ocupando os extremos da área em costas topográficas
que variam de 121 a 180 metros. Corresponde a uma superfície com baixo
relevo em feições geradas em rochas Pré-Cambrianas. Morfologicamente é
caracterizado por colinas e superfícies baixas e aplainadas, com dissecação
fluvial no pediplano resultando em vales de baixa profundidade em áreas de
relevos residuais em formas de inselbergs.

c) Planalto Residual do Tapajós: Caracterizado por altas cotas altimétricas


(181-350 m), apresenta baixa incidência na área de estudo, mais
expressivos à sudeste e noroeste da mesma. Sua morfologia corresponde
a superfícies fortemente dissecadas em cristas, mesas, colinas e interflúvios
tabulares. Tais relevos foram esculpidos em rochas Pré-Cambrianas,
fraturadas e falhadas parcialmente isolados um dos outros.
39

Figura 24: Mapa geomorfológico

Fonte: Autores, 2019.


40

7 MAGMATISMO
A crosta continental concentra uma enorme variedade de rochas graníticas de
afinidade calcialcalina principalmente. Geralmente associadas a cinturões pós-
orogênicos que remetem a geração destas rochas por diferenciação atribuídas a
fusões ocasionadas na litosfera continental (WILSON, 1989).
A produção de magmas graníticos está relacionada a fusão parcial da crosta,
diferenciação magmática de proveniência mantélica ou por processos de mistura de
magmas de derivação crustal e mantélica que tem sua diferente evolução pautada no
ambiente tectônico presente (FLORISBAL, 2007).
Mecanismos como assimilação e contaminação são de grande importância na
formação de granitóides por meio do desenvolvimento de magmas de proveniência
mantélica com contribuição crustal (BARBARIN, 1999).
Levando em consideração os trabalhos de Nardi (2016), para a subárea IV foi
utilizado a organização dos diferentes tipos de granitóides mapeados na etapa de
campo em associações magmáticas. Aonde as rochas têm sua gênese influenciada
pelo Ciclo Transamazônico, mais precisamente na fase pós-orogênico.
MAGMATISMO PÓS-OROGÊNICO
O período pós-orogênico é caracterizado por um magma de composição cálcio-
alcalina de alto K, apresentando rochas da série shoshonítica, além da presença de
granitóides peraluminosos e alcalinos a subornadinadamente peralcalinos
(LIÉGEOIS, 1998; HARRIS et al., 1986). O mesmo é subsequente a um período de
grande colisão simultânea ao desenvolvimento do metamorfismo regional de alta
pressão (LIÉGEOIS, 1998).
Vasquez et al. (2008c) agruparam as unidades litoestratigráficas do Domínio Bacajá
em associações tectônicas de acordo com a época de formação, a filiação e os
eventos térmicos e tectônicos a que as rochas foram submetidas.
As unidades litoestratigráficas do Domínio Bacajá foram diferenciadas em
assembleias tectônicas com relação a tempo da gênese, agrupou as rochas,
subordinação e ocorrências de pulsos térmicos que submeteram essas rochas
(Vasquez et al., 2008). Segundo as associações relacionadas a Ciclo Transamazônico
que compreendem as rochas mapeadas na área de estudo, encontram-se
denominadas como Suítes Plutônicas Tardi a Pós-colisionais, que compreende a
Suíte Intrusiva João Jorge que contempla dentro da área de estudo rochas álcali
41

feldspato granito associadas com o evento de relaxamento crustal pós-


transamazônico.
O Granodiorito Sant’ana que aflora na área de estudo corresponde a uma
intrusão granítica que data do orosiriano denominada como Suíte Plutônica Pós-
orogênica que apresenta assinatura isotópica de Nd (εNd1,99Ga de -8,89 e TDM de
2,83 Ga) deste granitóide que remete a uma possível contribuição crustal
neoarqueana, (VASQUEZ, 2008).
Desta forma, foi possível diferenciar duas series magmáticas, sendo a primeira
relacionada a série cálcio-alcalina que engloba monzogranito, granodiorito e álcali
feldspato granito que se caracterizam por apresentarem macroscopicamente textura
fanerítica, holocristalina, isotrópicos com composição mineralógica essencial de
plagioclásio, feldspato alcalino e quartzo, tendo como minerais máficos biotita e como
mineralogia secundária muscovita em algumas rochas monzograníticas. Além de
algumas das porções mapeadas apresentarem foliação magmática insipiente em
monzogranito verificados nos cristais de feldspatos e quartzo ainda preservados.
Quanto a mineralogia que abrange muscovita e biotita cacacterizada como granito
duas micas, encontra-se relacionada a CPG (cordierite-bearing peraluminous
granitoids), tendo como mineral índice a cordierita. Esses granitóides de caráter
peraluminoso são produzidos durante o espessamento de crosta influenciada por uma
zona de colisão entre continentes, ocorrendo sua evolução relacionada não somente
pela natureza da fonte, como também pelas condições de anatexia crustal desses
ambientes (Barbarin,1996). As rochas da série cálcio-alcalina obtêm uma expressiva
ocorrência na maior porção da região do mapeamento.
O segundo grupo de rochas identificados compreendem a série de caráter
toleítica que compreendem as rochas trondhjemito que apresentam textura fanerítica,
holocristalina e isotrópica. Sua composição modal abrange em maior quantidade de
plagioclásio e quartzo com feldspatos alcalinos subordinados. Todas as rochas
encontradas foram relacionadas por Vasquez (2006), como provenientes de um pulso
magmático tardio relacionada ao Ciclo Transamazônico, caracterizado por um período
de relaxamento crustal.
42

