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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS DE TECNOLOGIAS DE MOÇAMBIQUE

TEMA: Caracterização Litológica da Bacia de Rovuma

Nome do estudante e código: Nicole Maria 20180903

Curso: Eng. Geológica e de Minas

Disciplina: Metodologias de
Investigação Cientifica

Ano de Frequência: 4o Ano

Docente: Dr João Mugabe

Maputo, Dezembro de 2021


Índice
1 Introdução .......................................................................................................................... 4

2 Localização da Bacia do Rovuma...................................................................................... 5

3 Litoestratigrafia da Bacia do Rovuma............................................................................... 5

3.1 Mikindani Fm. (TeK) ............................................................................................................. 5

3.2 Chinda Fm. (TeCh) ................................................................................................................ 5

3.3 Quissanga Fm. (TeQj)............................................................................................................ 6

3.4 Alto Jingone Fm. (TeQj)........................................................................................................ 7

3.5 Mifume Fm. (CrMf) ............................................................................................................... 8

3.6 Macomia Fm. (CrMo) ............................................................................................................ 8

3.7 Pemba Fm. (CrPc, CrPs, CrPm) ............................................................................................ 8

3.8 N’Gapa Fm. (TrP) .................................................................................................................. 9

3.9 Rio Mecole Fm. (TrM) ........................................................................................................ 10

4 Conclusão ........................................................................................................................ 11

5 Referencias Bibliograficas ............................................................................................... 12


Indice de Figuras

Figura 1-Mapa simplificado de Localizaçao da Bacia de Rovuma ........................................... 5


Figura 2: Arenitos da região de Chinda ..................................................................................... 6
Figura 3: Parte da formação de Quissanga na Ilha de Moçambique.......................................... 7
Figura 4: Fotografias da Formação Alto Jingone. (a) Seção típica através de margas
estratificadas da Formação Alto Jingone exposta em uma pequena pedreira nos arredores de
Pemba (b) Pedra calcária de granulação média esbranquiçada a creme; c) Calcários intercalados
de granulação fina; d) coral brechado ........................................................................................ 7
Figura 5: Litologias da Formação de Macomia: a) arenitos arkósicos próximos ao topo da
formação de Macomia. b) Interfaces de arenitos que contem pedras de arenitos avermelhados
com granulação media a grossa. c) exposição em caverna de estratificação cruzada de calha de
vários andares............................................................................................................................. 8
Figura 6: Formação de Pemba; a) Intercalações de calcário; b)Troca de crustaceos em argilitos
e arenitos desta formação; c) camada de arenitios da formação; d) Sequencia de influência
marinha na parte superior da formação; e)Depuração de siltitos expostos em uma pequena
pedreira ...................................................................................................................................... 9
1 Introdução
A zona costeira de Moçambique estende-se por mais de 2300 km ao longo da margem
continental da África Oriental. Existem duas grandes bacias sedimentares no país; a Bacia de
Moçambique, localizada no centro e sul do país, e a Bacia do Rovuma, objeto deste estudo. A
Bacia do Rovuma está localizada no NE de Moçambique e se estende do Sul da Tanzânia ao
Sul de Nacala. Cobre aproximadamente 29500 km2, dos quais aproximadamente 23800 km2,
estão em terra. O setor onshore tem uma largura máxima de cerca de 150 km e um comprimento
de aproximadamente 400 km. (Carneiro & Alberto, 2014)

A bacia do Rovuma desenvolveu-se a partir de 165 Ma, um período de fragmentação ativa do


Gondwana e formação de bacias no Oceano Índico. Um grande período de sedimentação na
Bacia do Rovuma ocorreu durante o Cretáceo, coincidindo com a intensa erosão causada pelo
soerguimento do interior da África. A sedimentação desde o Oligoceno é dominada pelo
crescimento de uma cunha de espessamento oriental de sedimentos deltaicos do Rio Rovuma.
(Carneiro & Alberto, 2014)
2 Localização da Bacia do Rovuma

Figura 1-Mapa simplificado de Localizaçao da Bacia de Rovuma


Fonte: extraído de (Key et al., 2008)

3 Litoestratigrafia da Bacia do Rovuma

Em termos de Litostratigrafia, as formações sedimentares mais antigas da Bacia do Rovuma


são datadas em termos de deposição, do Jurássico, e em termos geológicos, estão depositados
sobre o supergrupo Karoo, por sua vez, as formações recentes, correspondem a depósitos
caracterizados por serem depositados no ambiente deltaico do rio Rovuma.(Key et al., 2008)
Segundo (Key et al., 2008), Em termos litostratigraficos, a Bacia do Rovuma é caracterizada
da seguinte forma:

