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Diamantina
2019
Bruna Verônika Rodrigues Leão
Paulo Victor Simões Costa
Diamantina
2019
RESUMO
The Lapa Santa cave is the largest cavity prospected in the region of the Serra Negra
Archaeological Complex, located in the municipality of Felicio dos Santos - MG. The cavity
generated in quartzitic substrate registers important karstic morphologies such as alveoli,
conduits and large galleries, which makes it a strategic area for the development of studies on
siliciclastic karst. Are found in the Lapa Santa cavity structures that demarcate different
stages of the karsification process, which record both the stages dominated by geochemical
processes, or pre-karst, where the preparation of the substrate for the formation of a karst
drain occurs, as well as the stages dominated by the water dynamic, related to the
establishment of a hydrological junction with the restitution. The identification of elements
that indicate the action of geochemical and hydrodynamic processes in the Santa Lapa attests
its genesis in the karsification and confirms the occurrence of dissolution with subsequent
removal of the material altered by the action of a competent hydrodynamics. In order to
understand the organization of the cave more precisely and to discuss its genesis in
karsification, fieldworks were carried out to identify and analyze karstic morphologies and to
make a topographic map for the representation of the cavity. After performing the procedures
related to topography and elaboration of the map, the evolutionary dynamics of the Santa
Lapa was discussed, trying to understand the dominant processes in its development. Thus,
from the identification of elements such as alveoli, conduits, siphons, equilibrium chimneys,
ferruginous layers, alterite, sediments and speleothems, a model of cavity genesis was
proposed, relating the morphologies observed to the different stages of the karsification
process, according to Rodet (2014). Finally, from the obtained results it was concluded that
the cavity has a complex organization with several coalescing forms that have developed
along the planes of substrate weakness, especially foliations and fractures, in addition, the
remnant of the restitution towards the the base level of the Indaiá Stream configures the cavity
as an active karstic system.
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 15
2.2.3.2 – CRIPTOCARSTE...................................................................................................... 36
3. 1 LOCALIZAÇÃO ............................................................................................................... 46
4 METODOLOGIA.................................................................................................................. 56
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO........................................................................................... 65
1 INTRODUÇÃO
2 REFERÊNCIAL TEÓRICO
2.1 O CARSTE
uma grande diversidade de paisagens cársticas, o que impede com que o fenômeno cárstico
seja estritamente relacionado a paisagens características. Autores como Maire (1990), Rodet
(1991), e Delannoy (1997), Kimchouk et.al (2000) e Ford & Williams (2007) corroboram
com tal visão. A partir de tais concepções, os ambientes cársticos são entendidos como
produto da ação de processos cársticos, considerando-se na compreensão de sua gênese a
importante influência secundária de diversos parâmetros ambientais que agem em conjunto
com a dissolução, bem como do contexto geomorfológico em que se inserem.
A segunda grande mudança correspondeu ao reconhecimento da existência de
morfologias cársticas em litologias que segundo o carste clássico não seriam passíveis à
carstificação, e adveio de trabalhos pioneiros como os de Renault (1953), Mainguet (1972) e
Marescaux (1973), que destacam-se por seu pioneirismo no estudo de morfologias cársticas
em litologias não-carbonáticas, sobretudo areníticas (Rodet, 2010). Trabalhos mais antigos
como os de Géze (1973) e Sweeting (1972), em concordância com a carstologia clássica,
compreendem o carste como uma forma de relevo típica de litologias carbonáticas ou de
elevada solubilidade, com formas características superficiais e subterrâneas oriundas da
dissolução. Bogli (1980) estende a formação do carste a evaporitos expostos à climas tropicais
extremamente úmidos e White (1988) afirma que o que distingue o carste de outras paisagens
é o predomínio da dissolução como agente geomorfológico, sendo tais processos dominantes
na esculturação dos relevos cársticos, no entanto, o autor amplia a ação da carstificação a
outras rochas solúveis como a gipsita ou mesmo a outras litologias em menor escala. Autores
como Fénelon (1965) e Jennings (1985) associam o carste a ocorrência de morfologias,
reconhecendo o papel crítico, mas não necessariamente determinante dos processos
geoquímicos no desenvolvimento de morfologias cársticas. Jennings (1985) compreende o
carste como um ambiente com formas de relevo características e drenagem resultante da
solubilidade da rocha, segundo o autor, a distinção entre um carste e um pseudocarste,
característico de litologias não-carbonáticas, está na reação da água com os minerais
insolúveis durante sua passagem, estes não são transportados em solução, deste modo,
limitam a permeabilidade do substrato interferindo no desenvolvimento da drenagem
subterrânea; no entanto, o autor admite a existência de morfologias cársticas em rochas
siliclásticas com presença de grandes condutos, galerias, rios volumosos, dolinas e bacias de
drenagem, além de admitir a possibilidade de dissolução de pequenos cristais de quartzo sob
condições pré-determinadas de temperatura e pH, mesmo que de forma lenta, sendo o quartzo
inicialmente convertido à quartzo amorfo, mais passível à dissolução. Self & Mullan (1997)
19
(1) Topo do substrato à prova d’água: Segundo Rodet et al. (2009) a cobertura móvel, sob
contrações mecânicas e hidroquímicas, pode tornar o topo do substrato impermeável gerando
um aquífero superficial. O aquífero se perde nos vazios restantes e expõe o topo do substrato à
introdução concentrada, possibilitando o desenvolvimento das formas de introdução do
sistema cárstico. Gamez (1992) atribui à essa cobertura a função de contração úmida.
