Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Faculdade de Ciências
Departamento de Geologia
Unidade curricular de Projecto
2015
Análise de Proveniência de Sedimentos Siliciclásticos da
bacia de Moatize-Minjova (Karoo), Moçambique
André Santosa1, Filipe Ribeiroa2, João Pambu Reisa3, Paulo Almeidaa4.
Conteúdo
1. Resumo/Abstract ........................................................................................................................ 3
2. Introdução ................................................................................................................................... 3
2.1. Enquadramento Geológico e Estratigráfico........................................................................... 7
3. Amostragem e Métodos Analíticos ............................................................................................ 10
4. Geoquímica de Rocha Total...................................................................................................... 11
4.1. Elementos Maiores ............................................................................................................. 11
4.2. Elementos Traço e Terras Raras ........................................................................................ 15
4.2.1 Determinação de fontes sedimentares .......................................................................... 15
4.2.2 Determinação de contextos tectónicos .......................................................................... 17
5. Discussão ................................................................................................................................. 17
5.1. Paleometeorização ............................................................................................................. 17
5.2. Composição da área fonte.................................................................................................. 19
5.3. Enquadramento tectónico ................................................................................................... 23
6. Conclusões ............................................................................................................................... 25
7. Agradecimentos ........................................................................................................................ 26
8. Referências Bibliográfica .......................................................................................................... 27
a2
- filipe23ribeiro@gmail.com. Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, Departamento de Geologia, Edifício
C6, Piso 4, Campo Grande, 1749-016 Lisboa, Portugal.
a3
- joao-preis@hotmail.com. Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, Departamento de Geologia, Edifício
C6, Piso 4, Campo Grande, 1749-016 Lisboa, Portugal.
a3
- paulotavioabrantesalmeida@hotmail.com. Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, Departamento de
Geologia, Edifício C6, Piso 4, Campo Grande, 1749-016 Lisboa, Portugal.
2
1. Resumo/Abstract
Resumo: Este trabalho baseou-se no estudo sistemático de dados de geoquímica multi--elementar
de 52 amostras provenientes da (sub)bacia de Moatize-Minjova, da formação do Vúzi e da formação
de Moatize. Com recurso a elementos maiores, traço e terras raras, conclui-se que, com base na
intensa meteorização química observada nas duas formações, evidenciado por valores muito
elevados de CIA, PIA e CIW, o clima seria quente e húmido. A área fonte dos quais os sedimentos
derivam é heterogénea e composta, essencialmente, por rochas ígneas félsicas, com uma parte de
rochas sedimentares (reciclagem sedimentar) e, em menor proporção, rochas máficas. Por fim, o
estudo do contexto (geo)tectónico não foi muito conclusivo, indicando, com um maior grau de
certeza, um contexto continental/intracratónico. Além disto, considerando a grande semelhança
geoquímica entre as duas formações e os recentes estudos palinológicos que datam as duas
formações da mesma idade, é possivel inferir que a correlação da bacia de Moatize-Minjova com a
bacia do Karoo da África do Sul não é directa, ou seja, a formação do Vúzi não é correlacionável
com a formação Dwyka.
Palavras-Chave: Karoo, Moatize-Minjova, Moçambique, Moatize, Vúzi, proveniência, análise
geoquímica multi-elementar.
Abstract: This work was based on the sistematic study of geochemical multi-elemental data from
52 samples of the Vúzi and Moatize formation, from the Moatize-Minjova (sub)basin. Using major
and trace elements, as well as rare earth elements, we concluded that, taking into account the high
CIA, PIA and CIW values, the source area was exposed to a humid and warm climate, causing na
intense chemical weathering. The source area was heterogeneous, composed mainly of felsic
igneous rocks, with a considerable amount of sedimentar rocks (sediment recycling) and, in a smaller
proportion, mafic rocks. The (geo)tectonic setting is not very well constrained, but it was likely na
continental/intracratonic setting. Besides that, considering the geochemical resemblance between
the two formations, and also considering the recent age data obtained with palynological studies,
dating the two formations with the same age, it’s possible to infer that the correlation between the
Moatize-Minjova (sub)basin and the main Karoo basin, in South Africa, is not a direct one, that is,
the Vúzi formation it’s not equivalent to the Dwyka formation.
