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Contexto geológico cap2

O Estado do Rio Grande do Norte está localizado geotectonicamente na Província


Borborema, Subprovíncia Setentrional. Sua área territorial é composta por cerca de 65% de
rochas precambrianas e o restante é coberto por rochas sedimentares mesocenozóicas. As
rochas precambrianas são divididas em três domínios tectonoestruturais: Domínio
Jaguaribeano, a oeste; Domínio Rio Piranhas-Seridó, parte central; e Domínio São José do
Campestre, a leste. Esses domínios são delimitados por duas importantes zonas de cisalhamento
brasilianas: a zona de cisalhamento Portalegre, a oeste, e a zona de cisalhamento Picuí-João
Câmara, a leste.

COMPLEXO CAICÓ

Definido por Meunieur e por Ferreira e Albuquerque como uma sequencia litológica de
alto grau metamórfico, constituída, basicamente, por gnaisses e migmatitos, que incluem
indistintamente lito-tipos do Grupo São Vicente de Ebert.

A unidade de ortognaisse é a unidade predominante no subdomínio do Embasamento


Rio Piranhas. Trata-se de uma suíte magmática expandida com composição gabróica, tonalítica,
granodiorítica e granítica, com predominância dos termos tonalítico-granítico. As rochas
granitóide apresentam coloração cinza a esbranquiçada, granulação media a grossa, também
com textura augen microporfiritica, contendo biotita e/ou hornblenda, por vezes parcialmente
migmatizadas, e também migmatitos. A estrutura gnáissica mostra bandamento metamórfico de
espessura centimétrica, por vezes pouco destacado, podendo conter enclaves estirados de
dioritos e anfibolitos.

Jardim de Sá, define o Complexo Caicó como um embasamento gnáissico-migmatitico,


incluindo supracrustais mais antigas, em caráter subordinado. Ferreira e Santos descrevem este
complexo como uma associação de ortognaisses bandados felsico-maficos, ortognaisses
dioriticos a graníticos e migmatitos, com intercalações de rocha metamórfica e
subordinadamente rochas supracrustais constituídas principalmente por biotita paragnaisses.

GRUPO SERIDÓ

O Grupo Seridó constitui a Faixa de Dobramentos Seridó de Brito Neves (1975),


comumente denominada de Faixa Seridó, que ocorre na porção central do Estado do RN,
associada a Orogenese Brasilliana/Panafricana. Sua área de exposição está compreendida entre
os limites tectônicos do Dominio Rio Piranhas-Faixa Seridó .

Ferreira e Albuquerque (1969) definem o Grupo Seridó como constituído pelas


formações Equador (base), Jucurutu e Seridó (topo), cabendo a Jardim de Sá o empilhamento
estratigráfico atualmente aceito, com a Formaçao Jucurutu (base), Equador e Seridó (topo).

O metamorfismo varia da fácies xisto verde até anfibolito baixo e anfibolito alto,
localmente atingindo a fácies granulito. O reconhecimento das relações estratigráficas internas
do Grupo Seridó, e deste com o embasamento, são em parte dificultadas pela deformação e
metamorfismo super impostos. Em muitos casos, o alto strain oblitera as estruturas primarias
mascarando a identificação do topo das camadas, assim como, a justaposição tectônica de
unidades de características reológicas contrastantes, que dificulta o estabelecimento das
relações originais entre os lito-tipos envolvidos.

FORMAÇAO JUCURUTU

A Formaçao Jucurutu consta, essencialmente, de gnaisses de cor cinzento-azulada com


lentes de epidoto, uniformemente distribuídas e que podem evoluir ate formar tactitos, muitas
vezes scheeliitíferos, com abundantes intercalações lenticulares de mármore, as vezes
associados a tactitos scheelitíferos.

