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Universidade Federal do Pará

Campus Universitário de Juruti


Curso de Bacharelado em Engenharia de Minas

Alexandre Serrão de Aragão


Amaildo Oliveira do Amaral
Joabs Caldas Severino Junior
Mauro Marques Farias dos Santos

PESQUISA MINERAL II – GRAFITA

JURUTI-PA
2023
Universidade Federal do Pará
Campus Universitário de Juruti
Curso de Bacharelado em Engenharia de Minas

Alexandre Serrão de Aragão


Amaildo Oliveira do Amaral
Joabs Caldas Severino Junior
Mauro Marques Farias dos Santos

PESQUISA MINERAL II – GRAFITA

Relatório técnico para a obtenção de nota


na 1° avaliação
da disciplina de Pesquisa mineral II
sobre o mineral grafita.

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INTRODUÇÃO

O presente relatório tem por objetivo apresentar estudos e análises sobre o mineral
Grafita, tal como a sua formação geológica, mineralogia, sua importância econômica.
Também como suas aplicações na industrial nacional e internacional. A grafita é a
principal fonte de produção para o grafeno, nano material com crescente potencial na
participação de novas tecnologias, e também para a fabricação de diversos outros
materiais essenciais na indústria. Nesse sentido, o presente também rem como objetivo
investigar as propriedades geofísicas, tais como propriedades gamaespectrométricas e
magnetométricas

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TIPO E FORMAÇÃO DA GRAFITA
Tipos
Grafita Expandida - Esta forma da grafita é produzida pela oxidação dos flocos
cristalinos do mineral, com auxílio do ácido crômico, seguido da adição de ácido
sulfúrico. Isso permite o enfraquecimento das ligações gama entre as placas de grafita e
concede, após aquecimento, uma expansão de até 700%. O produto final assemelha-se à
vermiculita expandida. Esse produto de grafita é empregado como agente isolante na
fundição de aço, para isolar lingotes aquecidos e diminuir a perda de calor.
Grafita Sintética - A grafita sintética primária é essencialmente carbono puro. Sua
manufatura consiste na grafitização do coque de petróleo, um resíduo da destilação de
petróleo contendo cerca de 95% de carbono. O coque mais o carvão betuminoso e uma
pequena quantidade de óleo de petróleo são aquecidos e submetidos à extrusão,
formando uma barra verde, forma usual do produto final. Em seguida, o produto é
aquecido numa faixa de temperatura de 800 a 1.000o C para converter o piche em coque
e permitir a sua contração
Formação da grafita é quando a matéria orgânica existente nos sedimentos (formadas
por acúmulo de matéria orgânica e restos vegetais formando argilas orgânicas e carvão)
é transformada em grafita devido ao metamorfismo, seja ele regional ou de contato, isto
é, o material carbonoso da rocha se cristaliza como grafita à medida que grau
metamórfico evolui progressivamente e atinge o tamanho de grafita flake em fácies
anfibolito alto a granulito.
Existem quatro tipos genéticos de depósitos de grafita, além daqueles que ocorrem em
função do enriquecimento residual:
Depósitos Magmáticos Primários – São depósitos extremamente raros, que
apresentam material de alta qualidade, em que a grafita maciça predomina. Existem
porções internas com ocorrência de grafita flake.
Depósitos do Tipo Contato-Metassomáticos (Skarnitos) – São depósitos que se
desenvolvem no contato entre rochas carbonáticas e intrusões ígneas, seja devido à
cristalização do carbono ou pela redução do CO2. Normalmente, a grafita ocorre na
forma de stocks ou disseminada em veios no skarnito.
Depósitos de Grafita em Veio – São concentrações de grafita geradas por soluções pós-
magmáticas ricas em elementos voláteis, principalmente CO 2. Os depósitos ocorrem em
forma de veios e lentes, e são confinados à zona de contato com a rocha encaixante.
Depósitos Metamórficos – São gerados por concentração e cristalização do carbono
durante processos metamórficos regionais. São formados em rochas sedimentares que
contêm concentração anômala de carbono, resultando em camadas ou lentes ricas em
cristais de grafita disseminada em filito, xisto, quartzito, mármore, gnaisse e granulito.
As seguintes reações químicas acarretam a formação da grafita neste tipo de depósito:

1. Matéria orgânica + H2O → CO + H2 + resíduos


2. CO + H2 → C (grafita) + H2O.

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GEOLOGIA REGIONAL
A província gráfica Bahia-Minas está localizada no extremo nordeste do orógeno
Araçuaí (Figura 2), as serras foram construídas entre 630 e 500 Ma. O orógeno Araçuaí
é dividido em dois domínios tectônicos principais: externo e interno. A primeira zona –
a mais ocidental e a mais setentrional – é caracterizada por uma faixa de dobras e zonas
de empuxo que margeiam o limite leste da plataforma do São Francisco. Nesta
sequência estão os trechos da Serra do Espinhaço e as terras altas do norte e nordeste de
Minas Gerais. O segundo domínio e seu núcleo metamórfico-anatético são ricos em
rochas graníticas e metamórficas de fácies anfibolito a gralito; lá encontramos as rochas
da província de grafite da Bahia-Minas. Nas partes norte e nordeste da origem Araçuaí
podem ser observadas áreas de baixa pressão voltadas para o sul. A projeção norte é
uma divisão estrutural caracterizada pelo grande arco do orógeno Araçuaí, onde as
feições estruturais giram de norte a sul e leste. A partir deste ponto brilhante, as
condições P (pressão) e T (temperatura) aumentam gradualmente em direção ao sul,
desde a zona limite de xisto verde da plataforma São Francisco até a alta superfície
anfibolito do núcleo metamórfico anático. O ramo leste do empuxo é caracterizado pela
zona de cisalhamento Salto da Divisa, que possui uma zona de cisalhamento oblíqua
orientada Noroeste-SE e uma componente de empuxo oblíqua orientada para leste. A
zona de grafite ocupa todo o flanco leste desta projeção geologia Regional (nordeste de
Minas Gerais e sul da Bahia)
Localização da amostragem
Os locais selecionados para amostragem priorizaram os prospectos da Magnesita, minas
em atividade e/ou suas vizinhanças e ocorrências, situadas nas regiões do extremo
nordeste de Minas Gerais e sul da Bahia. Foram amostradas rochas grafitosas e
silicáticas associadas a depósitos e ocorrências de grafita situadas nos municípios de
Almenara, Bandeira, Divisópolis, Jacinto, Jordânia, Mata Verde, Pedra Azul e Salto da
Divisa, no extremo nordeste de Minas Gerais, e Guaratinga e Itamaraju, no sul da Bahia
Foram também reunidos artigos específicos envolvendo técnicas estruturais tais como
Difração de Raios X e espectroscopia Micro-Raman, assim como microscopia
eletrônica de varredura (MeV) com vistas a englobar um número maior de ferramentas
para auxiliar na caracterização estrutural e textural da grafita.
Complexo de Jequitinhonha
O Complexo Jequitinhonha é a unidade que ocupa maior área na Província Grafítica
Bahia-Minas e que contém grande número de depósitos, com minas em atividade e
ocorrências de grafita lamelar (flake). Seus contatos com os metassedimentos do Grupo
Macaúbas são tectônicos, por meio de zonas de cisalhamento oblíquas. Intrusões
granitoides diversas são frequentes. Sedimentos do Grupo Barreiras recobrem esta
unidade discordantemente.
Os depósitos de grafita flake ocorrem apenas na suíte kinzigítica deste complexo. Essa
suíte consiste de biotita gnaisse, granada-biotita gnaisse, cordierita-granada-biotita
gnaisse, grafita-sillimanita-cordierita-granada-biotita gnaisse (kinzigito stricto sensu) e
grafita gnaisse, que indicam conteúdos crescentes de fração argila (silicatos
peraluminosos) e de fração carbonosa (grafita) nos protólitos sedimentares. A química