Key-words: Mozambique, Karoo, Maotize-Minjova, Moatize, Vúzi, provenance, multi-elemental
geochemical analysis.
2. Introdução
O preenchimento sedimentar de uma bacia é o resultado de um conjunto complexo de
factores que incluem, nomeadamente, os processos de meteorização física e/ou química
da área fonte, de sorting, durante o transporte, e reacções químicas pós-
deposicionais/diagenéticas. Tanto esses processos- a sua magnitude e a escala de tempo
a que actuaram- como a composição química das rochas que constituem a área fonte dos
sedimentos condicionam a composição química das rochas sedimentares que que
preenchem a bacia. Assim, a análise de proveniência de sedimentos representa uma
ferramenta útil na compreensão da (geo)dinâmica e evolução de bacias sedimentares
assim como da composição e dinâmica crustal. O estudo da composição geoquímica das
rochas sedimentares permite então, definir possíveis áreas fontes, a sua composição geral,
assim como indicadores das condições paleoclimáticas, de meteorização e, em alguns
casos, indicadores tectónicos.
3
É necessário então, compreender a influência dos processos de meteorização, transporte
e dos processos diagenéticos- processos secundários- na fraccionação dos elementos,
tanto dos elementos maiores como dos traço.
De modo geral, é aceite que alguns elementos traço constituem melhores indicadores
geoquímicos de proveniência, com especial destaque para as terras raras (REE), já que
estes são relativamente imóveis, permitindo preservar as assinaturas primárias- das
rochas-fonte- nos sedimentos. Assim podem ser retiradas ilações sobre a composição
química da área fonte, com base no padrão de distribuição das REE das rochas
siliciclásticas (Nesbitt and Young, 1982; Bathia and Crook, 1986; Bauluz et al. 2000;
Armstrong-Altrin et al. 2004; Abanda, Hannigan, 2006; Bau, 1991; Bauluz et al. 2000;
Bhatia, 1985. Jorge et al. 2013, Wang, et al. 2014)
O termo “Karoo” é referente à grande bacia do Karoo (s.s.), localizada na parte central da
África do Sul. Este termo é igualmente utilizado para referenciar bacias sedimentares de
afinidade Gondwanica, cujo preenchimento sedimentar poderá ser equivalente. O conjunto
de bacias do Karoo (Figura 1), constituem um registo geológico muito importante, já que
são contemporâneas do período temporal em que a Pangeia atingiu a sua dimensão
máxima, durante o Paleozóico superior-Mesozóico inferior (Wopfner, 2002; Catuneau,
2005; Isbell 2008; Paulino. 2009, Hancox, Götz, 2014).
Figura 1 - Distribuição espacial das bacias do Karoo na Àfrica sub-sariana. (adaptado de Catuneau, 2005 )
4
Estas bacias foram desenvolvidas em
diferentes contextos tectónicos: sistema
retroarc foreland ou em estruturas horsts e
grabens ou em bacias de rift intra-cratónicas
(Catuneau, 2005; Torsvik, Cocks, 2013; Faure,
Armstrong, Harris, Willis, 1996; Isbell, Cole,
Catauneau, 2008; Cairncross, 2001). Os vários
mecanismos de subsidência- flexural na zona
Sul, processos relacionados com a subducção
na margem do paleo-Pacifico e processos
extensionais a Norte, que se propagam para
Sul a partir da margem do paleo-Tétis-
controlam, em parte, a deposição sedimentar
nas diferentes bacias. A interacção desses
processos tectónicos com estruturas herdadas
Pré-Câmbricas leva à formação de depozonas
discretas que seguem padrões tectónicos
regionais (Catuneau, 2005; Torsvik, Cocks,
2013).
