Você está na página 1de 70

Geologia de Campos dos

Goytacazes

Dezembro de 2018
Panorama Geológico Regional
• O município de Campos dos Goytacazes está localizado no litoral norte do Estado do Rio de
Janeiro.
• O maior município do Estado do Rio de Janeiro;
• A cidade desenvolveu-se sobre uma planície de inundação;
• Devido à fragilidade do meio físico, vem sofrendo sérios problemas ambientais;
• O núcleo urbano apresenta um relevo suave e hidrografia abundante;
• o Rio Paraíba do Sul atravessa todo o Município e lagoas, com destaque para a Lagoa Feia e a
Lagoa de Cima.

Rio Paraíba do Sul


Pedologia
• Tipos predominantes de solo: cambissolos, neossolo litólico, argissolo, latossolos, neossolo flúvico
, espodossolo, organossolo e gleissolo.
• Na parte elevada do município os solos são provenientes do intemperismo das rochas
PréCambrianas (Gnaisses e Granitos) e dos Sedimentos Terciários da Formação Barreiras;
• São solos que apresentam textura que variam de areno-argilosa a argilo-arenosa, geralmente
bem drenados.

Solo Areno-argiloso a argilo-arenoso


Geomorfologia
• Planícies Aluviais - • Planícies Costeiras –
• Extensos fundos de vales dos rios Imbé • extensa área de relevo baixo e plano,
e Urubu • situada ao longo do litoral, englobando a
• Preenchidos de sedimentos de origem localidade de Farol de São Tomé.
fluvial e fluvio-lagunar • É resultante do processo de transgressão e
regressão marinha.
Geomorfologia
• Planície Flúvio-Lagunar – • Tabuleiros –
• Extensos terrenos alagados; • amplitudes de relevo muito baixas e cotas
• Sedimentos de origem lagunar que variam entre 15 e 80m.
resultantes das obras de saneamento, • margem norte do rio Paraíba do Sul, até às
efetivadas com a abertura do Canal das proximidades do limite com o ES
Flechas; • Na Baixada Campista, registram-se
• Promoveu a drenagem da baixada e o também alguns remanescentes de
rebaixamento do lençol freático tabuleiros do Grupo Barreira.
subaflorante.
Geomorfologia
• Domínio Serrano - Algumas serras formam o domínio serrano da região, dentre elas se destacam a
Serra do Imbé e a Serra da Pedra Lisa.

• A Serra da Pedra Lisa


• Um conjunto de alinhamentos serranos
• A escarpa da Serra do Imbé
em meio ao domínio colinoso.
• da vila de Morro do Coco à vila de Santa • relevo de declividade média
Maria
• conjunto de cristas alinhadas de direções
variadas.
Geologia
• A geologia de Campos pode ser resumida em duas partes: Formação das Rochas do Embasamento
Cristalino (Pré-Cambrianas) e Formação da Bacia Sedimentar (Fanerozóico).

• Fanerozóico
• A Bacia de Campos representa uma típica bacia de margem passiva e hoje é a mais importante área
de exploração de petróleo no Brasil. As variações do nível do mar, chamadas transgressão e
regressão marinha, associadas à variação climática originaram depósitos sedimentares Terciários e
Quaternários.
Geologia
- Fanerozóico
• Sedimentos Litorâneos (Qc): Ocorrem nas
regiões leste e sul do município. Estes sedimentos
são constituídos de areias quartzosas litorâneas, de
coloração esbranquiçada, por vezes amarelada e
acastanhada. .

• Sedimentos Flúvio-Lagunares (Qp): Ocorrem


principalmente nos baixos cursos dos rios Paraíba
do Sul, Ururaí, Muriaé e Macabu. A seqüência
sedimentar é composta por argilas, argilas-sílticas
e siltes, de planície de inundação. Engloba
também as areias quartzosas dos depósitos de
canais fluviais, bem como as areias e
conglomerados quartzosos com matriz argilosa,
dos depósitos aluvionares.
Geologia
- Pré Cambriano
• As rochas do embasamento cristalino que ocorrem em Campos são em sua maioria gnaisses,
migmatitos, charnockitos e granitos.
• O domínio colinoso e serrano fazem parte do embasamento cristalino do município.

migmatitos charnockitos gnaisses granito


Geologia
- Pré Cambriano
• Corpo Magmático Intrusivo – Granitos do Itaóca e
de Morro do Coco (grI): O corpo granítico que
constitui a Serra do Itaóca se encontra presente
isoladamente entre o domínio colinoso e a planície
colúvio-alúvio-marinha.

