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FACULDADE DE ENGENHARIAS - CAMPUS VÁRZEA GRANDE

ENGENHARIA DE MINAS

NEXA RESOURCES S.A. - ARIPUANÃ/MT

Discente: Maykon Douglas Pereira da Silva


Discente: Alexandre Martins Miranda

Docente: Prof. Me. Caiubi Emanuel Souza Kuhn

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Universidade Federal de Mato Grosso
Cuiabá - MT
RESUMO
Este trabalho foi desenvolvido junto à empresa Nexa Recursos Minerais S/A, em busca de
caracterizar o desempenho do processo de beneficiamento de polimetálico do projeto em
desenvolvimento no município de Aripuanã/MT.
O tema MINERADORA NEXA RESOURCES S.A. - ARIPUANÃ/MT, explique a gênese da
jazida, descreva como o deposito se formou. Descrito nesse trabalho, sobre a geologia da área e
sobre as características mineralógicas, os tipos de rochas existentes e a tectônica que deu origem
ao depósito.
A partir da necessidade do entendimento da rota do minério, desde as características
mineralógicas até a etapa de escoamento dos concentrados de cobre, chumbo e zinco.
Nesse trabalho apresentaremos a gênese da jazida, os depósitos se formaram, geologia da
área, as características mineralógicas, os tipos de rochas existentes e tectônica de que deu a
origem ao depósito.
Instalações industriais de concentração física de minérios metálicos envolvem
essencialmente, etapas de cominuirão, classificação e concentração em diversos tipos de
equipamentos. A partir dessas etapas, a análise de desempenho do processo de beneficiamento
servirá para aprimorar os conhecimentos.
A coleta de dados sobre distribuições granulométricas, teor de minério, entendimento de
toda a cadeia produtiva e processos industriais, este trabalho avaliou possíveis intervenções ou
constatações, focado principalmente no enriquecimento do conhecimento acadêmico.
Palavra-chave: Flotação, Rota de beneficiamento, Polimetálicos, Aripuanã.

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Sumário
Introdução ........................................................................................................................................ 4
Geologia regional ............................................................................................................................. 5
Objetivos .......................................................................................................................................... 5
Grupo Rooservelt. ............................................................................................................................ 5
Recursos minerais ........................................................................................................................... 6
Empreendimento na MINERADORA NEXA RESOURCES S.A. - ARIPUANÃ/MT. ......................... 7
Analise ............................................................................................................................................. 9
Conclusão ...................................................................................................................................... 10
Referências bibliográficas .............................................................................................................. 10

