UNIVERSIDADE FEDERALRURAL DO SEMI-ÁRIDO – UFERSA

CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS AGRONÔMICAS E FLORESTAIS
DISCIPLINA: TOPOGRAFIA
PROF.: MIGUEL FERREIRA NETO

CURVAS DE NÍVEL
E TERRAPLENAGEM
 CURVAS DE NÍVEL

Conceito: CURVAS DE NÍVEL ou ISOLINHAS são

linhas curvas fechadas formadas a partir da
interseção de vários planos horizontais com a
superfície do terreno.
 CURVAS DE NÍVEL

Conceito: Os planos horizontais de interseção são

sempre paralelos e eqüidistantes e a distância
entre um plano e outro denomina-se
Eqüidistância Vertical.
 CURVAS DE NÍVEL

OBTENÇÃO DAS CURVAS DE NÍVEL

Método da Interpolação

Segundo BORGES (1992) a interpolação das

curvas de nível pode ser gráfica ou numérica.
 CURVAS DE NÍVEL

a)Interpolação Gráfica

Consiste em determinar, entre dois pontos de

cotas fracionárias, o ponto de cota cheia ou
inteira.
C

E
A B

D
 CURVAS DE NÍVEL

a)Interpolação Gráfica

Exemplo: Determinação do ponto de passagem da

curva 99m entre os pontos A e B.

C
99
+0,3 Cota:98,6
A B
Cota:99,3
-0,4

D
 CURVAS DE NÍVEL

b) Interpolação Numérica
• O método consiste em determinar os pontos de cota inteira e
múltiplos da eqüidistância vertical por semelhança de triângulos:

• Pela figura abaixo (BORGES, 1992),

pode-se deduzir que: Na prática queremos encontrar a distância
até o ponto da curva (x) desejada, utilizando
C
a seguinte equação:
E C
A B
E=X
A B
D

AEAB assim como AC(AC + BD) AE = Distância AX (DAX) D

AC = Cota A – Cota X
portanto:
AB = Distância AB (DAB)
AC . AB (AC+BD) = (Cota A – Costa B)
AE 
( AC  BD) CotaA  CotaX
DAX  .DAB
(CotaA  CotaB)
 CURVAS DE NÍVEL
Entre as estacas 21 e 31
Exemplo de interpolação da curva de nível 99m Cota21  CotaX
D12 X  .D 2131
(Cota21  Cota31)

99,63  99,00
D 21X  .20
(99,63  98,27)
D12 X  9,26m
Entre as estacas 22 e 32
Cota22  CotaX
D 22 X  .D 2232
(Cota22  Cota231)

99,55  99,00
D 22 X  .20
(99,55  98,43)
D22 X  9,82m
Entre as estacas 23 e 33
Cota23  CotaX
D 23 X  .D 2333
(Cota23  Cota33)

99,49  99,00
D 23 X  .20
(99,49  97,71)
D23X  5,50m
 CURVAS DE NÍVEL
Entre as estacas 23 e 24
Exemplo de interpolação da curva de nível 99m Cota23  CotaX
D 23 X  .D 2324
(Cota23  Cota24)

99,49  99,00
D 23 X  .20
(99,49  98,35)
D23X  8,60m

Entre as estacas 13 e 14
Cota13  CotaX
D13 X  .D1314
(Cota13  Cota14)

99,14  99,00
D13 X  .20
(99,14  98,81)
D13X  8,48m
 CURVA DE NÍVEL E PERFIL TOPOGRÁFICO
Exercício*: Um terreno de 40x60m foi quadriculado de 20
em 20m obtendo-se as seguintes cotas:
1) Identifique as curvas de nível do terreno. 1 2 3 4
1 10,2 11,1 12,0 12,8
2) Defina a escala e desenhe as curvas de
nível com equidistância de 1m, em papel 2 11,0 11,8 12,7 13,6
milimetrado tamanho A4. 3 11,7 12,6 13,7 14,5
3) Desenhe os perfis longitudinais em escala
1:100 e 1:1000

3) Identifique as declividades de cada coluna

 CURVA DE NÍVEL E PERFIL TOPOGRÁFICO
Exercício*: Um terreno de 40x60m foi quadriculado de 20
em 20m obtendo-se as seguintes cotas:
1) Identifique as curvas de nível do terreno. 1 2 3 4
1 10,2 11,1 12,0 12,8
2) Defina a escala e desenhe as curvas de
nível com equidistância de 1m, em papel 2 11,0 11,8 12,7 13,6
milimetrado tamanho A4. 3 11,7 12,6 13,7 14,5
3) Desenhe os perfis longitudinais em escala
1:100 e 1:1000 12,8 13,6 14,5

3) Identifique as declividades de cada coluna

1) RESPOSTA: 12,0 12,7 13,7

MAIOR COTA = 14,5

MENOR COTA = 10,2
QUANTAS CURVAS ? 11,1 11,8 12,6
QUAIS CURVAS ?