O Karoo inferior tem como base a formação Dwyka, que assenta em não conformidade com
o soco Meso e Neo-Proterozóico, por vezes em conformidade com os argilitos de Witteberg.
Esta formação (Dwyka) é composta por diamictitos glaciares, argilitos e arenitos e foi
depositada em depressões (paleo) topográficas pré-Karoo, constituindo uma evidência de
uma glaciação continental, na parte Sul/SE do Gondwana, durante o Carbónico superior-
5
Pérmico inferior (Visser, 1998). Esta glaciação deveu-se à posição de, parte do continente
do, Gondwana, durante o Carbónico superior, encontrando-se perto do pólo sul.
Posteriormente à glaciação, um mar pouco profundo cobriu a plataforma, alimentado pela
água de degelo, com deposição das unidades da base do grupo Ecca. Estas seriam lutitos
e argilitos marinhos, depositados em climas frios (Catuneau, 2005; Isbell, J.L., Cole,D.I.,
Catauneau, 2008; Smith, Eriksson, Botha, 1993).
Durante o Triásico superior, pulsos de uplift tectónicos, combinados com efeitos paleo-
topográficos resultaram na acumulação de depósitos arenosos, depositados em ambientes
aluviais- leques aluviais-, constituindo a formação de Molteno.
7
Figura 3 - Enquadramento geológico da sub-bacia de Moatize-Minjova (adaptado de Vasconcelos, L., Achimo, M., 2010,
de Lakshminarayana, G., 2015 e Fernandes, P., 2014.)
8
A formação do Vúzi é descrita, na literatura, como
uma sequência de conglomerados, arenitos,
siltitos e argilitos ricos em matéria orgânica, com
algumas intercalações de níveis de carvão, com
mais de 100 m. de espessura, de origem fluvio-
glaciar e fluvial, assente em não conformidade
com o soco Proterozóico (Lakshminarayana,
2015, Fernandes, et al. 2014).
9
formação do Pérmico inferior-médio (Kunguriano/Roadiano), apesar da associação
palinológica diferente da encontrada nas amostras estudadas da formação do Vúzi (Pereira,
Z. et al. 2014; Lopes, G., et al. 2014).
Foram seguidos uma série de procedimentos desde remoção das capas de alteração
e posterior moagem, utilizando moinho de ágata, nos laboratórios da Faculdade de Ciências
da Universidade de Lisboa e enviadas para o Activation Laboratories Ltd. (ACTLABS,
Ontario, Canada), onde foram realizadas análises geoquímicas de rocha total, segundo os
procedimentos comercias deste laboratório para cada método utilizado.
Para os elementos para qual os valores foram obtidos por mais de um método (Sc,
As, Sb, Cr) foram escolhidos os valores correspondentes aos métodos com limite de
detenção menor. Converteu-se o peso dos óxidos para peso elementar calculando-se de
10
seguida a matriz correlação de todos os elementos. Posteriormente sucedeu-se a
normalização dos valores tendo em conta os valores da crusta continental superior (UCC;
Taylor e McLeennan, 1985 ) e os valores do condrito (C1; Taylor e McLeenan,1985).
Figura 5 - Classificação de rochas terrígenas com elementos maiores segundo Herron, 1988.
2 - F1= 1,773TiO2+0,607Al2O3+0,76Fe2O3(t)-1,5MgO+0,616CaO+0,509Na2O-1,224K2O-9,09
1
F2 = 0,445TiO2+0,07Al2O3-0,25Fe2O3(t)-1,142MgO+0,438CaO+1,475Na2O+1,426K2O-6,861
12
A intensidade da meteorização é resultado das condições climáticas: temperatura e
presença de água (Fedo et al.,1995; Nesbit & Young, 1982). A presença de água, em
quantidades significativas, associado a maiores temperaturas, promove meteorização
intensa, com lixiviação de catiões com pequeno raio iónico (Ca2+ e Na+ sobretudo) enquanto
os catiões de maior raio iónico, como o K+, Cs, Rb+ e Ba2+, tendem a ser adsorvidos nas
superfícies das argilas (Fedo et al., 1995; Bauluz, 2000; Nesbitt et al., 1980; Wronckiewicz
& Condie, 1987).
