Você está na página 1de 9

UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DA BAHIA

INSTITUTO DE CIÊNCIAS AMBIENTAIS E DESENVOLVIMENTO


SUSTENTÁVEL
CAMPUS REITOR EDGAR SANTOS - BARREIRAS

ANDRIEL LIMA SANTOS


ITALO AYLLA
JOSÉ EDSON
JULIANO RAMOS
MARCELO GALDINO

PROJETO DE PESQUISA – CAIS DE PEDRA

BARREIRAS – BA
2014
INTRODUÇÃO:

O estudo litoestatigráfico é de grande importância, pois há um


conhecimento mais complexo sobre camadas rochosas, estratos e
características dos solos sedimentares. No local é importante salientar que
possuem interesses na área geoturística, pela sua paisagem, por ser lugar
calmo, e além de tudo há uma procura pelos banhistas pelo fato do calor da
região. Formado em um ambiente de clima semiárido, com chuvas sazonais,
provocando em épocas certas do ano enxurradas, facilitando o transporte de
grande quantidade de clastos e sedimentos terrígenos, proporcionando a
formação desse conglomerado. No ambiente a uma erosão continua do Rio
Grande sobre conglomerado, formando logo depois um banco de areia,
proveniente do afloramento, região localizada às margens do Rio grande em
Barreiras, na região oeste da Bahia, o Cais de Pedra situa-se a 3,2 km,
partindo da Universidade Federal do Oeste da Bahia, (próximo a ABA, porteira
do lado esquerdo).

Figura 1: Mapa da localização da área de estudo. Fonte: Google maps.

1. JUSTIFICATIVA:
Deve ser considerado de alta importância a realização desse projeto,
tanto para os discentes que pesquisaram acerca do tema, quanto aos outros
que irão acompanhar todo o processo. Vale ressaltar que é para a UFOB é
uma oportunidade de a mesma ampliar seu nome no ambiente acadêmico,
uma vez que esse projeto possa ser levado mais a frente. Caso seja
comprovada a Hipótese de que a área estudada seja a base do Grupo Urucuia,
os discentes que elaboram o projeto de pesquisa, junto com a universidade,
poderiam arrecadar fundos para posteriormente levantar a proposta de tornar o
local como um ponto geoturístico com apoio da prefeitura local.

2. OBJETIVOS:

2.1 OBJETIVO GERAL:


Aprofundar o conhecimento geológico na região do Cais de Pedra
(Barreiras Sul), fazendo com que seja realizado coleta de materiais para poder
levantar os diferentes tipos de litologias do local, conhecer toda a extensão do
conglomerado, para posteriormente será analisado o potencial geoturistico da
região.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICIOS:


 Identificar os tipos de rochas sedimentares e os processos ligados a sua
formação.
 Determinar propriedades físicas e mineralógicas dos sedimentos.
 Verificar a presença e caracterizar as estruturas sedimentares.
 Analisar a viabilidade do local para se tornar um ponto geoturistico da
região.

