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SANTARÉM-PARÁ
2019
PETROGRAFIA E SUSCETIBILIDADE MAGNÉTICA DOS
GRANITOS DA SUÍTE INTRUSIVA PARAUARI, DOMÍNIO
TAPAJÓS, CRATÓN AMAZÔNICO.
SANTARÉM-PARÁ
2019
RESUMO
Atribuem-se para os granitóides cálcio-alcalinos da Suíte Intrusiva Parauari uma
evolução relacionada à extensão pós-colisional (estágio pós-orogênico), com mistura de
magmas mantélicos e crosta continental. No entanto, faltam estudos mais detalhados que
suportem a existência de arcos magmáticos, e em função disso é mantido o enfoque de uma
evolução pós-colisional tardia em relação à Orogênese Cuiú-Cuiú. A suíte está localizada ao
sudoeste do estado do Pará e caracteriza-se por uma associação de rochas pertencentes a
uma série cálci-alcalina de médio a altor teor de K, metaluminosas, em alguns casos
peraluminosas. O estudo é baseado inteiramente no contraste entre as assinaturas e
propriedades magnéticas de um pequeno grupo de minerais que correspondem aos minerais
óxidos de Fe e Ti, magnetita e ilmenita respectivamente. Veremos que os minerais
magnéticos, podem contribuir para o estudo de rochas graníticas, por possuírem correlação
metalogenética associados ao granito em questão, assim também como para realizar estudos
de evolução de um magma mais oxidante ou mais redutor. O principal objetivo será mapear,
caracterizar e individualizar as diferentes fácies dos granitos da Suíte Intrusiva Parauari na
área de estudo, afim de estabelecer comparações e correlações com outros granitos
Paleoproterozóicos (1.88 Ga) da Província Tapajós.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 4
1.1 LOCALIZAÇÃO E ACESSO ..................................................................................................... 5
2 OBJETIVOS ....................................................................................................................... 6
2.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .................................................................................................... 6
3 JUSTIFICATIVA ................................................................................................................. 7
4 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .......................................................................................... 8
4.1 CONTEXTO GEOLÓGICO ...................................................................................................... 8
4.2 SUSCETIBILIDADE MAGNÉTICA .......................................................................................... 8
5 MATERIAIS E MÉTODOS ................................................................................................ 10
5.1 PESQUISA BIBLIOGRÁFICA ................................................................................................ 10
5.2 PETROGRAFIA ....................................................................................................................... 10
5.3 SUSCETIBILIDADE MAGNÉTICA ........................................................................................ 10
6 CRONOGRAMA ............................................................................................................... 12
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................... 13
1 INTRODUÇÃO
Durante o projeto RADAM (Projeto Radar da Amazônia) na década de 70, sendo
um período de pesquisas direcionadas a Amazônia organizado pelo Ministério de
Minas e Energia nos afluentes dos rios Tapajós e Parauari, foram individualizados um
conjunto de granitóides no qual Santos et al. (1975) classificaram como granito
Parauari. Brito (2000) na fase do projeto PROMIN-Tapajós (Projeto Província Mineral
do Tapajós) denominou esses corpos de graníticos como Suíte Intrusiva Parauari.
Ainda na fase do Projeto PROMIN-Tapajós, Brito (2000) baseou-se em critérios
petrográficos, aerogeofísicos e morfológicos para caracterizar as três fácies
encontradas na Suíte Intrusiva Parauari: fácies granodiorítica (Pp1), granítica (Pp2) e
granítica a titanita (Pp3). As duas primeiras apresentam ampla distribuição, ocorrendo
em todos os batólitos mapeados na área do projeto, mas, a fácies granítica a titanita
restringe-se a alguns stocks na porção centro-norte.
A Suíte Intrusiva Parauari está localizada ao sudoeste do estado do Pará e
caracteriza-se por uma associação de rochas pertencentes a uma série cálci-alcalina
de médio a altor teor de K, metaluminosas, em alguns casos peraluminosas o que
denomina um ambiente característico de arco vulcânico (KLEIN et al., 2001).
O estudo das propriedades magnéticas de rochas granitóides é baseado
inteiramente no contraste entre as assinaturas e propriedades magnéticas de um
pequeno grupo de minerais que correspondem aos minerais óxidos de Fe e Ti, os
quais costumam ser considerados constituintes acessórios, mas que estão presentes
em praticamente todas as rochas.