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dos kinzigitos é caracterizada por uma ampla variação composicional (SiO2 entre 57 e
76%) que reflete, mesmo com os efeitos do metamorfismo de alto grau, a mistura entre
dois componentes sedimentares: areia quartzosa e argila.
O processo de migmatização encontra-se bem registrado regionalmente no Complexo
Jequitinhonha. Caracteriza-se pela alternância de paleossoma gnáissico com neossoma
granítico (leucossoma) e rico em biotita e granada (melanossoma). O leucossoma pode
apresentar alguma grafita flake que tende à morfologia hexagonal. Corpos maiores de
granito granatífero ocorrem onde a migmatização é mais acentuada em área e
intensidade. Dados geotermobarométricos e a paragênese metamórfica destas rochas
evidenciam uma deformação regional que ocorreu na transição de fácies anfibolito-
granulito.

(Figura 1)

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(Figura 2)

Reservas Globais de grafite


são de 390.677 mil toneladas, 56,3% das quais estão na China. O Brasil é responsável
por 26,8% das reservas totais mundiais. A grafite natural está amplamente distribuída na
natureza e nas rochas. Rochas ígneas, rochas sedimentares, rochas metamórficas,
meteoritos de ferro-níquel. São 104,8 milhões de toneladas, principalmente nos estados
de Minas Gerais, Ceará e Bahia. Grafites e cristalizações de maior porte estão
localizadas na cidade de Pedra Azul/MG. Uma das maiores reservas do Brasil, é uma
série de depósitos de grafite localizados ao norte de Pedra Azul. Classificada em 3º
lugar entre os principais fabricantes do mundo.

Recursos de grafita globais

(Figura 3)

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OCORRÊNCIA NA NATUREZA
A grafita natural corresponde à ocorrência do elemento químico carbono na sua forma
nativa. O mineral pode ser classificado em três tipos comerciais: grafita em flocos, em
veio cristalino e amorfa, subdivididos em vários “graus” baseando-se no teor de
carbono, tamanho da partícula e tipos de impurezas.

(Figura 4)

Formas de ocorrência:
Grafita em flocos - Como o próprio nome indica, tem a morfologia de flocos. Os flocos
podem ocorrer segundo distribuição homogênea em todo o corpo do minério ou
concentrados em lentes na forma de pacotes. A concentração de carbono no minério
pode variar entre 5 e 40%. No entanto, esse teor pode ainda variar o suficiente para,
meramente, colorir a rocha, como acontece com os veios existentes nos mármores.
Lentes de rochas contendo grafita podem atingir a espessura de 35 mm ou mais. Em
termos de diâmetro, os flocos de grafita podem variar desde 1 mm a mais de 2,5 cm,
com média de 0,25 cm.

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(Figura 5)
Imagem da internet: scanfix, 2016
Grafita em veio cristalino - Esta é a única forma natural do carbono, também chamada
de lump ou grafita altamente cristalina, encontrada em veios cristalinos bem definidos
ou acumulada em pacotes ao longo dos contatos intrusivos entre pegmatitos e calcário.
Essa forma de grafita exibe uma morfologia acicular com cristais orientados
perpendicularmente à rocha encaixante. Esses depósitos, relativamente raros, fornecem
grafita maciça, cujos grãos podem ocorrer segundo vários tamanhos, desde aquele do
minério lump até os microcristais, como a grafita em flocos e pulverizada, encontrada
nas adjacências do veio cristalino.

(Figura 6)
Imagem da internet: scanfix, 2016
Grafita amorfa - O termo amorfo é uma designação incorreta, vez que se trata de um
material com uma estrutura verdadeiramente microcristalina. A grafita amorfa possui,
caracteristicamente, uma aparência preta terrosa e macia ao tato. Certos depósitos desta
forma do mineral foram formados por metamorfismo de contato, enquanto outros são,

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provavelmente, resultados da dinâmica (regional) do metamorfismo. A grafita amorfa
pode ser encontrada com teor de carbono que varia entre 75 e 90%, e seu tamanho pode
variar desde 75 mm até 5 µm.