23
(3) Contato com um nível de base: O contato das raízes de introdução com um nível de base,
possibilita ganho de mobilidade lateral ao potencial geoquímico, promovendo então a
progressão lateral da frente de alteração. Neste estágio, pode ocorrer a coalescência da
abertura basal de várias raízes de introdução, orientada segundo um eixo tectônico (FIG. 3).
24
progride a partir da combinação de diversos fatores através de uma dinâmica mais ou menos
eficaz, sendo singenética ou paragenética. Ainda segundo a autora, o que diferencia um carste
de um manto de intemperismo é a ação de fatores presentes no ambiente que potencializam a
introdução concentrada em determinados pontos. A introdução concentrada associada a
fissuras da rocha possibilitará o desenvolvimento do primocarste e dos processos posteriores.
Quinif (2014) define esse processo anterior ao carste como fantomização, o qual o
material alterado, resultante deste processo, é o fantasma da rocha. A formação do fantasma
da rocha está relacionada a alteração geoquímica de seus compostos, modificando-a em
profundidade e deixando seu aspecto ainda muito parecido com a rocha inalterada, sendo uma
alteração isovolumétrica. Ao perder as características e sofrer uma alteração completa, não
possuindo mais associação com a rocha mãe, tem-se uma alteração alovolumétrica. Este
processo é natural e acontece em qualquer ambiente ou rocha sendo a carstificação um caso
específico da fantomização (FIG. 8).
30
Fonte:
(Hardt, 2011, adaptado de Ford & Williams, 2007).
2.2.3.1 – O EXOCARSTE
Consiste no domínio que contém morfologias originadas superficialmente, à
exemplo de poljés, dolinas, lapiás e vales cegos.
• Poljés
• Dolinas
Figura 12: Os três tipos de dolinas conforme Jennings (1985): (a) Dolinas de abatimento;
(b) Dolinas de dissolução; (c) Dolinas de subsidência.
• Lapiás
entedidos como pequenas ranhuras na superfície da rocha originadas a partir da infiltração das
águas superficiais nas morfologias arredondadas do criptocarste exumado, estabelecendo
pequenos fluxos canalizados, de modo a alargar as fissuras já abertas pela alteração
promovida na interface solo/rocha. Em razão da confusão causada no uso do termo no Brasil,
o termo Lapiás pode ser utilizado em referência ao conjunto de morfologias expostas, como
no trabalho de Vasconcelos (2014). Como exemplo de Lapiás encontra-se a kamenitze
representada na Figura 13. Kamenitze são bacias de dissolução de pequena profundidade,
geralmente de fundo plano e pequenas dimensões (Vasconcelos, 2014).
• Vales cegos
temporários. Com o aprofundamento do nível de base do vale cego, os canais podem ser
eventualmente abandonados.
2.2.3.2 – CRIPTOCARSTE
2.2.3.3 O ENDOCARSTE
• Cavernas
alguns evaporitos por exemplo, são susceptíveis a dissolução mas não são mecanicamente
resistentes à abertura de grandes seções transversais.