10,2 11,0 11,7

 CURVAS DE NÍVEL

Classificação das Curvas de Nível

• Mestras: todas as curvas múltiplas de 5 ou 10

m;

• Intermediárias: todas as curvas múltiplas da

eqüidistância vertical, excluindo-se as mestras;

• Meia-equidistância: utilizadas na representação

de terreno muito plano.
 CURVAS DE NÍVEL

• NORMAS PARA O DESENHO DAS CURVAS DE NÍVEL

• Todas as curvas são representadas em tons de marrom

(plantas coloridas) e preto (plantas monocromáticas);

• As curvas mestras são representadas por traços mais

espessos e são todas cotadas;

• Duas curvas de nível jamais devem se cruzar;

50

49
 CURVAS DE NÍVEL
• Duas ou mais curvas de nível jamais poderão convergir
para formar uma curva única, com exceção das paredes
verticais da rocha;
50

49

• Uma curva de nível inicia e termina no mesmo ponto, não

podendo surgir do nada e desaparecer repentinamente.
60

61

62
 CURVAS DE NÍVEL

• CURVAS DE NÍVEL E OS PRINCIPAIS ACIDENTES

GEOGRÁFICOS NATURAIS:

• Depressão e Elevação: como na figura a seguir, são

superfícies nas quais as curvas de nível de maior valor
envolvem as de menor no caso das depressões e vice-
versa para as elevações.
 CURVAS DE NÍVEL

• Espigão: é a superfície de altitude mais alta da linha de

cumiada (linha divisória de água)
15

20

Corredor: faixa do terreno entre duas elevações

40
de grande
extensão 30
0

20
10

10
20
30
40
 CURVAS DE NÍVEL

• Vale: superfície formada pela reunião de duas

vertentes opostas, podendo o fundo ser de forma
côncavo, de ravina ou chato. As curvas de maior valor
envolvem as de menor valor.
Ravina
Côncavo Chato

50

15 25 20

45 10
 CURVAS DE NÍVEL

• Dorso: superfície convexa formada pela reunião de duas

vertentes opostas (pelos cumes), podendo ter forma
alongada, plana ou arredondada.
Alongada Arredondada

Plana

35 55

40 60

45
65
50 75 70 65 60 55
55 75
80
Considere a figura a seguir que representa
esquematicamente uma região da
superfície terrestre por meio de curvas de
nível e observe onde estão situadas as
localidades x e y:

Sobre a figura acima, é correto afirmar:

(01) A área que está representada é uma
planície em que o desnível topográfico não
ultrapassa 100 metros.
(02) Os pontos mais baixos da área
representada na figura estão na porção
norte.
(03) As altitudes máximas da área estão
representadas pela curva de nível de 1000
metros.
(04) Entre as localidades x e y, existem
duas elevações separadas por uma área
mais baixa com altitude inferior a 600
metros.
(05) As curvas de nível, além de
representar os desníveis, permitem
também inferir as formas de relevo do
terreno.
 CURVA DE NÍVEL E PERFIL TOPOGRÁFICO
Exercício*: Um terreno de 40x60m foi quadriculado de 20
em 20m obtendo-se as seguintes cotas:

1) Identifique as curvas de nível do terreno.

2) Defina a escala e desenhe as curvas de

nível com equidistância de 1m, em papel
milimetrado tamanho A4.
3) Desenhe os perfis longitudinais em escala
1:100 e 1:1000

3) Identifique as declividades de cada coluna

1 2 3 4 5 6
1 49,563 49,414 49,352 49,267 48,566 47,804
2 49,417 49,191 48,983 48,554 48,033 47,729
3 49,284 48,897 48,669 48,444 48,106 47,819
4 49,367 48,992 48,885 48,816 48,475 48,024
DEFINIÇÃO DA ESCALA DO DESENHO TOPOGRÁFICO
 ESCALA?

PAPEL TERRENO
20 cm x 30 cm 40 m x 60 m
 ESCALA?

PAPEL TERRENO
20 cm x 30 cm 40 m x 60 m

0,3 = 1_
60 200
ESCALA ESCOLHIDA
1:250
 ESCALA?