8 METAMORFISMO
A discussão baseia-se na análise de amostras de mão em conjunto com as
evidências vistas em campo, uma descrição mais aprofundada feita com o auxílio da
microscopia (lâmina WEL-PA 20A), além de uma revisão bibliográfica detalhada
relacionada com os processos metamórficos que vão dar origem a rocha.
Os pontos em que foram coletadas as amostras são dois no travessão 165 com
rochas metagraníticas, como por exemplo o metatonalito e o metamonzogranito, e um
afloramento no travessão 170 com uma amostra exibindo visível estiramento mineral,
mas ainda sendo caracterizada como um metagranodiorito (Figura X). Essas rochas
ainda preservam texturas ígneas, pois o metamorfismo atuante gera condições para
tal.
A deposição das BIF’s está associada a rochas metavulcano-sedimentares e
greenstone-belts da Sequência Três Palmeiras. Na subárea IV, nos dois travessões,
essas rochas foram observadas e estudadas em afloramentos consistindo por
bandamentos de ferro (magnetita e óxidos) e bandas félsicas composta
principalmente de quartzo (Figura 25).
Figura 25: A) BIF. B) Metagranodiorito.

Fonte: Autores, 2019.

BIF’s
A gênese das BIF’s da Sequência Três Palmeiras está relacionada a bacias de
arcos magmáticos riacianos. Durante a amalgamação as porções de arcos de ilhas
43

foram lançadas contra a margem continental ativa e, por isso, a unidade encontra-se
cercada por rochas continentais mais jovens. Consequente as bacias de forearc
sofreram deformações e geração BIF’s metamorfizadas.
Os dados obtidos de isótopos de Nd na Sequência Três Palmeiras (εNd de +1,73
a +1,64 e TDM de 2,47 e 2,49 Ga (VASQUEZ, 2006)) sugerem uma origem
relacionada à acresção juvenil há cerca de 2,5 Ga.
METAMONZOGRANITO
Para Vasquez & Rosa (2008) os metagranitos a unidade Metatonalito Rio Bacajá,
compreendendo, metamonzogranitos e metatonalitos. A idade de cristalização para a
rocha mais antiga dessa unidade foi datada por Vasquez et al. (2008) por U-Pb
SHRIMP em zircão de 2338 ± 5 Ma.
O contato entre a unidade Metatonalito Rio Bacajá com a Seqüência Três
Palmeiras é tectônico, porém a ocorrência de xenólitos, e a pequena defasagem
temporal entre as unidades, sugerem contato originalmente intrusivo (VASQUEZ et
al., 2008). O que corrobora com essa hipótese é a geração de micas brancas, pois
nessa intrusão o metamonzogranito pode ter associado o Al das rochas
metassedimentares, ou um corpo ígneo pode ter intrudido essas duas unidades
gerando uma assimilação de Al no metagranito.
Mesquita et al. (2006) relaciona o metamorfismo hidrotermal associado a zonas
de cisalhamento para a gênese dos metagranitos, devido a pressão e temperatura
hidrotermal dos fluidos. Ainda para o referido autor, a fácies em que a rocha é gerada
compreende a fácies anfibolito, que caracterizam temperaturas 600 a 900°C e
pressões variando de 4 – 10 Kbar, as feições de recristalização do plagioclásio e do
quartzo corroboram o metamorfismo da fácies, sendo os metagranitos sin-cinemáticos
ao sistema de cisalhamento transcorrente.
A baixa frequência de recristalização de feldspatos e micas indicam que foram
submetidos a pressões e temperaturas mais brandas, alcançando condições da fácies
anfibolito evidenciado pela recristalização desses e até geração de novos minerais.
Os cristais dos minerais da rocha, mais precisamente na lâmina WEL-PA 20A,
possuem texturas reliqueares de plagioclásio e biotita o que é compatível com
temperaturas elevadas de deformação, justamente o que diz Mesquita et al. (2006)
em seus estudos.
A paragênese mineral dos metagranitos, especialmente o metamonzogranito, é
composta por plagioclásio, k-felspato (microclínio), quartzo, biotita, muscovita, sericita,
44

cordierita e granada. Os cristais de plagioclásio sofreram processo de dissolução


gerando a mica branca (sericita), ou seja, a redução de um mineral contribuirá para o
aumento progressivo de outro.
A mica branca (muscovita e sericita) serve como mineral índice dos
metagranitos, justamente pela interação fluido-rocha que vai caracterizar o
metamorfismo hidrotermal e a deformação. Para Mesquita et al. (2006) há dois tipos
de mica branca, sendo a 1 como porfiroclastos e a 2 como produto de recristalização
da mica branca 1.
A formação de granada e da cordierita é relacionada a mudança no ambiente de
formação da rocha e presença de fluidos, pois há uma dissolução de minerais
aluminosos que vai disponibilizar esse Al na composição do fluido e
consequentemente gerará esses minerais ricos em alumínio. Dependerá muito da
composição do protólito, como foi observado no afloramento, há um granito já
enriquecido em Al em conjunto com o metagranito.

