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UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS - UNISINOS

UNIDADE ACADÊMICA DE GRADUAÇÃO


CURSO DE GEOLOGIA

GABRIEL ALLEBRANDT
GIORDANO ROSSI
SABRINA RAMOS
SOYANE XAVIER

Trabalho de campo
Gnaisse Vila Nova

São Leopoldo
2019
GABRIEL ALLEBRANDT
GIORDANO ROSSI
SABRINA RAMOS
SOYANE XAVIER

Trabalho de Campo:
Gnaisse Vila Nova

Trabalho apresentado para a disciplina


Petrologia Metamórfica, pelo Curso de
Geologia da Universidade do Vale do Rio
dos Sinos – UNISINOS, ministrada pela
professa Andréa Sander.

São Leopoldo
2019
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 3
2 LOCALIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO ................................................................ 4
2.1 Contexto Geológico ............................................................................................ 5
2.1.1 Vila nova do Sul.................................................................................................. 6
4. PETROGRAFIA ...................................................................................................... 8
4.1 Descrição Macroscópica .................................................................................... 8
4.2 Descrição Microscópica ................................................................................... 10
4 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 12
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 13
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1 INTRODUÇÃO

O presente trabalho consiste em realizar uma análise macro e microscópica do


afloramento visitado na saída de campo da disciplina de Petrologia Metamórfica nos
dias 17, 18 e 19 de junho/2019. Afim de obter um melhor entendimento sobre o
contexto geológico, foi realizada uma pesquisa bibliografia da região do afloramento.
Com os dados de campo e a bibliografia, tivemos como objetivo classificar a fácies e
grau metamórfico da rocha em questão. O afloramento foco do trabalho, trata-se do
Gnaisse Vila Nova, localizado nas proximidades do município Vila nova do Sul.
A colisão continental entre os Crátons Rio de La Plata e Kalahari ocorrida no
final do Ciclo Brasiliano deformou e fragmentou as unidades cratônicas, as quais
ficaram preservadas no Escudo Sul-Rio-Grandense como complexos ortognáissicos
de idade paleoproterozóica relacionados a associações metassedimentares de idade
indefinida (Chemale Jr., 2000; Hartmann et al., 2007; Philipp et al., 2009a).
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2 LOCALIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO

A área de estudo (Figura 1) localiza-se há cerca de 6 km da área urbana do


município de Vila nova do Sul, o acesso a área se dá através da BR 290. A área é
demarcada pelas coordenadas UTM 22J 2281129 m E e 6639294.00 m S. O
afloramento (Figura 2) encontra-se em forma de lajeado em riacho, localizado dentro
de uma propriedade particular.

Figura 1 – Mapa de localização da área de estudo

Fonte: Elaborada pelos autores (2019).


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Figura 2 – Afloramento da área de estudo visitado em campo

Fonte: Retirada pelos autores (2019).

2.1 Contexto Geológico

Na região da área de estudos, de forma a se tratar do contexto geológico,


ocorre a presença do Complexo Cambaí que é constituído pelas Seqüências Vila
Nova (Figura 3), Passinho e Cerro Mantiqueiras. As melhores exposições e os locais
mais bem estudados do Complexo Cambaí são as regiões de Vila Nova do Sul e de
Lavras do Sul.
No que diz respeito ao Cinturão Vila Nova do Sul, é constituído de gnaisses
tonalíticos a monzograniticos com intercalações de anfibolitos, ultramáfitos e
mármores da fácies anfibolito, do Grupo Cambaí. São rochas metavulcano-
sedimentares, justapostas a rochas máficos-ultramáficas, metamorfisadas na fácies
xisto verde a anfibolito, e corpos básicos-ultrabásicos estratimorfes, reunidos no
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Supergrupo Vacacaí. Essa associação petrotectonica seria resultante de adição


juvenil no Neoproterozoico e teria sido deformada pelo evento São Gabriel (750-
700Ma).

