Você está na página 1de 9

Anais do XXXV Congresso Brasileiro de Geologia, Belém, Pará, 1988, V.

GEOLOGIA E MINERALIZAÇÕES DA SERRA TEPEQUÉM ‐ (RR)


Felicíssimo Rosa Borges*
Raimundo de Jesus Gato D'Antona*

* COMPANHIA DE PESQUISA DE RECURSOS MINERAIS ‐ CPRM

ABSTRACT

Tepequém Mount is located in the central north portion of Roraima Territory, forming an isolated
outlier of Roraima Supergroup (Arai Formation ), which sediments were the subject of this paper. Three
members are described here, named Paiva, Funil and Cabo Sobral, from the base to top, respectively.
Cabo Sobral Member has an economic importance because its gold and diamond enrichment, explored
since 1937. Volcanic rocks realted to Surumu Group are covert by these sediments and intrusive granites
from Parquaza event are observed in the left part of the Tepequém mount. Finally, basic diques and
stocks from Apoteri Basic Suite (?) are present.

INTRODUÇÃO

A Serra Tepequém está situada na margem direita do rio Amajari, bacia do rio Uraricoera, porção centro
norte do Território de Roraima, podendo ser atingida pelas rodovias BR‐174 e RR‐014 (fig. 1). Constitui
um testemunho isolado de sedimentos do Supergrupo Roraima (Formação Arai), com cerca de 70 km2
de superfície e altitude máxima de 1.000 m., estando assentada sobre vulcanitos ácidos e intermediários
do Grupo Surumu. Ocorrem também na área granitos relacionados ao evento Parquaza e corpos de
rochas máficas da Suíte Básica Apoteri (?).
Neste trabalho, é dada maior atenção aos sedimentos da Formação Arai, sendo à mesma dividida em
três membros, denominados respectivamente, da base para o topo, de Membro Paiva, Membro Funil e
Membro Cabo Sobral.
Na figura 2 estes membros não foram individualizados devido a escala do mapa e porque muitas das
suas exposições são em cortes verticais.
A coleta de dados para a realização deste trabalho deu‐se durante as atividades do Projeto Gemas/Ouro
em RR, convênio DNPM/CPRM, nos 1982 a 1984.

GEOLOGIA DA ÁREA

GRUPO SURUMU ‐ Os vulcanitos do Grupo Surumu são, provavelmente, as rochas mais antigas desta
área e serviram de substrato para a sedimentação do Supergrupo Roraima. Estas rochas afloram em
volta da Serra Tepequém e são constituídas por riolitos, riodacitos, ignimbritos e piroclásticas ácidas.
Nas porções sul e sudeste da serra ocorrem dominantemente litotipos de tendência intermediária e
localmente de textura pórfira, como dacitos, riodacitos, andesitos e latitos, que aparentam ser mais
jovens do que as litologias ácidas, e assim provavelmente possam constituir os últimos derrames do
vulcanismo Surumu.

SUPERGRUPO RORAIMA (FORMAÇÃO ARAI)


Os sedimentos do Supergrupo Roraima, presentes em Tepequém, são relacionados à sua parte basal,
Formação Arai, que foi dividida em três membros, denominados da base para o topo, de Membro Paiva,
Membro Funil e Membro Cabo Sobral (Fig. 3).