9 EVOLUÇÃO CRUSTAL
Após associação litológica foram determinadas as seguintes unidades para a
subárea IV: Sequência Três Palmeiras, Metatonalito Rio Bacajá, Suíte Intrusiva João
Jorge e Granodiorito Sant’Ana, que fazem parte do Domínio Bacajá formado a partir
de episódios tectono-magmáticos, inserido na Província Transamazonas. Ressalta-se
que o Ciclo Transamazônico remete a origem ou retrabalhamento de grande parte das
rochas pertencentes a esta província.
A Sequência Três Palmeiras data 2359 ± 3 Ma (Macambira et al., 2004 –
evaporação de Pb em zircão) está representada na subárea IV por Formações
Ferríferas Bandadas e veios quartzosos, que conforme Vasquez e Costa (2008)
sugerem que estas rochas foram originadas da acresção juvenil, e também com
porções de arcos de ilha ou de assoalho oceânico, que foram lançadas contra margem
continental ativa (Macambira et al. 2009, apud Besser, 2012). Segundo Besser (2012)
rochas metassedimentares podem representar vestígio de bacia do tipo retroarco
anexa ao arco vulcânico que também faz parte dessa unidade. Outra hipótese para
origem essas rochas metassedimentares é que sejam vestígio de um prisma
acrescionário desenvolvido às margens do continente. O bloco diagrama abaixo
representa a origem das FFB’s para bacias de retroarco que pode ter ocorrido para a
subárea IV.
45

Figura 26: Modelo para origem das FFB

Fonte: Besser, 2012.

O Metatonalito Rio Bacajá tem aproximação temporal com a Sequência Três


Palmeiras, datado por Vasquez et al. (2008), por U-Pb SHRIMP em zircão, que obteve
a idade de cristalização de 2338 ± 5 Ma, e devido a esta aproximação, os
metamonzogranitos e metatonalitos encontrados na subárea remetem ter contribuição
sedimentar durante seu processo de intrusão, que podem ter assimilado, ou ter
ocorrido metamorfismo regional da fácies anfibolito das rochas sedimentares da
Sequência Três Palmeiras. A evidência está na paragênese mineral rica em biotita,
com ocorrência de cordierita e granada, que são minerais aluminosos. Além disso, as
interpretações aerogeofísicas, sobretudo para amplitude do sinal analítico, revelaram
anomalia magnética próxima aos afloramentos dessa unidade, remetendo a
ocorrência de Formações Ferríferas Bandadas. Pode ocorrer solução sólidas em
granadas de Fe2+ e Fe3+, sendo que a amostra do ponto 20 apresentava cristais de
granada com aspecto ferruginoso.
Após a cristalização das unidades supracitadas ocorreu o Ciclo
Transamazônico, que iniciou em 2,26 Ga (WINGE, 2001) e foi responsável por
retrabalhar as rochas siderianas, devido episódios orogênicos.
Em torno de 2077 ± 2 Ma (Vasquez et al., 2005 – Pb-Pb), ocorreu a intrusão de
plutons de composição potássica com injeções quartzosas, correspondentes a
unidade Suíte Intrusiva João Jorge, que a partir da assinatura de isótopos de Nd
46

sugerem origem relacionada a fusão de rochas do embasamento neoarqueano. Esta


unidade está inserida no Magmatismo Orogênico Tardi a Pós-Colisional, associado a
colagem dos Blocos Carajás e Bacajá.
As rochas anteriores podem ter sido submetidas a esforços compressivos,
sendo alçadas por falhas de cavalgamento, ficando mais próximo a superfície.
Após a colagem dos blocos, ocorreu intrusão dos plutons correspondentes a
unidade Granodiorito Sant’Ana, com as fácies: muscovita biotita monzogranito,
muscovita biotita granodiorito, biotita granodiorito, biotita trondhjemito e hornblenda
quartzo diorito. Durante a intrusão deste pluton ocorreu leve acamamento
composicional e orientação mineral sem deformação devido ao fluxo magmático, mas
também ocorrem rochas isotrópicas. Esta unidade abrange grande parte da subárea
IV, que hospedou lentes de rochas mais antigas que foram alçadas, posteriormente
encobertas por este pluton, mas com as mudanças climáticas que ocorreram ao longo
do tempo geológico, favoreceram o intemperismo e expuseram as lentes de rochas
mais antigas.
47

Figura 27: Mapa da subárea IV

Fonte: Autores, 2019.


48

10 POTÊNCIAL ECONÔMICO
O Domínio Bacajá compreende um elevado potencial metalogenético
relacionado aos terrenos encontrados no Escudo das Guianas que correspondem ao
Grupo Paramaca e Supergrupo Barama-Mazaruni (Delor et al. 2003). No escudo das
Guianas esse potencial está relacionado as mineralizações de ouro. No Domínio
Bacajá as mineralizações de ouro, cobre, níquel estão relacionadas a sequência meta-
máfico ultramáfica da serra três Palmeiras, diferenciadas como Sequencia Três
Palmeiras, Jorge João et al. (1987).
Os depósitos auríferos concentram-se em filões que estão associados as zonas
de cisalhamento. Os veios filoneanos são compostos por quartzo em associação com
sulfetos como pirita, calcopirita, arsenopirita, ouro, podendo constituir outros minerais
de cobre e ferro, colocados preferencialmente na direção N60E ou segundo o trend
regional WNW-ESSE, Klein e Carvalho (2008).
Na subárea IV se observa veios quartzosos em forma de filões e apresentam
granitóides com sulfetos de calcopirita em associação a ouro que caracteriza um dos
mais importantes potenciais econômicos da região.

Figura 28: Amostra com porções mineralizadas.

Fonte: Autores, 2019.


