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UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DA BAHIA

CENTRO DE CIENCIAS EXATAS E DAS TECNOLOGIAS

Juliano Ramos da Silva

Larisse de Oliveira dos Santos

Magda Rosa dos Reis

Marcelo Marinho Galdino

Relatório de campo da Serra Mimo e Serra do Geraldo

Barreiras
2015
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DA BAHIA

CENTRO DE CIENCIAS EXATAS E DAS TECNOLOGIAS

Juliano Ramos da Silva

Larisse de Oliveira dos Santos

Magda Rosa dos Reis

Marcelo Marinho Galdino

Relatório de campo da Serra Mimo e Serra do Geraldo

Relatório apresentado como requisito


parcial de avaliação da disciplina
IAD253-tecnicas de campo do curso
de geologia da Universidade Federal
do Oeste da Bahia.

Barreiras

2014
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SUMARIO

1. Introdução..............................................................................................

1.1. Objetivos.............................................................................................

1.1.2. Objetivo geral....................................................................................


1.1.3. Objetivos especificos.........................................................................
1.2. Materiais e métodos.............................................................................
2. Caracterização do meio físico.................................................................
2.1. Localização..............................................................................................
2.2. Acesso......................................................................................................
2.3. Geomorfologia.........................................................................................
2.4. Clima........................................................................................................
2.5. Vegetação...............................................................................................
2.6. Hidrogeologia..........................................................................................
2.7. Solos.......................................................................................................
3. Geologia...................................................................................................
3.1. Geologia Regional....................................................................................
3.1.1. Bacia do São Francisco..........................................................................
3.1.2. O grupo Bambuí.....................................................................................
3.1.3. Grupo Urucuia........................................................................................
3.2. Geologia Local..........................................................................................
3.2.1. Estratigrafia do grupo Bambuí..................................................................
3.2.2. Estratigrafia do grupo Urucúia: A formação Posse, Facie 1.......................
3.2.3. Estratigrafia: Formação Posse, Facie 2......................................................
3.3.3. Estratigrafia: Formação Serra das Araras.................................................
4. Conclusões...................................................................................................
5. Referencias bibliográficas................................................................................
6. Anexos.............................................................................................................
9

INDICE DE FIGURAS

Figura 1. Mapa de localização da cidade de Barreiras..............................

Figura 2. Mapa de localização do corte de estrada ..................................

Figura 3 mapa de
10

INDICE DE FOTOS

Foto 1: Solo e vegetação na base da Serra do Mimo.........................................

Foto 2: Meta-argilito, com vegetação fixada no afloramento..............................

Foto 3: Crosta de manganês encrustada nas falhas dos meta-argilito, serra do


Mimo......................................................................................................................

Foto 4:
11

INDICE DE TABELAS

Tabela 1:
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Resumo

A área estudada compreende desde a Serra do Mimo em Barreiras-BA, ate ao


Serra do Geraldo na BR GO 362, localizado na porção norte da bacia
Sanfranciscana. Resultante de analise de amostra dos locais onde foram
possível visualização das estrutura detritolateriticas,, granulometria, litifácies
silicilástica, na forma de sedimentos plataformais, depositados em um extenso
mar epicontinental, o grupo Bambuí possue rochosas neoproterozóicas e
espessas com coberturas cretáceas que compondo o grupo. Já Urucuia é
compostos por argilitos, arenitos e metassedimentares, além de suas
formações como Serra das Araras,formações de Posse que inclui facies 1 e 2
interpretadas como depósitos eólicos de campos de dunas, fluvial entrelaçado
depositado em canais sedimentado em lençóis de areia e cascalho.

Palavras-Chave: Bacia Sanfranciscana, Grupo Urucuia, Grupo Bambuí


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1. Introdução

Este relatório tem como intuito reconher e relacionar os aspectos da região como clima,
geomorfologia, solos, geologia regional e local, incluindo os processos ocorridos em seus
ambientes de deposição, dos grupos Bambuí e Urucuia, localizados respectivamente na Serra
do Mimo em Barreiras-Ba, e em São Domingos, nordeste do estado de Goiás. Ambos situados
na porção norte da bacia Sanfranciscana, na sub-bacia Urucuia.