MEMBRO PAIVA

O nome sucede do igarapé homônimo, situado na parte sul da serra. As melhores exposições deste
membro estão em cortes da estrada que dá acesso à serra, prolongando‐se por todo o setor sudeste,
margeando a borda da serra, indo até as nascentes do igarapé Paiva. Outras ocorrências também
podem ser vistas na aba noroeste da serra, próximo à cachoeira Funil. O pacote litológico inicia com um
conglomerado composto essencialmente por matriz argilosa e por calhaus e seixos subangulares e
arredondados de rochas vulcânicas ácidas, piroclásticas e intermediárias (?); e secundariamente por
seixos e calhaus de arenitos, ainda por escassos seixos de sílica de falha. Alguns estratos centimétricos a
métricos de arenito grosseiro estão intercalados ao conglomerado. Este arenito grosseiro passa a
dominar mais próximo ao topo, sendo comum a presença de seixos de rocha sedimentar em sua
composição. Já quase ao término do pacote volta a ocorrer, intercalados nos arenitos, um novo nível de
conglomerado de espessura entre 2 a 6 m, com seixos arredondados menores do que os do basal
(localmente) senso estrito, sua composição passa a ter cerca de 50% de seixos de sílica de falha e matriz
arenosa.
No final do pacote, em alguns locais, ocorre uma brecha intraformacional com matriz argilo‐arenosa e
seixos sobretudo de arenito, siltito e argilito. Sua espessura gira em torno de 0,5 a 1,5 m. De um modo
geral, a cor dominante em todas as litologias do Membro Paiva é vermelha, a granulação diminui da
base para o topo e com freqüência ocorrem marcas de corrente, estratificações cruzadas e estruturas de
corte e preenchimento. Estima‐se que o conglomerado basal tenha cerca de 60 m de espessura e a
sequencia toda por volta de 130 m.

MEMBRO FUNIL

O nome advém da Gruta da Cachoeira Funil no igarapé Cabo Sobral, onde proximamente ocorrem boas
exposições de rochas deste membro em cortes da estrada que liga à vila Cabo Sobral à Cachoeira Funil.
Outras exposições de rocha da unidade estão nas margens do igarapé Cabo Sobral, nos trechos Gruta
Funil ‐ Vila Cabo Sobral e Mina Velha, na planada do igarapé Paiva e de modo menos representativo em
vários ponto da serra.
A unidade é formada por sedimentos finos amarelos, brancos e sobretudo vermelhos. Inicia com um
arenito fino que passa a alternar com siltitos e argilitos. Em geral são bem laminados e às vezes
micáceos. Na parte mediana do pacote predominam os siltitos e argilitos e no topo e base os arenitos.
Foram registradas intercalações de piroclásticas na Cachoeira Funil e em algumas exposições da margem
direita do igarapé Cabo Sobral, próximo à vila. Os níveis de piroclásticas são de espessuras centimétricas,
apresentando cores esverdeada, vermelha, azulada e amarela. Os sedimentos deste membro,
localmente, podem apresentar variação lateral no que se refere à granulação. Em vários locais foram
registradas estratificação cruzada acanalada mal formada e gretas de contração. Parece existir um
espessamento do pacote de sedimentos de sudeste para noroeste. Estima‐se para os sedimentos do
Membro Funil uma espessura de 20 a 30 m.
MEMBRO CABO SOBRAL

O nome é emprestado do igarapé que já deteve em sua aluvião as maiores concentrações de ouro e
diamante do local. As litologias da unidade afloram em diversas partes da serra, principalmente mais ao
topo dos morros, com destaque para os que se situam no interflúvio Barata ‐ Cabo Sobral.
A unidade inicia com um arenito grosseiro, recoberto por um arenito conglomerático com intercalações
de conglomerado. Estas intercalações podem ser em forma de pequenas lentes, geralmente
centimétricas em espessura e métricas em extensão linear, como também por nível bem representativo,
aflorante em diversas partes da serra. Em direção ao topo a granulometria tende a diminuir, podendo
chegar a ser de média a fina. A cor normal em todo o pacote é esbranquiçada, porém localmente pode
ser rósea. Estratificações cruzadas estão presentes em muitos afloramentos desta sequencia mas os
estratos normalmente estão basculados, dificultando tentativas de medições com bússola. Os arenitos
são essencialmente compostos por areia branca quartzosa, exceto em alguns locais, mais na base do
pacote, onde podem conter níveis ricos em material ferruginoso de cor cinza escuro (cerca de 85%). Os
seixos das litologias da unidade são bem arredondados, com diâmetro geral menor do que 6 cm e
provindos de sílica de falha, rochas piroclásticas e sedimentares, oriundas da própria Formação Arai (?);
a matriz é constituída por areia quartzosa. Para este pacote estima‐se uma espessura superior a 50
metros.
Em termos especulativos, sugere‐se para os sedimentos ambiente deposicional continental: fácies
leques aluviais (Membro Paiva), facies flúvio‐eólico com ocorrências de dunas e interdunas (Membro
Funil) e fácies fluvial entrelaçado (Membro Cabo Sobral).
Os três membros são concordantes, mas litologicamente distintos.