49

11 CONCLUSÃO
As análises realizadas em conjunto com a revisão bibliográfica (tanto acerca da
geologia local quanto regional) dados coletados em campo e fotointerpretação, nos
permitiram fazer uma discussão sobre pontos do contexto geológico, desde a
formação de rochas mais antigas do domínio à plutons de menores idades.
A área é caracterizada por uma geomorfologia associada a Planaltos
Rebaixados, com predomínio de morros e morrotes. O solo é predominantemente
composto por latossolos vermelho-amarelos com características argilosas a arenosas.
A vegetação não é tão evidente tendo em vista que as áreas são usadas para
pastagem e agricultura, mas as florestas remanescentes são compostas por Ombrófila
Aberta com Palmáceas. A rede hidrográfica segue um fluxo com sentido nordeste para
o abastecimento do Rio Uruará.
As unidades aflorantes mais antigas são correspondentes aos Complexos
Metamórficos representados por rochas como Metatonalito Rio Bacajá, assim também
como a Sequência Três Palmeiras, observadas pela formação das BIF’s (Formação
Ferrífera Bandada). As rochas granitícas estão relacionadas a unidade Suíte Intrusiva
João Jorge, principalmente as com teor maior de feldspato alcalino. Ocorrem também
rochas mais isotrópicas que estão inseridas no Granodiorito Santana, que intrudem
os corpos mais antigos.
Os eventos magmáticos envolveram processos de diferenciação magmática,
com intensa influência do Ciclo Transamazônico, originando rochas nos diversos
estágios tectônicos apresentados neste trabalho, o que é notada nas BIF’s
deformadas, já que são depositadas em bacias de forearc. Rochas originadas no
magmatismo pós-orogênico evidencia formações de rochas através de mistura de
magmas do tipo mingling de composição granodiorítica e toleítica, pode exibir
foliações incipientes devido ao fluxo magmático.
O metamorfismo que pode ocorrer no domínio pode ser de diversos tipos, como
os relacionados a amalgamação de arcos de ilha, gerando assim um metamorfismo
de médio a alto grau, e também metamorfismo associados ao hidrotermalismo,
originando rochas de baixo a médio devido a suas características de caráter fluidal.
Na parte de geotectônica foram encontradas fraturas, foliações e lineações que
apontam preferencialmente para NW-SE seguindo um trend regional da zona de
50

cisalhamento e de feições microestruturais como a presença de foliação tectônica nas


rochas, e geração de cataclasitos.
O modelo evolutivo da área se dá pelo retrabalhamento crustal arqueano, um
processo comum no sentido geológico na compartimentação das províncias do Cratón
Amazônico, há ocorrência de acresção de magmas juvenis, com abertura e
fechamento de oceanos durante o Ciclo Transamazônico, como representação real
do Ciclo de Wilson, gerando diversos estágios de magmatismo desde as fases pré-
colisionais (com magmatismos mais antigos) até as pós-colisionas (exemplo o
Granodiorito Santana) sendo granitoides mais recentes.
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APÊNDICES
ANEXOS
DESCRIÇÃO DE PONTOS DE AFLORAMENTO E ROCHAS
Dia 30/10 – 1º dia de caminhamento
Ponto 1
Longitude: 212398
Latitude: 9559886
Elevação: 157 m
Afloramento com aproximadamente 1,5 m de diâmetro localizado à margem
esquerda do Travessão 170, sentido S-N, como bloco intemperizado presente em
morro orientado de direção E/W. O bloco apresentava-se fraturado e foliado.
Rocha composta por bandas silicosas e ferrosas, centimétricas (variando de 2
a 5 cm), metamorfizada em que se observava, em outros blocos ao longo do
caminhamento, brilho resinoso nas bandas silicosas. A rocha foi classificada como
formação ferrífera bandada (BIF).

Afloramento em bloco de BIF, Autores (2019).


Amostra de mão de BIF encontrada em blocos rolados, Autores (2019).
WEL-PA 1

As rochas apresentam intercalações bem marcadas de bandas de


magnetita/óxidos (hematita) de ferro associadas a bandas félsicas compostas por
quartzo, variando de milimétricas a centimétricas. Os cristais de quarzto apresentam
cristais anedrais. A rocha é fortemente magnética é está parcialmente alterada.

NOME DA ROCHA: Banded Iron Formation


Ponto 2
Longitude: 211754
Latitude: 9561393
Elevação: 130 m
Afloramento em blocos com dimensão aproximada de 50 m de diâmetro, parte
em pasto e parte em vegetação mais fechada, com entrada à esquerda do Travessão
170, sentido S-N, com intemperismo físico evidenciado pela exfoliação do tipo “casca
de cebola. Alguns corpos apresentavam veios quartzo-feldspáticos e fraturas. Não
apresentava deformação.
Rocha com granulação média, fanerítica, com cristais equidimensionais,
holocristalina, leucocrática composta por plagioclásio (50%), quartzo (34%), feldspato
potássico (8%) e mica (8%). Classificada como granodiorito.

Afloramento do ponto 2, Autores (2019).


Afloramento do ponto 2 com veios, Autores (2019).

WEL-PA 2

Trata-se de rochas de coloração branco acinzentada, isotrópica, de textura


fanerítica, equigranular de granulação média (~4mm), sendo uma rocha holocristalina,
leucocrática. A mineralogia é composta essencialmente por plagioclásio (43%), k-
feldspato (22%), quartzo (19%), biotita (16%). Os cristais dos minerais da rocha estão
dispostos sem orientação preferencial.

