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AS RAÍZES DO CÁLCULO
As aplicações atuais do Cálculo têm raízes que remontam ao trabalho do matemático grego
Arquimedes, mas a descoberta dos princípios fundamentais do Cálculo foi feita independentemente por
Isaac Newton (inglês) e Gottfried Leibniz (alemão) ao final do século XVII. O trabalho de Newton e de
Leibniz foi motivado por quatro grandes classes de problemas científicos e matemáticos daquela época:
a) Encontrar a reta tangente a uma curva arbitrária num dado ponto.
b) Encontrar a área de uma região, o comprimento de uma curva e o volume de um sólido
arbitrários.
c) Encontrar os valores máximo e mínimo de uma quantidade – por exemplo, as distâncias máxima
e mínima de um planeta ao Sol ou o alcance máximo possível de um projétil variando o ângulo de
disparo.
d) Dada uma fórmula para a distância percorrida por um objeto num certo tempo especificado,
encontrar a velocidade e a aceleração desse objeto num dado instante.
Reciprocamente, dada uma fórmula que especifique a aceleração e a velocidade num dado
instante, encontrar a distância percorrida pelo objeto num determinado período de tempo.
Newton e Leibniz encontraram uma relação fundamental entre os problemas de determinar uma
reta tangente a uma curva e o de determinar a área de uma região. A descoberta dessa relação é
considerada a “descoberta do Cálculo”. Embora Newton tivesse visto a relação entre esses dois
problemas dez anos antes de Leibniz, este publicou seu trabalho vinte anos antes daquele, numa
circunstância que levou a um conflituoso debate sobre quem teria sido o autêntico descobridor do
Cálculo. Esse debate envolveu a Europa durante meio século, com os cientistas do continente europeu
apoiando Leibniz e os da Inglaterra, Newton. O conflito foi extremamente infeliz, porque a notação
inferior de Newton barrou muito o desenvolvimento científico na Inglaterra, e o continente, por sua vez,
perdeu por quase cinquenta anos o benefício das descobertas de Newton em Astronomia e na Física.
Apesar disso tudo, Newton e Leibniz foram admiradores sinceros do trabalho um do outro (ANTON,
2014).
Exercícios Aplicados:
1) Um fabricante vende 800 celulares por semana a 380 dólares cada um. Uma pesquisa de mercado
indica que para cada abatimento de 10 dólares no preço de um aparelho, o número de celulares vendidos
aumenta em 100 aparelhos por semana. Qual deve ser o desconto total oferecido a fim de maximizar a
receita do fabricante?
2) Pela ruptura de um navio-tanque, uma mancha de óleo espalha-se em forma de um círculo cuja área
cresce a uma taxa constante de 6 km2/h. Com que rapidez estará crescendo o raio da mancha quando a
área for de 9 km2?
3) Uma caixa aberta no topo deve ser feita com uma folha de papelão medindo 16 por 30 cm, cortando-
se fora quadrados iguais dos quatro cantos e dobrando-se os lados. Qual é o tamanho dos quadrados para
se obter uma caixa com o maior volume? Qual é o volume máximo desta caixa?
5) Seja R a região à direita da reta x = 1 que é limitada pelo eixo x e pela curva y = 1/x. Quando essa
região gira em torno do eixo x, ela gera um sólido cuja superfície é conhecida como corneta de Gabriel
(por razões que devem ficar claras na figura abaixo). Mostre que o sólido tem um volume finito e calcule
esse volume.
Respostas:
1) Supondo que x seja o número de abatimentos (de 10 dólares) no preço do produto, vemos que isto
causará um aumento nas vendas de 100x aparelhos. Assim, temos que a receita será dada por
R(x) = (Preço por unidade) (Quantidade vendida) = (380 − 10 x)(800 + 100 x) = 304000 + 30000 x −1000 x2
Uma vez que R( x) = 30000 − 2000 x , vemos que R( x) = 0 quando x = 15. Este é o número de
abatimentos (de 10 dólares cada um) no preço a fim de maximizar a receita. Assim, o desconto total será
de 15 10 = 150 dólares.
2) Identificando as variáveis:
t = tempo em horas contado a partir do instante da ruptura;
r = raio do mancha em quilômetros, depois de t horas;
A = área da mancha em quilômetros quadrados, depois de t horas.
Identificando as taxas:
Taxa de crescimento da área da mancha (em A = 9 km2): dA = 6 km 2 /h
dt
Taxa de crescimento do raio da mancha (em A = 9 km2): dr . Essa é a incógnita!
dt
Equação que relaciona as variáveis:
Como é uma mancha de óleo circular, temos que
A = r2 .
Derivando a equação:
dA dA dr dr
= = 2 r .
dt dr dt dt
Substituindo os valores:
Quando A = 9 temos que
3 .
A = r2 9 = r2 r=
Como a área do derramamento está crescendo à taxa de
dA dr ,
= 2 r
dt dt
o raio da mancha cresce a uma taxa de
dr dA 1 dr 6 1
= = = = 0,564 km/h
dt dt 2 r dt 2 3
3) A figura abaixo mostra uma folha de papelão com quadrados removidos dos cantos, onde x é o
comprimento dos lados dos quadrados a serem cortados fora.
A variável x está sujeita a certas restrições. Como x representa um comprimento, não pode ser negativo
e, como a largura do papelão é de 16 cm, não podemos cortar quadrados com lados maiores do que 8
cm de comprimento. Assim, a variável x deve satisfazer 0 ≤ x ≤ 8 e, dessa forma, reduzimos nosso
problema ao de encontrar o valor (ou valores) de x no intervalo [0, 8] com o(s) qual(is) V(x) é máximo.
Calculando a derivada
V ( x) = 480 −184 x + 12 x2 .
Fazendo V ( x) = 0 , obtemos x = 10/3 e x = 12. Como x = 12 está fora do intervalo [0, 8], o valor
máximo de V(x) ocorre no ponto crítico x = 10/3 ou em um dos extremos x = 0 e x = 8. Substituindo em
V(x) esses valores, obtemos
Assim, o maior volume possível é de 725,92 cm3 e ocorre quando cortamos quadrados com x = 10/3 cm
de lado.
2
4) A = (4 x − x 2 − x 2 )dx = (4 x − 2 x 2 )dx = 2 x 2 − 2 x 3 = 2(2) 2 − 2 (2)3 − 2(0) 2 − 2 (0)3 = 8 .
2 2
3 0 3 3 3
0 0
+ + b
1 1 1
b
dx dx
5) V = (1/ x) dx = = lim 2 = lim − x = blim − + =
2
b 1
2 →+ b →+ →+
1 1
x b
1
x 1