(Figura 7)
Imagem da internet: scanfix, 2016

LAVRA E PROCESSAMENTO
Lavra
Os minérios de grafita em veio cristalino são lavrados a céu aberto e por método
subterrâneo. Em alguns casos, a catação manual é usada para separar a grafita tipo
lump, para obtenção de concentrados de vários teores de carbono com pureza entre 90 e
99%. A granulometria da grafita nos depósitos de veio cristalino varia desde 10 cm até 3
µm. Leitos de grafita amorfa também são usualmente lavrados por método subterrâneo;
contudo, os leitos são mais espessos que os de lumps amorfos e cristalinos. O minério,
desmontado por explosivos, é transportado à superfície por métodos convencionais.
Depósitos de grafita em flocos são lavrados por métodos subterrâneos e a céu aberto.
Usualmente, os depósitos subterrâneos são de rocha fresca e requerem desmonte por
explosivos. Muitas das lavras a céu aberto estão limitadas à parte intemperisada do
depósito e empregam o mínimo de explosivos e equipamentos convencionais de
escavação, como escavadeiras, tratores entre outros.
Processamento
As principais impurezas consistem em: silicatos, silimanita, óxidos de ferro, pirrotita,
biotita, granada, caolinita, alumina e minerais sulfetados. A granulometria de liberação
da grafita e as impurezas dos minérios imprimem não só a rota de processamento do
minério bruto, como também influem significativamente nas etapas de purificação dos
concentrados. A concentração dos minérios de grafita em flocos é feita, em geral, por
meio de flotação, que permite obter concentrados finais de grafita com teores de
carbono variando entre 80 e 95%. Concentrados com teores de carbono acima de 98%

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são obtidos por meio de operações adicionais de purificação, em geral, processos
químicos. A granulometria do produto final, que depende da sua aplicação, varia desde
alguns milímetros até menos de 3 µm.
Constata-se que os métodos de concentração gravítica e separação magnética são usados
no processamento de minério de grafita, como etapas auxiliares de beneficiamento.
Mesmo assim, a flotação é o processo de concentração de grafita mais usado em todo o
mundo. O mineral responde muito bem a esse processo, segundo uma variedade de
coletores (óleos não polares), como querosene e óleo combustível.

USOS E FUNÇÕES
A grafita tornou-se um produto essencial no desempenho dos equipamentos esportivos,
na nova geração de bens elétricos e eletrônicos. Assim, a sua demanda acentuada pelos
mercados mais tradicionais, entre outros, refratários, materiais de engenharia,
lubrificantes e lápis, incentivaram os investimentos em alta tecnologia.
Grafita Natural/Formas
Flocos cristalinos
Refratários; baterias; escovas de carbono; catalisadores; coberturas; cadinhos;
laminados; materiais de fricção; células a combustíveis; lubrificantes; lápis; plásticos e
resinas.
Microcristalina ou amorfa
Aditivos de carbono; coberturas; materiais de fricção; lubrificantes; lápis; refratários.
Veio cristalino ou lump - Baterias; lubrificantes.
Grafita Tratada/Formas
Esfolheada/Expandida
Baterias; coberturas; laminados; gaxetas; isolantes; lubrificantes; pinturas; vedações.
Coloidal

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Baterias; filmes resistentes de carbono; catalisadores; suspensões condutivas;
lubrificantes; ligas metálicas; agentes liberadores de molde.
Grafita Sintética
Baterias; aditivos de carbono; eletrodos; células a combustíveis; sistemas de
aquecimento.