NOME DA ROCHA: Granodiorito


Ponto 3
Longitude: 211889
Latitude: 9562088
Elevação: 162 m
Afloramento do tipo corte de estrada, ao lado esquerdo do Travessão 170,
sentido S-N, muito intemperizado, fraturado, que foi identificado como possível
formação ferrífera bandada, porém, com espessa banda silicosa.

Afloramento do ponto 3, Autores (2019).

Ponto 4

Longitude: 211830

Latitude: 9562347

Elevação 140 m

Afloramento do tipo lajedo de pequena dimensão, aproximadamente 50 cm,


com orientação preferencial (NW/SE com 243° de direção). A rocha é composta por
quartzo e matriz, sendo classificada como brecha.
Dimensão do corpo do afloramento do ponto 4, Autores (2019).

Foto em detalhe do afloramento do ponto 4, Autores (2019).


Ponto 5
Longitude: 211905
Latitude: 9562495
Elevação 137 m
Afloramento em blocos, com dimensão aproximada para a ocorrência dos
blocos em torno de 200 m de diâmetro, encontrado à direita do Travessão 170, sentido
S-N, próximo à Fazenda Nogueira.

Afloramento do ponto 5, Autores (2019).

WEL-PA 5
As rochas desse afloramento possuem coloração rosa acinzentada,
anisotrópica, de textura fanerítica, equigranular de granulação média (~2mm), sendo
uma rocha holocristalina, leucocrática. A mineralogia é composta essencialmente por
k-feldspato (42%), plagioclásio (21%), quartzo (20%), biotita (15%) e muscovita (2%).
Os minerais placóides apresentam uma orientação preferencial, com leve foliação
incipiente.

NOME DA ROCHA: Monzogranito


Dia 31/10 – 2° dia de caminhamento
Ponto 6
Longitude: 211738
Latitude: 9562773
Afloramento à margem direita do Travessão 170, sentido S-N, composto por
blocos dispostos em uma área com diâmetro aproximado de 200 m, intemperizados
com evidência de intemperismo físico pela “casca de cebola”. Há porções da rocha
com pórfiros de quartzo e plagioclásio, além de possuir porções da rocha com lentes
quartzo-feldspáticas, e em outras com granulação mais grosseira.

Afloramento do ponto 6, Autores (2019).


WEL-PA 6

São rochas de coloração rosa acinzentada, isotrópica com textura porfirítica,


com fenocristais de plagioclásio, é uma rocha inequigranular que varia de granulação
grossa (~13 mm) a média (~2 mm), exibe cristais euédricos a subédricos,
holocristalina, leucocrática. A mineralogia essencial é composta por k-feldspato (40%),
plagioclásio (20%), quartzo (18%), biotita (18%), hornblenda (3%) e muscovita (1%).

NOME DA ROCHA: Monzogranito

Ponto 7
Longitude: 211484
Latitude: 9563202
Elevação 118 m
Afloramento com entrada à esquerda do Travessão 170 sentido S-N, do tipo
lajedo, com abrangência de 5 m, composto por veios e rochas encaixantes bastantes
intemperizadas.
Afloramento do ponto 7, Autores (2019).

WEL-PA 7
Afloramentos com rochas de coloração rosa, com textura fanerítica, com
cristalinidade holocristalina, granulação média (~3mm), cristais subédricos, o Índice
de Cor apresentado é de < 1%. A mineralogia da rocha é composta
prededominantemente por k-feldspato (86%), quartzo (11%), plagioclásio (2%) e
biotita (1%). Nota-se que há bandas de k-feldspato intercaladas com bandas de
quartzo.
NOME DA ROCHA: Álcali-Feldspato Granito
Ponto 8

Longitude: 211622

Latitude: 9563279

Elevação 120 m

Afloramento em lajedo intemperizado, à margem direita do Travessão 170, com


diâmetro aproximado de 2 m, com corpo deformado, orientado para 312º (NW/SE),
com uma porção com a estrutura boudin.
Afloramento do ponto 8 com estrutura boudin, Autores (2019).

Ponto 9
Longitude: 211046
Latitude: 9563926
Elevação 157 m
Afloramento em blocos em vertente de morro, e em outras partes de sua
extensão, com a presença de pórfiros de quartzo. Entrada do afloramento à esquerda
do Travessão 170, sentido S-N.
Detalhe em foto dos pórfiros de quartzo, Autores (2019).
WEL-PA 9
Apresenta rochas de coloração branco acinzentada, anisotrópica, de textura
fanerítica, equigranular de granulação média (~3mm), sendo uma rocha holocristalina,
leucocrática. A mineralogia é composta essencialmente por plagioclásio (42%), k-
feldspato (20%), quartzo (18%), biotita (18%) e muscovita (2%). Os minerais placóides
apresentam uma orientação preferencial, com uma leve foliação incipiente.

NOME DA ROCHA: Granodiorito


Ponto 10
Longitude: 212011
Latitude: 9564554
Elevação 154 m

Afloramento em vertente suave, composta por bloco de pequena dimensão


(aproximadamente 50 cm), em meio a plantação de cacau, com estrada à direita do
Travessão 170, sentido S-N.

Afloramento do ponto 10, Autores (2019).

WEL-PA 10
Rocha plutônica fanerítica, de granulação fina a média, holocristalina,
leucocrática, anisotrópica, foliada, composta por plagioclásio (45%), quartzo (40%) e
biotita (15%).
Os cristais de plagioclásio variam de finos e médios, enquanto que os de
quartzo são médios e os de biotita finos. A foliação é marcada por bandas mais
félsicas de plagioclásio e quartzo, e bandas mais máficas compostas
predominantemente por biotita. A rocha foi classificada como tonalito.