Piló (1998) afirma que as cavernas podem ser formadas na zonas freáticas ou
vadosas, sendo sua gênese favorecida preferencialmente nas últimas. Na zona vadosa, situada
acima do nível freático, conforme representa a Figura 16, a presença de uma dinâmica hídrica
intensa, com fluxos altamente energéticos, como a entrada das águas de um sumidouro,
potencializa os processos de dissolução e remoção mecânica do material, dando origem a
morfologias cársticas. Enquanto na zona freática, a gênese de cavernas se dá de forma mais
lenta, de forma que quando o substrato torna-se saturado em água, ocorram reações ao longo
de suas zonas preferenciais formando estreitos condutos. Com o eventual alargamento de tais
feições, o fluxo de água torna-se mais intenso e acelera a abertura das cavidades.
Ainda segundo Piló (1998), no interior das cavidades ocorrem depósitos de
origem externa (alóctones), transportados por meio da drenagem ou através de fluxos
gravitacionais, e depósitos autóctones, à exemplo de espeleotemas e blocos abatidos.
• Espeleotemas
segundo caso, para que o carste seja considerado fóssil é necessário que a rocha esteja a um
longo período sem sofrer nenhum tipo de alteração química. Em geral, o paleocarste é
encontrado com todas as suas feições soterradas por sedimentos provenientes de outras
regiões, o que geralmente ocasiona no sucesso ou fracasso da utilização de tais áreas para
estudos, já que estas não apontam as tendências do fluxo moderno da água subterrânea, e se
faz necessária a retirada manual das paleo-formas (FORD,1995).
produzindo um resíduo não dissolvido que ocupa parte do espaço vazio recém-formado.
Uagoda (2006) afirma que a alteração da sílica amorfa cimentante torna livres os grãos de
quartzo presentes nas descontinuidades, tornando-os disponíveis para a remoção mecânica,
deste modo, a dissolução ocorre mais sobre a sílica amorfa que sobre a forma cristalina.
Conclui-se, portanto, que a dissolução atua mesmo em rochas de composições
mineralógicas não-carbonáticas e resistentes à alteração química, agindo em conjunto à outros
fatores que potencializam sua ação, como presença de solos, cátions metálicos multivalentes,
sais inorgânicos, ácidos orgânicos, além de atividade microbiológica. Deste modo, em rochas
siliciclásticas de composição mais quartzosa, à exemplo de quartzitos e quartzarenitos, podem
ocorrer processos de dissolução em associação à outras reações, como a hidrólise, e à
presença de fatores que controlam sua ação, possibilitando assim, o desenvolvimento de
sistemas cársticos mesmo em litologias pouco solúveis. A atuação de tais condicionantes
atesta a importância de outros fatores que agem em conjunto à dissolução na evolução dos
sistemas cársticos, como a dinâmica hídrica subsuperficial, o regime climático, planos
tectônicos que cortam o substrato e outros parâmetros ambientais, que agindo associados,
possibilitam uma grande pluralidade de ambientes cársticos, distribuídos ao longo das zonas
climáticas do planeta e desenvolvidos em litologias diversas, reafirmando a concepção do
carste como um produto da ação conjunta de processos geoquímicos e hidrodinâmicos e não
como um elemento específico da paisagem, restrito à determinadas litologias.
O carste Lapa Santa é um exemplo típico de carste siliciclástico, já que tal
sistema cárstico foi desenvolvido em quartzitos micáceos da Formação Capelinha. O carste
Lapa Santa possui como fatores condicionantes de seu desenvolvimento a presença de cátions
metálicos como o Fe na composição mineralógica dos quartzitos, atestada pela ocorrência de
precipitações ferruginosas na cavidade, além dos inúmeros planos tectônicos que cortam o
substrato e estabelecem caminhos preferenciais à passagem de água e desenvolvimento de
processos de alteração geoquímica, sendo estes os planos de foliação dos minerais micáceos e
duas grandes famílias de fraturas que se interceptam.
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3. 1 LOCALIZAÇÃO
Segundo Knegt (2015), a região onde localiza-se a Lapa Santa, está situada no
contato entre a Bacia do rio Jequitinhonha, ou sub-bacia do Rio Araçuaí e bacia do Rio Doce,
de modo que a Serra da Pedra Menina, em conjunto com as serras do Ambrósio e Dois Irmãos
estabelecem um “quebra-forte” entre as vertentes dos rios Jequitinhonha e Doce. Assim, à
leste tem-se os formadores da bacia do rio Doce e à oeste, da bacia do rio Jequitinhonha.
