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Conhecendo o meio

ambiente de
Pernambuco
Principais aspectos da
geologia em Pernambuco
O A Geologia é a ciência que estuda o planeta terra no
que diz respeito a sua estrutura, evolução,
composição, processos internos e externos. Ao
estudar a estrutura interna do planeta, a Geologia
analisa as diversas características das geoesferas:
litosfera, manto, núcleo. Dessas camadas, recebe
atenção especial, por parte da Geologia, a litosfera,
pois é na parte superficial desta que estão instaladas
as sociedades humanas e é nela onde aparecem os
principais recursos minerais utilizados pelo homem.
O A maior parte do estado de Pernambuco é ocupada por
rochas cristalinas e metamórficas do embasamento Pré-
Cambriano. Fazem parte desses terrenos, dentre outros
os seguintes tipos de rochas: gnaisses, magmáticos,
granitos, quartzitos, sienitos, calcários cristalinos e
filitos. São rochas muito antigas, tendo algumas delas
mais de 1 bilhão de anos. Apresentam-se, em vários
trechos do estado, bastante falhadas e dobradas,
revelando, assim, um passado geológico bastante
conturbado, do ponto de vista tectônico.
O A porção leste do estado, existem grandes áreas de
rochas graníticas, como por exemplo no município de
Jaboatão, Moreno, Rio Formoso e Barreiros, e
extensos trechos ocupados por magmatitos e gnaisses.
De Parnamirim até Salgueiro há uma ampla área de
rochas metamórficas, representada por xistos, biotita-
xistos, e quartzitos. Além dessas rochas, estão ainda
presentes nesse trecho, calcários cristalinos, dispostos
em camadas.
O Na porção Norte - Oriental de Pernambuco, nos municípios de Vertente,
Riacho das Almas, Surubim, Macaparana e Aliança surgem gnaisses,
xistos e calcários cristalinos.
O Em Garanhuns aparece uma ampla área onde despontam quartzitos. Essa
manifestação de rochas desse tipo compõe o que os geólogos denominam
“Unidade Quartzítica da Região de Garanhuns”. Os afloramentos dessas
rochas metamórficas podem ser identificados nos municípios de Triunfo,
Serra Talhada e Salgueiro. Esses corpos rochosos definem um tipo de
relevo conhecido como “maciço residual”, que será abordado mais
adiante.
O Os terrenos sedimentares verificados em Pernambuco dispõem-se nas
bacias sedimentares interiores e nas bacias costeiras. As bacias interiores
englobam as seguintes bacias: do Jatobá, do Araripe e de Mirandiba. As
bacias costeiras estão representadas pelas bacias de Pernambuco- Paraíba
e Sergipe-Alagoas.
O Os terrenos sedimentares verificados no Estado de Pernambuco têm
idades que vão do Paleozóico ao Cenozóico. As rochas sedimentares
mais antigas são encontradas na bacia do Jatobá. Elas tem a idade
siluro-denoviana (Era Paleozóica), o que significa dizer que se
formaram a mais de 400 milhões de anos.
O A bacia do Jatobá é uma das bacias sedimentares interiores situada na
porção Centro-Sul de Pernambuco, abrangendo uma área de
aproximadamente 6200 km ². Engloba os municípios de Inajá, Buíque,
Ibimirim etc. é composta por rochas sedimentares do tipo arenito,
siltitos, argilitos e folhelhos. Além de terrenos paleozóicos, encontram-
se nessa bacia terrenos mesozóicos.
O A bacia do Araripe ocupa área dos estados de Pernambuco, Ceará e
Piauí. Nela estão presentes, de forma predominante, rochas
sedimentares de idades jurássica e cretácica. As rochas sedimentares
diversificadas na bacia do Araripe são: arenitos, folhelhos, siltitos,
margas e gipsita.
O A bacia de Mirandiba situa-se no município homônimo. Possui rochas
sedimentares que tem a idade siluro-denoviana, jurássica e cretácica.
Ocorrem nessa unidade geológica as seguintes rochas sedimentares:
arenito, siltitos e folhelhos.
O As bacias costeiras possuem rochas e sedimentos do Mesozóico e
Cenozóico, bem como rochas vulcânicas do Cretáceo. Arenitos, calcários,
margas e sedimentos argilosos e arenosos, além de riolitos, traquitos e
basaltos são encontrados nas bacias referidas.
O Nas bacias costeiras de Pernambuco, duas faixas de terrenos merecem
destaque: os terrenos vulcânicos e os terrenos sedimentares do Grupo
Barreiras.
O Ao sul do recife, nos Municípios de Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca, é
possível encontrar inúmeras evidências de atividades vulcânicas ocorridas,
durante o Cretáceo. São vistos diques e marcas de derrames de rochas
vulcânicas de tipo riolito, basalto etc. no município de Ipojuca se observam
retos de uma antiga chaminé vulcânica, com quase 30 metros de altura. A
própria ilha de santo Aleixo, em Sirinhaém, é de natureza vulcânica.
O Ao norte do Recife, verificam-se sedimentos argilosos e
arenosos que foram depositados no final do Terciário
(Plioceno) e do inicio do Quaternário (Pleistoceno). Esses