3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA:
O trabalho foi realizado em cima de pesquisas bibliográficas a respeito
do Cráton do São Francisco, Grupo Bambui, Grupo Urucuia, e principalmente
sobre os tipos de conglomerados, que é o tema principal deste projeto.
Segundo (Teixeira et al. 2000) o embasamento do Cráton São Francisco
é constituido por um complexo arranjo de terrenos metamórficos de alto grau
(gnaisses, granitóides e granulitos) de idade arquena, associações do tipo
granito-greenstone e cinturões de rochas supracrustais paleoproterozóicas,
assim como rochas plutônicas com grande variedade composicional, expostos
no extremo sul do cráton (Cinturão Mineiro) e na porção nordesde, no estado
da Bahia.
Para Martins Neto & Alkmim 2001, o supergrupo São Francisco recobre
todo o segmento centro-sul do cráton homônimo, marcada o que alguns
autores denominam "Bacia Sedimentar do São Francisco", ocorrendo também
na região da Chapada Diamantina. As unidades estratigráficas que compõem
este supergrupo distribuem-se como coberturas sedimentares sobre o cráton
(Formação Jequitaí, e parte do Grupo Bambuí, em Minas Gerais, Bahia e
Goiás).
De acordo com (Alkmim & Martins Neto 2001)O vale do rio São
Francisco, na região norte de Minas Gerais, exibe uma sucessão sedimentar
constituída por coberturas neoproterozóica (Grupo Bambuí) e fanerozóicas
(Grupo Urucuia e depósitos terciário-quaternários), pertencentes à Bacia
Intracratônica do São Francisco.
Onde para (CAMPOS, DARDENNE, 2007) a cobertura sedimentar São
Franciscana é um domínio formados pelos chapadões e planícies de baixo
índice de declividade, formadas no Fanerozoico, constituídos por rochas
sedimentares de origem aluvionar e eluvio-coluvionar, assentadas sobre rochas
metamórficas ou ígnea.
Segundo (Radambrasil,1982) o Grupo Bambuí (750-600 Ma) constitui a
cobertura neoproterozóica de maior distribuição no Cráton do São Francisco.
Representa associação de litofácies siliciclásticas e bioquímicas, na forma de
sedimentos plataformais depositados em extenso mar epicontinental.
(IGLESIAS, UHLEIN; 2009) destaca que o Grupo Bambuí é constituído
por duas (02) sucessões principais; a basal, marinha, composta da base para o
topo, pelas formações Sete Lagoas (carbonática), Serra de Santa Helena
(pelítico-carbonática), Lagoa do Jacaré (carbonática) e Serra da Saudade
(pelítica), as quais compõem o Subgrupo Paraopeba; a sucessão de topo é
marinho-continental e está representada pela Formação Três Marias,
predominantemente psamítica.

Para Campos e Dardenne (1997) no Urucuia Duas unidades podem ser


caracterizadas, tendo sido classificadas com o status de formações. A unidade
basal denominada de Formação Posse e comporta uma subdivisão interna nas
Fácies l e 2. Sobrepondo a unidade anterior, ocorre a Formação Serra das
Araras. A FORMAÇÃO POSSE Fácies 1 É constituída por arenitos muito finos,
finos, médios, com boa maturidade textural e mineralógica, geralmente
apresentando bom selecionamento.
Microscopicamente, são classificados como quartzo arenitos e mais
raramente arenitos feldspáticos, sendo seu arcabouço constituído por 80 a 95%
de quartzo monocristalino com extinção desde normal a fortemente ondulante.
Em proporções reduzidas, ocorrem grãos de silexitos (até 10%), feldspatos,
principalmente microclíneo (9%), quartzo policristalino, zircão, turmalina e