A cavidade em estudo situa-se na longitude 0690574 m E, latitude 7985172 m S ,
em coordenadas UTM obtidas a partir de um GPS Garmin MAP 78S no sistema de
coordenadas SIRGAS 2000.
3.2 GEOLOGIA
nos corpos anfibolíticos encaixados nos quartzitos da Formação Capelinha, que as amostras
fossem derivadas de basaltos toleíticos gerados em ambiente de espalhamento oceânico. Uma
terceira hipótese acerca do significado da Formação Capelinha foi apresentada por Pedrosa-
Soares et al. (2007), que interpretaram esta formação como o registro de sedimentação sin-
orogênica (bacia do tipo flysch; ca. 580 Ma). No entanto, segundo um estudo mais recente
realizado por Castro (2014) a deposição da Formação Capelinha se deu em um cenário do tipo
rifte, como equivalente da sedimentação distal, relacionada às formações Matão e Duas
Barras que foram depositadas em ambiente proximal. Além disso, as idades de recristalização
U/Pb inéditas de 957±14 Ma obtidas pelo autor para a Formação Capelinha, indicam que o
rifte pré-cursor da Bacia Macaúbas teve início 50 Ma de anos antes do que a literatura sugeria
até então.
Castro (2014) descreve a Formação Capelinha segundo uma unidade basal
predominantemente metapsamítica, formada por mica xistos, xistos quartzosos e quartzitos,
puros ou micáceos, com magmatismo básico associado, e por uma unidade majoritariamente
metapelítica, superior, composta por xistos peraluminosos granatíferos, às vezes com
estaurolita e/ou cianita. O autor descreve ainda a unidade inferior como alternância entre
quartzito puro e micáceo e rochas metamáficas. A Lapa Santa é constituída por quartzitos
micáceos situados na unidade inferior da Formação Capelinha, conforme representa a Figura
19.
50
Fonte: IDE-SISEMA.
51
3.4 GEOMORFOLOGIA
A Lapa Santa está inserida no terço superior da Serra do Indaiá, uma das
elevações pertencentes ao contexto geomorfológico da Serra Negra. A cavidade localiza-se na
alta vertente do Córrego do Indaiá, a uma altitude de 1046 metros, na margem direita do rio
Araçuaí. A Serra Negra é uma região que possui uma multiplicidade de serras, picos, morros,
rios e córregos, sendo que o fato de haver diversos marcos geográficos gera uma variedade de
denominações. A falta de consenso entre as toponímias evidencia a complexidade
geoambiental local. Tal pluralidade também é perceptível até mesmo nas estradas locais que
mudam de cor constantemente evidenciando as variadas mudanças pedológicas, as quais
influenciam diretamente a geomorfologia regional.
O arcabouço estrutural da Serra do Espinhaço é fortemente influenciado pelo
Ciclo Brasiliano, já que este que deu origem ao Orógeno do Espinhaço conforme afirma
Knauer (1990). De acordo com Almeida Abreu et al. (1994) o padrão mais marcante da
Orogenia Brasiliana corresponde à presença de falhas de empurrão no sentido N-S e NNW-
SSE. As falhas indicam a ação de uma tectônica compressiva no sentido E-W e fazem com
que a serra seja marcada por feições herdadas de tais esforços. Segundo Knegt (2015) o
complexo Serra Negra é caracterizado por fragmentos de serras que não estão diretamente
ligadas ao restante da cadeia do Espinhaço, sendo preferencialmente orientadas sentido SE-
NW, com algumas disjunções, e formando os diversos marcos geográficos. Foram
identificados sete marcos geográficos na região da Serra Negra (FIG. 20), os quais não
possuem caráter oficial e sim regional, sendo eles: Serra do Indaiá, Serra da Bocaina, Serra da
Pedra Menina, Serra Dois Irmãos, Serra do Ambrósio, Serra da Chácara e Serra do Mundo
Velho.
No entanto, vale salientar que o contexto geomorfológico da área durante a
formação da cavidade era drasticamente diferente, já que para a ocorrência dos processos de
carstificação é necessária a ação de uma hidrologia subsuperficial anômala provida por uma
bacia de alimentação das águas, conforme discutido no capítulo inicial do presente trabalho.
52
Figura 20 – Marcos geográficos da região da Gruta Lapa Santa em Felício dos Santos -
MG.