Ponto 11
Longitude: 211197
Latitude:9564712
Elevação 156 m

Afloramento em blocos, dispostos em uma área com diâmetro aproximado de


15 m, à margem esquerda do Travessão 170, sentido S-N, onde foi possível medir
atitude de foliação.
Parte do afloramento do ponto 11, Autores (2019).

WEL-PA 11
Rocha plutônica fanerítica, de granulação fina a média, holocristalina,
leucocrática, anisotrópica, por conter uma diferença entre bandas com mais minerais
máficos e a outra com mais minerais félsicos, cristais inequigranulares, composta por
quartzo (48%), plagioclásio (34%), microclínio (10%) e biotita (8%). Os cristais
apresentam-se anédricos e nota-se uma orientação mineral dos cristais de biotita.
Ponto 12
Longitude: 211160
Latitude: 9564714
Afloramento bem próximo ao ponto 11, em blocos, dispostos em uma área
com aproximadamente 20 m de extensão.
WEL-PA 12
Rocha plutônica fanerítica, de granulação média, holocristalina,
hololeucocrática, com porções levemente orientadas, com cristais equidimensionais,
com exceção da biotita com granulação mais fina. Composta por quartzo (51%),
plagioclásio (45%) e biotita (4%).
Grande parte dos cristais da rocha apresentam-se subédricos e por vezes
alongados que seguem a direção da orientação de algumas porções, que fica mais
evidente pelos cristais de biotita. A rocha foi classificada como trondhjemito.

Ponto 13
Longitude: 210856
Latitude: 9565072
Elevação 157 m
Afloramento em vertente de morro, do tipo lajedo com dimensão aproximada
de 70 cm, com entrada à esquerda do Travessão 170 sentido S-N.
Afloramento do ponto 13, Autores (2019).
Ponto 14
Longitude: 210988
Latitude: 9565111
Elevação 148 m
Afloramento em blocos, com dimensão aproximada de 2 m de diâmetro, à
margem esquerda do Travessão 170, sentido S-N.
Detalhe ao veio do afloramento do ponto 14, Autores (2019).

WEL-PA 14

Apresenta rochas de coloração cinza escura, com textura subfanerítica,


holocristalina, granulação média a grossa (em alguns cristais), equigranular, a maioria
dos cristais de hornblenda são subédrico. É observado que a rocha possui uma
orientação preferencial o que é marcada por porções mais félsicas de plagioclásio e
quartzo. A mineralogia da rocha é composta por hornblenda (83%), plagioclásio (14%)
e quartzo (3%).

NOME DA ROCHA: Quartzo Diorito


02/11 – 3° dia de caminhamento
Ponto 15
Longitude: 217767
Latitude: 9560802
Elevação 152 m

Afloramento do tipo lajedo, cortando o Travessão 165, visto que se trata de um


veio quase que perpendicular ao travessão. A orientação do veio era NW/SE (280º).

Veio de quartzo do ponto 15, Autores (2019).

WEL-PA 15

O afloramento apresenta rochas de coloração branco acinzentada, com


granulação média (~5mm), composta basicamente por cristais de quartzo. Em sua
superfície apresenta uma coloração diferente, mas em consequência do produto de
intemperismo de rochas adjacentes. Nota-se que a rocha possui muitas fraturas.

NOME DA ROCHA: Veio com composição quartzolítica


Ponto 16
Longitude: 217851
Latitude: 9560942
Elevação 164 m
Afloramento à margem direita do Travessão 165 sentido S-N, na fazendo globo
de ouro, do proprietário Seu Zeca, composto por blocos, que estão dispostos em
morro onde localiza-se a residência, abrangendo uma área de 80 m de diâmetro.

Afloramento do ponto 16, Autores (2019).


Ponto 17
Longitude: 217309
Latitude: 9562818
Elevação 160 m
Afloramento à margem esquerda do Travessão 165 sentido S-N, do tipo lajedo,
com 2 m de diâmetro, ao lado direito da casa.

Detalhe do afloramento do ponto 17, Autores (2019).

WEL-PA-17
Rocha de coloração rosa, fanerítica, levemente anisotrópica, holocristalina,
equigranular de granulação média (a maioria dos cristais ~ 1mm), leucocrática (IC ~
8%). Composta mineralogicamente por Fk (~ 35%), Pl (~ 25%), Qtz (~20%), Bt (8%),
muscovita (12%), epidoto (2%). Os minerais máficos (biotita) encontram-se levemente
orientados.
NOME DA ROCHA: Monzogranito
Ponto 18
Longitude: 217158
Latitude: 9563065
Elevação 167 m
Afloramento com entrada à esquerda do Travessão 165, sentido S-N,
composto por blocos com até 2 m em pasto, com ocorrência em uma área de 50 m
de diâmetro.

Afloramento do ponto 18, Autores (2019).


WEL-PA-18
Rocha de coloração rosa, fanerítica, levemente anisotrópica, holocristalina,
equigranular de granulação média (a maioria dos cristais ~ 1mm), leucocrática (IC ~
12%). Composta mineralogicamente por Fk (~ 32%), Pl (~ 23%), Qtz (~25%), Bt
(12%), muscovita (18%), epidoto (2%). Alguns cristais de plagioclásio e álcali-
feldspatos se destacam por exibirem dimensões superiores (~ 2-5mm) em relação aos
outros cristais. Os cristais de epidoto apresentam-se como minerais secundários
produto de alteração do plagioclásio. Os minerais máficos encontram-se levemente
orientados.
NOME DA ROCHA: Monzogranito

Ponto 19
Longitude: 217132
Latitude: 9563690
Elevação 158 m
Afloramento à margem esquerda do Travessão 165, sentido S-N, em bloco
com tamanho aproximado de 70 cm.
Afloramento do ponto 19, Autores (2019).