Nesbitt & Young, em 1982, propuseram o índice CIA- Chemical Index of Alteration:
([Al2 O3 /(Al2 O3 + CaO + Na2 O + K 2 O)] × 100)- amplamente utilizado para determinar o grau de
meteorização a que as rochas na área fonte foram sujeitas. Este índice compara a
proporção molecular relativa entre os catiões com maior mobilidade, durante os processos
de meteorização química- Na, K, Ca- com o mais imóvel, o Al. Os elementos utilizados nos
cálculos deste índice reflectem a composição dos minerais mais comuns da crosta
continental superior, os feldspatos e as plagióclases. Para rochas sãs, o valor de CIA é
aproximadamente 50 e aumenta proporcionalmente ao grau de meteorização a que é
sujeita (Nesbitt & Young, 1982).
Os diagramas A-CN-K tem grande utilidade nos estudos de geoquímica devido à sua
simplicidade, apoiada em bases científicas robustas e com provas dadas. Ao exprimir a
relação entre elementos facilmente lixiviados (Ca, Na e K) e o Al, um elemento
extremamente insolúvel os diagramas são a expressão gráfica do CIA, indicando, assim, o
grau de meteorização a que a área fonte foi sujeita. Para além disto, os diagramas A-CN-K
permite inferir percursos de meteorização e, consequentemente, aceder a um possível
protólito da área fonte (Fedo et al., 1995; Nesbitt, 2003). Acresce que, os percursos de
meteorização inferidos com base no padrão de distribuição das amostras deste diagrama,
pois é sabido que estas se dispõe de forma sub-paralela à aresta A-CN, indicando, como
seria de esperar, que a meteorização se inicia com a lixiviação de Ca e Na e em menor
proporção, de K. Assim, a meteorização dá-se sempre no sentido do vértice A. Por outro
lado, o ponto de cruzamento desta linha de tendência com a linha dos feldspatos,
estabelecido por regressão, representa a composição geral da rocha/área fonte dos
sedimentos.
13
No caso de haver meteorização extrema, ou seja, a lixiviação da quase totalidade de
Ca e Na, iniciar-se-á uma fase de meteorização que é caracterizada pela lixiviação do K,
sendo que a tendência de meteorização das amostras passará a ser paralela à aresta A-K
do diagrama.
Por fim, Cox (1995) propôs a utilização do ICV- Index of Compositional Variability:
([(Fe2 O3 + K2 O + Na2 O + CaO + MgO + MnO + TiO2 )/Al2 O3 ] × 100)- que mede a abundância
da alumina relativamente a outros catiões estequiométricos. No cálculo deste índice a sílica
não é considerada devido aos problemas associados ao efeito de diluição do quartzo. Este
índice pode ser aplicado a argilitos com o objectivo de determinar a sua maturidade
composicional. Quando se trata de argilitos imaturos, o valor de ICV é elevado, maior que
0,3. Por sua vez, quando são maturos, o índice tem um valor baixo, menor que 0,3.
Com vista a quantificar o grau de meteorização a que as rochas fonte foram sujeitas,
foram calculados os diversos índices acima referidos, para a totalidade das amostras, de
14
modo a reduzir as incertezas associadas à utilização de cada índice específico, e tendo em
conta a ausência de informação petrográficos e mineralógicos.
Os resultados obtidos estão representados na Tabela 1. CIA> 91%, CIW> 98%, PIA> 98%,
ICV< 0,3. Os valores dos índices de meteorização indicam todos que a área fonte foi sujeita
a processos muito intensos de meteorização química, tanto para as rochas representativas
da formação do Vúzi como para as da formação de Moatize.