3.5 SOLOS
possui o fator orográfico como uma característica de grande influência, propiciando verões
brandos e úmidos com temperaturas entre 22ºC e 28ºC nos meses de outubro a abril e
invernos secos e frescos com temperaturas variando entre 10ºC e 15ºC nos meses de maio e
setembro, conforme Knegt (2015). Ainda segundo o autor, temperatura média anual varia
entre 18ºC – 19ºC e a precipitação anual, a qual ocorre principalmente nos meses de
novembro a janeiro, varia de 1250 a 1550 mm, sendo o período mais seco dos meses de maio
à setembro.
Em termos hidrográficos, a Área Arqueológica Serra Negra está inserida em duas
bacias hidrográficas: a norte e a oeste na Bacia do Rio Jequitinhonha ou sub-bacia do Araçuaí
e a sul e leste na Bacia do Rio Doce. As Bacias do Rio Jequitinhonha e do Rio Doce,
subdividem-se localmente em nove sub-bacias, sendo a Bacia do Rio Jequitinhonha
subdividida nas sub-bacias do Rio Manso, Rio Araçuaí, Rio Preto, Riberão Itanguá e Riberão
Soberbo. As outras quatro sub-bacias, as quais integram a Bacia do Rio Doce são: Rio Cocais,
Rio Mundo Velho, Rio Vermelho e Rio Barreiras (FIG. 22). Segundo Diniz et.al (1998) o Rio
Araçuaí é o principal afluente da margem direita do Rio Jequitinhonha, abrangendo uma área
de 16.343 km² e extensão de 250 km.
Figura 22 – Mapa das bacias e Sub-bacias da área da Lapa Santa em Felício dos Santos -
MG.
A Lapa Santa localiza-se entre a sub-bacia do Rio Araçuaí e a Bacia do Rio Doce,
mais precisamente sub-bacia do Rio Mundo Velho. As Serras da Bocaina e do Ambrósio,
áreas que apresentam as maiores altitudes da região, variando entre 1200 a 1700 metros atuam
como divisores de águas (Knegt, 2015).
3.7 VEGETAÇÃO
4 METODOLOGIA
rochas siliclásticas e áreas afins, além do levantamento informações a respeito dos elementos
físicos da área de interesse como Geologia, Geomorfologia, Vegetação, Hidrografia e Clima.
Posteriormente, a partir dos dados obtidos no primeiro trabalho de campo, foi
desenvolvido um mapa de localização. A organização do mapa foi definida na plataforma do
software QGIS, por polígonos, linhas e pontos, adotando-se o sistema de coordenadas UTM e
o datum SIRGAS 2000, de modo que os pontos coletados com GPS foram plotados no
Google Earth e depois exportados para o QGIS, gerando o shape dos pontos que demarcam a
localização das cavidades.
O segundo trabalho foi realizado tendo por objetivos o mapeamento topográfico
da cavidade e a discussão sobre sua formação. Para a realização da topografia foram utilizadas
uma bússola Suunto e uma trena manual, para a medição de azimute, declividade e distância.
Assim, foram realizados os seguintes procedimentos, conforme descreve Magalhães (1997):
1) Escolha de um par de pontos de visada, ou base topográfica, cujo conjunto
permitiu percorrer a cavidade de modo a definir o contorno mais preciso desta, englobando
todas as direções morfológicas principais.
2) Utilizando-se a bússola Sunnto foram coletados os dados de declividade e
azimute por parte do instrumentista na base inicial com auxílio do ponta de trena na base à
jusante (FIG. 24 e 25).
Figura 27 – Repetição dos procedimentos 2, 3 e 4 nas visadas seguintes, até que toda a
cavidade seja representada.
(1)
(Distância Corrigida = Distância Real * cosseno do ângulo de desnível).
Os dados obtidos para as visadas 5-8 e 5-9 não foram condizentes com as demais
visadas obtidas para a cavidade, não sendo possível efetuar sua junção ao esboço completo.
Portanto, como a ausência de tempo hábil impossibilitou a correção de tais visadas até a data
de entrega deste trabalho, serão realizados trabalhos de campo posteriores com o intuito de
completar o mapa da cavidade e incluir o conduto representado pela visada 5-9 e a porção
representada pela visada 5-8 que conta com importantes morfologias.