sedimentos compõem o que se chama de Grupo Barreiras. Tais
sedimentos possuem características que sugerem a
predominância de climas secos, quando houve a deposição. O
relevo que se desenvolveu sobre os terrenos sedimentares do
Grupo Barreiras é representado pelos tabuleiros costeiros.
O Os terrenos sedimentares mais recentes, encontrados em
Pernambuco, correspondem aos sedimentos incoerentes
dispostos na área costeira, que são as areias de praia. Além
destes, são identificadas as aluviões ao longo dos vales de
alguns rios. Todos esses sedimentos são da idade quaternária.
As mais significativas áreas de aluviões quaternárias são
observadas nos vales dos rios São Francisco, Pajeú, Riacho do
Navio e Moxotó.
Recursos Minerais
de Pernambuco
O O Estado de Pernambuco possui uma grande variedade de bens minerais
dispostos tanto nos terrenos pré-cambrianos quanto nos depósitos
sedimentares.
O As atividades extrativas minerais mais intensas se verificam na bacia do
Araripe e nas bacias costeiras do estado. Essas atividades, contudo,
pouco expressivas quando comparada com as que ocorrem em outros
estados do país.
O Os principais recursos minerais explorados em Pernambuco são: argila,
caulim, calcário, ferro, gipsita, areias quartzosas e ouro.
O Os depósitos mais explorados de argila são encontrados na faixa costeira
do estado, principalmente ao longo dos vales dos rios Ipojuca,
Capibaribe, Pirapama e Sirinhaém, e também na bacia sedimentar do
Jatobá, particularmente nos municípios de Buíque e Tupanatinga.
O Os maiores depósitos de caulim situam-se no Município do Cabo de
Santo Agostinho. Tais depósitos estão inseridos nos sedimentos do
Grupo Barreiras. Ocorrências desse recurso mineral podem ser
encontradas nos municípios de Caruaru e Panelas, no Agreste do Estado.
O Existem dois tipos de calcários extraídos em Pernambuco:
sedimentares e metamórficos. Os depósitos calcários
sedimentares localizam-se na faixa costeira, particularmente
nos municípios de Goiana e Paulista. Os calcários
metamórficos estão inseridos nos terrenos pré-cambrianos.
As principais ocorrências dessa modalidade de calcário
estão nos municípios de Iguaracy, Sertânia, Mirandiba,
Floresta, Flores, Gravatá e Itambé.
O Os calcários sedimentares são empregados como matéria-
prima na industria de cimento. Já os calcários metamórficos
são usados com finalidades ornamentais, para a produção de
cal e como corretivo de solos, diminuindo a acidez destes.
O Os depósitos de feldspatos são verificados nos municípios
de Caruaru e Altinho.
O O ferro também está presente no território pernambucano. A
principal jazida desse minério localiza-se em São Jose de
Belmonte. Existem, ainda, outras ocorrências de erro nos
municípios de Mirandiba, Altinho, Sertânia e Custódia, mas sem
importância econômica.
O A gipsita localiza-se na bacia do Araripe. As maiores reservas
desse mineral no país localizam-se exatamente nessa bacia. Em
Ouricuri, Araripina, Ipubi, Bodocó e Exu estão os mais
significativos depósitos de gipsita em Pernambuco. A gipsita é
utilizada comercialmente para a produção de gesso.
O As areias quartzosas empregadas na fabricação de vidro são
extraídas dos depósitos sedimentares do Grupo Barreiras, nos
municípios do Recife, Jaboatão dos Guararapes e Goiana.
O O ouro é encontrado nos municípios de São José do Egito e
Itapetim, em lentes e filões encaixados em xistos e gnaisses pré-
cambrianos.
Geologia e relevo
O O relevo é moderado: 76% do território estão abaixo
dos 600 m. É formado basicamente por três unidades
geoambientais: Baixada litorânea, Planalto da
Borborema e Depressão Sertaneja. O litoral é uma
grande planície sedimentar, quase que em sua
totalidade ao nível do mar, tendo alguns pontos abaixo
do nível do mar. Nessas planícies estão as principais
cidades do estado, como Recife e Jaboatão dos
Guararapes.
Chapada do Araripe
O A altitude aumenta à medida que se afasta do litoral. O Planalto
da Borborema, principal formação geológica na faixa de
transição da Zona da Mata para o Agreste, é conhecido
popularmente como Serra das Russas, e tem altitude média de
400 m, ultrapassando os 1.000 m nos pontos mais elevados.
Em Brejo da Madre de Deus, no agreste pernambucano, está
localizado o Pico da Boa Vista (1.195 m), ponto culminante do
estado. (Pico do Papagaio é o ponto mais alto do estado)
O No Sertão os níveis de altitude decrescem em direção ao Rio
São Francisco, formando, em relação ao Planalto da
Borborema, uma área de depressão relativa. O município
sertanejo de Triunfo é a cidade mais alta de Pernambuco (1.004
m), e onde localiza-se o segundo ponto mais alto do estado,
o pico do papagaio (1.185 m).
O Baixada Litorânea