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Introdução

Os minerais fazem parte dos recursos naturais ao lado das terras para agricultura, das águas
(de superfície e subterrânea), biodiversidade etc. Os estudos geológicos e hidrológicos básicos de
um país ou região são realizados, via de regra, por seu serviço geológico ou entidade equivalente,
que os disponibiliza para o público. No Brasil, essa missão está a cargo da CPRM - Serviço
Geológico do Brasil/MME e a gestão dos recursos minerais do país, os quais, constitucionalmente,
pertencem à União, é atribuição da ANM/MME. (CETEM,2018).
O uso de minerais tem sido fundamental para elevar o padrão de vida da humanidade. O
mundo sofisticado de hoje é em grande parte o resultado do uso ampliado de minerais para diversos
fins onde todos os materiais de engenharia e estruturais, máquinas, plantas, equipamentos e
qualquer coisa, de um alfinete a um avião, são fabricados a partir de metais extraído de minerais.
Alguns minerais formam o ponto de partida para indústrias de base como cimento, fertilizantes,
cerâmicas, elétricas, isolantes, refratários, tintas e abrasivos materiais e uma série de produtos
químicos. Os minerais, portanto, fazem parte da nossa vida diária. (RAO 2011).
O domínio Roosevelt-Aripuanã é um segmento plutono-vulcânico formado pelas seguintes
unidades litodêmicas: (i) Suíte Intrusiva Vitória (1,77 Ga) - tonalitos, granodioritos e
quartzomonzodioritos; (ii) Granito São Pedro (1,78 Ga) - granodioritos, biotita-anfibólio granodioritos
e quartzo dioritos; (iii) Granito Zé do Torno (1,77 Ga) - monzo e sienogranitos deformados; (iv)
Grupo Roosevelt (1,74 Ga) - sequência metavulcano-sedimentar: a) unidade metavulcânica –
riolitos, dacitos, vulcanoclásticas e piroclásticas e b) unidade metassedimentar - chert, formação
ferrífera, quartzitos ferruginosos e metapelitos; (v) Suíte Nova Canaã (1,74 Ga) - monzogranitos e
quartzosienitos; (vi) Intrusivas Básicas Serra do Cafundó - diques e sills de gabro, microgabro,
diabásio e diorito. As rochas da Suíte Vitória têm características petrográficas e químicas similares
às de arco magmático, aqui denominado de Roosevelt (1,79-1,65 Ga). Este período foi sucedido
por uma fase tardi-orogênica e pós-colisional, representada por um conjunto plutono-vulcânico
cálcio-alcalino de alto potássio representado pelos granitos Zé do Torno e São Pedro, pela Suíte
Intrusiva Nova Canaã e pelo Grupo Roosevelt. Com investimento direto de cerca de US$ 547
milhões, o projeto prevê a exploração e beneficiamento de zinco, cobre e chumbo, na Serra do
Expedito, a 25 km da cidade de Aripuanã. O projeto está em fase final de comissionamento e as
operações estão previstas para o segundo semestre de 2022.
As principais características desse projeto, segundo a empresa, e de que está sendo gerado
com a incorporação do que há de mais moderno em tecnologia e excelência operacional, além da
visão de sustentabilidade em todos os processos. Alguns exemplos são a meta de reutilização de
90% da água, a construção de depósito de rejeitos a seco, um processo de beneficiamento mais
eficiente e de menor custo, como também a extração através de mina subterrânea. Com uma vida
útil certificada de 15 anos, gera 1.600 empregados durante a fase de implantação e 750
empregados durante a operação, com estimativa de produção média anual de 70 mil toneladas de
zinco, 24 mil toneladas de chumbo e 4 mil toneladas de cobre.
Foco desse trabalho, mineração na Serra do Expedido, onde está localizada a
MINERADORA NEXA RESOURCES S.A. - ARIPUANÃ/MT.

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Geologia regional

A Folha Aripuanã situa-se na porção sudoeste do Cráton Amazônico (Almeida et al., 1977,
1981), no âmbito da Província Rio Negro-Juruena (Tassinari et al., 1996) ou Rondônia-Juruena
(Santos, 2000) e é constituída por terrenos pré-cambrianos plutonovulcânicos, bacias sedimentares
proterozóicas e juro-cretácicas, coberturas plataformais paleógenas/neógenas e formações
superficiais neógenas.
Até então, esta área era inserida no Complexo Xingu indiviso, juntamente com as coberturas
sedimentares do Grupo Caiabis, Formações Dardanelos, Arinos, Arenito da Fazenda Casa Branca
e Alcalinas Canamã (Silva et al., 1980).
A Província Rondônia–Juruena (Santos, 2000), onde se insere a área em estudo, situase na
porção sudoeste do Cráton Amazônico e formou-se entre 1,85 e 1,53 Ga. (Fig. 2.2). Está orientada
segundo NW-SE a E-W e é constituída por terrenos graníticos e vulcanossedimentares que
evoluíram em sucessivos episódios orogenéticos (Scandolara et al. 1995; Rizzotto et al. 1995;
Santos et al., 2000; Leite et al. 2001a; Lacerda Filho et al., 2001, 2004; Frasca et al., 2003; Souza
et al., 2004). A província foi inicialmente subdividida por Santos (2003) nos domínios Jamarí e
Roosevelt-Juruena e modificada por Lacerda Filho et al. (2004, 2006).

Objetivos
O objetivo deste trabalho é caracterizar o processo tecnológico de beneficiamento de
polimetálicos, a rota de produção de zinco, cobre e chumbo do projeto Aripuanã.
O processo tecnológico de beneficiamento de polimetálicos, resultando em um fluxograma,
pela a rota de produção de zinco, cobre e chumbo do projeto Aripuanã. No então localização no
polimetálicos ocorrendo a extração na Serra do Expedito, dentro do Grupo Rooservelt.