Os dados de azimute obtidos para esta cavidade indicam que seu desenvolvimento
preferencial é no sentido SE-NW (270°-360°) com um desvio acentuado do eixo hídrico no
sentido NE-SW, representado pela visada 13-14 (191°). A obtenção dos dados topográficos e
a confecção do mapa da cavidade possibilitam uma discussão mais detalhada acerca de sua
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5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Visada P1-P2: O salão de entrada onde foram estabelecidas as visadas 1 e 2 (direção SE-
NW) possui grandes dimensões, chegando à largura máxima de 19 metros, distância de 16
metros e declividadede -1,3°, conforme ilustra a Figura 31, que representa o croqui inicial da
visada.
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Figura 31 - Mapa do salão 1 da Lapa Santa, Felício dos Santos – MG. Observa-se a
entrada e o altar em face oposta assinalados.
Nas porções do salão mais próximas ao ponto 2 observa-se também registros da ação
antrópica, de modo que a 12 m do ponto inicial ocorre um degrau de pedras aproximadamente
perpendicular à direção da visada e à sudoeste do ponto 2, próximo à bifurcação que dá
origem às visadas P2-P5, P3-P4 e P3-P6, há um fogão à lenha, conforme mostra a figura
acima. Na face nordeste da visada, seguindo-se em direção ao ponto 2 e após o muro da
entrada, há uma coluna de quartzito maciço que inicia-se à aproximadamente 7 metros do
ponto 2. A coluna é seguida por uma porção aberta à parte externa onde ocorrem depósitos
detríticos diversos compostos por grandes blocos de quartzito e sedimentos arenosos de
provável origem colúvio-aluvionar que registram a ação da dinâmica hídrica. Ocorrem na
parede anterior ao ponto 1, em toda a face sudoeste da visada e no teto, condutos suspensos e
orientados segundo a direção SE-NW, sendo estes coincidentes com as direções dos planos de
foliação e fratura do quartzito e, em sua maioria, resultado da coalescência de alvéolos.
Ocorrem também condutos em forma de fechadura cuja morfologia é produto de variações
abruptas do nível de base. No chão da cavidade, observa-se também a presença de pequenas
drenagens, todas na direção SE-NW.
Visada P2–P3: A visada 2-3 possui 7,8 metros de comprimento, direção SE-NW, e é um
importante ponto de compreensão do desenvolvimento da cavidade, já que apresenta
morfologias que auxiliam na interpretação do caminho adquirido pela água em determinado
período de sua evolução. A principal morfologia presente é um conduto suspenso próximo ao
ponto 2 que representa a queda do nível de base em direção à visada 2-5 (FIG. 34).
uma das colunas de quartzito. Após a passagem, à 3 metros do ponto 5, na face nordeste,
aberta à parte externa, ocorrem depósitos detríticos diversos como areia e seixos que formam
depósitos com aspecto de talus e envolvem porções aflorantes do quartzito, além de solo com
vegetação nas porções mais elevadas, enquanto a face sudoeste dá origem à visada (P5-P8),
que representa uma mudança abrupta da direção de crescimento da frente de alteração para a
direção NE-SW, à 1 metro do ponto 5.
Visada P3-P4: A visada em questão possui 14,7 metros de comprimento, direção SE-NW e
uma inclinação suave de 3º (FIG. 37).
O salão apresenta domos de teto que indicam o preenchimento total por água ou
material enchearcado. O preenchimento existente antes do estabelecimento da restituição ou
em condições de dinâmica hídrica pouco efetiva promoveu pressão sobre o teto do substrato
rochoso originando as formas de teto.
73
Visadas P3-P6, P6-P7, P7-P8: As visadas P3-P6, P6-P7, P7-P8, são continuidade do
desenvolvimento do salão P3-P4 com 10,5 metros de comprimento e uma largura máxima 5
metros. As visadas apresentam diversas características do processo de dissolução da rocha,
como concentrações pontuais de ferro, dissolução lateral do substrato, desplacamentos,
alvéolos coalescentes.
O salão possui um conduto central principal, localizado exatamente sobre o ponto
6, conduto que possui uma chaminé de equilíbrio a 3 metros do ponto 6 indicando o
preenchimento total local por alterita saturada em água exercendo pressão sobre o substrato na
busca do estabelecimento de um fluxo hídrico. Os 3 codutos paralelos visualizados na visada
6-7 mostram a mudança no sentido da frente de alteração que também aproveita a porosidade
secundaria da rocha e definem uma mudança do nível de base e direcionando os rumos da
carstificação.