Greenfield
Fase 1 – reconhecimento de geração de alvos. A grafita natural que provém do
metamorfismo do carbono orgânico ou de rocha carbonata pode ser identificado através
de suas propriedades físicas e químicas, dentre elas podemos citar: maleabilidade,
absorvência, inércia química, elevadas condutividades térmica e elétrica, inclusive
excelentes propriedades refratárias, dentre outras. Comumente associada em rochas
metamórficas como mármores, xistos e gnaisses, como produto do metamorfismo de um
material carbonoso de origem orgânica. A grafita é um mineral que possui anisotropia
extrema fazendo com que o mesmo possua propriedades físicas únicas, possuindo uma
certa resistividade o que torna a grafita um mineral semicondutor. Sua cor varia do preto
ao cinza e apresenta um brilho metálico nas partículas maiores, conhecidas como flakes.
Análises de dados dentre os métodos geofísicos mais indicados para a prospecção da
grafita encontram-se os métodos potenciais, elétricos, eletromagnéticos e
gamaespectrométricos. Tais métodos têm respostas excelentes e podem apresentar, a
depender das rochas encaixantes, contrastes muito determinantes em suas respectivas
propriedades físicas. É esperado que a grafita, com melhor qualidade para
aproveitamento econômico, seja encontrada em áreas de metamorfismo regional,
possibilitando o uso de dados obtidos por métodos aerotransportados ou terrestres, o que
facilita a utilização da geofísica como ferramenta base para a prospecção da grafita.
Além disto, sabe-se que as diversas propriedades físicas da grafita permitem que a
mesma seja estudada através das respostas de múltiplos métodos geofísicos. Na

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província grafítica Bahia-Minas, por exemplo, foram aplicados dois métodos
aerogeofísicos para auxiliar na identificação da grafita na respectiva província. Os
respectivos métodos são a aerogamaespectrometria e aeomagnetometria. Método
aeromagnético: A maior parte do campo magnético terrestre não se origina na crosta,
mas são as menores variações do campo, devido aos materiais magnéticos da mesma,
que são o interesse da exploração mineral (Susin, 2019). O processamento dos dados
aeromagnéticos se deu através da manipulação do banco de dados fornecido, no que
consta da mudança de sistema de referência (datum), da escolha do melhor método de
interpolação e elaboração de grids. Como o pré-processamento já havia sido feito pela
CBPM, foi apenas necessário um controle de qualidade dos dados e verificação do 25
nivelamento. A partir daí foi usado o Campo Magnético Anômalo (CMA), que resulta
da subtração do campo magnético total do IGRF, como referência para gerar os demais
produtos provenientes da magnetometria. Assim, foram obtidos, a amplitude do sinal
analítico (ASA), a primeira derivada vertical (Dz), a inclinação do sinal analítico (ISA)
ou tilt derivative e a diferença da continuação ascendente, que serão descritos a seguir
na figura.

(Figura 8: fluxo de processamento simplificado aplicado aos dados de magnetometria.)


Interpolação dos Dados Magnéticos
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A interpolação é o processo matemático de encontrar valores intermediários entre os
valores discretos de uma função (Stark, 1979). O raciocínio base da interpolação é que,
em média, os valores do atributo tendem a ser similares em locais mais próximos do que
em locais mais afastados. Um fator preponderante no resultado da interpolação é o
algoritmo usado na seleção dos dados em volta do ponto que está sendo estimado. Um
algoritmo adequado deve honrar os valores de pontos originais ao mesmo tempo em que
produz uma superfície contínua e suave (Carvalho, 2006).