Grupo Rooservelt.
As primeiras descrições sobre rochas vulcânicas félsicas da região do médio-alto do rio
Roosevelt devem-se a Leal et al. (1978) que as correlacionaram ao vulcanismo da Formação Iriri
do Grupo Uatumã e as denominaram de Formação Roosevelt. Posteriormente, a formação foi
redefinida como Sequência Metavulcanossedimentar Roosevelt por Rizzotto et al. (1995), elevada
à categoria de Grupo por Santos et al. (2000), com área-tipo localizada nas bacias hidrográficas
dos rios Roosevelt e Aripuanã.
O Grupo Roosevelt combina vulcanismo de arco magmático continental do tipo Andino
(Grupo Colíder) de idade (1,77 - 1,78)Ga, com sedimentação em bacia intra-arco (intermontana)
(Grupo Beneficente) de idade (1,72-1,69)Ga. No presente estudo, o Grupo Roosevelt foi subdividido
em uma Unidade Metavulcânica e outra metassedimentar. O conjunto ocorre em extensas faixas
(leste - oeste à oés-noroleste e leste - sur-soeste) em contato por zonas de cisalhamento com o
Granito Zé do Torno e as Alcalinas Canamã, na porção norte da folha. Stocks e batólitos dos
granitos Aripuanã, a Noroeste de Aripuanã, e do Granito Rio Vermelho, nos arredores do Distrito
do Novo Horizonte, intrudem as rochas do grupo.
Unidade Metavulcânica - Constituída de lavas maciças de riolito a dacito, por vezes
porfiríticos, e grande variedade de produtos vulcanoclásticos e piroclásticos com evidências tanto
de ambiente subaéreo quanto subaquoso. Estes litótipos estão bem expostos na região norte e
noroeste de Aripuanã, onde ocorrem tufos riolíticos de cristal, tufo dacítico de cristal e tufo
riodacítico, ignimbritos, lapilli tufo e tufos líticos. Intimamente associada às rochas vulcânicas ocorre
uma fácies de porções zonas apicais de intrusões rasas de microgranito maciço e homogêneo. Na
porção médio sudeste da área ocorrem brechas vulcânicas.
Unidade Metassedimentar - Esta unidade é composta de lentes de chert, chert ferruginoso,
às vezes fortemente hidrotermalizados (Serra do Expedito), e camadas de formações ferríferas
bandadas e quartzito ferruginoso, documentadas a sudoeste do Distrito do Novo Horizonte. A
unidade está cortada por zona de cisalhamento transcorrente sinistral EW/70°S, quando, então,
adquire dobras isoclinais assimétricas. Ao oeste da cidade de Juruena ocorrem vestígios dessa
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unidade sob a forma local de quartzito ferruginoso, formação ferrífera, chert e milonito xisto (clorita-
biotita xisto). E na estação ocorre andesito epidotizado. Na faixa sul e sudoeste da folha, próximo
aos contrafortes da serra do Dardanelos, predomina termos metassedimentares representados por
metarenito, metargilito, metassiltito e quartzo-muscovita xisto, localmente dobrados. A resposta
geofísica destas rochas compreende níveis radiométricos de 40 a 120 cps e expressivas anomalias
gamaespectrométricas no canal do K. A datação U/Pb SHRIMP em zircão de amostra de
metadacito da unidade gerou a idade de (1.672 ± 6)Ma (Néder et al., 2000), enquanto outra
amostra, coletada próximo ao rio Roosevelt, a idade (1.740 ± 8)Ma (Santos et al., 2000). Essa
sequência é conhecida por hospedar o depósito de sulfetos maciços polimetálicos (zinco, chumbo,
cobre, prata e ouro), da Serra do Expedito, Norte de Aripuanã.
Recursos minerais
Mineralização secundária, atividade mineira na folha Aripuanã está historicamente ligada à
extração de ouro por garimpagem rudimentar em eluviões, coluviões e aluviões provenientes da
desagregação de rochas do Grupo Roosevelt, as quais sustentam a Serra do Expedito. Destaca-
se ainda o garimpo Vale do Ouro, localizado na porção sur-sueste da folha, alvo de intensa
atividade garimpeira na década de 1980 em aluviões do córrego Vale do Ouro, que drena rochas
metavulcânicas do Grupo Roosevelt intrudidas pelo granito Rio Vermelho.
Mineralização Primária, extração de ouro em depósitos primários é feita nos garimpos do Mastigado
I e II.
No Garimpo do Mastigado I, (ponto MC270), situado aproximadamente 32 km a nor-noroeste
de Aripuanã, porção noroeste da folha. Localmente a extração do ouro é feita por meio de shaft
com cerca de 130 m de profundidade, de onde partem três galerias sub-horizontais, dispostas em
três níveis. A mineralização aurífera ocorre como veios de quartzo enfumaçado, com 20 a 30cm de
espessura, que cortam rochas metassedimentares filonitizadas do Grupo Roosevelt segundo
N50W/30°SW a N80W/ 20°NE, às vezes sub-horizontais, em geometria semelhante a ladder veins
(Foto 7.3). As rochas hospedeiras contém proeminente foliação N80W/ subvertical de zona de
cisalhamento dúctil-rúptil.
O Garimpo do Mastigado II situa-se próximo do anterior, com os veios encaixados em
camada de chert recristalizado do Grupo Roosevelt. Os veios são de quartzo cinza-escuro, têm de
15 a 30 cm de espessura, e possuem atitude N75W/75ºNE, concordante com a zona de
cisalhamento hospedeira. Neste local também ocorrem veios de quartzo interconectados e
discordantes, pois preenchem zonas trans tensionadas representadas por fraturas conjugadas de
Riedel de atitudes N80E (P) e N50W.
