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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS
FACULDADE DE GEOLOGIA
PRÁTICA DE CAMPO EM GEOLOGIA GERAL
DOCENTE
DR. FRANCISCO DE ASSIS MATOS DE ABREU

DISCENTE
JULIO RICHARD FURTADO SERRA - 201608540007

A BACIA DO PARNAÍBA: EVOLUÇÃO PALEOZÓICA

Belém/PA
2017
BACIA DO PARNAÍBA

Localizada na região ocidental do nordeste do Brasil, ocupa uma área de


cerca de 400.000km². Limita-se pelos estados do Piauí, Maranhão, Pará,
Tocantins, Bahia e Ceará. Possui rochas com espessura de aproximadamente
3.500 m. Juntamente com a Bacia das Alpercatas, bacia do Grajaú e Bacia do
Espigão Mestre.

Figura 1. Unidades sedimentares da província Parnaíba


(modificado de Goés, 1995) Fonte: Geologia, Tectônica e
Recursos Minerais do Brasil.

EVOLUÇÃO PALEOZÓICA

A Bacia do Parnaíba é dividida geocronologicamente em três


Supersequências pertencentes à Era Paleozoica. Sendo a Supersequência
Siluriana (443 m.a) a mais antiga, correspondendo litoestratigraficamente ao
Grupo Serra Grande contendo da base até o topo, a Formação Ipu, Formação
Tianguá e Formação Jaicós.

A Formação Ipu reúne estratos de arenito depositados além de folhelhos


e diamictitos, em ambiente fluvial com idade eosiluriana. A deposição desta
formação é de idade eosiluriana (Landoveriano), em ambiente proximal de
glacio-fluvial, leques e frentes deltaicas; é uma formação afossilífera. (GÓES;
FEIJÓ, 1994; CAPUTO, 1984).

A Formação Tianguá reúne folhelhos cinza, siltitos e arenitos. Estas


rochas foram depositadas durante a fase de máxima transgressão glacio-
eustática em ambiente de plataforma rasa, durante o Venlockiciano
(Mesosiluriano), (VAZ etal., 2007; SANTOS; CARVALHO, 2009; GÓES; FEIJÓ,
op. cit).
A Formação Jaicós é composta de arenitos cinzas ou marrons e pelitos.
Esta formação foi depositada em sistemas fluviais entrelaçados (GÓES; FEIJÓ,
op. cit),

Em seguida, tem-se a Supersequência Devoniana correspondente ao


Grupo Canindé que se sobrepõe discordantemente ao Grupo Serra Grande.
São 5 unidades litoestratigráficas que o compõe, sendo elas a Formação Itaim,
Formação Pimenteiras, Formação Cabeças, Formação Longá e Formação Poti.

A Formação Itaim possui arenitos de coloração esbranquiçada, de


granulometria fina a média. Esta formação foi depositada em ambientes
deltaicos e plataformais, dominados por correntes induzidas por processos de
marés e de tempestades, possui idade eomesodevoniana (Góes; Feijó, op.cit).

A Formação Pimenteiras é composta principalmente por folhelhos cinza-


escuros, bioturbados e com a presença de muita matéria orgânica. Por conta
disso, várias pesquisas estão sendo feitas nessa formação em busca de
petróleo.

A formação cabeças é composta por arenitos de geometria sigmoidal


abaulada e localmente intercalado por diamictitos. Há presença de diamictitos,
sendo interpretada como depósito de ambiente nerítico plataformal com ação
de correntes, tendo também, influência periglacial;

A Formação Longá composta por arenitos finos e siltitos, bem como


depósitos plataformais dominados por tempestades, é válido ressaltar a
enorme presença de fósseis da fauna marinha, evidenciando que a formação
pertence ao Carbonífero.

Encerrando o Grupo Canindé, a Formação Poti, que possui vastos


depósitos de microfósseis. Foi depositado em ambiente relacionado com
planícies de maré, submaré e flúvio-esturiano.

O grupo Balsas, correspondente, a Supersequência Carbonífero-


Triassico, possui em seu pacote sedimentar 3 formações, sendo elas:
Formação Piauí, Formação Pedra do fogo e Formação Motuca.

A Formação Piauí, de idade Pensilvaniana, é a primeira unidade


estratigráfica do Grupo Balsa, é caracterizada por dunas eólicas, tendo a
presença de arenitos e folhelhos vermelhos, evidenciando um clima semiárido
e/ou de desertificação com algumas incursões marinhas.

A formação Pedra do Fogo, de idade Permiana. Depositados num


ambiente marinho raso a litorâneo, sob ocasional influência de tempestades
(Góes e Feijó, 1994). Rochas como sílex, calcário, intercalado com arenito fino
a médio amarelado, folhelho cinzento, siltito, anidrita e, de vez em quando,
dolomito podem ser encontradas na região.

Na Formação Motuca, datada no Permiano terminal, possui o ambiente


deposicional caracterizado por um sistema desértico com a presença de alguns
lagos. As rochas são representadas por siltito vermelho e marrom, arenito
branco fino e médio, folhelho, anidrita e poucos calcários.

É possível entender a dinâmica da bacia do Parnaíba durante todos


esses períodos do Paleozoico, pois no Siluriano, ela se encontrava próximo ao
polo norte em uma rotação de 45º, evidenciando o ambiente deposicional
periglacial e glacial. No decorrer dos diversos ciclos transgressivo-regressivos
e a movimentação dos paleocontinentes, é possível observar a transformação
do ambiente, passando para um ambiente árido e de desertificação. Mais uma
vez evidenciados, pela litologia local e sua localização.
REFERÊNCIAS

GÓES, A. M. O.; FEIJÓ, F. J. Bacia do Parnaíba. Boletim de Geociências da


Petrobras, Rio de Janeiro, v.8, n. 1, p. 57-68, jan./mar. 1994.

SANTOS, M. E. de C. M.; CARVALHO, M. S. S. Paleontologia das Bacias do


Parnaíba, Grajaú e São Luís: Reconstituições Paleobiológicas. 2ª ed. Rio
de Janeiro: CPRM, 2004. 194p.

VAZ, P. T. et al. Bacia do Parnaíba. Boletim de Geociências da Petrobras, Rio


de Janeiro, v.15, n.2, p.253-263, 2007.

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