O Distinguem-se, de leste para oeste: praias protegidas pelos


recifes; uma faixa de tabuleiros areníticos, com 40 a 60 m de
altura; e a faixa de terrenos cristalinos talhados em colinas, que
se alteiam suavemente para oeste até alcançarem 200 m no sopé
da escarpa da Borborema.
O Tanto a faixa de tabuleiros como a de colinas são cortadas
transversalmente por vales largos onde se abrigam
amplas várzeas (planícies aluviais). Fortes contrastes observam-
se entre os solos pobres dos tabuleiros e os solos mais ricos das
colinas e várzeas. Nos dois últimos repousa a aptidão do litoral
pernambucano para o cultivo da cana-de-açúcar, base de sua
economia agrícola
O Planalto da Borborema e depressão sertaneja

O Seu rebordo oriental, escarpado, domina a baixada litorânea com um


desnível de 300 m, o que lhe confere ao topo uma altitude de 500 m. Para
o interior, o planalto ainda se alteia mais e alcança média de 800 m em seu
centro, donde passa a baixar até atingir 600 m junto ao rebordo ocidental.
O Diferem consideravelmente as topografias da porção oriental e da porção
ocidental. A leste, erguem-se sobre a superfície do planalto cristas de leste
para oeste, separadas por vales, que configuram parcos relevos de 300 m.
Aproximadamente no centro-sul do planalto eleva-se o maciço dômico
de Garanhuns, que supera a altitude de 1.000 m.
O No Sertão as cotas altimétricas decrescem em direção ao Rio São
Francisco, formando, em relação ao Planalto da Borborema, uma área de
depressão relativa. As formações geomorfológicas predominantes são
os inselbergues, serras e chapadas, estas últimas aparecendo em áreas
sedimentares. A Chapada do Araripe tem altitude média de 800 m.
O Ilhas oceânicas
OO arquipélago de Fernando de Noronha é
constituído por rochas vulcânicas, e seu relevo
envolve desde áreas planas de baixa altitude até
morros com encostas íngremes e picos isolados
como o Morro do Pico (323 metros sobre o nível do
mar).
O Já o arquipélago de São Pedro e São Paulo, cujas
rochas expostas são periódicos serpentinizados de
um megamullion tectonizado — única exposição
mundial do manto abissal acima do nível do mar, se
eleva apenas até 23 metros de altitude.
Clima de Pernambuco
O O clima de uma região pode ser definido de duas
maneiras:
O 1)“O conjunto de fenômenos meteorológicos que
caracterizam o estado médio da atmosfera em uma
dada localidade”(J. HANN);
O 2)“O ambiente atmosférico constituído por uma série
de estados da atmosfera que cobre um lugar em sua
sucessão habitual”(MAX SORRE).
O O estudo do clima pressupõe a análise de fatores
geográficos estáticos e dinâmicos. Esses fatores
influenciam consideravelmente os elementos do
clima.
O Os fatores geográficos estáticos são principalmente,
o relevo, continentalidade e maritimidade. Os
fatores dinâmicos estão relacionados aos avanços
de massas de ar e frentes frias.
O Os fatores geográficos modificam
consideravelmente os elementos climáticos.
Ex.: Relevo.