• Unidade Angelim (P∈lIag): Presente somente


ao norte do Município e é formada por gnaisses.
Geologia
- Pré Cambriano
• Unidade Bela Joana (P∈lbj): Presente ao norte e
a sudoeste do rio Paraíba do Sul em Campos. Suas
rochas são charnockitos
• Unidade Desengano (P∈lIIde): Presente
restritamente, em um pequeno trecho localizado
no limite do Município de Campos com o
Município de Santa Maria Madalena e é
constituída por gnaisses.
Geologia
- Pré Cambriano
• Unidade São Fidélis (P∈IIIsf): Esta unidade se
encontra presente ao norte e a sudoeste do rio
Paraíba do Sul, no Município de Campos. As rochas
gnáissicas e os migmatitos dessa unidade têm a
maior distribuição e extensão entre todas as outras
unidades pré-cambrianas de Campos.

• Unidade de Santo Eduardo (P∈lIse): Ocorre


apenas na região norte do Município e é constituída
em sua maioria por migmatitos.
Unidades de Baixada
• As unidades de baixada estão confinadas entre o oceano e os domínios colinosos. São encontradas as
unidades de solos areno-argilosos e argilo-arenosos, associação de solos orgânicos e argilosos, cordões
litorâneos e solos originados por sedimentos fluviais.
Unidades Geológico-Geotécnicas
• Solos Areno-Argilosos e Argilo-Arenosos sobre substrato aluvial e marinho(AA) –
• Constitui a planície de inundação do rio Paraíba do Sul.
• Consiste em argilas e siltes micáceos ;
• É resultante de uma sequência de eventos transgressivos e regressivos do nível do mar.
• LL de 35 a 80% e o LP de 8 a 49%.
Unidades Geológico-Geotécnicas
• Solos Areno-Argilosos e Argilo-Arenosos sobre substrato aluvial e marinho(AA) –
• Estes solos apresentam baixa capacidade de suporte de cargas; lençol freático varia de 0 a 5m de
profundidade
• ocorrência de encharcamentos e inundações, recalque nas fundações, danificações dos pavimentos
viários, solapamento das margens dos córregos, assoreamento generalizado dos cursos d’água,
poluição das águas subterrâneas por fossas sépticas.
• em determinados locais, como no núcleo urbano por exemplo, há ocorrência de solos moles.

Perfil de Solo do Valão dos Coqueiros,


no núcleo urbano de Campos, próximo a
UENF
Unidades Geológico-Geotécnicas

Mapa Preliminar de Unidades Geológico-Geotécnicas de Campos - RJ


Unidades Geológico-Geotécnicas
• Associação de Solos Orgânicos e Argilosos sobre substrato flúvio-lagunar (AO)
• Composto por Gleissolo e Organossolo;
• Extensos terrenos constantemente alagados.
• Organossolos apresentam camadas de constituição orgânica.
• Gleis são solos minerais recentes, pouco evoluídos e originados de sedimentos quaternários;
Unidades Geológico-Geotécnicas

Mapa Preliminar de Unidades Geológico-Geotécnicas de Campos - RJ


Unidades Geológico-Geotécnicas

Mapa Preliminar de Unidades Geológico-Geotécnicas de Campos - RJ


Unidades Geológico-Geotécnicas

Mapa Preliminar de Unidades Geológico-Geotécnicas de Campos - RJ


Unidades Geológico-Geotécnicas

Mapa Preliminar de Unidades Geológico-Geotécnicas de Campos - RJ


Unidades Elevadas
• Afloramentos Rochosos (Af)
• Decorrentes dos processos de degradação do relevos;
• afloram em toda área de maciços mapeada, concentrando-se preferencialmente nas cotas mais
elevadas e com maiores declividades;
• O Limite de Liquidez foi de 52% e o Limite de Plasticidade de 33%.
• São áreas de risco pela ocorrência de lascas, de blocos instáveis, impossibilidade de instalação de
fossas sépticas, dificuldade de execução de obras.
Unidades Elevadas
• Tálus/Colúvio, Depositados nas Encostas ou Sopés das Principais Elevações-
• Deoisitosa de tálus e solos coluviais;
• Encostas ou sopés das principais elevações da área mapeada;
• Heterogeneidade granulométrica e heterogeneidade litológica dos blocos que o compõe;
• Esses solos foram classificados como: Siltes Orgânicos.
• O Limite de Liquidez variou de 33 a 118% e o Limite de Plasticidade de 20 a 40%.
Unidades Geológico-Geotécnicas