Mas apesar desses fatores citados acima, veremos que os minerais magnéticos,
podem contribuir para o estudo de rochas graníticas e possuem correlação
metalogenética com alguns importantes depósitos minerais que ocorrem associados
ao granito em questão, assim também como para realizar estudos de um magma mais
oxidante ou mais redutor.
Em termos de susceptibilidade magnética os granitóides da série magnetita são
ferromagnéticos, enquanto os granitoides da série ilmenita são considerados
paramagnéticos.
De acordo com Haggerty (1991) a fugacidade de oxigênio (fO2) é uma variável
usada em sistemas geológicos para indicar o potencial de oxidação ou redução do
ferro. A baixas fugacidades, tais como àquelas encontradas no núcleo da terra e em
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meteoritos, o ferro está presente como um metal (Fe0). Em fugacidades
comparativamente mais elevadas e em sistemas portadores de sílica, o ferro ocorre
como cátion divalente sendo incorporado principalmente nos silicatos.
1.1 LOCALIZAÇÃO E ACESSO
Figura 1: Mapa de localização, destacando a área de mapeamento.
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2 OBJETIVOS
Mapear, caracterizar e individualizar as diferentes fácies dos granitos da Suíte
Intrusiva Parauari na área de estudo, afim de estabelecer comparações e correlações
com outros granitos Paleoproterozóicos (1.88 Ga) da Província Tapajós. Dessa
maneira pretende-se contribuir com as discussões sobre a evolução dessa província
e consequentemente do Cratón Amazônico.
2.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
• Identificar e classificar petrograficamente os granitoides aflorantes na área de
estudo;
• Definir e caracterizar os minerais óxidos de Fe e Ti presentes nessas rochas;
• Efetuar medidas dos valores de Suscetibilidade Magnética (SM) das rochas
estudadas;
• Estimar as condições de fugacidade de oxigênio reinantes durante a
cristalização dos magmas formadores dessas rochas;
• Estabelecer comparações entre os granitoides estudados e outros granitoides
da Província Tapajós.
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3 JUSTIFICATIVA
Estudos geológicos sobre granitos da Suíte Intrusiva Parauari são limitados e os
seus limites ainda são pouco definidos, o que gera uma escassez de informações
sobre sua geologia.
Portanto, torna-se necessário equiparar o nível de conhecimento dessa suíte a
outros corpos graníticos Paleoproterozóicos. Além disso, os poucos estudos sobre os
granitos dessa suíte não permitem definir sua tipologia.
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4 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
4.1 CONTEXTO GEOLÓGICO
Há referências a trabalhos de reconhecimento geológico desde o final do século
passado, mas somente a partir da década de 70 os estudos foram aprofundados.
Os mapeamentos modernos neste domínio somados aos novos dados de
geoquímica e geocronologia resultaram em modelos evolutivos mais aprimorados.
Basicamente se distinguem dois modelos principais: um que envolve acresção de
sucessivos arcos magmáticos entre 2050 e 1877 Ma (SANTOS et al., 2000, 2001,
2004), e outro envolvendo um único arco magmático orosiriano (< 2,0 Ga) e a geração
de sucessivos pulsos magmáticos pós-colisionais, que se estenderam ao estágio pós-
orogênico, há cerca de 1,88 Ga (VASQUEZ et al., 2002).
A Província Tapajós fica localizada ao centro-sul do Cráton Amazônico, sua
evolução está ligada essencialmente ao Arqueano e ao Proterozóico, tendo se tornado
estável em relação aos eventos brasilianos.
Há dois modelos para a gênese dessa província de um lado, retrabalhamento de
crosta antiga e, de outro, eventos de acreção. A maior parte da província é coberta
pelas unidades com origem e colocação ligadas às fases extensionais pós-orogênica
a anorogênica.
A Suíte Intrusiva Parauari representa granitoides com idades entre 1.88 Ga e
1.89 Ga, possivelmente associados às rochas básicas calcioalcalinas da Suíte
Intrusiva Ingarana, e a uma série de intrusivas e efusivas básicas e intermediárias.
4.2 SUSCETIBILIDADE MAGNÉTICA
Dados de suscetibilidade magnética (SM) têm sido empregados na interpretação
geológica de forma contínua, seja a partir de levantamentos aeromagnéticos ou em
estudo de paleomagnetismo, seja pela realização de medidas de SM em
afloramentos, testemunhos de sondagem ou em amostras de mão (ISHIHARA, 1981).