Método aerogamaespectrométrico: O método radiométrico, ou gamaespectrométrico,


mede a radioatividade natural em forma de raios gama. Boa parte desta radiação se
origina de espécies minerais que contêm isótopos radioativos de Urânio (238U), Tório
(232Th) e Potássio (40K). O mineral de grafita é comumente encontrado em regiões que
possuem altas concentrações de Tório, fazendo com que a gamaespectrometria seja um
bom método a ser utilizado na identificação do mineral de grafita.
PROCESSAMENTO DE DADOS DE AEROGAMAESPECTROMETRIA: O
processamento dos dados radiométricos teve parte de seu fluxo similar ao método
aeromagnético. Os produtos abordados pelo processamento dos dados de
aerogamaespectrometria foram mapas temáticos de Tório, Urânio e Potássio,
composição ternária entre os mapas de Tório, Urânio e Potássio (mapa ternário), mapas
contendo as razões Tório/Urânio, Urânio/Potássio e Tório/Potássio. Mostrado na figura
a seguir na figura 1.

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Figura 9: fluxograma do processamento de dados de gamaespectrometria.

Fase 2
Desenvolvimento do alvo
A seguir estão expostos os produtos provenientes dos procedimentos de processamento
e filtragem dos dados da aeromagnetometria, que serão seguidos pelas respectivas
interpretações e discussões acerca de suas principais características.
Campo magnético anômalo: Na porção central do mapa há certo padrão definido por
feições de alta frequência, que seguem um lineamento de direção NW-SE e cruzam o
mapa de leste a oeste. Nesta área é percebida uma estrutura linear caracterizada como
uma camada litológica. Este lineamento é bordeado por frequências intermediárias a
baixas. Tomando uma visão geral do mapa de CMA, é possível dizer que há uma
sucessão de estruturas lineares do centro ao norte na parte oriental do mapa e a presença
de uma forte fonte magnética no sudeste da área. Também é possível delinear o contato
da grande estrutura linear central do mapa e seus segmentos com uma zona de fonte
magnética profunda bordeada por valores mais baixos. Como na figura.

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(Figura 10: mapa do campo magnético anômalo da área de estudo.)
INTERPRETAÇÃO DOS DADOS AEROGAMAESPECTROMÉTRICOS: A
interpretação da

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aerogamaespectrometria deve ser feita levando em consideração os processos que
controlam a distribuição dos radioelementos em rochas e solos para o realce e
processamento dos dados. Esse processo de interpretação é apoiado pelo uso de
sistemas de informações geográficas com atributos de processamento de imagens,
permitindo a integração de dados aerogamaespectrométricos com outros tipos de dados.
A partir da imagem do canal de tório foi possível mapear as regiões de alta concentração
do radioelemento 232Th e sua relação com o relevo. Ainda que seja conhecido por sua
pouca mobilidade, foi observada certa concentração do elemento nas drenagens,
resultado da lixiviação. Algumas regiões apresentaram concentrações consideráveis de
tório, como a própria área alvo de grafita, a feição lenticular N-S e outros lineamentos
de mesma direção, uma porção da região sudeste, a feição NW-SE da região central do
mapa, e os lineamentos à nordeste como na figura.

Figura 11: canal de tório e sua representação com a delimitação da área de interesse,
ocorrência de grafita e drenagem.

BROWNFIELD

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Para a fase 3 e 4 o estudo de caso que será usado como referência sera o projeto de mina
de grafite da grafex, Ancuabe.

Estudo de pré-viabilidade e avaliação de recurso.


A grafite será extraída usando métodos convencionais de mineração a céu aberto que
incluirão perfuração e detonação, técnicas de carga e transporte para extrair o minério.
Inicialmente o material oxidado mais macio próximo da superfície (tipicamente a parte
superior de 5-10m do depósito,) será quebrado com uma bulldozer e assim que for
encontrada a rocha dura, serão utilizadas as técnicas de perfuração e detonação. Para
estudo de viabilidade econômica foi realizado furos de sondagem, a fim de recolher
amostras como testemunho para testar a grafite, figura.

(Figura 13: grafite exposto a nível da superfície e amostras de testemunhos de


sondagem para testar grafita).