Metais Ferrosos
Na área foram cadastradas três ocorrências de formação ferrífera associadas a rochas
clastoquímicas da Unidade Metassedimentar do Grupo Roosevelt.
Primeira Ocorrência, rocha tem bandamento centimétrico dado pela alternância de níveis ricos em
hematita especular com vênulas de quartzo (Foto 7.5) e níveis de arenito ferruginoso, segunda
ocorrência, trata-se de ocorrência pontual composta de camada com alternância de níveis
centimétricos de arenito ferruginoso e com hematita especular e terceira ocorrência, bandado e
composto de níveis de hematita especular alternados com arenito fino a grosso, avermelhado, mal
selecionado e com grãos angulosos e de esfericidade baixa. Por vezes, a hematita ocorre em lentes
ricas em mineral, todas as três ocorrências em diferentes áreas encontrada na região.
Metais não ferrosos
Depósito de Sulfeto Polimetálico da Serra do Expedito, Alvo Aripuanã, Este depósito localiza-
se 14 km a norte de Aripuanã, na Serra do Expedito, onde ocorrem os corpos mineralizados Arex,
Ambrex, Babaçu, Boroca, Mocotó-Gossan e Mocotó-Cabeça Branca e os alvos Vaca, Bigode,
Cafundó e Acampamento Velho. O depósito foi descoberto quando do reconhecimento geológico
executado pela Anglo American Brasil Ltda, iniciados no início da década de 1990, a partir de
gossans ricos em Zn e Cu em antigas ocorrências de ouro. Com a continuidade dos trabalhos de
pesquisa, os gossans foram reconhecidos como a zona de oxidação de depósito polimetálico do
tipo VMS, com mineralização de Zn, Pb e Cu (Costa, 1999). A evolução da pesquisa confirmou o
potencial dessas ocorrências. A fase de detalhamento conduziu à descoberta de vários outros
corpos mineralizados e a conseqüente caracterização de um depósito de médio a grande porte,
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com reservas da ordem de 23 milhões de toneladas e com teores de 7,89% Zn; 1,60% Pb; 0,08%
Cu; 49,7 g/t Ag e 0,22 g/t Au. (Costa, 1999). Os trabalhos de pesquisa atuais desenvolvidos pelo
Grupo Votorantim elevaram as reservas para cerca de 42 milhões de toneladas de minério,
viabilizando assim a implantação de projeto industrial na região.
Os depósitos estão associados à seqüência metavulcanossedimentar do Grupo Roosevelt, do
Paleoproterozóico (1.762 – 1.740 Ma). Segundo Costa (1999), na área dos mesmos, as rochas
adjacentes compreendem, da base para o topo, uma seqüência de riolitos e tufos associados,
seguida de uma seqüência de lavas ácidas com intercalações de intermediárias e uma sedimentar
de metargilitos, metatufos e metacherts interestratificados.
Classificação deste depósito como do tipo VMS, as feições de substituição e a associação
espacial do minério com um conduto tectônico, as feições de remobilização, dentre outras,
possibilitam outras classificações, pois a zona mineralizada requer melhor definição da natureza e
da fonte dos fluidos. Assim, é possível que o depósito, na origem do tipo VMS, possa ter sido
submetido à deformação, remobilização e superposição de novos fluidos durante a deformação e,
posteriormente, a fluidos derivados da atividade granítica tardia presente na área (Lacerda Filho,
et al., 2004).
Depósito mais recentes na Província Rio Negro-Juruena, Suroeste do Cráton Amazônico,
hospedado em rochas vulcânicas/vulcanoclásticas félsicas do Grupo Roosevelt, desenvolvido em
ambiente aquoso, e formado por sistema hidrotermal de baixa temperatura. Descrevem a existência
de três estilos de mineralizações. A principal é constituída de uma zona inferior de stringer com
sulfetos de Cobre e Ouro disseminados em veios de quartzo e uma superior de sulfetos maciços,
bandados e disseminados, ricos em Zn, Pb e Ag, com Au subordinado. Outro compreende
mineralização disseminada, possivelmente oriunda da recristalização da mineralização principal
durante a intrusão do Granito Aripuanã. O terceiro estilo compreende sulfetos e Ouro disseminados
em veios de quartzo formados durante evento tardio de cisalhamento que afeta de forma
heterogênea as rochas do Grupo Roosevelt. O envelope de alteração dos corpos de sulfeto maciço
é composto de uma zona com a paragênese (anfibólio + clorita ± biotita ± carbonato ± talco) e outra
com (carbonato + anfibólio + talco ± clorita). As inclusões fluidas predominantes são aquosalinas
bifásicas (L+V) e aquo-salinas saturadas(L+V+S), com subordinadas inclusões monofásicas (L ou
V). As aquo carbonáticas revelaram CO2 e presença considerável de CH4. Estes fluidos são
comuns em depósitos de sulfeto maciço hospedados em rochas vulcânicas (VHMS). Os isótopos
de Pb de galena revelaram idade-modelo entre 1,7 Ga e 1,9 Ga, similar à das rochas hospedeiras
e fonte crustal do Pb.
A principal mineralização da Serra do Expedito como produto de modelo vulcanogênico, com
fluidos derivados da água do mar levemente redutora, capaz de lixiviar os metais do depósito em
condições oxidantes. Os estilos tardios da mineralização, tanto associados com metamorfismo de
contato, quanto com as zonas de cisalhamento, adicionam forte potencial metalogenético para
depósitos semelhantes na área.