O Os fatores dinâmicos alteram o tempo


meteorológico de uma localidade.
Ex.: Avanço das frentes fria.
O Existem diversas classificações empregadas no
estudo dos climas.

O A classificação de Köppen emprega letras e


símbolos para denominar as zonas e os tipos
climáticos.

O Existem climas de três zonas: A, B e C.


O A zona A corresponde aos climas tropicais
chuvosos. Ex.: Florestas.

O A zona B relaciona-se com climas quentes e secos.


Ex.: Caatingas e estepes.

O A zona C engloba climas mesotérmicos úmidos.


Ex.: Garanhuns e Triunfo.
O A zonas que caracterizam o estado de Pernambuco
são a A, B e C.
O Köppen estabeleceu ainda subtipos climáticos,
adicionando letras minúsculas e símbolos. Sendo
assim no nosso estado existem os seguintes tipos de
clima:
O As’ onde A = clima quente e úmido; s’ = com
chuvas de outono-inverno.
O BSh onde B = clima seco; S = de estepe, h de baixas
latitudes.
Quadro térmico
O O estado de Pernambuco situa-se inteiramente
numa faixa de baixas latitudes, onde as taxas de
insolação são elevadas o ano inteiro.
O Não são verificadas altitudes superiores a 1.000m,
capazes de reduzir consideravelmente os efeitos
térmicos da tropicalidade.
O As médias térmicas anuais variam de 20° a 26°C.
O Temperatura anual em torno de 24°C na: Zona
da Mata, Chapada do Araripe e no Sertão do
Moxotó.
O Médias térmicas anuais mais elevadas no: Vale
do Pajeú e Vale do São Francisco.
O Médias térmicas mais baixas em: Garanhuns,
Taquaritinga do Norte, Poção e Triunfo.
Os regimes de chuvas
O Os regimes de chuvas ocorridos em Pernambuco
são determinados pela atuação de diversos
sistemas atmosféricos, um dos quais de origem
extratropical.
O São identificados no nosso território, três regimes
de chuvas designados por Köppen:
O 1) O regime de chuvas de verão (w) é determinado
pela ação de uma massa de ar quente e úmido
oriunda da região Amazônica, chamada Equatorial
continental (mEC) que ocasiona chuvas
convectivas. Esse regime caracteriza uma ampla
área que se estende desde o Oeste de Pernambuco
até as proximidades do município de Arcoverde.
O 2) O regime de chuvas de verão-outono (w’) é uma
decorrência de um sistema atmosférico
denominado Zona de Convergência Intertropical
(ZCTI). É um sistema de ar quente e úmido que se
forma nas zonas de baixas pressões equatoriais.
Também acarreta chuvas convectivas. Esse regime
se manifesta no semiárido pernambucano, nas
microrregiões do Pajeú, de Salgueiro, Araripina e
Sertão do Moxotó.
O 3) O regime de chuvas de outono-inverno (s’) é
provocado pela ação de um sistema atmosférico
extratropical - a Frente Polar Atlântica (FPA) e
pelas Ondas de Leste. A FPA atua intensamente na
parte oriental do estado durante o inverno,
enquanto as ondas de leste se formam sobre o
oceano Atlântico e avançam de leste para oeste,
sobre a Zona da Mata, provoca pesados
aguaceiros.
As secas em Pernambuco
O A seca é um fenômeno climático que implica numa
redução considerável dos valores de chuvas de um
espaço geográfico.
O A seca, característica das áreas semiáridas, acarreta
a falência de safras agrícolas e sérios prejuízos á
pecuária.
O A zona da Mata apresenta percentuais que vão de 0
a 20%. O Agreste varia de 21 a 80%. O Sertão, de
81 a 100%.
Hidrografia
O O rio São Francisco que nasce na serra da
Canastra, em Minas Gerais, corre inicialmente em
direção norte, cortando os estados de Minas Gerais
e Bahia, servindo, em grande parte do seu curso,
de linha divisória entre os Estados de Pernambuco
e da Bahia.
Hidrografia

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