Mapa Preliminar de Unidades Geológico-Geotécnicas de Campos - RJ


Relevo local
Relevo local

Morfologia do município de Campos dos Goytacazes. Fonte: Ramalho (2015)


Relevo local

Unidades geomorfológicas do Município de Campos dos Goytacazes. Fonte: Ramalho (2015)


Relevo fortemente ondulado a escarpado - serras
É localizada na cabeceira da bacia hidrográfica da Lagoa Feia, ao sul do Rio Paraíba do Sul encontra-se
inserida nos limites do Parque Estadual do Imbé, uma área de proteção ambiental. Possui freqüentes e
extensos afloramentos de rochas em frentes verticalizadas e depósitos de blocos de dimensões variadas,
distribuídos a meia encosta e sopé de serra. No distrito de Morro do Coco, no complexo do Pico da Pedra
Lisa e Baú. Nas áreas do complexo cristalino onde se destacam as serras e escarpas as declividades
são superiores a 55%,

Complexo da Pedra do Baú e Pico da Pedra Lisa ao fundo. Localidade de Morro do Coco –
Norte do Município de Campos dos Goytacazes.
Relevo suave a ondulado – Mar de morros
É um domínio morfoclimático onde o intemperismo químico provocou o surgimento de morros com
formas bem arredondadas.

Vista do Distrito de Morro do Coco e panorama da paisagem predominante Vista do Distrito de Morro do Coco e panorama da paisagem predominante
ao norte do Município de Campos na unidade colinas suaveonduladas. ao norte do Município de Campos na unidade colinas suaveonduladas.
Clima local
Em sua maioria a região norte fluminense é caracterizada pelo clima tropical úmido. São identificados dois
padrões sazonais bem definidos ao longo do ano: um de alta e um de baixa pluviosidade.
A distribuição pluviométrica também é desigual ao longo do território, tal fato pode estar associado ao relevo
local por não o apresentar barreiras orográficas suficientes para reter os ventos úmidos do Atlântico.
Como consequência, regiões de planícies aluvionares do município vivenciam épocas de secas.

Médias da Precipitação do últimos 25 anos em Campos dos Goytacazes. Campus Dr. Leonel Miranda.
Tabuleiros terciários
Tabuleiro é uma forma de relevo constituída por pequenos platôs, de altitude geralmente entre 20 m e 50 m,
limitados por escarpas (área de transição entre diferentes províncias fisiogeográficas que envolve
uma elevação aguda, superior a 49º, caracterizada pela formação de um penhasco ou uma encosta íngreme

Na região estudada, correspondem a formas de relevo


suavemente dissecadas, com extensas superfícies de
gradientes extremamente suaves, com sedimentação de
colúvios e alúvios, com topos planos e alongados e
vertentes retilíneas nos vales encaixados em forma de
“U”, resultantes da dissecação fluvial recente.

Tabuleiro da Formação Barreiras visto da Rodovia BR /356. Fonte:


Chrispim, 2016.
Planícies costeiras
Planície é uma unidade de relevo caracterizada por áreas predominantemente planas, pouco acidentadas,
estando geralmente próximas ao nível do mar. Podem ser classificadas em planícies costeiras (quando o
agente de sedimentação é o mar); fluviais (quando é um rio) e planícies de origem lacustre (quando
formadas pela ação de um lago).

Na região estudada compreendem terrenos com


superfícies suborizontais, com microrrelevo
ondulado de amplitudes topográficas inferiores a 20
m, formadas por processos de sedimentação
marinha e/ou eólica. Compostas por terrenos
arenosos de terraços marinhos, cordões arenosos e
campos de dunas.

Vista aérea da planície costeira em direção ao interior fluvial, Farol de São Tomé
Planícies colúvio-alúvio-marinha
Na região de interesse, apresentam superfícies suborizontais, com gradientes extremamente suaves com
presença de superfícies de aplainamento e pequenas colinas ajustadas ao nível de base das baixadas.

São resultantes de uma sequência de eventos


transgressivos e regressivos que marcaram
períodos cíclicos de erosão e sedimentação dos
depósitos continentais e marinhos, que modelaram
a atual morfologia da região.
Composição predominante do solo: solo argilo-
arenoso
Planícies flúvio-lagunares
Possuem superfícies planas, de interface com os
sistemas deposicionais continentais e lagunares.
Apresentam nível freático subaflorante e os
terrenos são muito mal drenados.
Esta planície é caraacterizada por extensos
terrenos alagadiços que consistem em sedimentos
de origem lagunar, no qual resultam no
ressecamento atual da Lagoa Feia.
Solo predominante: argilas orgânicas.