Empreendimento na MINERADORA NEXA RESOURCES S.A. - ARIPUANÃ/MT.

Caracterização da Área de Estudo e Histórico da Área do Empreendimento, o município de


Aripuanã foi ponto de desbravamento na década de 1940 pelo Projeto Rondon, fundado e
emancipado em 31 de dezembro de 1943.
O conhecimento geológico do Projeto Aripuanã vem se formando desde a década de 80,
com o início do desenvolvimento da pesquisa mineral, que devemos chamar, primeira fase de um
projeto de mineração.
Pesquisas foram iniciados em 1993, sendo que a Votorantim Metais Zinco assumiu o
controle sobre a exploração mineral em 2004, a partir da união das empresas Anglo American
(Anglo) e Karmin Exploration Corporation (Karmin), constituindo a empresa denominada Mineração
Dardanelos Ltda, outorgada pela União a extrair tais minérios na Serra do Expedito.
Histórico do Empreendimento O Projeto consiste em três zonas principais mineralizadas,
Arex, Link e Ambrex, com profundidades superiores a 500 m, o que propicia de forma subterrânea
o método de Bench Stoping com perfuração longa e enchimento de rocha. Para o sequenciamento,
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foi considerada a lavra concomitante dos corpos, inicialmente pela Arex, e em sequência Link e
Ambrex, para maior flexibilidade e garantia operacional.
De acordo com os dados fornecidos pela empresa foram consideradas as seguintes
premissas:
Então365 dias por ano em 3 turnos diários de 8 horas, com 6 horas efetivas; Inclinação média
da rampa de 12%; Taxa de produção diária de 5.000 t de minério.
Os equipamentos móveis principais e auxiliares selecionados e suas funções estão a seguir
descritos:
Na ventilação da mina, a entrada de ar fresco é feita pelas rampas e saídas de emergência,
sendo retornado para a superfície pelos raisers que conectam todos os níveis e áreas das minas
subterrâneas. Um exaustor será instalado na saída da chaminé de ventilação, forçando o fluxo de
ar pelas minas. Ventilação auxiliar será necessária para redirecionar o ar fresco do circuito principal
para as frentes de lavra.