SUÍTE INTRUSIVA SURUCUCUS

As rochas da unidade na área fazem parte de um corpo granítico com aproximadamente 15 Km de


extensão por 4 Km de largura, grosseiramente em forma de meia lua, destacável em foto aérea,
demonstrando ser nitidamente intrusivo nas rochas vulcânicas do Grupo Surumu. É formado
essencialmente por um biotita granito, com variação para alaskito, localmente rapaquivítico. Devido a
inexistência de datação geocronológica e de dados petroquímicos e com base nas poucas informações
de campo e algumas analises petrográficas, tentativamente, o corpo granítico é correlacionado à Suíte
Intrusiva Surucucus. No entanto, existe a possibilidade deste corpo granítico pertencer aos granitos da
Suíte Intrusiva Saracura e portanto ser de idade mais antiga.

SUÍTE BÁSICA APOTERI

Os diques e “stocks" de gabro diabásio, basalto, andesito e diorito ocorrentes na área, encaixados no
Grupo Surumu e na Suíte Intrusiva Surucucus, foram todos reunidos na Suíte Básica Apoteri (MELO et
alii 1978) de idade Mesozóica. Os diques estão alinhados segundo NW e NE, de acordo com os citados
por BONFIM et alii (1974) ao norte do graben do Tucutu, com idade mesozóica. No entanto, devida à
falta de datações geocronológica das básicas da área, não afasta‐se a possibilidade de parte deIas
pertencerem ao evento Avanavero, do Proterozóico Médio.
Boa parte das rochas básicas estão alteradas em sua composição original, provavelmente por
hidrotermalismo, com plagioclásio saussuritizado, e piroxênio e anfibólio uralitizado.
ALUVIÕES

Os aluviões têm sua maior possança nos igarapés Tucumã, Paiva e Cabo SobraI. Neste último atinge
espessura de 7 a 10 m. As secções realizadas em aluviões no âmbito da Serra Tepequém, mostram que o
cascalho está assentado diretamente no "bedrock" sedimentar e é constituído por areia, seixos de
quartzo (principalmente leitoso), piroclástica, calcedônia, fragmentos de rochas sedimentares, e mais
raramente de vulcânicas ácidas e intermediárias e de rochas básicas, a espessura varia entre 5 a 50 cm.
Recobrindo este nível aparecem camadas de areia grosseira quartzosa, areia muito fina, argila arenosa
amarelada, argila mole esbranquiçada, passando a cinza escura semi‐endurecida, areia ferruginosa cor
de café e finalmente argila arenosa cinza escura contendo matéria orgânica. Localmente pode ocorrer
ainda um segundo nível de cascalho, menos espesso, situado logo abaixo da camada de areia
ferruginosa.