A bacia Sanfranciscana possui forma alongada na direção norte-sul, a


litoestratigrafia utilizada é de Campos e Dardenne (1997a), onde o Grupo
Santa Fé (Permo-Carbonífero) é definido como unidade basal, seguido do
Grupo Areado (Eocretáceo), Grupo Mata da Corda e Grupo Urucuia
representando uma das principais unidades em termos de extensão (ambos do
Neocretáceo), e Formação Chapadão (Cenozoico).

O Grupo Bambuí, apresenta uma ampla extensão em formação, onde os


depositaram-se no período Proterozoico e, conforme a definição de Dardenne
(1978) consiste em seis formações (Jequitaí, Sete Lagoas, Serra de Santa
Helena, Lagoa do Jacaré, Serra da Saudade e Três Marias). No entanto existe
outra classificação utilizada para as formações do mesmo grupo do oeste do
Estado da Bahia, cuja aplicação é mais aceita pelos geólogos devido o local ter
peculiaridades sutis existentes em diferentes porções do Grupo Bambuí, de
acordo com Alkmim (2004), são elas as formações Canabravinha, São
Desidério, Serra da Mamona e Riachão das Neves.

O Grupo Urucuia destaca em importância pelo seu grande volume e


distribuição areal na Bacia Sanfranciscana. As rochas desse grupo
representam uma unidade homogênea, com pouca variedade de litotipos.
Campos (2006) diz que o grupo ocorre de forma contínua na sub-bacia
Urucuia, estendendo-se até o sul do estado do Piauí e descontínua na parte
sul, na forma de mesetas e morros testemunhos (Gaspar 2006).
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1.1. Objetivos

1.1.1 Objetivo geral


A realização da atividade de campo teve como objetivo analisar e
descrever a geologia bem como os aspectos relacionados ao meio físico
partindo de um contexto regional, Oeste da Bahia, para um contexto local

1.1.2 Objetivos Específicos

Elaboração da caderneta geológica, posteriormente construção do


relatório geológico das áreas estudadas, além de caracterizar o tipo de rocha
que compõe os grupos (Bambuí, Urucuia) com base na analise das mostras e a
comparação das formações presente na cidade de Barreiras - BA com a da BR
362.

1.2 Materiais e Métodos

Para o desenvolvimento do relatório utilizou como metodologia


levantamento bibliográfico com os principais artigos de Campos, Gaspar sobre
a área estudada, além de pesquisa com temas relacionados, visita técnica nos
locais já citados e processamento de dados dos locais desde sua composição
ate sua formação. Sendo que foram utilizada lupa 40x para visualização dos
minerais, composição, granulometria contidos nas rochas, GPS para
localização e marcação de ponto, caderneta de campo para anotações tudo
que foi visualizado em campo, martelo geológico para coleta de amostras,
bússolas para analise de mergulho e de direção e Softwares Microsoft Word
para elaboração do relatório.

2. CARACTERIZAÇÃO DO MEIO FÍSICO

2.1 Localização

A área de estudo a ser analisada vai desde zona UNEB (universidade do


Estado da Bahia) em Barreiras até o BR 362 GO, os dois estão localizados na
sub-bacia Urucuia,
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2.2. Acessos

Saímos do campus da UNEB (universidade do Estado da Bahia) que fica


loca localizada nas margens da BR-242 sentido à cidade de Salvador-BA, em
frente ao Atacadão. O acesso da área de estudo se dá através de uma
trilha(Fig.3). Aos 30 de novembro de 2014 partimos de Barreiras-Ba em direção
a área de estudo, o afloramento corte de estrada localizado na RDGO, o
acesso principal é feito através da rodovia BR-242, ate a cidade de Luís
Eduardo Magalhães de onde segue pela BR-020 passando pelo povoado de
Roda Velha ate o entroncamento GO-110, até a chegada na BR 362
GO( Fig.4).