3.1 Mikindani Fm. (TeK)


A área que cobrem estes leitos vai até a Tanzânia. quanto ao ambiente de formação, variadas e
contraditórias são as ideias entre os pesquisadores. Alguns autores interpretam a formação de
Mikindani como marinha, outros como fluviátil a deltaico, alguns ainda como fluviátil em
origem.
Em termos litológicos são caracterizados por apresentarem arenitos avermelhados e um pouco
de conglomerados na parte moçambicana. Esta formação, são caracterizados por serem do
Período Oligoceno-Pleistoceno
3.2 Chinda Fm. (TeCh)
Esta formação é caracterizada por apresentar arenitos espessos, duros, que apresentam uma
coloração esbranquiçada a cinza mais pálido, caulinizados e com grãos médios, em certas
profundidades contem clastos de lamito caulinizados. A sucessão bem cimentada geralmente
forma uma escarpa que é observada a sul e a Leste de Chinda. Estas litologias foram separadas
da folha da Mocímboa da Praia e actualmente pode se encontrar na folha 1139. A base desta
formação não se encontra exposta, mas esta coberta pelo pleistoceno a áreas recentes. Em certas
áreas, esta formação é recoberta pela formação Mikindani.

Figura 2: Arenitos da região de Chinda


Fonte: (Key et al., 2008)

3.3 Quissanga Fm. (TeQj)


Em trabalhos feitos por Bingen et al., 2006, de revisão da litoestratigrafia da Bacia do Rovuma,
foram identificadas algumas sucessões sedimentares caracterizadas por seres de uma unidade
de arenito que apresentam uma granulação media caulinitica basal, bem classificada e que é
recoberta por calcários. Litologia, Arenito de grão médio com cimento caulinítico, sobreposto
por calcário fossilífero.
Alem da parte de cabo delgado, Uma área isolada de "areias grossas e conglomerados de
granulação fina com megafósseis", identificada a noroeste de Mossuril, foi considerada por
Von Daniels et al. (1977) ter a idade eocena. No entanto, a investigação do GTK correlaciona
rochas expostas naquela área com a unidade superior da Formação Pemba.
Em termos de Espessura, nota-se cerca de 30 m observada em afloramento, mas certos autores
relatam 1405 m de espessura no furo Mocímboa-1. A parte principal desta formação pode ser
observada em Afloramentos na região de Quissanga e ao longo de uma estreita faixa ao sul de
Pemba.
Figura 3: Parte da formação de Quissanga na Ilha de Moçambique

3.4 Alto Jingone Fm. (TeQj)


Material bioclástico intercalado, níveis variados de areia e calcário, marga, argila, com uma
variedade de outros componentes, como conchas, fósseis, nódulos de calcário, folhelhos,
foraminíferos. Essas rochas calcarias arenosas e outras rochas são sobrepostas a folhelhos
siltosos do Terciario inferior que estão expostas a sudoeste de Pemba. É também caracterizada
por ser rico em conteúdo fóssil nas rochas calcarias, oque geologicamente sugere uma idade
do Paleoceno ao Eoceno inferior, mas por sua vez, os fosseis que se encontram nas margas
sobrepostas, indicam uma idade do Eoceno Inferior.
Em termos de Espessura, 200 m a oeste de Pemba, com espessura aumentando para o leste. Os
afloramentos mais significativos desta formação ocorrem entre Macomia e Quissanga e numa
estreita faixa a sul de Pemba.

Figura 4: Fotografias da Formação Alto Jingone. (a) Seção típica através de margas estratificadas da Formação Alto Jingone
exposta em uma pequena pedreira nos arredores de Pemba (b) Pedra calcária de granulação média esbranquiçada a
creme; c) Calcários intercalados de granulação fina; d) coral brechado

Fonte: (Key et al., 2008)


3.5 Mifume Fm. (CrMf)
A formação de Mifume é caracterizada por apresentar microfósseis, este que é um grande
indicativo desta formação ser do Cretáceo Superior. As margas acinzentadas são descritas
como gipsíferas e contem concreções carbonadas (Plate 73) e apresentam arenitos que estão
intercalados em ate 70cm de espessura.
Em termos de Espessura eles caracterizam-se por apresentarem de 50m a 100 m em
afloramento, mas outros autores relatam 810 m de espessura no poço Mocímboa-1.