Um ensaio metalúrgico também foi encomendado pela empresa Grafex. Os resultados


iniciais indicam um concentrado de grafite de elevada pureza. A grafite de Ancuabe é
conhecida pelo seu floco de tamanho grande e suas propriedades para produzir um
concentrado de pureza alta. O floco de grafite de alta pureza goza de uma posição
premium (de qualidade superior) significante no mercado de Bateria de Iões de Lítio
(LIB) e o floco de grafite de tamanho grande beneficia de preços ainda mais elevados

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para oferta no mercado de grafite em expansão. A área-alvo do Projeto de Grafite de
Ancuabe ocorre em uma porção de terra que está em um estado natural com vegetação
intacta e bem estabelecida alimentada pela rede de rios da bacia. Espera-se que a
diversidade faunística seja relativamente elevada para Moçambique, dada a situação da
vegetação e do habitat disponível. A infraestrutura existente na área do projecto é
limitada às estradas terciárias e há um número mínimo de habitantes restrito ao início da
estrada de transporte/corredor da linha de energia e ao pequeno local da área da
barragem. Diante disso, o número de riscos biofísicos do projeto são maiores do que os
riscos sociais do projeto.

Referências:

<http://www.revistas.usp.br/guspsc/article/view/145646>. Acesso em: 04 nov. 2023.

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<http://www.revistas.usp.br/guspsc/article/view/145646>. Acesso em: 04 nov. 2023.

BATISTA, Leandro. Integração de dados aplicados à prospecção de Grafita, *Arquivos


abertos 45 - CBMQ*, Bahia, p. 3 - 50, 2020.

BATISTA, Leandro. Integração de dados aplicados à prospecção de Grafita, *Arquivos


abertos 45 - CBMQ*, Bahia, p. 3 - 50, 2020.

BRITO, H. et al. Caracterização e prospecção de grafita do Complexo Jequitinhonha.


Geologia USP.
GAUTNEB, Harvard et al. The grafite ocorrentes of northern Norway, a review of
geology, geophysics, and Resoirces. Local: Minerals, 10/07/2020.
GAUTNEB, Harvard et al. The grafite ocorrentes of northern Norway, a review of
geology, geophysics, and Resoirces. Local: Minerals, 10/07/2020.

INA DE GRAFITE DA GRAFEX, ANCUABE ANCUABE, MOÇAMBIQUE


RASCUNHO VOLUME 1ª: RASCUNHO DO ESTUDO DE PRÉ – VIABILIDADE
AMBIENTAL. 2017.

SAMPAIO, João. Grafita, *Rochas e Minerais Industriais - CETEM*, 2 ⁰ edição, p. 1 -


23, 2008.

SAMPAIO, João. Grafita, *Rochas e Minerais Industriais - CETEM*, 2 ⁰ edição, p. 1 -


23, 2008.

Série Científica, São Paulo, v. 18, n. 1, p. 6-84, Mar. 2018. Disponível em:
SUSIN, Vitória. Interpretação de dados aerogeofísicos para identificação de depósitos
de grafita na região de Maracanã, no estado da Bahia. Vol 22 (2019): 1-8.

SUSIN, Vitória. Interpretação de dados aerogeofísicos para identificação de depósitos


de grafita na região de Maracanã, no estado da Bahia. Vol 22 (2019): 1-8.

TERNOS, E. DEFINIÇÃO DE ÂMBITO E.; REFERÊNCIA, D. E. PROJECTO DE


KINA DE GRAFITE DA GRAFEX, ANCUABE ANCUABE, MOÇAMBIQUE
RASCUNHO VOLUME 1ª: RASCUNHO DO ESTUDO DE PRÉ – VIABILIDADE
AMBIENTAL. 2017.

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TERNOS, E. DEFINIÇÃO DE ÂMBITO E.; REFERÊNCIA, D. E. PROJECTO DE
KBRITO, H. et al. Caracterização e prospecção de grafita do Complexo Jequitinhonha.
Geologia USP. Série Científica, São Paulo, v. 18, n. 1, p. 6-84, Mar. 2018. Disponível
em:

JURUTI – PA
2023

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