PAPEL TERRENO
20 cm x 30 cm 40 m x 60 m

0,3 = 1_
60 200
ESCALA ESCOLHIDA
1:250
 TERRAPLENAGEM

A Terraplenagem consiste em modificar a superfície

natural de um terreno, deixando-o com um aspecto
anteriormente planejado

De forma genérica, a TERRAPLENAGEM ou movimento

de terras pode ser entendida como o conjunto de
operações necessárias para remover a terra dos locais
em que se encontra em excesso para aqueles em que
há falta, tendo em vista um determinado projeto a ser
implantado.
 TERRAPLENAGEM
Terraplenagem em Quadriculação do Terreno

Existem inúmeras situações práticas em que se utilizam

dados de uma quadriculação do terreno para realizar uma
terraplenagem.

• Construção em terreno baixo, sujeito a alagamento,

torna-se necessário aterrá-lo para evitar problemas
futuros de inundação.

• Já a abertura de viveiros para a criação de camarões,

implica que serão necessários cortes no terreno natural,
para ser formada a bacia.

Em todos os casos é necessário conhecer a movimentação

de terra (volumes de cortes e de aterros), pois dela
dependerá os custos da operação.
 TERRAPLENAGEM
Cálculo da área de corte e aterro (1° Passo)

O cálculo do volume de corte e/ou aterro são calculados a

partir das respectivas áreas, representadas nos perfis das
linhas ou colunas da quadriculação, quando sobre eles é
lançado o GREIDE.

GREIDE: Projeção da cota planejada para terreno em

função do projeto

Estas áreas são áreas trapezoidais ou triangulares,

calculadas pelas fórmulas tradicionais:

S(trapézio) = (B + b).h/2

S(triângulo) = b.h/2
 TERRAPLENAGEM
Cálculo do volume de corte e aterro (2° Passo)

O volume de corte e/ou aterro é calculado entre duas

seções consecutivas (perfis), de forma aproximada,
multiplicando-se a média aritmética das duas áreas pela
distancia entre elas.
Área de
aterro/cort
e2 AA1  AA2
Área de
VA  .d
aterro/corte 2
1
AC1  AC 2
VC  .d
2
 TERRAPLENAGEM
Exemplo 1:Para Calcular o volume de aterro quando o
projeto exigir uma plataforma horizontal na cota 100.
distância entre estacas=20m

21 22 23 24
 TERRAPLENAGEM
Exemplo 1:Para Calcular o volume de corte quando o
projeto exigir uma plataforma horizontal na cota 97.
distância entre estacas=20m

21 22 23 24
 TERRAPLENAGEM
Exemplo 1:Para Calcular o volume de corte quando o
projeto exigir uma plataforma horizontal na cota 98.
distância entre estacas=20m

11 12 13 14 15 21 22 23 24 25
 TERRAPLENAGEM
Cálculo da área de corte e aterro

11 12 13 14 15
 TERRAPLENAGEM
Cálculo da área de corte e aterro

21 22 23 24 25
 TERRAPLENAGEM
Exercício*: Um terreno de 40x60m foi quadriculado de 20
em 20m obtendo-se as seguintes cotas:
1) Calcular a área e o volume total de 1 2 3 4
aterro/corte na cota 10m 1 10,2 11,1 12,0 12,8
2) Calcular a cota final do plano horizontal que 2 11,0 11,8 12,7 13,6
resulte em volumes de corte e aterro
3 11,7 12,6 13,7 14,5
iguais.
3) Traçar, na planta, a curva de passagem
entre corte e aterro
4) Calcular o volume total de corte, tendo
como base o item 3.
5) Qual a cota final do plano horizontal que
fará sobrar 480 m3 de terra?

*p.96, Exercício de Topografia (BORGES, 1975).

 TERRAPLENAGEM
2) Calcular a cota final do plano horizontal que 1 2 3 4
resulte em volumes de corte e aterro 1 10,2 11,1 12,0 12,8
iguais.
2 11,0 11,8 12,7 13,6
3 11,7 12,6 13,7 14,5

12,8 13,6 14,5

12,0 12,7 13,7

11,1 11,8 12,6

10,2 11 11,7

*p.96, Exercício de Topografia (BORGES, 1975).

12,8 13,6 14,5 Greide =
Coluna 1 corte aterro
11
12,0 12,7 13,7
12
13
11,1 11,8 12,6 14

10,2 11 11,7
12,8 13,6 14,5 Greide =
Coluna 2 corte aterro
21
12,0 12,7 13,7
22
23
11,1 11,8 12,6 24

10,2 11 11,7
12,8 13,6 14,5 Greide =
Coluna 1 corte aterro
31
12,0 12,7 13,7
32
33
11,1 11,8 12,6 34

10,2 11 11,7
 ESCALA?

PAPEL TERRENO
20 cm x 30 cm 40 m x 60 m

0,3 = 1_
60 200
ESCALA ESCOLHIDA
1:250