3.6 Macomia Fm. (CrMo)


Esta formação foi correlacionada com os leitos Makonde, que estão localizados no sul da
Tanzânia. Esta formação, na parte Moçambicana, é caracterizada por apresentar arenitos e
conglomerados de grão medio a grosso que são equivalentes da área da formação Maconde. É
caraterizada por ter como ambiente deposicional, continental a Deltaico.
Em termos de espessura, nesta formação, normalmente varia entre 80 e 300 m, mas nos
afloramentos de Mueda chega a 500 m. Afloramentos ao longo do limite ocidental da Bacia,
especialmente ao longo do planalto de Mueda a Nangade.

Figura 5: Litologias da Formação de Macomia: a) arenitos arkósicos próximos ao topo da formação de Macomia. b)
Interfaces de arenitos que contem pedras de arenitos avermelhados com granulação media a grossa. c) exposição em
caverna de estratificação cruzada de calha de vários andares.
Fonte: (Key et al., 2008)

3.7 Pemba Fm. (CrPc, CrPs, CrPm)


A formação de Pemba é caracterizada por apresentar arenitos, algumas margas, rochas calcarias
e siltitos, que normalmente eram denominadas por Camadas Marinhas do Cretáceo Inferior.
São caracterizadas boas secções na parte norte da Baia de Pemba, onde encontram-se dispostos
arenitos fossilíferos que contem Quartzo de forma abundante, algumas estratificações de mica
ocorrem cruzadas ou unidades inclinadas. Em termos deposicionais, foi inferido um ambiente
deltaico, a leste, a parte mais jovem da formação, teve uma influência mais marinha. Alguns
autores relatam haver sedimentação controlada por falha mais abundante ao sul de Pemba em
direção ao rio Lúrio.
Em termos de Espessura é totalmente desconhecida, mas aumenta para offshore, onde pode
atingir várias centenas de metros de espessura. É a formação de afloramento predominante ao
sul de Macomia (afloramentos principalmente da unidade superior).

Figura 6: Formação de Pemba; a) Intercalações de calcário; b)Troca de crustaceos em argilitos e arenitos desta formação;
c) camada de arenitios da formação; d) Sequencia de influência marinha na parte superior da formação; e)Depuração de
siltitos expostos em uma pequena pedreira
Fonte:(Key et al., 2008)

3.8 N’Gapa Fm. (TrP)


A Formação N’Gapa ocorre como pequenos outliers e half-grabens preservando
conglomerados continentais e arenitos inconformados sobrepondo-se às rochas de base na área
da folha 1139 (Mueda). Ao sul de N’Gapa, esta formação parece ser recoberta pela Formação
Macomia (idade Aptiana-Albiana). Nenhum fóssil foi encontrado que pudesse confirmar a
idade da Formação N’Gapa. No entanto, as rochas não são litologicamente semelhantes às
rochas do Supergrupo Karoo expostas na Província de Niassa. Os estratos podem ser uma fácies
basal proximal da Formação Macomia, mas eles têm características distintas e diferentes e são,
portanto, tratados como uma formação separada.
3.9 Rio Mecole Fm. (TrM)
Esta formação, ainda com pouca informação disponível a cerca dela, sabe-se até então que
pertence a período do Triassico ao Jurassico caracterizada também por ser apresentar na sua
composição alguns Conglomerados de silicato vermelho, com camadas infrequentes de areia
com cascalho.
Em termos de espessura, não bem definida, mas não superior a 100 m. Afloramentos em
pequenas áreas no limite oeste, frequentemente isolados da bacia devido ao movimento da
falha.
4 Conclusão

Concluindo aspectos relatados em (Carneiro & Alberto, 2014; Key et al., 2008) houve uma
perceção de que a Bacia do Rovuma, situada no norte de Moçambique, faz parte de uma extensa
bacia marginal da África Oriental que inclui partes das planícies costeiras e as margens
continentais da Tanzânia e do Quénia. O embasamento da bacia é composto por rochas
cristalinas e metamórficas de idade pré-cambriana. O enchimento sedimentar é representado
por sedimentos Karoo terrígenos continentais, depósitos jurássicos marinhos e lagunares e
rochas marinhas e deltaicas das idades Cretácea e Cenozóica.
5 Referencias Bibliograficas

Carneiro, J. F., & Alberto, M. (2014). Preliminary assessment of CO2 storage potential in the
Rovuma sedimentary basin, Mozambique. Energy Procedia, 63, 5141–5152.
https://doi.org/10.1016/j.egypro.2014.11.544
Key, R. M., Smith, R. A., Smelror, M., Sæther, O. M., Thorsnes, T., Powell, J. H., Njange, F.,
& Zandamela, E. B. (2008). Revised lithostratigraphy of the Mesozoic-Cenozoic
succession of the onshore Rovuma Basin, northern coastal Mozambique. South African
Journal of Geology, 111(1), 89–108. https://doi.org/10.2113/gssajg.111.1.89

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