Os condutos possuem restituição no ponto 8 da visada, área de significava
importância no desenvolvimento da cavidade, já que é responsável pela captura de diversos
fluxo de drenagem (FIG. 38).
74
Visada P5-P8: A visada P5-P8, de distância 9,3 metros entre os dois pontos, azimute 238° e
declividade -9°, possui direção NE-SW e representa uma mudança abrupta na direção da
frente de alteração, dando à cavidade uma forma geral em Z. Nas porções iniciais da face à
sudeste da visada, à aproximadamente 4 metros do ponto inicial, ocorre um grande alvéolo
coalescente, mais arredondado na base, em decorrência da ação de processos de dissolução
ocorridos no contato entre rocha e alterita, ou rocha e solo. O alvéolo é cortado no topo por
diversos condutos de direção SE-NW, descritos na visada P2-P5 e que chegam a até 2 metros
de largura (FIG. 39 e 40). Já a face oposta, situada à noroeste da visada, é cortada quase
perpendicularmente por um conduto de cerca de 2 metros de largura, com uma drenagem
proeminente, que segue em direção à NW, a 2 metros do ponto inicial. Seguindo-se à jusante,
à aproximados 4,5 metros do ponto 5, ocorre uma passagem estreita, de 1,5 metros de largura,
contendo degraus rochosos perpendiculares à visada e condutos suspensos em suas duas faces,
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Visada P5-P9: Corresponde ao conduto da face noroeste às porções iniciais da visada 5-8,
situado na face oposta à do alvéolo coalescente. Possui cerca de 4 metros de largura na
entrada e alarga-se na saída, à 8 metros de P5, chegando ao ponto da visada 5-6. No entanto, o
teto é mais estreito que o contorno da cavidade, chegando à apenas 1,5 metros de largura à 7,5
metros do ponto inicial. Todo o conduto encontra-se preenchido por depósitos detríticos,
como blocos de quartzito, sedimentos e também alterita.
Visadas 8-9 e 9-10: Representam um extenso salão com 17,7 metros de comprimento,
chegando até 10 metros de largura, com orientação no sentido SE-NW, e declividade de -11º.
Visada P10-P12: A visada 10-12 possui azimute 265° e declividade -7° e também apresenta
direção SE-NW, representando o desdobramento mais à SW das drenagens que dividem-se
nas proximidades do ponto 10. Em todo o trajeto da visada ocorre a presença de alterita e
depósitos detríticos diversos, como seixos e blocos de quartzito, estes formam cristas de
sedimentos na margem direita da drenagem 10-12 definindo seu traçado, além disso, a crista
de sedimentos divide a drenagem 10-12 das demais drenagens representadas na visada 10-11.
Ao longo de toda a visada, o teto da cavidade é mais estreito que seu contorno basal,
chegando à aproximadamente 1,8 metros de largura à 3 metros do ponto 10. O contorno basal
é mais alargado à sudoeste da visada por estar em contato direto com os sedimentos e alterita,
o que promove a ação mais intensa de processos geoquímicos devido à retenção de água
nestes materiais, mais porosos que a rocha matriz. Nas proximidades do ponto 12, o contorno
basal coincide gradativamente com o teto até coincidirem totalmente no fim da visada, onde
sua direção muda mais uma vez, dando origem a um estreito conduto NE-SW que liga o ponto
12 ao salão de saída da cavidade, representado na visada 12-13. A figura abaixo representa as
visadas 10-11 e 10-12 (Figura 41).
78
Visada P12-P13: A visada 12-13 com distância de 7,3 metros, azimute 191° e declividade -
6°, representa o estreito conduto de acesso à galeria de restituição da cavidade e representa
uma variação abrupta na direção de progressão da frente de alteração. O conduto encontra-se
parcialmente preenchido por sedimentos e chega à apenas 80 centímetros de largura em suas
porções mais estreitas e 50 centímetros de altura na maior parte de sua extensão, conforme
representa a Figura 42.
79
Visada 13-14: A visada 13-14 de distância 13,3 metros, azimute 286° e declividade -5°,
retoma a direção SE-NW e consiste na galeria de restituição da cavidade, conforme
representam as Figuras 42 e 43. Ocorre a presença de uma chaminé de equilíbrio e diversos
condutos suspensos na direção SE-NW, morfologias discutidas mais adiante no presente
trabalho. As drenagens confluentes seguem em direção à restituição com o Córrego Indaiá,
promovendo a junção hidrodinâmica que caracteriza o sistema cárstico ativo.
