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Rafael Ferreira Cabrera1,6,7, Amarildo Salina Ruiz2,6, Shayenne Fontes Nogueira1,6, Maria
Zélia Aguiar de Sousa3,6, Fernando Flecha de Alkimin3, Gabriela dos Santos,5,6
INTRODUÇÃO
A Serra da Alegria, situada a aproximadamente 230km da cidade de Bonito (MS), é
cartografada (Lacerda Filho et al. 2006) como representante do segmento norte do Granito
Alumiador; tendo relação intrusiva com o Gabro Anortosito Serra da Alegria; sendo
bordejados por metassedimentos do Grupo Alto Tererê, uma porção de crosta oceânica
remanescente na colisão de antigos blocos continentais. Neste trabalho pretende-se apresentar
uma caracterização litoestrutural da região da Serra da Alegria, trazendo uma nova visão a
respeito do contexto geológico regional. Para atingir os objetivos esperados foram adotados
os procedimentos padrões de cartografia geológica e petrografia.
CARACTERIZAÇÃO LITOESTRUTURAL
O Gabro-Anortosito Serra da Alegria é caracterizado como maciços, médio a grossos
porfiríticos e, subordinadamente equigranulares médio a finos, fortemente magnéticos,
apresentando textura ofítica a sub-ofítica e, raramente, intergranular. O Granito Aquidabã
constitui um batólito textural e composicionalmente caracterizado por duas fácies: dacítica a
riolítica e granodiorítica: a fácies dacítica a riolítica ocorre na porção central do corpo
batolítico, com litotipos rosa-acinzentados, maciços, afaníticos a subfaneríticos com
variedades porfiríticas; as rochas da fácies granodiorítica variam de equi a inequigranulares
média a grossa, por vezes porfiríticas, rosa-acinzentadas. Seus contatos com o Gabro-
Anortosito Serra da Alegria são do tipo intrusivo, ocorrendo diques do granito no gabro e
xenólitos do gabro no granito, e com as rochas do Grupo Ypacaraí são do tipo tectônico, por
zonas de cavalgamento. O Granito Serra Verde é inequi a equigranulares médios a finos, com
porções porfiríticas, leucocráticos, cinza-esverdeados e de composição granodioríticaa
monzogranítica, por vezes apresentando concentrações de malaquita. Faz contato do tipo
tectônico com as rochas do Grupo Ypacaraí, por rampas de cavalgamento que lançam os
metassedimentos em cima do granito. O Gnaisse Caracol é leucocrático, rosa, apresenta
textura gnáissica típica inequigranular média a porfirítica, com porfiroblastos rotacionados de
feldspato alcalino. Apresentam bandamento composicional definido por níveis félsicos de
textura granoblástica, formados por feldspato alcalino, plagioclásio e quartzo, e leitos máficos
constituídos por biotita, anfibólio e opacos. Seu contato com os granitoides e os
metassedimentos encontra-se encoberto pela Formação Pantanal, mas segundo Cordani et al.
(2010), trata-se de uma sutura por zona de cavalgamento (estrutura concordante com a
foliação principal). O Grupo Ypacaraí representa uma sequência metassedimentar composta
por conglomerados oligomíticos, arenitos conglomeráticos, passando gradacionalmente a um
arenito com clastos esparsos, filitos avermelhados com lentes de mica-xistos e quartzo-mica-
xistos.
Figura 2: foto ilustrando (A) textura esferulítica da fácies dacítica a riolítica do Granito
Aquidabã; e (B) relação das estruturas do Domínio Oriental em metarenitos do Grupo
Ypacaraí.
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