2.3. Geomorfologia

As escarpas da Serra do Mimo encontram-se na forma de planalto, ao


subi-la notou-se seixos em tamanhos variados, as escarpas mantidas por
arenitos da Formação Urucuia, apresenta cornijas estruturais, com ou sem
coroamento concrecionário, além de estruturas ruiniformes. Na GO 362 que dá
acesso a cidade de São Domingos-GO tem afloramentos corte de estrada
constituído por arenitos do grupo Urucuia com presença de estratificação
cruzada de grande porte que pertence ao conjunto de formação de posse, área
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de escarpa é uma espécie de garganta com afloramento no topo sendo ele


plano e exposto em forma de chapada.

2.4. Clima

Bastitella et al em 2002 caracterizou a região em duas estações


climáticas; a primeira que é a fria e seca que ocorre no mês de maio à
setembro e a chuvosa e quente que ocorre entre outubro a abril na localização
geográfica que Barreiras se encontra, faz com que a temperatura em
determinadas épocas do ano sejam bastante elevadas sofrendo variações
entre 20°C à 38°C. A pluviometria aumenta de leste para oeste com médias
anuais entre 800 a 1.600 mm (mínima), de Barreiras e Correntina, e 1.500 mm
(máxima), na porção, no extremo oeste da borda da serra Geral de Goiás. No
período chuvoso as médias mensais podem atingir cerca de 200 a 250 mm ao
mês, enquanto que no período de seca a altura pluviométrica é quase zero
(Gaspar, 2006). Já São Domingos-GO está inserido na bacia do rio Tocantins,
onde o clima predominante é de natureza tropical úmido, com amenizações
parciais de época quente na região sul dessa bacia devido à altitude e com
tendências a um clima de natureza equatorial na região norte. Nas
proximidades do médio Tocantins, as características climatológicas principais
predominantes nas bacias são as seguintes: Precipitação média anual
ultrapassa 1.500 mm; Os meses considerados secos são os de junho, julho e
agosto e os meses chuvosos os de novembro e março; Os meses mais
chuvosos correspondem aos de dezembro, janeiro e fevereiro, sendo
dezembro ligeiramente mais chuvoso no extremo sul da região (Seplan 2005).
17

Figura 5: Mapa de isoietas do estado da Bahia. No período 1982 a 2002.

Fonte: Gaspar 2006


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2.5. Vegetação

Na Serra do Mimo a vegetação se encontra de pequena à média, seca e


arbustiva; já no topo os troncos das arvores são geralmente tortos
características fortes do cerrado. (IBGE, 1992), a região onde mostra
vegetação savana gramíneo-lenhosa exibe um relevo classificado como
dissolução descoberta, com número inferior de arbustos. Pode envolver
variados graus de umidade e fertilidade do solo, posicionando sobre encostas,
chapadas, veredas e bordas de matas de galeria. A Floresta Estacional
Decidual acontecem mais em áreas de afloramento de calcário na forma de
manchas, em que ocorrem em solos férteis e contidas a uma dinâmica
relacionada à sazonalidade climática, eles geralmente são rasos e rochosos. A
Floresta Semideciduais está atribuída a estacionalidade climática,
apresentando uma época com fortes chuvas no verão e outro momento com
estação mais seca, gerada pelo intenso frio de inverno com temperaturas
médias abaixo de 15ºC, ocasionando perda parcial da folhagem. Tais tipologias
podem ser distinguidas em quatro formações. A aluvial caracteriza-se por estar
situada nas planícies e terraços aluviais dos flúvios, independente de altitude.

2.6. Hidrogeologia

O contexto hidrogeológico do Brasil apresenta a região do oeste baiano


enquadrada na Província Hidrogeológica São Francisco, composta pelos
sistemas aquíferos Urucuia/Areado, Bambuí e Cristalino Centro. Tem presença
de arenitos do Grupo Urucuia, pouco espessos, em perfis construtivos de
poços que captam outros sistemas aquíferos, compondo somente a zona não
saturada. No limite oeste de sua área efetiva, o sistema aquífero Urucuia exibe
um eixo longitudinal divisor do fluxo subterrâneo, que separa o sentido do fluxo
regional do sistema para leste e para oeste. A presença desta estrutura confere
ao sistema aquífero uma assimetria entre as bacias hidrográfica e
hidrogeológica. Assim sendo, qualquer bacia hidrológica comporta duas bacias
hidrogeológicas que constituem um mesmo sistema aquífero. A bacia
hidrogeológica leste (oriental) contribui com fluxo de base para a alimentação
da rede de drenagem pertencente à bacia hidrográfica do São Francisco,
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enquanto que a bacia hidrogeológica oeste (ocidental) contribui para os cursos


superficiais que alimentam a bacia do rio Tocantins(Gaspar 2006).