TRAÇOS ESTRUTURAIS

As principais direções de fraturamentos ocorrentes na área são NW‐SE e NE‐SW, seguidas por NNE‐SSW,
NNW‐SSE e E‐W, representando os sistemas de diáclases e falhas existentes na região.
Em Tepequém o pacote sedimentar mostra‐se dobrado (fig. 3) e nota‐se que as rochas foram
submetidas a intenso fraturamento, pois comumente apresentam‐se bastante cataclasadas, silicificadas
e frequentemente cortadas por veios de quartzo (localmente espesso), por vezes ostentando um
elevado grau de diagênese, devido principalmente ao metamorfismo dinâmico que as afetaram.
De um modo geral os sedimentos de Tepequém exibem um comportamento estrutural do tipo de uma
sinclinal ligeiramente assimétrica com eixo de direção NE‐SW (praticamente acompanhando o leito do
igarapé Paiva) com pequeno caimento para SW. Observa‐se porém que, o flanco norte da mesma
apresenta‐se "enrugado" denotando dobramentos de menor amplitude, o que emprestaria ao padrão
estrutural da área o aspecto de um sinclinório. Os eixos destas dobras são praticamente paralelos e
coincidentes com a direção dos principais falhamentos. Generalizando‐se, as camadas apresentam
atitudes que variam em média de N35° a 65o E, com mergulhos de 5o a 25o ora para NW ora para SE.
Estes dobramentos possivelmente foram originados pelo caimento de blocos falhados e pelas intrusões
a que foi sujeito este pacote sedimentar.
Cita‐se ainda a presença de concreções lateríticas constituindo corpos de formato alongado coincidente
com a direção dos principais lineamentos da área, pouco extensos e situados nas partes
topograficamente altas, desenvolvidos sobre estas rochas sedimentares. A análise química de algumas
amostras revelou serem de composição aluminosa (bauxita). Estas poderiam ser resultantes da
alteração de rochas máficas ou alcalinas intrusivas no Supergrupo Roraima, apesar de, provavelmente,
terem resultados dos processos normais de lixiviação e laterização.

CONSIDERAÇÕES SOBRE AS MINERALIZAÇÕES

Tanto o diamante como o ouro extraído em Tepequém, são oriundos de aluviões e secundariamente de
colúvios e elúvios provenientes dos sedimentos da Formação Arai, principalmente dos conglomerados.
Quanto a origem primária do diamante acredita‐se que o mesmo esteja ligado à intrusões kimberlíticas
de idade Pré‐Roraima, provavelmente associada a um magmatismo básico, presumivelmente
ultrabásico. Também existem notícias que já foram achados diamantes em aluviões provenientes de
rochas da Suíte Básica Apoteri (Mesozóico) no Setor nordeste do Território de Roraima, o que leva a
supor a existência de kimberlitos de diferentes idades. SCHONBERGER e de ROEVER (1974) salientam
que foram encontrados diamantes no Suriname em aluviões de terrenos de diques de diabásio de
Permotriássio, sendo que o tamanho das pedras foi crescente em direção ao dique, embora a
amostragem tenha sido feita na área de domínio dos sedimentos da Formação Rosebel, do Criptozóico.
Outros artigos que versam sobre diamante na região foram publicados por REID (1974) e HASTINGS
(1974), contudo eles têm caráter mais especulativo, mormente quando tratam da fonte diamantífera
para os sedimentos Roraima e Rosebel.
Até agora, o cascalho dos aluviões trabalhados em Tepequém por garimpeiros, parecem ter recebido
muito pouca contribuição dos dois níveis de conglomerado do Membro Paiva, estando sobretudo
presentes materiais do Membro Cabo Sobral (seixos e areias quartzosas). No entanto, a carência de
atividades extrativas nos aluviões dos dois níveis de conglomerados da base pode ser devido aos
pequenos volumes e baixos teores existentes. Nos testes realizados na área, o diamante foi somente
encontrado em material proveniente de litologias conglomeráticas do Membro Cabo Sobral, com teor
médio de 2 pontos por m3. O ouro por sua vez foi encontrado no Membro Cabo Sobral (teor médio 7
mg/m3 ) e no segundo nível de conglomerado do Membro Paiva (teor médio 0,2 mg/m3 ).
Outras ocorrências de ouro foram registradas em igarapés que drenam a serra (igarapé Ouro Fino), e
nos tributários do igarapé Tucumã. As primeiras estão relacionadas aos sedimentos da Formação Arai e,
as do igarapé Tucumã são resultantes da zona de silicificação da borda do corpo granítico. Também
foram registradas ocorrências de cassiterita no aluvião do igarapé Pau Baru. oriundas das rochas da
Suíte Intrusiva Surucucus.
Segundo dados coletados junto aos garimpeiros na Serra Tepequém, o teor de corte nos aluviões para
os mesmos situa‐se entre 0,33 ct/m3 a 0,042 ct/m3 para o diamante e 0,05 g/m3 a 0,015 g/m3 para o
ouro. Tepequém produz em média 1. 000 ct de diamantes e 1 kg de ouro por mês. A maior parte desta
produção é resultante da lavra com desmonte hidráulico e concentração em jigue bicelular tipo Yuba,
conjunto este popularmente denominado de "máquina resumidora".
Foi estimado para os aluviões existentes no âmbito da Serra Tepequém, uma reserva potencial da
ordem de 578.182 ct de diamante e 166.783 g de ouro. Para um volume de 11.118.900 m3 e teor médio
de 0,052 ct/m3 (diamante) e 0,015 g/m3 (ouro).