WEL-PA-19
Rocha de coloração esbranquiçada, fanerítica, anisotrópica, holocristalina,
equigranular de granulação média (a maioria dos cristais ~ 1mm), leucocrática (IC ~
12%). Composta mineralogicamente por Fk (~ 12%), Pl (~ 40%), Qtz (~27%), Bt
(12%), muscovita (18%), epidoto (3%), granada (1%). Os minerais máficos (biotita)
encontram-se levemente orientados.
NOME DA ROCHA: Granodiorito
Ponto 20
Longitude: 214658
Latitude: 9566965
Elevação 117 m
Afloramento com entrada à esquerda do Travessão 165, sentido S-N, na
fazenda Divino Pai Eterno, do Sr. Mauro, distante ~1,7 km da residência, do tipo lajedo
e com blocos, abrangendo uma área aproximada de 80 m de diâmetro de ocorrência
das rochas.
Afloramento do ponto 20, Autores (2019).
WEL-P 20 A
Rocha metamórfica de textura predominantemente granoblástica caracterizada
por microestruturas equigranulares em que os cristais constituem um mosaico de
grãos equidimensionais e geralmente xenoblásticos. A rocha apresenta um fraco
bandamento gnáissico caracterizado pela variação entre minerais máficos e félsicos
de forma alinhada.
A mineralogia essencial é composta por k-feldspato pertítico, plagioclásio
antipertítico, quartzo. A mineralogia varietal corresponde à biotita apresentando
textura lepidoblástica exibindo alinhamento isotrópico dos minerais placóides.
Como acessórios apresenta apatita, granada e cordierita associado geralmente a
minerais varietais. Como mineralogia secundária apresenta sericita.
Plagioclásio
Apresenta-se como cristais automórficos com contatos retilíneos com cristais de
quartzo e biotita. Irregulares com microclina. Os cristais apresentam maclas albita,
albita periclina, raramente carlsbad, com alterações em alguns fenocristais para
sericita. Textura granofírica.
Microclínio
Ocorrem como cristais automórficos, contatos irregulares com plagioclásio,
anfibólio, retilíneo com biotita e quartzo, maclas albita-periclina, raras carlsbad. Ocorre
exsolução pertítica em raros cristais.
Quartzo
Ocorrem dois tipos de quartzo. Q1: cristais xenomórficos com textura poligonal,
perfazendo contatos irregulares (serrilhados) entre eles, plagioclásio, microclina e
biotita. Q2: ocorrem como fenocristais xenomórficos com extinção ondulante e
contatos irregulares entre eles, com cristais de plagioclásio e biotita.
Biotita
Ocorre automórfica em forma de lamelas, orientadas com extinção mosqueada
e direção de clivagem em uma direção.
Sericita
Ocorre na rocha como mineral secundário produto da alteração de plagioclásio,
xenomórfico.
Granada
Incolor, ploecroísmo ausente, relevo alto a muito alto exibindo cristais de forma
arredonda e isotrópica. Características de granada Almandina.
Fórmula química: A3B2(SiO4)3 A=(Mg,Mn,Ca,Fe), B=(Al,Cr,Fe)
Cordierita
Pleocróica, relevo baixo, clivagem ausente, como cristais xenomórficos, extinção
paralela, caráter biaxial positivo.
Apatita
Ocorre como cristais hipidiomórficos com hábito prismático e formas hexagonais.
NOME DA ROCHA: Biotita Metamonzogranito
WEL-PA 20B

Trata-se de rochas de coloração branco aroseado, anisotrópica, de textura


fanerítica, equigranular de granulação média (~2mm), sendo uma rocha holocristalina,
leucocrática. A mineralogia é composta essencialmente por plagioclásio (36%), k-
feldspato (28%), quartzo (20%), biotita (15%) e muscovita (1%). Os minerais placóides
apresentam uma orientação preferencial, sendo possível ver em boa parte da
amostra.

NOME DA ROCHA: Monzogranito

3/11 – 4º dia de caminhamento


Ponto 21
Longitude: 214331
Latitude: 9566868
Elevação 115 m

Afloramento com entrada à esquerda do Travessão 165, sentido S-N, na


fazenda Divino Pai Eterno, do Sr. Mauro, distante ~1,7 km da residência, em bloco de
pequena dimensão (60 cm).
Afloramento do ponto 21, Autores (2019).

WEL-PA 21

Exibe rochas de coloração cinza esbranquiçada, equigranular, textura fanerítica,


anisotrópica (pois apresenta uma leve orientação nos minerais placoides),
holocristalina, granulação média (~2mm) com minerais comumente subédricos,
hololeucrocrática com Índice de Cor = 4%. É composta mineralogicamente por quartzo
(54%), plagioclásio (43%) e biotita (3%).

NOME DA ROCHA: Throndjemito


Ponto 22
Longitude: 214518
Latitude: 9567010
Elevação 114 m
Afloramento com entrada à esquerda do Travessão 165, sentido S-N, na
fazenda Divino Pai Eterno, do Sr. Mauro, distante ~1,7 km da residência, do tipo
lajedo, próximo a drenagem, com dimensão aproximada de 4 m.

Afloramento do ponto 22, Autores (2019).