80
Após a realização dos procedimentos e junção das visadas foi elaborado o mapa
da cavidade, representado na figura 45.
81
Anéis de Liesegang: De acordo com Silva (1989) os anéis de Liesegang são sistemas
heterogêneos não-lineares que envolvem a formação de padrões a partir da precipitação
descontínua do produto de uma reação química, tais sistemas envolvem somente reações
químicas e transporte via difusão. Conforme Rodet (2014) estas morfologias relacionam-se à
fase de pré-carste e indicam o início ocorrência de uma alteração concentrada no substrato a
partir da redistribuição do Fe. O Fe passa por processos de oxi-redução e origina as bandas,
ou anéis de Liesegang. Tais morfologias ocorrem na Lapa Santa como a representada na
figura 47.
84
Figura 47 - Anéis de Liesegang na gruta Lapa Santa em Felício dos Santos – MG. Tais
feições indicam o início de uma alteração concentrada no substrato a partir da
redistribuição do ferro.
Figura 48 - Alvéolo presente na Lapa Santa desenvolvido a partir dos planos de foliação
do quartzito.
SW. O conduto representado pela visada 5-9 ocorre quase paralelamente ao alvéolo
coalescente em seu lado oposto, indicando que a configuração pretérita da dinâmica hídrica
conectava os pequenos condutos da visada 2-5 ao conduto de acesso ao ponto 9. A queda do
nível de base e o desvio hídrico na direção perpendicular modificaram a direção da frente de
alteração e ocasionaram a incisão da drenagem neste sentido. Assim, a partir da nova
configuração da drenagem e do contato lateral da área onde ocorre atualmente o alvéolo com
a alterita, sua alteração química foi potencializada originando formas arredondadas.
Sucessivos rebaixamentos do nível de base em direção ao ponto 8 incrementaram a
profundidade da alteração lateral e, por fim, com o estabelecimento da dinâmica hídrica o
material alterado foi erodido e expôs o alvéolo coalescente.
Ao longo das visadas 8-9-10 e ao longo do conduto representado pela visada 5-9
ocorrem clastos rolados de diversos tamanhos indicando uma dinâmica hídrica intensa em
direção à NE (FIG. 61).
Nas visadas 10-11 e 10-12 ocorrem clastos e material alterado (FIG. 62) e quanto
aos materiais finos dispostos ao longo destas e de outras galerias, não há ainda consenso se
tratam-se de sedimentos ou alteritas. Porém, o mesmo material foi observado em regiões de
dinâmica hídrica intensa em outras grutas quartzíticas avaliadas, à exemplo da gruta Monte
Cristo. Nesta gruta o material ocorre nas proximidades de um coletor, o que corrobora com a
hipótese de que o material é proveniente da alteração da rocha in situ, ou seja, alterita.
97
No ponto 10 ocorre um desvio das drenagens que seguem a partir do ponto 8, uma
delas segue à esquerda na visada 10-12 e as outras seguem à direita na visada 10-11. Na
visada 10-11 as drenagens intermitentes à direita seguem na direção oposta ao desvio
hidráulico representado pelo conduto 12-13 até desaparecer, portanto, supõe-se que estas
sejam recuperadas na galeria de restituição da cavidade (FIG. 63). O desaparecimento das
drenagens representa a estagnação da frente de alteração àdireita do ponto 10, ocasionada pela
queda do nível de base em direção à visada 12-13 que buscou uma nova direção preferencial
até a restituição. A estagnação também é representada pelas formas arredondadas da visada
10-11, que, em geral, possui o teto mais estreito que a base evidenciando o contato basal com
o material alterado não removido pela dinâmica hídrica. Posteriormente, as drenagens à
direita também estabeleceram caminhos ao longo do substrato sendo recuperadas na galeria
de saída da cavidade.
98
ação de uma dinâmica hídrica competente, o material foi removido expondo as formas de teto
características.
Figura 64 - Domo de teto originado pela pressão da água ou material contra o teto da
cavidade promovendo sua dissolução gradativa.
apesar do desenvolvimento preferencial na direção SE-NW, observa-se que a gruta não tem
uma organização definida em função do desenvolvimento alveolonar.
101
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
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