AGRADECIMENTOS

Nossos agradecimentos aos colegas aos colegas Sandoval da Silva Pinheiro, Pedra Sérgio Estevam
Ribeiro e Hilton Túlio Costi, pelas sugestões apresentadas ao texto.

BIBLIOGRAFIA (reorganizada a partir do escâner)

Bomfim L.F.C., Ramgrab G.E., Uchôa I.B., Medeiros J.B. de, Viégas Filho J. de R., Mandetta P.,
Kuyumjian R.M., Pinheiro S. da S. 1974. Projeto Roraima; Relatório Final. Manaus,
DNPM/CPRM, vol. IA‐D e II
D’Antona R. de J.G., Borges F.R. 1983. Projeto Estudos dos Garimpos Brasileiros, Roraima.
Relatório Anual. Manaus, DNPM/CPRM. Inédito [s.ident.]
Hastings D.A. 1974. Proposed Origin for Guianian Diamonds: Comment. Geology, 2 (10): 475‐
476
Melo A.F.F. de, Santos A.J., Cunha M.T.P., Campos M.J., D’Antona R.J. de G. 1978. Projeto
Molibdênio em Roraima; Relatório Final. Manaus. DNPM/CPRM, v. I‐A e B. il.
Pinheiro S. da S., Nunes A.C.B., Costi H.T.,Yamaguti H.S., Faraco M.T.L., Reis N.J., Menezes R.G.
de, Riker S.R.L., Wildner W. 1981. Projeto Catrimâni‐Uraricoera: Relatório de Progresso.
Manaus, DNPM/CPRM, 2v.
Pinheiro S. da S., Reis N.J., Costi H.T. Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil.
Geologia da Região de Caburaí , Nordeste de Roraima. Escala 1:100.000. Estado de Roraima.
DNPM/CPRM. Superintendência Regional de Manaus, no prelo.
Reid A.R. 1974a. Proposed Origin for Guiana Diamonds. Geology, 2: 67‐68
Reid A.R., Bisque R.E. 1975. Stratigraphy of the Diamond‐Bearing Roraima Group, Estado
Bolívar, Venezuela. Quartely of Colorado School of Mines, 70 (1) : 61‐82
Santos J.O.S., D’Antona R. de J. G. 1984. A Formação Arai e a subdivisão do Grupo Roraima. In:
SBG, Congr. Bras. Geol., 33, Rio de Janeiro, RJ. Anais: 1162‐1173
Schonberger H., Roever E.W.F. de 1974. Possible Origin of Diamonds in the Guiana Shield:
Geology, 2 (10): 474‐475

Você também pode gostar