Ela ocorre no interior da faixa dobrada como estreitas camadas bordejando plutons
graníticos como no batólito de Acari ou localmente bordejando braquiantiformes da Formaçao
Equador, por vezes aflora em estruturas domicas como na estrutura a leste de Currais Novos, e
na zona de charneira da antiforme da serra das Queimadas (quartzito da Formaçao Equador) em
uma janela erosiva. Na borda oeste do segmento NE-SW, região de São José do Seridó- São
Vicente-Pedra Preta, aflora continuamente entre o embasamento do Complexo Caicó a oeste e
os metassedimentos superpostos da Formaçao Seridó a leste. Também ocorre recobrindo
grandes extensões do Complexo Caicó, preenchendo estruturas sinformais, em contatos
discordantes tectônicos ou de não contatos discordantes sobre lito-tipos deste embasamento

No interior da faixa dobrada podem ser observados contatos gradacionais, por


alternância de camadas ou variação composicional, entre as formações Jucurutu/Seridó e
Jucurutu/Equador. Na região da serra da Garganta/serra Vermelha o contato entre está formação
e a Formaçao Seridó, sobreposta, dá-se pela alternância de camadas.
FORMAÇAO EQUADOR

Ebert (1966) denominou de Quartzito Equador um pacote de quartzitos micaceos ou


conglomeraticos (itacolomito), o qaul foi posteriormente elevado a categoria de formação por
Ebert (1969). Ela ocorre principalmente na porção central da faixa constituindo serras alongadas
na direção NE-SW, tais como serra das Queimadas e da Umburana que constituem estruturas
branquiantiformes, ou como cristais de extensões quilométricas como a serra do Feiticeiro.

É constituída predominantemente por muscovita quartzitos com fácies arcoseanas,


contendo intercalações de metaconglomerados, rochas calcissilicaticas e micaxistos. Os
quartzitos são esbranquiçados ate creme e cinzas, finos a médios, com foliação bem
desenvolvida. Os metaconglomerados são mono ou polimictos, com matriz de coloração
cinzenta e esverdeada, predominantemente quartzosa. Eles ocorrem mais frequentemente em
direção ao topo, precedendo a deposição de micaxisto da Formaçao Seridó. Os contatos desta
unidade com as formações Jucurutu (sotoposta) e Seridó (sobreposta) dá-se pela alternância de
camadas ou variação composicional progressiva entre elas.

FORMAÇAO SERIDÓ

A designação de Micashistos do Seridó utilizada originalmente por Moraes (1924) para


uma sequencia de micaxistos biotíticos atravessados por abundantes diques de pegmatitos,
posteriormente denominada de Formaçao Seridó por Ebert (1969).

A Formaçao Seridó constitui a principal unidade litoestatigrafica da faixa dobrada em


área de afloramento, ocorrendo também como segmentos alóctonos isolados, a leste da faixa
dobrada, sobre o embasamento gnáissico-migmatitico do Dominio São Jose do Campestre.

Sua litologia dominante consta de micaxistos feldspáticos ou aluminosos de fácies de


médio a alto grau metamórfico, com sítios restritos de fácies de baixo grau metamórfico. As
fácies de médio a alto grau metamórfico é representada notadamente por biotita xistos
granadíferos, podendo conter estaurolita, cianita, andalusita, cordierita, silimanita, localmente
com elevado teor de feldspato ou de quartzo. Na porção inferior da formação ocorrem
intercalações de mármore, rochas calcissilicáticas, paragnaisses, rochas meta-vulcânicas básicas,
quatzitos e metaconglomerados. As fácies de baixo grau metamórfico ocorre em algumas áreas
restritas não cartografáveis na escala do projeto, com exceção de uma extensa área de direção
NE-SW a oeste do batólito de Acari, limitada a sul pela cidade de Ouro Branco e estendendo-se
para norte, além da cidade de Cruzeta. Suas rochas são de coloração cinza-claro a esverdeada,
granulação fina, com acamamento preservado, constituídas preferencialmente por sericita-
clorita xistos, filitos e metassilititos.

