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Breve histórico de formação urbana do bairro Indianópolis

O surgimento do bairro Indianópolis data-se a partir de 1940, quando Caruaru se liberta da estrada de ferro,
criada no final do século XIX, e inicia-se um novo processo de expansão da cidade graças ao desenvolvimento
da rede rodoviária, e assim desprende-se de uma dependência da capital Recife e liga-se aos centros do sul.
Por volta de 1946, com a construção da ponte onde a estrada central adentra na cidade as construções foram
atraídas para aquele sentido, começando a se formar o que seria o então bairro de Indianópolis, hoje
inovador e sendo o quarto bairro com maior população: 20. 015 hab. (IBGE, 2010).

Uso e ocupação do solo


O bairro Indianópolis tem uma extensão de 7,67 Km², as manchas que configuram seu tecido urbano são
heterogêneas de três formas:

- No norte do bairro, a área que está mais próxima ao centro da cidade, é onde se localiza a maioria das
construções, terrenos de alto valor ocupados por uma população de classe média, prevalecendo-se
construções do tipo residencial com lotes grandes.

- Nos limites do bairro, às margens do Rio Ipojuca, está a população de classe mais baixa, por serem áreas
mais distantes, são menos valorizadas.

-Na parte sul do bairro estão os lotes ainda mais distantes do centro e mais desvalorizados, é um local que
ainda possui muitos vazios, terrenos enormes com quase nenhuma contrução.
Estas áreas vazias, que ocupam os limites urbanos da cidade, ficaram sem desenvolvimento e a espera da
expansão citadina, contudo, entre os anos de 1998 e 2000, o bairro foi contemplado com uma construção
de grande porte, o North Shopping, atualmente nomeado de Caruaru Shopping. Assim como todo novo
empreendimento é sinônimo de atrair aglomerados, é também antônimo de planejamento, (jane jacobs)
e trazendo essa real perspectiva para o estudo em questão, percebe-se que depois deste equipamento as
localidades ociosas foram ganhando valor com novos investimentos.
A construção do Caruaru Shopping foi com certeza um dos pontos de atração que trouxe o olhar da
população para o bairro, porém, novos investimentos, como institucionais, comerciais e residenciais foram
tornando o setor um novo polo. Conforme o uso do centro de compras ia se popularizando e se
desenvolvendo, o bairro, consequentemente, foi aumentando, trazendo mais valorização à área e atraindo
o olhar, da população e principalmente de construtoras e do mercado imobiliário. (falar também da unifavip
e da maioria dos moradores serem estudantes)
VERTICALIZAÇÃO DESNECESSARIA DO BAIRRO
Ao instalar um empreendimento de grande porte como um centro de compras, outros investimentos
urbanos se atrelaram a este. A pavimentação de vias, instalação de sistema elétrico e esgoto, por exemplo,
são atrativos para a compra de imóveis na área, visando a valorização do espaço e aumentando a
especulação, que muitas vezes está atrelada a verticalização de edificações, pois a atuação do mercado
imobiliário e empreendimento usam o artifício de sobreposição de solos para gerarem mais faturamento,
desta forma, os ehdifícios ficam concentrados em pontos com mais infraestruturas, como por exemplo,
em avenidas, tornando estes espaços adensados e outros mais inativos. No mapa predominância de
edifícios (Figura 06) foram pontuadas todas as edificações consideradas com quatro ou mais pavimentos,
desta forma pode-se analisar os conceitos mencionados acima, sendo possível perceber que a maioria dos
edifícios encontrados no setor estão situados próximos às vias de maior fluxo e nas áreas mais bem
especuladas, como na Avenida Adjar Casé representada no mesmo mapa da Figura 06.
É possível observar pelo mapa de gabarito (Figura 07) que os locais de maior concentração de edifícios ficam
situados nas áreas com população de alta classe, sendo setores mais nobres do bairro. Em contraste com as
grandes concentrações de edifícios é notório que existe no espaço urbano em estudo, grandes espaços
desocupados observados no mapa de cheios e vazios
(Figura 08).
As áreas ocupadas aumentaram bastante durante os
anos. Nos mapas é possível identificar, com clareza, o
desenvolvimento de uma grande porção urbana
dentro do bairro no período de 2000 a 2017.
Entretanto, o bairro está se desenvolvendo de forma
vertical, mesmo existindo tantos lugares ociosos
(Figura 09), à disposição para uma expansão
horizontal, sendo este último mais saudável, não só
para o uso do bairro, como para o engrandecimento
da cidade. Grande parte do vazio é ocasionada pelo
distanciamento do centro atrativo do bairro. Quanto
mais longe, menos habitações existem no local, pois
menos valorizado é o setor. A consequência de ter
uma área muito desvalorizada, é que as mais centrais
à cidade são mais procuradas, gerando disputa por território e estimulando a verticalização desnecessária

Um dos argumentos utilizados pelo setor imobiliário para justificar a "necessidade" de edifícios cada vez
mais altos é que só assim é possível adensar uma cidade. O adensamento é desejável porque reduz as
distâncias e potencializa o desenvolvimento econômico e a vitalidade de uma área, entre outras coisas.

