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TOPOGRAFIA MINEIRA

II SEMESTRE
3º ANO
GV
TOPOGRAFIA
Ciência que se dedica ao estudo dos métodos de levantamento e representação de
uma região restrita da superfície terrestre e considera a esses trechos como sendo
plano topográfico.
Objectivos
1. Levantamento de dados planimétricos e altimétricos para a representação
pormenorizada de porção restrita da superfície terrestre, a uma determinada
escala, sem contar com a curvatura da terra para extracao de minerais e outros
fins..
2. Locação de poços, túneis ou galerias;
3. Metrôs, redes viárias;
4. Controle de extração (questões de exploração fora dos limites de concessão);
5. Galerias de serviços;
6. Demarcação de áreas de extracção.
DIVISÃO DA TOPOGRAFIA
Planimetria - Determinação, no terreno dados necessários à representação em plano horizontal,
da forma e da posição relativa de todos os acidentes que nele se encontram.
Altimetria - Fornece os dados necessários à representaçao, em um plano vertical do relevo da
superfície terrestre.

APLICAÇÕES DA TOPOGRAFIA
1. Planeamento urbano;
2. Ordenamento do território;
3. Demarcação de areas para extração mineira;
4. Extração mineira ;
5. Prospecão geologica;
6. Na agricultura de precisão;
7. Irrigação.
8. No alinhamento de postes de energia;
9. Na canalização de água;
10. Na defesa;
11. Construção civil (nas grandes obras de engenharia, na implantação de obras.
GEODESIA
Ciência da determinação da forma, das dimensões e do campo da gravidade externo
da terra, e das suas respectivas variações temporais, assim como da definição e
realização de sistemas de referência adequados para o vínculo e disponibilização
destas grandezas (plano- altimétricas).
Objectivos
1. Compreender a dinâmica da terra, os seus movimentos e seus efeitos para
perspectivar uma vida sustentável, tais como os que se seguem a baixo;
2. Prevenção e mitigação de desastres;
3. Gestão e conservação de recursos energéticos, água e alimentos;
4. Compreensão das mudanças climáticas;
5. Protecção da biosfera, meio ambiente e saúde humana.
DIVISÃO DA GEODESIA
Geodesia Geométricas: Realiza medições sobre a superfície terrestre
(ângulos e distâncias), esta associa-se à algumas determinações
astronómicas;
Geodesia Física: Realiza medições gravimétricas que conduzem ao
conhecimento do campo da gravidade terrestre;
Geodesia Celeste: Utiliza técnicas espaciais de posicionamento como
ratreio a satélites artificiais.

APLICAÇÕES DA GEODESIA
1. Estabelecer a definição e materialização dos sistemas de referência globais e locais
para o mapeamento;
2. O levantamento efectuado no subsolo deve estar vinculado a um sistema de referência
na superfície, de forma a criar uma ligação entre as estações topográficas da superfície
e do subsolo.
Modelos da terra (veiga 2019)
Latitude astronómica ou geográfica ‘’ ’’

Longitude astronómica ou geografica ‘’ ’’


MODELO GEÓIDAL

MODELO ELIPSOIDAL
Introdução ao
estudo das poligonais

Dr. Armindo
Mussengue
2020
Conceito de poligonação
Poligonação (demarcação) é um trabalho topo-geodésico que consiste na medição
consecutiva de ângulos e distancias de um poligóno com objectivo de determinar
coordenadas dos pontos. (Matos 1997).
Poligonal aberta
Parte de um ponto e finaliza em outro ponto. ex.: Levantamento de rodovias.