15
de Cr e Ni em sedimentos clásticos pode ser considerado um proxy em estudos de
proveniência. Conteúdos altos em Cr e Ni estão associados a sedimentos provenientes de
rochas ultramáficas, enquanto para concentrações baixas de Cr e Ni indicam proveniência
félsica. A razão Cr/V traduz o enriquecimento de Cr, indicador de fontes (ultra)máficas, em
detrimento de outros elementos traço ferromagnesianos, enquanto que a razão Y/Ni serve
de índice para fontes mais ricas em elementos como o Ni, comparando com um proxy para
as HREE, o Y. Assim, rochas (ultra)máficas tenderão a ter razões Cr/V mais elevadas e
razões Y/Ni mais baixas (Ali et al.,2014).
16
sedimentar a que foi sujeito pois é um mineral extremamente estável física e quimicamente
(resistato).
A razão La/Y traduz o grau de fraccionação entre LREE (representados pelo La) e
HREE (representados pelo Y) enquanto a razão Sc/Cr é um fator entre dois elementos
incompatíveis, sendo que o DCr > DSc (Bhatia & Crook, 1986). Um gráfico de La/Y vs Sc/Cr
permite discriminar facilmente vários ambientes tectónicos.
Segundo Bhatia & Crook (1986) Ti/Zr vs La/Sc em argilitos também mostram
excelentes correlações com os vários ambientes tectónicos. Efeitos de sorting sedimentar
podem no entanto criar erros devido à concentração diferencial de zircão.
5. Discussão
5.1. Paleometeorização
Verifica-se que entre os elementos maiores, tanto na formação do Vúzi como na
formação de Moatize há um enriquecimento generalizado em Ti e Al. Todos os restantes
elementos, em ambas as formações, estão, em média empobrecidos, sendo importante
notar que o Fe, Mn e P apresentam comportamentos variáveis, estando pontualmente
enriquecidos nalgumas amostras. O Mn destaca-se claramente nesta situação. Tanto na
formação do Vúzi como na formação de Moatize apresenta valores de desvio padrão
elevados, 1,04 e 0,86 respectivamente. O Mn apresenta ainda concentrações
consideravelmente superiores, na formação do Vúzi, aproximando-se dos valores UCC. De
um ponto de vista geral, as tendências para os elementos maiores são bastante
semelhantes entre ambas as formações (Figura 6).
17
Figura 6 - Gráfico dos elementos maiores vs UCC para cada formação.
A razão K2O/Al2O3 tem x̅ = 0,05 ± 0,01 para a formação do Vúzi e x̅ = 0,08 ± 0,06 para a
formação de Moatize. Tendo em conta os dados da figura 5, os valores baixos obtidos nesta
razão derivam de um enriquecimento em Al2O3 e um empobrecimento em K2O, indicando
que houve lixiviação de K2O.
O diagrama A-CN-K de ambas as formações mostra uma distribuição dos pontos sub-
paralela a A-K, do lado A, com maior dispersão nas amostras da formação de Moatize.
Assim, ambas as formações estiveram sujeitas a processos de meteorização intensa e/ou
prolongada, tendo concentrações muito baixas de Ca, Na e K (Figura 7)
Figura 7 - Diagramas A-CN-K para a formação de Moatize (a azul e à esquerda) e Vúzi. (a vermelho e à direita).
Para a formação do Vúzi, o valor médio de CIA é 94,35±1,45, o valor mínimo 92,48
e o máximo 97,33. Para o CIW, o valor médio é 98,99±0,32 com valor mínimo de 98,12 e
máximo de 99,43. Por sua vez, para o PIA x̅ = 99,04±0,3, com valor mínimo 98,22 e máximo
99,44. Por fim, o ICV tem x̅ = 0,22±0,12, o valor mínimo é 0,09 e o máximo 0,56.