epidoto. Lâminas com gradação inversa e estruturas de adesão de grãos são
localmente observadas. Ocorrem lentes e níveis de conglomerados médios a
finos, com seixos do próprio arenito, quartzo de veio e quartzitos, em qualquer
posição estratigráfica. Uma cimentação silicosa frequentemente está associada
a estes conglomerados. As litologias, texturas, estruturas sedimentares e
arranjo das fácies permitem relacionar a sedimentação da Fácies l desta
sucessão a um sistema eólico de campos de dunas.
Fácies 2 É constituída por arenitos brancos, ocres, finos, argilosos ou
não, bem selecionados e, comparativamente aos arenitos da fácies l, menos
maturos. São classificados como arenitos feldspáticos e quartzo arenitos, onde
o quartzo monocristalino é o fragmento mais comum. Contém ainda feldspatos
(geralmente alterados), epidoto, zircão, turmalina e opacos como minerais
acessórios subordinados. Grãos de quartzo esféricos com aspecto fosco
ocorrem isolados no arcabouço detrítico, sendo importantes por evidenciar
significativo contraste no conjunto geral do
arenito, sendo uma feição comum nas seções delgadas descritas. Ao contrário
dos arenitos da Fácies l, o material argiloso presente foi interpretado como
matriz verdadeira por ocorrer em maior frequência, apresentar grau de
cristalinidade reduzido e grande frequência de esmectita. As feições
microscópicas também indicam se tratar de matriz detrítica, pois ocorre
comumente em níveis mal selecionados, não raramente associados a siltitos
argilosos. Estratificações cruzadas tabulares e tangenciais de pequeno porte
(até 30 cm) são comuns e os estratos plano-paralelos mais raros.
A FORMAÇÃO SERRA DAS ARARAS É constituída por arenitos,
argilitos, e conglomerados com coloração avermelhada, intercalados em
bancos plano-paralelos com espessuras variando de 50cm a 2 metros. Os
arenitos são polimodais, silicificados, vermelhos e com níveis amarelados. O
estudo microscópico mostra maturidade composicional e imaturidade textural.
A cimentação por sílica e óxidos de ferro é localmente tão intensa que a rocha
perde sua estruturação interna, assemelhando-se a um silexito. O quartzo é
dominante, sendo a turmalina e o zircão subordinados. Estratificações
cruzadas acanaladas de pequeno porte são observadas, sendo os estratos
plano-paralelos mais comuns. Os conglomerados finos e grossos formam
níveis de até 50cm, situados geralmente na base de níveis de arenitos. São
sempre vermelhos com seixos de quartzo, quartzitos, arenitos da própria
sequência, e feldspatos caolinizados. A matriz arenosa não ultrapassa l0a 15 %
e apresenta as mesmas feições texturais dos arenitos intercalados. É comum a
presença de cimento de sílica e óxido de ferro. A cimentação quando
desenvolvida intensamente, provoca a corrosão das bordas dos grãos
detríticos, sendo responsável pela presença de contatos pseudo-flutuantes.
Representa a sedimentação fluvial desenvolvida em amplas planícies,
apresentando grande variação do regime e carga dos fluxos. A deposição foi
dominada por processos de fluxos aquosos com tração e subordinadamente
por suspensão. A contribuição eólica é indicada pela constante presença de
grãos transportados pelo vento (esféricos e polidos), isolados no arcabouço
dos arenitos ou flutuantes nos pelitos (siltitos e argilitos). O retrabalhamento
das fácies l e 2 é evidenciado pela presença de seixos de arenitos destas
fácies presentes nos bancos conglomeráticos.