Especificamente, dados de SM têm sido utilizados em estudos de cunho
petrológico e metalogenético (ISHIHARA, 1981).
Os primeiros estudos, envolvendo dados de SM de granitóides do Cráton
Amazônico, foram elaborados por Dall’Agnol et al. (1988).
As rochas que compõe a litosfera da Terra são geralmente magnéticas devido a
magnetização remanescente, isto é, criada a partir da sua Formação e orientação dos
spins de elétrons com o campo magnético terrestre, ao serem magnetizadas a partir
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de uma indução magnética. Essa indução e/ou estimulação é controlada pela
susceptibilidade magnética que varia para cada tipo de material litosférico. Os
minerais magnéticos mais comuns são da série de uma solução sólida de óxidos de
titânio e ferro, isto é, magnetita (Fe3O4) a ulvoespinélio (Fe2TiO4), além da pirrotita,
liga de Fe-Ni-Co e ferro nativo (Kearey et al., 2009).
As anomalias magnéticas positivas ou negativas refletem basicamente a
susceptibilidade magnética e/ou a magnetização remanescente da rocha, que se
dispõe de maneira decrescente, das rochas ígneas básicas seguidas por ácidas,
metamórficas, folhelho, arenito e calcário, como mostra a Figura 3.2 (Kearey et al.,
2009).
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5 MATERIAIS E MÉTODOS
5.1 PESQUISA BIBLIOGRÁFICA
O levantamento bibliográfico é voltado com ênfase na geologia do Domínio
Tapajós, mais especificamente para a Suíte Intrusiva Parauari.
Serão pesquisados artigos, dentre outras referências, relacionadas às condições
de oxidação em magmas, especialmente os graníticos, e a influência da fugacidade
de oxigênio na evolução de rochas ígneas.
5.2 PETROGRAFIA
A petrografia contará com a descrição macroscópica de amostras
representativas, para poder selecionar uma fácies mais representativa.
Será utilizada o diagrama QAP para obter as composições modais identificadas
e posteriormente plotar no diagrama, conforme estabelecido pela IUGS.
Análise microscópica com o estudo de lâminas delgadas (20 lâminas) em
microscópio ótico (Figura 2) utilizando técnicas de luz transmitida.
Figura 2: Microscópio petrográfico Leica modelo DM750 P.
Fonte:https://www.leicamicrosystems.com/pt/produtos/microscopiosoticos/det
alhes/product/show/Products/leica-dm4-p/
Fonte:http://www.zhinstruments.com/sm_30.html
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6 CRONOGRAMA
Tabela 1: Cronograma simplificado
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRITO NEVES, B. B.; SANTOS, EJ dos; VAN SCHMUS, W. R. Tectonic history of the
Borborema Province. Tectonic Evolution of South America, v. 31, p. 15, 2000.
HAGGERTY, S.E.1991. Oxide textures – a mini-atlas. In: Lindslaey, D.H. ed. Oxide
minerals: petrologic and magnetic significance. Mineralogical Society of America. 129-
219, Reviews in Mineralogy, 25.
KEAREY P., Brooks M. & Hill I. 2009. Geofísica de Exploração. São Paulo, Oficina
de textos, Tradução de Coelho M. C. M.. 262p
KLEIN EL, ALMEIDA ME, VASQUEZ ML, BAHIA RBC, SANTOS MLE & FERREIRA
AL. 2001. Geologia e recursos minerais da Província Mineral do Tapajós. Folhas
Vila Mamãe Anã (SB.21-V-D), Jacareacanga (SB.21-Y-B), Caracol (SB.21-X-X), Vila
Riozinho (SB.21-Z-A) e Rio Novo (SB.21-Z-C). Estados do Pará e Amazonas. Escala
1:500.000. Brasília, CPRM/DIEDIG/DEPAT, 81pp.
SANTOS, J.O.S. et al. Gold deposits of the Tapajós and Alta Floresta Domains,
Tapajós-Parima orogenic belt, Amazon Craton, Brazil. Mineralium Deposita, v. 36,
n. 3-4, p. 279-299, 2001.
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STRECKEISEN, A. Plutonic rocks. Classification and nomenclature recomended by
the IUGS Subcommission on the Systematic of Igneous Rocks. Geotimes, v. 18, p. 26-
30, 1973.
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