18
Para a formação de Moatize, o valor médio de CIA é 91,32 ± 5,78, o valor mínimo
66,35 e o máximo 97,51 (Figura 7). Para o CIW, o valor médio é 98,33 ± 2,51 com valor
mínimo de 84,99 e máximo de 99,50. Por sua vez, para o PIA, x̅ = 98,52 ± 1,97, com valor
mínimo 88,28 e máximo 99,51. Por fim, o ICV tem x̅ = 0,29 ± 0,25, o valor mínimo é 0,08 e
o máximo 1,16.
Todos os índices de meteorização química indicam que este tipo de processos foram
preponderantes na geração e/ou evolução das rochas sediemantres da sub-bacia de
Moatize-Minjova (tabela X). A diferença entre CIA e CIW pode resultar da presença de
feldspatos potássicos nas rochas da(s) área(s) fonte. Valores de PIA muito elevados
indicam que as plagióclases foram intensamente meteorizadas, no entanto, também pode
ser resultado da ausência ou presença pouco significativa de plagióclases na(s) rocha(s)
da(s) área(s) fonte. Os valores muito reduzidos de ICV mostram que a maturidade
composicional dos argilitos é elevada, revelando que estes sofreram meteorização muito
intensa e/ou reciclagem sedimentar.
Figura 8 - Gráfico Th/Sc vs Zr/Sc com exemplo da tendência de reciclagem sedimentar. Adaptado de
19
Figura 9 - Gráfico das funções discriminantes segundo Roser & Korsch. Campos: P1: Sobretudo máfico, com influência
de ígneas intermédias; P2: ígneas intermédias; P3: Félsicas vulcânicas e plutónicas; P4: Sedimentos quartzosos
maturos (reciclados).
Nos diagramas de Função Discriminante (Roser & Korsch, 1986) tanto as amostras
da formação do Vúzi com as da formação de Moatize encontram-se no campo P4 que que
as coloca dentro do campo de rochas quartzosas recicladas.
A anomalia do európio é negativa, com valor médio de 0,74 para a formação do Vúzi,
valor mínimo de 0,57 e máximo de 0,86, enquanto a formação de Moatize tem um valor
20
médio de Eu/Eu* de 0,66, valor mínimo 0,57 e máximo 0,85 (Tabela 1). Isto traduz uma
fonte sedimentar com claro predomínio de fontes félsicas.
Figura 10 - Gráfico Cr/V vs Y/Ni com linha de mistura entre rochas de composição félsica (granitos) e máfica (basaltos).
Figura 11 - Gráfico Eu/Eu* vs Th/Sc com as divisões entre rochas félsicas e máficas e entre rochas félsicas com
diferentes graus de evolução.
21
A maior parte das rochas caem no campo das rochas félsicas, enquanto um pequeno
número de amostras se encontra no campo das rochas máficas (Figura 11). Por outro lado,
a formação do Vúzi tem uma influência de rochas félsicas pouco evoluídas, enquanto a
formação de Moatize se concentra principalmente na zona das félsicas mais evoluídas. Isto
é compatível com o enriquecimento significativo em LREE e valores da anomalia do
európio.
Assim, é possível considerar que a área fonte das duas formações estudadas era
predominantemente constituída por rochas ígneas félsicas, por rochas sedimentares
siliciclásticas que sofreram reciclagem havendo, pontualmente e em menor proporção,
input sedimentar de fontes constituídas por rochas máficas.
Assim, integrando os vários dados e gráficos é possível afirmar com alguma certeza
que a(s) fonte(s) sedimentares são predominantemente félsica(s). Isto vem de encontro à
diferença que se verifica entre CIA e CIW que aponta para a presença de feldspatos
potássicos na(s) rocha(s) fonte e torna o índice PIA pouco fiável, já que em rochas félsicas
as plagioclases tendem a ser fases subordinadas aos feldspatos.
22
5.3. Enquadramento tectónico
Figura 13 - Gráfico K2O/Na2O vs SiO2 com as divisões respectivas a contextos tectónicos específicos.