WEL-PA 22

O afloramento apresenta rocha de coloração branco acinzentada, é


holocristalina, fanerítica, equigranular, com granulação fina a média (~2mm),
anisotrópica, mesocrática. É composta mineralogicamente por plagioclásio (45%),
biotita (26%), quartzo (22%), muscovita (6%) e k-feldspato (1%). As lamelas de biotita
e muscovita tem uma orientação preferencial.

NOME DA ROCHA: Metatonalito


04/11 – 5º dia de caminhamento
Ponto 24
Longitude: 211191
Latitude: 9565201
Elevação 136 m
Afloramento à direita do Travessão 170 sentido S-N, na entrada do Sítio São
Jorge, composto por blocos que abrangem uma área aproximada de 80 m de
diâmetro.

Afloramento do ponto 24, Autores (2019).


WEL-PA 24 A
Rocha plutônica fanerítica, de granulação fina a média, holocristalina,
leucocrática, isotrópica, com alguns cristais de quartzo e plagioclásio maiores que a
maioria dos outros. Composta por quartzo (50%), plagioclásio (41%) e biotita (9%).
Os cristais de biotita estão finamente dispersos na rocha, e os cristais de plagioclásio
e quartzo encontram-se anédricos. A rocha foi classificada como trondhjemito.

WEL-PA-24
Rocha de coloração rosa, fanerítica, isotrópica, holocristalina, equigranular de
granulação média (a maioria dos cristais ~ 2mm), leucocrática (IC ~ 16%). Composta
mineralogicamente por Fk (~ 32%), Pl (~ 23%), Qtz (~25%), Bt (16%), muscovita
(14%). Alguns cristais de plagioclásio e álcali-feldspatos se destacam por exibirem
dimensões superiores (~ 2-5mm) em relação aos outros cristais.
NOME DA ROCHA: Monzogranito
Ponto 25
Longitude: 210997
Latitude: 9565254
Elevação 133 m

Afloramento com entrada à esquerda do Travessão 170 sentido S-N,


constituído de pequeno bloco, com aproximadamente 70 cm.

Afloramento do ponto 25, Autores (2019).


WEL-PA 25
Rocha plutônica fanerítica, de granulação média, holocristalina, leucocrática,
com cristais equidimensionais, anédricos, anisotrópica por ser levemente foliada,
composta por feldspato potássico (47%), quartzo (30%), plagioclásio (15%) e biotita
(8%).
Nota-se uma diferenciação de bandas, em que uma é mais rica em feldspato
potássico e com menos cristais de biotita, e na outra banda o predomínio é de quartzo,
plagioclásio e biotita, mas também ocorrem cristais de feldspato potássico. A rocha foi
classificada como monzogranito.
Ponto 26
Longitude: 211064
Latitude: 9565340
Elevação 130
Afloramento à esquerda do Travessão 170, sentido S-N, do tipo lajedo, com
tamanho aproximado de 70 cm.

Afloramento do ponto 26, Autores (2019).


WEL-PA 26
a) O afloramento apresenta rocha de coloração branco aroseada, mas em
consequência de ela estar bastante intemperizada, é fanerítica, holocristalina,
equigranular, com granulação média (~6mm), leucocrática, anisotrópica. É composta
mineralogicamente por plagioclásio (45%), k-feldspato (22%), quartzo (18%), biotita
(9%) e muscovita (6%). A maioria dos cristais estão bastante estirados sendo um
produto de deformação, há foliação incipiente.

NOME DA ROCHA: Metagranodiorito


b) O afloramento apresenta rocha de coloração branco acinzentada, é
holocristalina, fanerítica, equigranular, com granulação fina a média (~2mm),
anisotrópica (é bastante visível a orientação das biotitas), mesocrática. É composta
mineralogicamente por plagioclásio (48%), quartzo (26%), biotita (20%), k-feldspato
(3%) e muscovita (3%).

NOME DA ROCHA: Tonalito

Ponto 27
Longitude: 211037
Latitude: 9565432
Elevação 129 m
Afloramento à esquerda do Travessão 170, sentido S-N, do tipo lajedo, com
tamanho aproximado de 50 cm.
Afloramento do ponto 27, Autores (2019).
WEL-PA 27

a) A rocha apresenta coloração rosa claro acinzentada, fanerítica, é anisotrópica


(pois apresenta uma orientação preferencial das micas), holocristalina, sendo uma
rocha leucocrática e equigranular de granulação média (~4mm). A rocha é composta
mineralogicamente por plagioclásio (38%), k-feldspato (24%), quartzo (18%), biotita
(16%) e muscovita (4%). O interessante dessa rocha é que partes são compostas
predominantemente por plagioclásio e biotita o que caracterizaria um tonalito, mas a
rocha no total tem uma porcentagem significativa de k-feldspato o que caracteriza uma
fácies diferente.

NOME DA ROCHA: Granodiorito

WEL-PA 27
b) Afloramento apresentando aparentemente dois tipos de litologia nas rochas.
A primeira apresenta uma fácies mais félsica com cristais de plagioclásio (45%), k-
feldspato (22%), quartzo (19%), biotita (10%) e muscovita (4%), esses dois últimos
em pouca proporção. A segunda apresenta mais minerais máficas como biotita (20%)
e muscovita (4%), também há cristais de plagioclásio (48%), quartzo (22%) e k-
feldspato (6%), esse último em menor porcentagem. As duas fácies são
holocristalinas, com cristais equigranulares e anisotrópicas.

NOME DA ROCHA: Granodiorito com lentes de tonalito

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