Figura 3 – Mapa de geologia da área de estudo

Fonte: extraído de SAALMANN et al., 2006

2.1.1 Vila nova do Sul

O afloramento foco do trabalho trata-se do Gnaisse Vila Nova do Sul (Figura


4). O cinturão Vila Nova é um dos blocos Pré-Cambrianos que compõem o Escudo
Sul Rio Grandense (ESRG) (Cemale Jr., 2000). Segundo Borba (2006) é o único
terreno do ESRG de assinatura juvenil. É delimitado ao norte pelo Lineamento Ibaré
e a oeste pela Sutura Caçapava do Sul. É dividido em Terreno Metamórfico de
Acreção Palma e em Associação vulcano-plutono-Sedimentar Seival (610 a 470 Ma)
(Chemale Jr., 2000).
Nesta região, o Complexo Cambaí é constituído por uma associação
granitognáissica com evolução polifásica envolvendo injeção sintectônica seqüencial
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de magmas dioríticos, tonalíticos-trondhjemíticos-granodioríticos (TTG) e


monzograníticos em uma seqüência supracrustal siliciclástica-carbonatada e
máficoultramáfica relacionada ao Gupo Vacacaí. A associação metaplutônica
polifásica é denominada de Seqüência Vila Nova. O conjunto encontra-se
metamorfizado em condições de fácies anfibolito (Silva Filho, 1984), sendo
mencionada na literatura a ocorrência de sillimanita na região do Arroio Cambaí
(Ribeiro et aI., 1966). Estudos petrológicos e geoquímicos revelam afinidade
geoquímica cálcio-alcalina para estes granitóides (Silva Filho & Soliani Jr., 1987;
Remus, 1990).
Estudos geocronológicos Rb/Sr e estruturais destas rochas na área da Vila
Nova demonstraram sua origem e evolução durante o Ciclo Brasiliano (Silva Filho &
Soliani Jr., 1987). Dados isotópicos recentes UlPb em zircão pelo método
convencional indicam idade de cristalização de 704±13 Ma para os dioritos e E = +2,8
com idade modelo TDM del,03 Ga, indicando derivação juvenil para estes gnaisses
(Babinski et al., 1996).

Figura 4 – Mapa de localização do Cinturão Vila Nova

Fonte: Extraído de Chemale Jr., (2000).


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4. PETROGRAFIA

Neste item serão detalhadas as análises macroscópicas feita na saída de campo


e microscópicas feita pós campo. Será detalhada a mineralogia, textura dos grãos e ao
final será realizada uma classificação, na qual será identificada uma possível sequência
pré-metamórfica, juntamente com o grau metamórfico atingido.

4.1 Descrição Macroscópica

Em fratura natural a rocha apresenta-se com uma coloração cinza médio (Figura
5), e em fratura fresca em tons cinzas escuros rosados. É possível observar que a rocha
se encontra com bandamento gneiss de forma descontínua e contínua, dessimétricas
a centimétricas alternando sua composição mineralógica de quartzo, feldspato e
plagioclásio para uma rocha menos acida, com anfibólios, piroxênios e micas. A rocha
do afloramento é vista na figura 5 e na figura 6 encontra-se o afloramento visitado.
A amostra de mão e o afloramento de campo (Figura 6), apresentam
bandamentos gnáissicos contínuos, ora centimétricos, ora milimétricos. A amostra
apresenta coloração na fratura de alteração acinzentada e na fratura fresca a coloração
varia de rosada à escura. Numa análise geral, a amostra é inequigranular e fanerítica,
sendo assim, sua granulometria varia de média a fina. Em algumas rochas no arroio
visitado em campo, são visíveis critas, as quais são de composição quartzosa, e assim
mais resistentes a água, já nas partes menos elevadas a composição é mais máfica.
Esse afloramento foi formado através de uma zona de subducção que gerou
magmatismo, sendo este a base de um Arco de Ilha (Arco do Kalahari). Em campo e
através de todas as análises, descrições e ainda discussões, definiu-se a Fácies
Anfibolito para o afloramento.
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Figura 5 – Fotografia da amostra de campo

Fonte: Retirada pelos autores (2019).