Figura 14 - Diagrama La-Th-Sc com os respectivos campos tectónicos. Campos: A: arco ilha oceânico; B: arco ilha
continental; C: margem continental activa; D: Margem passiva
23
Figura 15 - Gráfico La/Y vs Sc/Cr com os respectivos campos tectónicos. Campos: A: arco ilha oceânico; B: arco ilha
continental; C: margem continental activa; D: Margem passiva
Os gráficos La/Y vs Sc/Cr (Figura 15) apresentam imensa dispersão, não sendo
possível retirar informação conclusiva. No entanto, metade das amostras do Vúzi indicam
margem passiva, enquanto nas amostras de Moatize, algumas mostram margem passiva
(maioria) e um número baixo de amostras indica arco ilha continental.
Figura 16 - Diagrama Th-Sc-Zr/10 com os respectivos campos tectónicos. Campos: A: arco ilha oceânico; B: arco ilha
continental; C: margem continental activa; D: Margem passiva.
24
Figura 17 - Gráfico Ti/Zr vs La/Sc com os respectivos campos tectónicos. Campos: A: arco ilha oceânico; B: arco ilha
continental; C: margem continental activa; D: Margem passiva
O gráfico Ti/Zr vs La/Sc (Figura 17) mostra demasiada dispersão para a formação
do Vúzi. Pelo contrário, para a formação de Moatize a dispersão, apesar de também ser
elevada, também mostra que muitas amostras se incluem no campo dos arcos ilha
continentais, as restantes estando na sua periferia.
6. Conclusões
A Tabela 1 apresenta uma síntese dos vários índices de meteorização utilizados e dos
parâmetros relacionados com as terras raras.
25
meteorização extrema, o que não é compatível com um ambiente deposicional glaciar
(árido), como é descrito para a génese da formação do Vúzi. Estes resultados representam
uma perpectiva inovadora, para a interpretação da evolução (paleo)deposicional da bacia
estudada.
Por outro lado, a fonte dos sedimentos, apesar de variada, com inputs diversificados, será
principalmente constituída por rochas félsicas, inseridas num contexto tectónico
continental/intracratónico, de margem activa e/ou passiva. Exclui-se a hipótese de as
amostras estarem associadas a um contexto de arco ilha continental devido à história
tectónica contemporânea das formações.
Vúzi Moatize
Média (n= 18) σ Mín. Máx. Média (n= 34) σ Mín. Máx.
7. Agradecimentos
Gostaríamos de agradecer, em primeiro lugar, ao nosso orientador e professor Dr. Raul
Carlos Godinho dos Santos Jorge, pela disponibilidade demonstrada durante a realização
deste trabalho, assim como pelas discussões produtivas durante a realização do mesmo.
Queremos também agradecer ao Prof. Dr. Paulo Fernandes da Universidade do Algarve,
co-orientador deste trabalho, e ao Prof. Dr. Lopo Vasconcelos, pela disponibilidade e
simpatia, assim como por ter fornecido uma parte da bibliografia, indispensável à realização
deste trabalho.
26
8. Referências Bibliográfica
Abanda, P.A., Hannigan, R.E., 2006. Effects of diagenesis on trace element partitioning in shales.
Chemical Geology 230, 42–59
Ali, S., Stattegger, K., Garbe-Schöngerg, D., Frank, M., Kraft, S., Kuhnt, W., 2014. The provenance
of cretaceous to quaternary sediments in the Tarfaya basin, SW Morocco: evidence from trace
element geochemistry and radiogenic Nd-Sr isotopes. J. Afr. Earth Sci. 90, 64–76.
Andersson, P.O.D., Johansson, A., Kumpulainen, R.A., 2003. Sm–Nd isotope evidence for the
provenance of the Skoorsteenberg Formation, Karoo Supergroup, South Africa. Journal of African
Earth Sciences 36 (3), 173–183.
Armstrong-Altrin, J.S., Verma, S.P., 2005. Critical evaluation of six tectonic setting discrimination
diagrams using geochemical data of Neogene sediments from known tectonic setting. Sedimentary
Geology 177 (1–2), 115–129.