Refere-se com frequência a Manhattan como exemplo das virtudes da verticalização. Manhattan, farol do
mundo desenvolvido, é explorada como paradigma da necessidade de arranha-céus que orienta o discurso
das construtoras. Manhattan, com todos os seus arranha-céus, tem 272,27 hab/há. Na média, entretanto,
Paris tem cerca de 210 hab/ha, o que não é pouco, e a paisagem parisiense nada se assemelha com a da
famosa ilha novaiorquina.

Paris
Manhattan
DADOS SOBRE O MARCADO IMOBILIÁRIO DE CARUARU

Segundo Cardoso (1965, p. 75), a maior expansão da cidade de Caruaru ocorreu:


- inicialmente pela chegada da estrada de ferro, no final do século XIX;
- mais tarde pelo desenvolvimento da rede rodoviária.

Em Caruaru, o mercado da construção civil está crescendo. Segundo o Jornal Extra de Pernambuco, baseado
em pesquisa do IBGE, este setor movimenta o comércio local e favorece a geração de milhares de empregos
diretos. De janeiro de 2005 a junho de 2006, foram registradas 34 novas construtoras formais pelo Conselho
Regional de Engenharia e Arquitetura (CREA) em Caruaru. Enquanto o valor médio do metro quadrado no
Estado é de R$ 508,22, em Caruaru pode chegar até a R$ 1.500,00

Segundo o empresário Claustro Pacas, os investidores da construção civil, na cidade, têm como fatores
motivacionais:
- instalações de grandes empresas;
- duplicação da BR 232;
- reforma do aeroporto;
- o pólo universitário.

Os empresários da construção civil em Caruaru desenvolvem dois sistemas de empreendimento para a


construção de edificações:
- Incorporação: quando o retorno do investimento se dá com a venda após a conclusão do imóvel;
- Condomínio: funciona como um tipo de consórcio.

Nos últimos seis anos, o aumento das vendas de imóveis cresceu bastante. Mesmo assim, o empresário Kiko
Beltrão reclama pela falta de políticas públicas de incentivos, que deveriam beneficiar o setor.
Noutra vertente, temos as autoconstruções, em terrenos mais afastados do Centro, de aquisição mais
facilitada, por causa do preço e do prazo para pagamento.

JANE JACOBS VERTICALIZAÇÃO E ADENSAMENTO

 densidade baixa demais (poucas pessoas morando em um local) prejudica a vitalidade urbana (o
movimento de pessoas nas ruas) tornando-as mais desertas e perigosas. Mesmo em áreas
urbanas, como notou Jane Jacobs, a densidade nas áreas vizinhas é uma das condições mais
importantes para que parques sejam intensamente frequentados se tornem um sucesso. Por isso
mesmo que, por exemplo, não seria uma boa idéia transformar toda a área do Cais José Estelita em
grande parque, sem que houvesse algum adensamento nas áreas vizinhas para trazer movimento
para ele.
CARDOSO, Maria Francisca T. C. Caruaru: a cidade e sua área de influência. In: Revista Brasileira de Geografia
– outubro-dezembro de 1965.
https://even3.blob.core.windows.net/anais/151761.pdf

http://pergamum.adtalembrasil.com.br:8080/pergamumweb/vinculos/0000c3/0000c3eb.pdf

https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/periodicos/115/rbg_1965_v27_n4.pdf

http://redbcm.com.br/arquivos/Bibliografia/condominios%20caruaru.pdf

• Plano urbano: o sistema viário e o padrão de parcelamento do solo associado • Tecido urbano: quadras e lotes com
os tipos edilícios semelhantes • Uso e ocupação do solo: o lote, o edifício e o uso associado PLANO URBANO • Lógica
de ocupação do território, organização do espaço em relação à topografia e às características naturais do sítio. •
Ideologia de ocupação do território refletida no sistema viário. Os agrupamentos de edificações, com características
semelhantes, formam manchas que configuram os tecidos urbanos. Podem ser homogêneos ou heterogêneos.

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