Aspecto da extensa planície flúvio-lagunar, apresentando frequentes áreas inundá-


veis ocupadas por pastagens, próximo a Farol de São Tomé. Fonte: Chrispim, 2016.
Clima local
Em sua maioria a região norte fluminense é caracterizada pelo clima tropical úmido. São identificados dois
padrões sazonais bem definidos ao longo do ano: um de alta e um de baixa pluviosidade.
A distribuição pluviométrica também é desigual ao longo do território, tal fato pode estar associado ao relevo
local por não o apresentar barreiras orográficas suficientes para reter os ventos úmidos do Atlântico.
Como consequência, regiões de planícies aluvionares do município vivenciam épocas de secas.

Médias da Precipitação do últimos 25 anos em Campos dos Goytacazes. Campus Dr. Leonel Miranda.
Clima local
Em sua maioria a região norte fluminense é caracterizada pelo clima tropical úmido. São identificados dois
padrões sazonais bem definidos ao longo do ano: um de alta e um de baixa pluviosidade.
A distribuição pluviométrica também é desigual ao longo do território, tal fato pode estar associado ao relevo
local por não o apresentar barreiras orográficas suficientes para reter os ventos úmidos do Atlântico.
Como consequência, regiões de planícies aluvionares do município vivenciam épocas de secas.

Médias da Precipitação do últimos 25 anos em Campos dos Goytacazes. Campus Dr. Leonel Miranda.
Segundo Minuzzi et al. (2007), o clima da região pode ser
afetado por:
• Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) e as frentes frias;
• Anticiclone Subtropical do Atlântico Sul (ASAS);
• Vórtice Ciclônico em Altos Níveis (VCAN).
Ventos
Mapa de delimitação dos aquíferos da região

Mapa de Delimitação de Aquíferos. Fonte: Caetano (2000).


Aquíferos
É uma formação geológica subterrânea que funciona como reservatório de água, sendo alimentado pelas
chuvas que se infiltram no subsolo.

Fonte: https://www.infoescola.com/hidrografia/aquifero/
Quanto ao tipo de rocha armazenadora, os aquíferos podem
ser:
• Aquíferos Porosos: Esses tipos de aquíferos apresentam espaços vazios de pequenas dimensões
(poros), por onde a água percola. Estão associados com rochas do tipo sedimentares consolidadas, solos
arenosos e sedimentos inconsolidados.

• Aquíferos Fraturados ou Fissurados: São caracterizados por possuírem fraturas abertas que acumulam
água. Os aquíferos fraturados estão associados com rochas do tipo ígneas e metamórficas.

• Aquíferos Cársticos: São formados em rochas carbonáticas. As fraturas presentes neste tipo de aquífero
podem atingir dimensões maiores, devido à dissolução do carbono pela água. Assim, podem formar
grandes cavidades subterrâneas.
Aquíferos da região de Campos dos Goytacazes, Caetano (2010)

• Aquífero Fraturado
Constituído pelas fraturas e falhas do embasamento
cristalino;
• Aquífero Terciário Formação Barreiras
Compostos por sedimentos terciários aflorantes,
constituído por argilas lateríticas e areias com óxido de
ferro, sobrepostos ao embasamento cristalino.
O aquífero é livre, pouco produtivo e composto por
águas, normalmente, ferruginosas;

Mapa de Delimitação de Aquíferos. Fonte: Caetano (2000).


Aquíferos da região de Campos dos Goytacazes, Caetano (2010)

• Quaternário Deltaico
Formado por sedimentos quaternários, aflorantes,
compostos por areias e arenitos, finos a médios com
matriz siltosa e bandas argilosas.
Trata-se de um aquífero livre, com espessuras
variando de 60 a 90 m, sobreposto ao embasamento
cristalino.
Apresenta permeabilidade média em 91 m/dia. As
águas são de boa qualidade, ocasionalmente
ferruginosas..

Mapa de Delimitação de Aquíferos. Fonte: Caetano (2000).


Aquíferos da região de Campos dos Goytacazes, Caetano (2010)

• Aquífero Terciário Formação Emborê


Cconstituído por sedimentos não aflorantes, tidos como
terciários, compostos por arenitos variados, com
feldspato; argilitos impuros e argilas orgânicas,
podendo ocorrer pedaços de madeira fóssil.
Trata-se de um aquífero confinado a entre 100 e 220 m
de profundidade, sobreposto a sedimentos mais
antigos.
A permeabilidade média em 0,86 m/dia. As águas tem
boa qualidade.