Fotografias Raiser Borer mina AREX

Os horários de detonação seguem um planejamento em relação à entrada e saída dos


funcionários, deixando uma margem de segurança de tempo suficiente para a renovação do ar no
interior das minas para o início do próximo turno de trabalho. Horários pré-estabelecidos estão
assim definidos, conforme placa informativa na embocadura das minas.
Para mitigar a quantidade de rejeito e estéril a ser disposto nos depósitos controlados de
estéril e aproveitar os espaços vazios gerados durante a lavra do minério, parte do rejeito e a quase
totalidade do estéril serão dispostos dentro das cavidades abertas pela lavra. Esses materiais serão
dispostos paralelamente ao avanço da operação da mina subterrânea. O estéril consiste no material
gerado durante a abertura das vias de acessos.
O rejeito a ser disposto no interior das minas subterrâneas, chamado de backfill, consiste no
rejeito gerado na planta de beneficiamento, proveniente da flotação, e adicionado de até 6% de
cimento. A estimativa da quantidade total de rejeitos que retornarão na forma de pastefill para o
interior das minas subterrâneas, durante toda a vida útil do empreendimento, é de 19,1 milhões de
toneladas.

Figura 1 - Visão longitudinal da operação da lavra subterrânea – Fonte EIA/RIMA

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O potencial de geração de drenagem ácida (DAM) foi analisado em função da presença de
rochas e minerais sulfetados, os quais poderão ser oxidados na presença de água, gerando esse
tipo de solução. Estudos de caracterização preliminar de geração de drenagem ácida apresentaram
resultados de ensaios estáticos com potencial de acidificação de baixo a nulo, o que é devido à
presença de minerais carbonatados e outros agentes neutralizantes, como a dolomita, tremolita e
talco. Independente do processo de flotação utilizado, os ensaios cinéticos com rejeitos resultaram
na ausência de formação de drenagem ácida, pois o beneficiamento do minério reduz os sulfetos
e aumenta a proporção de agentes neutralizantes realizados com rejeitos de variações de flotação
dos minérios dos corpos Arex e Ambrex.
O backfill, composto de rejeito acrescido do cimento, não apresentou potencial de geração
de drenagem ácida. Assim, a utilização da mistura de rejeitos e cimento como material de
preenchimento dos realces nas minas subterrâneas deverá neutralizar as possíveis fontes de
acidificação associadas com as rochas expostas em paredes e pilares.

A planta de beneficiamento está localizada ao sul da área do Arex e oeste da área do


Ambrex, onde se tem formas de relevo variadas, com ocorrência de morro/morrote, vertente de
colina média e parte da vertente da serra do Expedito. (GEOMINAS,2017).
A alimentação prevista é de 1,8 milhões de toneladas por ano, ou aproximadamente 205t/h
alimentados à planta de moagem e flotação, considerando uma eficiência operacional de 90%.
A planta de tratamento de minério para recuperação de cobre, chumbo e zinco é constituída
de britagem primária e secundária, moagem semi-autógena, moagem convencional de bolas,
flotação sequencial por sistema de células e colunas. Em todos os casos é prevista a remoagem
dos concentrados roughers.
Os rejeitos gerados na etapa de flotação consistem basicamente por três tipos: um
subproduto de concentrado de talco, rejeito de cobre (minério Stringer 1) e rejeito de zinco (minério
Stratabound 2). Enquanto os concentrados produzidos serão três: zinco, chumbo e cobre.
Os resultados de testes cíclicos foram estabilizados, as estimativas de recuperação
consistentes e, dessa forma, garantem a sua reprodutibilidade em processamento contínuo em
escala industrial e qualidades comerciais.