Segundo Suguio (1980) os clastos dos conglomerados são de litologia


variada, podendo aparecer seixos e calhaus de rochas plutônicas, eruptivas,
sedimentares e metamórficas. As características granulométricas são sempre
muito parecidas: granulação muito grossa; grande números de classes
texturais nas frações grossas; caráter polimodal dos seixos; deficiência de
materiais da classe dos grânulos (de 2 a 4 mm); caráter em geral unimodal dos
arenitos intercalados; distribuição log-normal das freqüências granulométricas
das areias; correlação do material conglomerático e espessura das camadas.”
Suguio (1980) também afirma que conglomerados e brechas
intraformacionais são sedimentos rudáceos formados por fragmentação
contemporânea e redeposição nas proximidades de material ligeiramente
retrabalhado. Esta fragmentação pode ocorrer de várias maneiras, uma delas é
propiciada pela retirada temporária da água, seguida de ressecamento e
formação de lamas recém-depositadas. Em fase de enchente subsequente, os
fragmentos são remobilizados à curta distância e redepositados como
conglomerados e brechas intraformacionais de partículas muito achatadas de
argila. Dois tipos são comuns: conglomerado com fragmentos de argilito e
folhelho ou ardósia, com matriz arenosa.”

4. METODOLOGIA
A metodologia aplicada nesse projeto foi subdividida em pesquisa
bibliográfica e a realização dos fatos. Buscamos compreender os diferentes
tipos de conglomerados, litologia do Grupo Urucuia, Grupo Bambui e o Cráton
do São Fransciso. Após serem realizadas as pesquisas, foram marcadas
reuniões para que os componentes do grupo pudessem debater sobre o tema e
decidir os principais objetivos.
Uma das fontes de pesquisa mais utilizada foram artigos do SBG
(Sociedade Brasileira de Geologia) e alguns livros, tais como: Ambiente e
Sedimentos (Cristano Poleto) e Geologia Sedimentar (Suguio, Kenitiro). Para a
confecção do mapa foi utilizado o software google maps, onde traçamos o
trajeto saindo da Universidade Federal do Oeste da Bahia até o Cais de Pedra
(Barreiras Sul), totalizando uma distância de 3,2km. Utilizou-se também o
software como o Microsoft Word para discorrer o trabalho, Microsoft Excel para
elaborar uma cronograma com o orçamento de tudo que provavelmente seria
gasto, onde ocorreu contato via e-mail com empresas de perfuração de poços
artesianos para saber o custo diário de uma perfuratriz.
Já na fase da execução do projeto, será executado por um Geólogo e
dois técnicos em mineração, onde os mesmos irão fazer o uso de martelo
geológico estratigráfico e petrográfico para a coleta de amostras de material
rochoso, bússolas para orientação em campo, lupas de bolso para visualização
melhor das amostras coletadas, cadernetas de campo para anotações entre
outros, vale ressaltar que no momento da atividade os mesmos deverão está
portando sempre os Equipamento de Proteção Individual (EPI).

5. ORÇAMENTO
Segue na tabela abaixo um orçamento do que precisaria para a
execução desse projeto, vale ressaltar que os valores citados podem sofrer
uma pequena variação após serem aplicados em prática.

DESCRIÇÃO PERÍODO VALOR


1 GEÓLOGO 6 DIARIAS 6000,00
2 TÉCNICOS 6 DIARIAS 3600,00
COMBUSTIVEL 6 ABASTECIMENTO 180,00
L200 (ALUGUEL) 6 DIARIAS 800,00
ALIMENTAÇÃO 6 DIARIAS 225,00
TRADO MANUAL 6 DIARIAS 6000,00
ANALISE LABORATORIAL + ENVIO 900,00
HOSPEDAGEM 6 DIARIAS 900,00
TOTAL 18605,00
6. CRONOGRAMA
Segue na tabela abaixo como foram divididos cada passo do trabalho e
o que ocorreu em cada dia.

ATIVIDADE/DIAS 21/09 22/09 23/09 24/09 25/09 26/09 27/09 28/09 29/09 30/09 01/10 02/10 03/10

PESQUISA
BIBLIOGRÁFICA X X X X X X X X X X X

X X X X X X X X X X X
REUNIÕES

ORÇAMENTO X X
DO PROJETO

APRESENTAÇÃO
X
DO PROJETO

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Ussami N. 1993. Estudos geofísicos no Cráton do São Francisco: estágio atual
e perspectivas. In: J.M.L Dominguez & A. Misi (eds.). In: SBG, Simp. Cráton do
São Francisco, 2, Salvador, Bahia, Brasil. SBG/SGM/CNPq, Spec. Psubl., 35-
62.

Inda H.A.V. & Barbosa J.S.F. 1978. Geologia da Bahia. Texto explicativo para o
mapa geológico ao milionésimo. SICM/SGM, Salvador, 137p.

Iglesias M. & Uhlein A. 2008. Estratigrafía do Grupo Bambui. Geonomos


16(1):21-27.
Abreu Lima S.A. 1997. Fácies, ambiente deposicional e aspectos diagenéticos
das rochas carbonáticas da Formação Sete Lagoas na região norte de Minas
Gerais, Bacia do São Francisco. Dissertação de Mestrado. Escola de
Minas/UFOP, Ouro Preto, 121p.

MASCARENHAS, J.F.; CONCEIÇÃO FILHO, V.M.; GRIFFON, J.C. (1992)


Contribuição à geologia do Grupo Jacobina na região Jacobina, Pindabaçu. In:
CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOLOGIA, 37., São Paulo, 1992. Boletim de
Resumos Expandidos-Sessões Temáticas. São Paulo, SBG, v.2, p. 141-142.

MASCARENHAS, J.F.; SILVA, E.F.A. (1994) Greenstone belt de mundo novo:


caracterização e implicações metalogenéticas e geotectônicas no Cráton do
São Francisco. Série Arquivos Abertos, n.5, p. 1-31.

MELO, R.C.M.; PADILHA, A.V. (1991) Programa levantamentos geológicos


básicos do Brasil. Folha Pintadas. SC. 24-Y-D-V. Escala 1:100.000. Brasília,
DNPM/CPRM.

Você também pode gostar