Mapa de Delimitação de Aquíferos. Fonte: Caetano (2000).


Recursos hídricos

Mapa de Bacias Hidrográficas e Canais Principais do Município de Campos dos Goytacazes – RJ.
Bacia da Lagoa feia
Está situada na porção sudoeste do Município e se estende para além dos domínios territoriais de
Campos dos Goytacazes, alcançando Santa Maria Madalena, São Fidélis, Conceição de Macabú e
Quissamã, entre outros.
É uma bacia de drenagem com 1844 km² o que
corresponde a 46% do território de Campos.

A lagoa de cima integra a mesma bacia de


drenagem da Lagoa Feia, caracterizando-se
como um corpo hídrico de 14,95 Km² e é
uma unidade de proteção ambiental.

Lagoa Feia na Localidade de Ponta Grossa dos Fidalgos


Bacia do Rio Itabapoana
Possui 281 km², aproximadamente 7% do Município e a sudeste a Bacia dos Canais do Norte Fluminense
com 594 km2, isto é, cerca de 15% do território desse Município.
O Rio Itabapoana é formado pelo encontro do Rio Preto com o Rio São João, na divisa dos Estados de
Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro
Bacia do Rio Paraíba do Sul
A bacia do Rio Paraíba do Sul ocupa 1313 km² e abrange cerca de 32% do total territorial de Campos dos
Goytacazes.
Um dos principais contribuintes dessa bacia no Município é o Rio Muriaé, que drena duas lagoas a Lagoa
Limpa e Lagoa das Pedras. Destaca-se ainda nessa bacia a Lagoa do Campelo próxima ao Município de
São Francisco do Itabapoana.
É uma Área de Proteção Ambiental e está em estágio de poluição e assoreamento preocupante.
Rio Paraíba do Sul
O Rio Paraíba do Sul tem sua nascente no Estado de São Paulo, na Serra da Bocaina. Ele é formado
pela união dos rios Paraibuna e Paraitinga, a 1.800 metros de altitude, a partir de três reservatórios:
Paraibuna, Paraitinga e Santa Branca.

O rio vem fazendo o limite entre os Estados de Minas Gerais e do Rio de Janeiro até encontrar o
Oceano Atlântico no Norte Fluminense entre os municípios de São João da Barra e São Francisco de
Itabapoana, um percurso de 1.150 km.

É a principal fonte de água dos habitantes de Campos dos Goytacazes,


Tendência anual do Rio Paraíba do sul
Influência na Engenharia Civil
• O projeto de qualquer obra geotécnica é feito a partir do conhecimento das propriedades do
maciço.

• O aumento do porte das edificações construídas em locais de solos fofos e moles possibilita a
ocorrência de deformações cada vez maiores, devido a baixa compacidade dos materiais que
formam o subsolo da região urbana do município de Campos dos Goytacazes, associada ao
aumento das cargas transmitidas às fundações.

• Atualmente todas as edificações de múltiplos andares construídas em Campos dos Goytacazes


são executadas sobre fundações profundas.
Influência na Engenharia Civil
• Devido à baixa profundidade do lençol freático na área urbana do município de Campos, foram
executadas no Séc. XIX canais de drenagem variando de 3 a 4 metros de profundidade, formando
uma malha de drenagem na região.

• A execução dos canais fez com que ocorresse o ressecamento das camadas superficiais de argila,
que se tornou suporte para fundações de prédios de pequenas cargas.

• À medida que o tempo passou e começaram a serem construídos prédios de maior porte no
município, foi necessário utilizar fundações que alcançassem camadas de solo mais resistentes.

• A solução inicial adotada foram fundações profundas em estacas Franki e pré-moldadas de concreto
com profundidades variadas.

• Devido aos problemas de crescimento urbano e à ocorrência de possíveis danos em construções


vizinhas, na década de 90 as estacas hélice contínua começaram a tomar espaço na execução de
fundações de edifícios de grande porte na região.
Influência na Engenharia Civil

• Facilidade em alcançar camadas de


solo mais resistentes;
• Não ocasionam ruídos e vibrações
nas edificações vizinhas;

As características técnicas inerentes à


estaca hélice, associadas às condições
geológicas do subsolo da região urbana
de Campos dos Goytacazes, fazem
este tipo de fundação cada vez mais
presente em obras executadas no
município.