Figura 6 – Fotografia do afloramento visitado em campo

Fonte: Retirada pelos autores (2019).


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4.2 Descrição Microscópica

A lâmina descrita do Gnaisse Vila Nova (Figura 7), apresenta mineralogia


composta por quartzo em bastante proporção, filossilicatos de muscovita e biotita,
anfibólios, plagioclásio e em menor proporção ainda ocorrem cordieritas.
Os minerais de quartzo descritos compões mais de 50% da lâmina descrita, são
incolores em LN e possuem coloração acinzentada média em LP. Os grãos apresentam
extinção ondulante, fraturas e ainda na maioria ocorrem inclusões de filossilicatos, seu
tamanho varia de 0,2 mm a 2,5 mm. A textura para os grãos de quartzo é granoblástica.
Os filossilicatos compõem aproximadamente 40% da lâmina, e foram
classificados como moscovitas e biotitas, as muscovitas são incolores em LN e as
biotitas acastanhadas, em LP ambas possuem birrefringência alta, sendo de 2ª a 3ª
ordem. Os tamanhos dos grãos variam de 0,2 a 2 mm aproximadamente, algumas
biotitas em específico ainda ocorrem em tamanho que variam de médio a grande, sendo
o maior encontrado em um tamanho de 4,5 mm, os filossilicatos ocorrem em textura
lepidoblástica.
Os minerais de plagioclásio encontrados na lâmina possuem tamanho variado
de 0,2 mm a 0,6 mm, sua coloração é em LN é turva e em LP apresenta coloração
acinzetada baixa a média, a maioria dos grãos vistos possuem a macla da albita e
diversas inclusões de filossilicatos.
Na lâmina, ocorrem em menor proporção, mas não menos importantes, os
minerais de cordierita juntamente com pinitização e anfibólios.
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Figura 7 – Fotografia dos minerais de Quartzo, Muscovitas e Biotitas

Fonte: Retirada pelos autores (2019).

Figura 8 – Fotografia geral das lâminas descritas

Fonte: Elaborada pelos autores (2019).


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4 CONCLUSÃO

Com as informações obtidas em campo, pesquisas bibliográficas e petrologia da


rocha e da lâmina, foram definidas algumas conclusões sobre o afloramento estudado.
Na microscopoia foram vistos minerais de quartzo em bastante proporção,
filossilicatos de muscovita e biotita, alfibólios, plagioclásio e em menor proporção ainda
ocorrem cordieritas.
A estrutura vista em campo caracteriza a rocha como uma rocha bandada, pode-
se dizer que se trata de um bandamento gnáissico com intercalações
composicionais/mineralógicas.
Apresenta um Alto Grau Metamórfico e o conjunto encontra-se metamorfizado
em condições de fácies anfibolito (Silva Filho, 1984). O ambiente tectonico era
fortemente ativo e ocorreu em uma zona profunda, provavelmente por fusão parcial de
subducção.
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REFERÊNCIAS

Holz, M. & De Ros, L. F. (editores) 2000. Geologia do Rio Grande do Sul. Edição
CIGOfUFRGS. 444 páginas.
CHEMALE JR, F. Evolução geológica do Escudo Sul-rio-grandense. 2000.
Geologia do Rio Grande do Sul, p. 13-52.
Bom, Francisco Molina Origem e Evolução do Complexo Várzea do
Capivarita,Encruzilhada do Sul, RS. / Francisco Molina Bom. - Porto Alegre : I
GEO/UFRGS, 2011.
SAALMANN, K., REMUS, M. V. D., HARTMANN, L. A. Tectonic evolution of the
Neoproterozoic São Gabriel block, southern Brazil: Constraints on Brasiliano orogenic
evolution of the Rio de la Plata cratonic margin. 2006. Journal of South American Earth
Sciences, 21(3), 204-227.

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