Poligonal fechada
Parte de um ponto com coordenadas conhecidas
e finaliza no mesmo ponto.
Sua principal vantagem é permitir a verificação
de erro de fechamento angular e linear.
POLIGONAL ENQUADRADA
Parte de dois pontos de coordenadas conhecidas e
termina em outros dois pontos de coordenadas
conhecidas. Também permite verificação de erro de
fechamento angular e linear.
POLIGONAL SEMI-CONTROLADA
Parte de dois pontos de coordenadas conhecidas e
chega em dois pontos de coordenadas
desconhecidas. Neste método tem o controle apenas
do azimute inicial.
POLIGONAL SEM CONTROLE
Parte de dois pontos de coordenadas desconhecidas
e chega em dois pontos também de coordenadas
desconhecidas. Neste método não tem controle de
erro de fechamento angular nem linear.
ANGULO INTERNO E EXTERNO DA POLIGONAL
SOMATÓRIA DOS ÂNGULOS INTERNOS SOMATÓRIA DOS ÂNGULOS
(CAMINHAMENTO SENTIDO ANTI- EXTERNOS (CAMINHAMENTO
HORÁRIO) SENTIDO HORÁRIO)
Passos para o cálculo da poligonação
1. Somatório (prático)dos ângulos medidos. ∑p
2. Somatório teórico. ∑t
3. Erro de fecho= somatório (prático)- somatório teórico; E β = ∑p-∑t
4. Compensação angular (divide-se o erro de fecho pelo n⁰ de ângulos)
5. Transmissão de Azimutes:
Az asseg.= Az ant+180 – β ou Az sseg.= Az ant-180 + β
ΔX = d. sem Az (comp); ΔY= d. cosAz(comp)
Nivelamento
geométrico
Armindo Mussengue
2020
Objectivo geral
Compreender a realização de trabalhos de nivelamento geométrico nas
actividades mineira e geológica.

Objetivos específicos
Verificar a coerência nas leituras dos retículos;
Analisar os dados de nivelamento.
Reduzir os dados de um nivelamento geométrico;
Calcular as cotas de pontos num nivelamento simples.

Evidência requeridas no final desta aula:


Evidência de que o estudante calcula as diferenças entre as leituras feitas na mira
e faz a transmissão da cota de um ponto conhecido.
Conceito e principais abordagens
O nivelamento é a operação que determina as diferenças de nível ou
distâncias verticais entre pontos do terreno. O nivelamento destes pontos,
porém, não termina com a determinação do desnível entre eles mas, inclui
também, o transporte da cota ou altitude de um ponto conhecido (RN –
Referência de Nível) para os pontos nivelados.
Assim, segundo Garcia e Piedade (1984), a altitude de um ponto da
superfície terrestre pode ser definida como a distância vertical deste ponto
à superfície média dos mares (denominada Geóide). A cota de um ponto
da superfície terrestre, por sua vez, pode ser definida como a distância
vertical deste ponto à uma superfície qualquer de referência (que é fictícia
e que, portanto, não é o Geóide).
A altitude corresponde um nível verdadeiro, que é a superfície de
referência para a obtenção da DV ou DN e que coincide com a superfície
média dos mares, ou seja, o Geóide.
A cota corresponde um nível aparente, que é a superfície de referência
para a obtenção da DV ou DN e que é paralela ao nível verdadeiro.
Tipos de Nivelamentos
Nivelamento geométrico - comparado aos demais é mais preciso. Consiste em
medir as diferenças de nível de forma directa( á frente,/simples ou de visadas
iguais.
Trigonométrico - é realizado a partir da medição da diferença de nível entre os
pontos do terreno e da determinação do angulo vertical. Utilizam –se teodolitos
para execução deste tipo de nivelamento.
Taqueométrico – utilizam se teodolitos taqueómetros.
Barométrico - o desnível determina-se a partir da diferença de pressões.

Os dados observados em campo devem ser anotados em cadernetas específicas para


este fim. Um modelo de caderneta empregado é apresentado a seguir.
Cuidados a ter-se em conta quando faz-se o nivelamento
1. Deve-se tomar o cuidado para que o desnível entre os pontos não exceda o
comprimento da régua (4m).
2. As miras devem estar perfeitamente perpendiculares no momento da leitura, condição
monitorada pelo nível de bolha embutido na mira ou pelo nível de cantoneira.
3. Os comprimentos das visadas de ré e de vante devem ser aproximadamente iguais e
de, no máximo, 80m, sendo o ideal o comprimento de 60m, de modo a compensar os
efeitos da curvatura terrestre e da refração atmosférica, alem de melhorar a exactidão
do levantamento por facilitar a leitura da mira;
4. Para evitar os efeitos do fenómeno de reverberação, as visadas devem situar-se acima
de 50 cm do solo;
5. As miras devem ser posicionadas aos pares, com alternância a vante e a ré, de modo
que a mira posicionada no ponto de partida (lida a ré) seja posicionada, em seguida, no
ponto de chegada (lida a vante), sendo conveniente que o número de lances seja par.
Nivelamento geométrico
O nivelamento geométrico é a operação que visa a determinação do desnível entre dois
pontos a partir da leitura em miras (estádias ou em código de barras) efectuadas com
níveis ópticos ou digitais. Este pode ser executado para fins geodésicos ou topográficos.
Este método diferencia-se dos demais (o barométrico e o trigonométrico, que não fazem
parte deste módulo), pois está baseado somente na leitura de réguas ou miras graduadas,
não envolvendo ângulos.
Métodos de nivelamento geométrico
APLICAÇÕES 1. Simples
1. Em estradas ao longo do eixo 2. Composto
longitudinal; 3. Da primeira ordem (Alta precisão) ±1mm√∑D(km)
2. Em terraplanagem; 4. Segunda ordem (alta-média precisão)
3. Em barragens. ±5mm√∑D(km)
4. Na agricultura 5. Terceira ordem (média-baixa pracisão)
5. Áreas com recursos minerais ±10mm√∑D(km)
6. Quarta ordem(baixa precisão) ±20mm√∑D(km)
Nivelamento geométrico Simples
Neste método, indicado pela figura ao
lado (Domingues, 1979), instala-se o
nível uma única vez em ponto
estratégico, situado ou não sobre a linha
a nivelar e equidistante aos pontos de
nivelamento.