O aquífero livre mostra um nível estático profundo e o seu fluxo de base


é responsável por alimentar as nascentes que é localizada na base da Serra do
Goiás. O Sistema Aquífero Freático está localizado próximo a borda oeste da
Serra Geral, sendo representado pelos Neossolos Quartzarênicos e esses
desenvolvidos são a partir do colúvios de arenitos da Bacia Sanfranciscana.
Compõem aqüíferos intergranulares rasos, contínuos, livres, de grande
extensão lateral e alta importância hidrogeológica, principalmente no tocante
aos aspectos de recarga dos reservatórios mais profundos e de regularização
das vazões da rede de drenagem superficial (Almeida et al., 2006).

2.7. Solos

Os Solos Litólicos e Cambissolos álicos, ambos distróficos (Casseti,


2005). Além disso, o solo contém uma mudança de cor, no decorrer da subida
apresenta um solo vermelho-amarelado na base e no topo marrom. Nas
chapadas, porções mais elevadas, os solos, em geral, apresentam textura
média a arenosa, baixa fertilidade natural de acordo com Borges et al (2009) e
Castro et al (2010), variam de profundo a muito profundo, são permeáveis e
saturados com alumínio trocável. Predominam o Latossolo Vermelho-Amarelo,
o Neossolo Quartzarênico, ambos associados aos arenitos do Grupo Urucuia,
além de solos hidromórficos associados às Veredas. Nas partes mais
rebaixadas, planícies e depressões, os solos possuem associações com
Latossolo Amarelo, Neossolos Quartzarênico e Litólico, além de Cambissolo
Háplico (BORGES et al, 2009), sendo os primeiros provenientes dos arenitos e
o último, com textura argilosa, proveniente dos pelitos do Grupo Bambuí. Nas
porções de planícies que margeiam os rios, planície fluvial, em áreas bem
drenadas encontram-se solos do tipo Neossolo Flúvico e nas mal drenadas
(encharcadas apenas periodicamente, como é o caso das Veredas)
prevalecem os Gleissolos Hálpicos (BORGES et al, 2009). Nas escarpas e
frentes de recuo erosivo a alta declividade proporciona a formação de solos
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incipientes, com predominância de Neossolos, principalmente Litólicos. Os


Cambissolos também são comuns na borda ocidental da Serra Geral de Goiás
e parte oriental da Serra, na região de Barreiras e São Desiderio. Goedert
(1987); Resende et al. (1999); Spera et al (1999); Lepsch & Oliveira (2003)
aborda em seus trabalhos que os solos presentes no Estado de Goiás, são: os
Latossolos, Argissolos e Nitossolos, Cambissolos, Neossolos Litólicos,
Neossolos Quartzarênicos, Plintossolos entre outros, onde os solos que mais
se encontram na região de São Domingos, são: os Latossolos, Cambissolos e
os Neossolos Litólicos os outros são mais comuns na parte norte e sul do
estado.

3. Geologia

3.1 Geologia regional

Em Barreiras apresenta 86,8% da área o Grupo Urucuia, 4,0% depósitos


aluviais, 3,8% Grupo Riachão das Neves, 3,7% do Grupo da Serra da Mamona
e 1,6% de Coberturas detrito-Lateriticas ferruginosas. Obtendo maior
composição rochosa em arenito, metassedimentares, conglomerados e
argilaminerais (professor é nessa linha de raciocínio? Se for continuaremos )

3.1.1 Bacia do São Francisco

A Bacia do São Francisco corresponde a uma bacia intracratônica que


recobre o embasamento do Cráton do São Francisco. Abrange parte dos
estados de Minas Gerais, Bahia, Goiás, Tocantins, Piauí e Maranhão. Os
litotipos mais antigos são atribuídos ao neoproterozoico e correspondem ao
Grupo Bambuí (Uhlein e at, 2011)
21