Analise

O cobre é um elemento químico de número atômico 29, um metal de transição do grupo 11


da tabela periódica. É um dos metais mais importantes industrialmente, de coloração avermelhada,
dúctil, maleável e condutor de eletricidade utilizado na indústria em geral em fios e cabos, bem
como em ligas metálicas. Também utilizado em tubos de condensadores e encanamentos,
eletroímãs, motores elétricos, magnetrons de fornos micro-ondas e em cunhagem de moedas.
Chumbo é o elemento químico de número atômico 82, metal do grupo 14 de transição da
tabela periódica. É um metal tóxico, macio, maleável, denso e mau condutor de eletricidade. Com
coloração branco-azulada variando a acinzentada se exposto ao ar. Usado na construção civil,
baterias de ácido, proteção a raios gamma e em aparelhos de raio x e em equipamentos bélicos
entre outros.
A economia regional está voltada para a extração de madeira, agropecuária e atividade
garimpeira., sendo a implantação do projeto Aripuanã uma alternativa para aumento de renda local,
capacitação da população aripuanense, melhorias no acesso rodoviário ao município visto que o
escoamento do minério se dará por meio de estradas rodoviárias até a Ferrovia Norte Brasil –
EF364, ligando o município de Rondonópolis/MT ao porto de Santos/SP para exportação. O
concentrado de Zn, terá uma rota diferente devido as características do minério para atender ao
mercado consumidor, recebendo um tratamento metalúrgico na unidade de Três Marias/MG, apara
adequação do produto final.
O empreendimento busca otimizar o uso dos recursos hídricos de maneira sustentável e
inteligente, reaproveitando cerca de 90% das águas por meio de recirculação, em tanques de
decantação localizados nas embocaduras das minas, em ponds para cada etapa do
beneficiamento, e em cinco Wetlands, que farão o tratamento das águas de escoamento superficial
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das pilhas de rejeito, de minério e estéril, águas excedentes das minas e águas de escoamento da
planta de beneficiamento.
Atualmente duas embocaduras estão finalizadas, sendo da mina Arex e da mina Link, como
pôde-se observar nas fotografias a seguir. Em paralelo as atividades de desenvolvimentos das
galerias e exploração dos minérios nessas duas zonas mencionadas, trabalhos para abertura da
mina AMBREX estão sendo executados.
Para a flotação serão utilizados tanques em células e em colunas, pensando em uma
recuperação de massa e qualidade do concentrado respectivamente.
Na etapa de flotação foram identificados os diversos reagentes, que serão utilizados em todo
o processo de concentração dos minerais de interesse. Os reagentes estão planilhados a seguir de
acordo com a etapa de adição, com a função determinada e em cada etapa de agrupamento.

Conclusão

Com a compilação das informações, pode-se observar pequenas alterações nas


informações divulgadas em 2017 pelo Relatório de Impacto Ambiental, como a ampliação da
capacidade instalada da planta de beneficiamento, algumas etapas na área de britagem e moagem,
alterações feitas mediante a ajustes técnicos para atingir a granulometria desejada, e ainda o
detalhamento da etapa de flotação, cujo fluxograma torna claro e objetivo o entendimento do
minério dentro do circuito de beneficiamento.
Há ainda um desafio a se atingir pela equipe de desenvolvimento das galerias, buscando
uma redução na lavra de 93% e uma diluição de 10%, para isso, estuda-se utilizar o método de
lavra VRM (recuo da cratera vertical) como podemos visualizar na figura ilustrativa abaixo.
Ao final da caracterização do processo de beneficiamento, resultou em um fluxograma geral
do circuito, demonstrando a rota de produção de Zn, Cu e Pb, detalhando o processo como um
todo.
Como complementação aos objetivos estabelecidos e visando estimular alternativas
sustentáveis para o desenvolvimento da mineração, mostrou-se neste trabalho as alternativas do
empreendimento minerário para tratamento e reuso dos recursos hídricos necessários para o
funcionamento do processo e ainda sobre a disposição dos rejeitos com a técnica de
preenchimento de áreas lavradas (backfill).

Referências bibliográficas

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