Nivelamento á frente
Nivelamento simples á frente
No nivelamento á frente , estaciona-se o nível
num ponto com cota conhecida e depois coloca-se
a mira falante num dos pontos. Por ex. ponta A,
fazem-se as leitura pelos fios superior , fio médio
e fio inferior.
Nivelamento geométrico composto/visadas iguais
É aquele em que o instrumento é instalado em mais de uma posição no terreno,
equivalendo a uma associação de 2 ou mais nivelamentos geométricos simples,
devidamente “amarrados” uns aos outros pelos chamados pontos de mudança (PM).
Cada estação (posição) do instrumento corresponde a um nivelamento geométrico
simples, valendo para cada um, as considerações vistas acima.
Este método, ilustrado pela figura ao lado (Garcia, 1984), exige que se instale o nível
mais de uma vez, por ser, o desnível do terreno entre os pontos a nivelar, superior ao
comprimento da régua.
Representação da visada na mira

Fios estadiométricos
FS- Fio superior
A objectiva
FM- Fio Médio
FI- Fio Inferior

Mira falante, conceito e leitura


MIRA – são réguas graduadas que são colocadas
verticalmente nos pontos a nivelar, nas quais se mede a
intersecção da linha horizontal traçado pelo nível. Sua
menor célula gráfica é o cm; são numeradas de dm em dm,
sendo que os metros são indicados por pontos ou números
romanos. Um nível de cantoneira ou um nível de bolha
junto à mesma facilita sua verticalidade. Podem ser
extensíveis ou dobráveis.
Verificação da coerência dos valores lidos
Devido à existência de vários modelos de Mira, é importante a sua interpretação prévia para fazer
a leitura correctamente.
 Para um nivelamento geométrico com boa precisão, a tolerância é dada pela fórmula:

 E deve-se comparar os valores, nos quais devem ser sempre iguais:


Cálculo das distâncias, diferenças de nível (DN) e Cotas
1. DISTÂNCIAS

2. DIFERENÇAS DE NÍVEL
 Após proceder a leitura dos fios estadimétricos (FS, FM e FI) nos pontos de ré e vante, o desnível pode ser
determinado pela relação:
3. COTAS
Nivelamento geométrico de polígono aberto da IV ordem
𝑬𝑹𝑹𝑶 𝑫𝑬 𝑭𝑬𝑪𝑯𝑶 ×𝑫𝑰𝑺𝑻Â𝑵𝑪𝑰𝑨 𝑫𝑨 𝑺𝑬𝑪ÇÃ𝑶
CORRIGIDO=
𝑫𝑰𝑺𝑻Â𝑵𝑪𝑰𝑨 𝑻𝑶𝑻𝑨𝑳
estação Distância Fios Distância Fio médio R-V R-V cota
estadimétricos
ré ré vante vante ré vant prático Corrigi (m)
e do
0=pp 42,000 2,495 1,170 30,000 2,285 1,020 + 1,265 + 0,972 28,000
2,075 0,870
1 33,3 2,375 1,090 22,000 2,207 0,992 + 1,215 + 0,990 28,972
2,042 0,870
2 35,000 2,000 1,500 32,000 1,825 1,340 + 0,485 +0,212 29,962
1,650 1,180
3 40,000 1,600 2,550 42,400 1,400 1,238 + 0,162 -0,174 30,174
1,200 2,126
∑ 150,300 126,400 3,127 2,000 30,000

∑ 276,7 1,127 0,28175


0=pp

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