Execução da estaca hélice contínua.


Influência na Engenharia Civil

Problemas Característicos de obras em região de solos moles:

• Estabilidade
• Recalques

Interferência dos recalques do solo nos elementos estruturais:

• Atrito negativo
• Efeito Tschebotarioff
Influência na Engenharia Civil
Recalques:

(i) Recalque elástico (ou recalque imediato): causado pela


deformação elástica do solo.

(ii) Recalque por adensamento primário: resultado da


alteração volumétrica associado à expulsão da água que
ocupa os espaços vazios do solo.

(iii) Recalque por compressão secundária: deformações


observadas após o final do processo de adensamento
primário. É uma forma adicional de compressão que ocorre
sob tensão efetiva constante. Em algumas situações, ocorre
concomitante ao adensamento primário.
Influência na Engenharia Civil
Atrito Negativo:

O atrito negativo corresponde a um acréscimo na carga axial decorrente do recalque da camada compressível.
Se a estaca estiver inclinada, pode vir a sofrer um esforço de flexão ao longo do fuste.
Influência na Engenharia Civil
Efeito Tschebotarioff:

• A sobrecarga aplicada diretamente sobre um


solo induz tensões e deslocamentos no
interior da massa de solo, tanto na direção
vertical como na horizontal;

• No caso de haver estacas nas proximidades


da área carregada, estas se constituirão num
impedimento a deformação do solo e,
consequentemente, ficarão sujeitas aos
esforços dessa restrição.
Técnicas de melhoramento do solo
Tipos de reforço de solo:

• Estacas;
• Microestacas;
• Colunas de brita;
• Terra armada;
• Jet-grouting;
• Grelhas e Geotêxteis.
Técnicas de melhoramento do solo
• Estacas e Microestacas:

Utilizadas para reforço de fundações.


Técnicas de melhoramento do solo
Colunas de brita:

• Módulo de deformabilidade elevado;


• Grande capacidade de drenagem;
• Reduz o período de consolidação pela concentração e redistribuição das cargas aplicadas;
• Aumentam a capacidade de suporte do solo e diminuem os recalques.
Técnicas de melhoramento do solo

Terra armada:

• É composto por um maciço contido por placas


pré-moldadas de concreto, que funcionam como
face da contenção;

• A pressão do sistema é distribuída em tiras


metálicas, presas às placas. Essas tiras,
colocadas dentro do solo na medida em que este
é compactado durante a execução, resistem aos
esforços por conta do atrito desenvolvido no
maciço.
Técnicas de melhoramento do solo
• Jet-grouting

• Melhoramento da compacidade ou de resistência


dos solos;

• Consiste na injeção de caldas de cimento no


terreno, com o objetivo de preencher os vazios dos
solos, e assim, melhorar sua resistência.
Técnicas de melhoramento do solo
• Grelhas e Geotêxteis

• Utilizados para reforço de aterros e taludes.

• Consiste na inserção de elementos planos de reforço


(geogrelhas ou geotêxteis) entre camadas de solo
compactado e no envelopamento da face com o próprio
material de reforço.

• Ao permitir utilizar o solo local compactado como um


elemento estrutural, essa técnica apresenta boa relação
custo-benefício em situações de aterro.
Fundações profundas em solos moles
• Tipos de fundações que podem ser usadas:

Estaca Hélice contínua: Estaca Raíz:

Esse tipo de estaca não precisa de Indicado em casos como reforço de fundações,
revestimento e evita a vibração. fundações de obras com vizinhanças sensíveis a
vibrações ou poluição sonora, ou em terrenos com
Comum para solos de baixa resistência e com presença de matacões, rocha ou até mesmo
presença de lençol freático. concreto.

A maioria dos edifícios de Campos dos


Goyatacazes adotam esse tipo de fundação.
Causas das patologias em fundações
• Ausência ou falhas nas investigações dos solos:

Número insuficiente de sondagens;

Erro de localização;

Procedimentos fraudulentos;

Influência da vegetação;

Presença de matações.
Causas das patologias em fundações
• Investigação insuficiente
Causas das patologias em fundações
• Presença de matacões
Bibliografia
Aline Nogueira Costa ; Helena Polivanov e Maria da Glória Alves Mapeamento Geológico-Geotécnico
Preliminar, Utilizando Geoprocessamento, no Município de Campos dos Goytacazes, Estado do Rio de
Janeiro
Obrigada!

Você também pode gostar