Figura : Fonte: CPRM, 2002(verificar)

3.1.2 O Grupo Bambuí

O Grupo Bambuí (750-600 Ma) constitui a cobertura neoproterozoica de


maior distribuição no Cráton do São Francisco. Representa associação de
litofácies siliciclásticas e carbonistas, na forma de sedimentos plataformais
depositados em extenso mar epicontinental. Na área de estudo é constituído
por duas sucessões principais a basal, marinha, composta da base para o topo,
pelas

3.1.3 Grupo Urucuia

Composto por arenitos neocretácios, argilitos, conglomerados e


metassedimentar o grupo Urucuia foi sub-dividido nas formações Posse que é
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constituída por Fácies 1 constituí a parte basal, formada essencialmente por


arenitos depositados num sistema eólico de campos de dunas e fáceis 2 é
representada por arenitos argilosos depositados num sistema fluvial
entrelaçado psamítico e Serra das Araras, respectivamente interpretadas como
depósitos eólicos de campos de dunas secas, constituída por arenitos, argilitos
e conglomerados fluviais entrelaçado depositado em canais sedimentado em
lençóis de areia e cascalho, respectivamente aflora desde o sul da bacia, onde
é preservado em morros residuais e recoberto por sedimentos epiclásticos, até
o norte da bacia, onde se torna a unidade predominante. (CAMPOS &
DARDENNE, 1997b)

3.2 Geologia local

3.2.1 Estratigrafia

3.2.1.1 Grupo Bambuí

O Grupo Bambuí aflora na base da Serra do Mimo é caracterizado com a


presença de solo e colúvios, sendo o solo de coloração vermelha-amarelada, o
que caracteriza presença de oxido e hidróxido de ferro (CPRM, 2014). A
presença de colúvios de origem do grupo Urucuia, transportados pela
gravidade, a vegetação é constante, sendo composta por vegetações
gramíneas, arbustivas e arbóreas de porte médio, característica do cerrado.

Foto1: solo e vegetação na base da Serra do Mimo.


23

Fonte: Galdino (2014).

Apresença de meta-argilito com coloração amarelada, com granulometria fina,


além de fraturas contendo crosta laterítica e presença de silicita, mineral que é
característico de metamorfismo de grau leve situado na Formação Serra da
Mamona, cuja a idade varia de neozoico para protorozoico

Foto 2: Meta-argilito, com vegetação fixada no afloramento

. Fonte: Galdino (2014).


24

A presença de zonas de fraturas preenchidas por quartzo e óxido de


manganês cuja relaciona-se a processos de lixiviação que incidiram sobre o
manganês, quando em condições redutoras juntamente com matéria orgânica,
foi transportado e precipitado nas fraturas.(Coitias et al 2011)

Foto 3. Crosta de manganês encrustada nas falhas dos meta-argilito, Serra do Mimo.

Fonte: Galdino(2014).

As rochas peliticas predominam com coloração amarelada, há intercalações de


de siltitos e de coloração roxa no topo da escarpa.
25

Foto 4: Argilito com incrustação de pelitos, mais denso de coloração roxa.

Fonte: Marcelo (2014).

É caracterizado por um arenito, bastante selecionado texturalmente,


apresentando granulometria muito fina à fina, com camadas apresentando
intercalações na coloração branca, avermelhada e amarela, contendo
estratificações cruzadas de grande porte (foto 5). É atribuído como sendo a
Fácies 1, caracterizando-se por apresentar sedimentação associada a
ambiente desértico com fluxo eólico de campo de dunas e ausência de matriz
argilosa detrítica, estruturas de deslizamentos de grãos na porção frontal das
dunas (ROCHA 2012)
26

Foto 5: Arenito com estratificação cruzada de grande porte em São Domingos.

Fonte: Marcelo (2014).

Tabela 1: Direção das paleocorrentes Grupo Urucuia, formação Posse, Fácie 1, São Domingos.
Paleocorrente Direção

1 N 267

2 N 215

3 N 192

Fonte: Marcelo

Com a interpretação das direções das paleocorrentes, com direção para


Sudoeste conclui-se que a área fonte dos sedimentos são à nordeste. advindo
da Serra do Espinhaço.