SUITE INTRUSIVA ITAPORANGA

A denominação atual de Suíte Intrusiva Itaporanga foi utilizada por Argelim et al. (2004
a,b) e Kosin et al. (2004). Esta suíte constitui o principal evento magmático brasiliano na Provincia
Borborema e também no território norte-riograndense, em frequência de corpos plutônicos e
volume de magma representado por extensos batólitos. Esta suíte tem como principal
característica uma textura porfiritica grossa a muito grossa, constituída por megacristais de
feldspato potássico que podem atingir ate cerca de 10cm de comprimento. Petrograficamente
ela é representada por anfibólio-biotita ou biotita monzogranitos, variando a quartzo
monzonitos, sienogranitos ou grano-dioritos.
SUÍTE INTRUSIVA DONA INES

Termo usado por Angelim et al. (2004 a,b) para designar as rochas plutônicas
correspondentes aquelas da Suíte de Leucogranitos de Jardim de Sá (1994) e da Suíte
Calcialcalina Potássica Equigranular de Nascimento et al. (2000).

Os plútons desta suíte ocorrem preferencialmente como corpos isolados, tais como o de
Dona Ines (PB), Picuí (PB/RN), Angicos e Taipu, sob a forma de sheets, diques e sills, ou
associados a algum corpo da Suite Itaporanga como no batólito de Acari. Trata-se de uma suíte
tardi-tectonica, cuja coloração é controlada pelas zonas de cisalhamento transcorrente e
localmente associada a zonas de cisalhamento extensional. Segundo Jardim de Sá (1994) está
suíte é tardia ou no máximo contemporânea as suítes Itaporanga e São Joao do Sabugi. Os
plútons da Suite Dona Ines são encontrados nos domínios São Joao do Campestre, Rio Piranhas-
Seridó e Jaguarineano, intrudindo diferente litologias. É composta de monzo a sienogranitos,
equigranulares de granulação fina a media com variações a microporfiritica, e facies com textura
grossa transicionando para pegmatítica, tendo como minerais maficos a biotita e menos
frequentemente o anfibólio.

BACIA POTIGUAR
A Bacia Potiguar situa-se no extremo nordeste do Brasil, em sua maior parte, no
território norte-riograndense, com pequena porção no Estado do Ceará. Geologicamente a bacia
é limitada a sul, a leste e a oeste pelo embasamento cristalino, estendendo-se para norte ate a
isóbata de 2000m. a plataforma de Aracati define seu limite oeste com a Bacia do Ceará (Sub-
bacia de Mundaú), enquanto a plataforma de Touros define seu limite leste com a Bacia
Pernambuco-Paraíba. A bacia abrange uma área de cerca de 60.000km2, dos quais 24.000km2
se encontram emersos e 36.000kkm2 submeros. A Bacia Potiguar é controlada por falhas
profundas, que continuam na direção da plataforma continental, onde se desenvolve uma
sedimentação de margem passiva.
FORMAÇAO AÇU

Foi definida por Kreidler e Andery (1949) para designar os arenitos finos e grossos que
repousam sobre o embasamento da Bacia Potiguar, na sua porção aflorante. A seção-tipo é nas
proximidades da cidade de Açu, localizada na margem esquerda do rio Piranhas-Açu. Baseados
em analise de perfis elétricos, subdividiram a formação em quatro unidades, denominadas
informalmente de Açu 1, 2, 3 e 4, das quais apenas as unidades 3 e 4 afloram. Ainda com base
em dados geofísicos, aliados ao exame de afloramento e testemunhos, esses autores
identificaram os seguintes ambientes deposicionais para esta formação: leques aluviais
(unidade 1), sistemas fluviais entrelaçados e meandrantes (unidades 2 e 3) e um sistema
estuarino (unidade 4).

FORMAÇAO JANDAIRA

A Formaçao Jandaíra é datada como cretácea (Turoniano ao Eocampaniano), a partir do


seu conteúdo fossilífero. As mineralizações associadas a está formação constam de calcários
calcíticos e magnesianos, depósitos de gipsita e de argilito. A deposição de suas fáceis está
relacionada aos ambientes de planície de maré, laguna rasa, plataforma rasa e mar aberto em
uma bacia faminta.

FONTES:

-https://www.sgb.gov.br/publique/Geologia/Geologia-Basica/Cartografia-Geologica-
Regional-624.html

-https://www.gov.br/anp/pt-br/rodadas-anp/rodadas-concluidas/concessao-de-blocos-
exploratorios/14a-rodada-licitacoes-blocos/arquivos/areas-oferta/sumario-potiguar.pdf

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