3.2.3 Estratigrafia: Formação Posse, Fácie 2( é necessário uma vez que já


foi citado anteriormente no item 3.1.3? )

Na Serra do Mimo as rochas que compõe Formação Posse Fácie 2, são


encontradas na base do grupo Urucuia, sendo caracterizadas por arenitos
27

amarelados, apresentando granulometria bem selecionada e medianamente


matura do ponto de vista textural. Já no ponto de vista mineralógico, é
composto essencialmente por quartzo e argilominerais, formando uma rocha
com estrutura maciça (foto 6) ou com estratificação cruzada de pequeno porte
(foto 7).

Foto 6: Arenito maciço da fáceis 2, Serra do Mimo.

Fonte: Marcelo(2014).
28

Foto 7: Arenito silicificado serra das araras, com estratificação cruzada de pequeno porte.

Fonte: Marcelo (2014).

Em São Domingos há presença de estratificação de dobra de escorregamento,


separando a Fácie 1 da Fácie 2. A intercalação de depósitos eólicos e não
eólicos na porção superior (sistema fluvial-eólico), sugere uma mudança
climática com aumento da umidade sendo a entrada de água no sistema
desértico.
29

Foto 8: Arenito eólico face 1, com dobra de escorregamento, São Domingos.

Fonte: Marcelo (2014).

3.3.3. Estratigrafia: Formação Serra das Araras

A Formação Serra das Araras na Serra do Mimo é caracterizada por arenitos


silicificados amarelados e avermelhados, apresentando granulometria de média
à grossa, grãos sub-arredondados, com boa maturidade textural, ocorrendo
também presença de gretas de ressecamento (foto 11), estratificações
cruzadas de pequeno porte com estratificações plano-paralelas (figura 9), e
estratificação acanalada (foto 10), sendo o ambiente de formação fluvial.
Segundo Barbosa (2009), o aquífero Urucuia é representado por águas neutras
a levemente ácidas, sendo assim, a variação na lamina d’água pode ter
causado a precipitação da sílica, formando esses arenitos com tais
características. Em São Domingos é encontrado também arenitos silicificados
representados por seções lito-estratigráficas expostas em um corte de estrada
sendo a parte mais distal da deposição Neocretácea.
30

Foto 9: Arenito silicificado, com estratificação Planar e cruzada de pequeno porte, Serra do
Mimo.

Fonte: Marcelo (2014).


31

Foto 10: Arenito silicificado, com estratificação acanalada, Serra do Mimo.

Fonte: Marcelo (2014)


32

Foto 11: Gretas se ressecamento, em camadas de pelitos dentro do arenito silicificado.

Fonte: Marcelo (2014).

4. Conclusões
A partir dos dados coletados, é possível concluir que a Serra do Mimo possui
duas unidades litológicas diferentes, marcados por uma diferença de
granulometria, geologia, solo, vegetação, litologia e geomorfologia. Em São
Domingos-GO, foi evidenciada apenas a formação do grupo Urucuia, porém é
mais explícito a formação das Fácies 1 e 2, além da Serra das Araras.
Comparando as características do grupo Urucuia, dos dois locais de estudo,
notou-se a similaridade na presença de estruturas e rochas sedimentares
siliclásticas de granulometria fina a média, sedimentadas em ambientes
redutores, o que diferencia do Grupo Bambuí na Serra do Mimo por possuir
rochas de granulometria muito fina, caracterizado por metargilitos, às vezes
intercalados por metasiltitios e meta-calcários. Isto se dá pelas diferentes
formas de depósitos, transportes de sedimentos e presença/quantidade de
água em seus respectivos ambientes de formação.(bom o senhor escreveu
muitas observações que não compreendi se poder colocar novamente eu
agradeço)
33

As visitas técnicas realizadas na disciplina proporciona uma visão prática do


entendimento destes processos, de forma que instiga o aluno a buscar o
conhecimento mais profundo. É notável que praticar, é uma forma de
aperfeiçoar o profissional. Portanto os objetivos propostos foram alcançados
dentro da disciplina.

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