Bau, M., 1991. Rare-earth element mobility during hydrothermal and metamorphic fluid-rock
interaction and the significance of the oxidation state of europium. Chem. Geol., 93: 219-230.
Bauluz, B., Mayayo, M.J., Fernandez-Nieto, C., Lopez, J.M.G., 2000. Geochemistry of Precambrian
and Paleozoic siliciclastic rocks from the Iberian Range (NE Spain): implications for source-area
weathering, sorting, provenance, and tectonic setting. Chemical Geology 168, 135–150.
Bhatia, M.R., 1983. Plate-tectonics and geochemical composition of sandstones. Journal of Geology
91, 611–627.
Bhatia, M.R., Crook, K.A.W., 1986. Trace-element characteristics of graywackes and tectonic setting
discrimination of sedimentary basins. Contributions to Mineralogy and Petrology 92, 181–193.
Bhatia, M.R., 1985. Rare earth element geochemistry of Australian Paleozoic graywackes and
mudrocks: Provenance and tectonic control. Sediment. Geol., 45: 97-113.
Cairncross, B., 2001. An overview of the Permian (Karoo) coal deposits of southern Africa. J. Afr.
Earth Sci. 33, 529–562.
Catuneanu O, Wopfner H, Eriksson PG, Cairncross B, Rubige BS, Smith RMH, Hancox PJ, 2005.
The Karoo basins of south-central Africa. Journal of African Earth Science 43: 211-253.
Cox, R., Lowe, D.R., Cullers, R.L., 1995. The influence of sediment recycling and basement
composition on evolution of mudrock chemistry in the southwestern United States. Geochimica et
Cosmochimica Acta 59, 2919–2940.
Cullers, R.L., 2000. The geochemistry of shales, siltstones and sandstones of Pennsylvanian–
Perminian age, Colorado, USA: implication for provenance and metamorphic studies. Lithos 51,
181–203.
Faure, K., Armstrong, R.A., Harris, C., Willis, J.P., 1996b. Provenance of mudstones in the Karoo
Supergroup of the Ellisras Basin, South Africa: geochemical evidences. J. Afr. Earth Sci. 23 (2),
189–204.
27
Fedo, C.M., Nesbitt, H.W., Young, G.M., 1995. Unraveling the effects of potassium metasomatism
in sedimentary-rocks and paleosols, with implications for paleoweathering conditions and
provenance. Geology 23, 921–924.
Feng, R., Kerrich, R., 1990. Geochemistry of fine-grained clastic sediments in the Archean Abitibi
greenstone-belt, Canada — implications for provenance and tectonic setting. Geochimica et
Cosmochimica Acta 54, 1061–1081.
Fernandes, P., Rodrigues, B., Jorge, C.G.S., Marques, J., 2014. Potencial gerador de
hidrocarbonetos dos argilitos carbonosos das Formações de Vúzi e de Moatize (Karoo Inferior) da
Bacia Carbonífera de Moatize - Minjova, Província de Tete, Moçambique. Comunicações
Geológicas, 101(Especial I), 433-437.
Gao S. and Wedepohl K. H. 1995. The negative europium anomaly in Archean sedimentary rocks:
Implications for decomposition, age, and importance of their granitic sources. Earth Planet. Sci. Lett.
133, 81–94.
GTK-C, 2006a. Noticia Explicativa das Folhas 2032/2033, 2034/2035, 2131/2132, 2133, 2134/2135,
2231, 2232, 2233, 2234/2235, 2331/2332, 2333, 2334/2335, 2431/2432, 2433, 2434/2435,
2531/2532, 2533/2534 e 2632. Escala 1:250 000. Volume 1. República de Moçambique, Ministério
dos Recursos Minerais, Direção Nacional de Geologia. GTK Consortium.
GTK-C, 2006b. Noticia Explicativa das Folhas 1631, 1632, 1633, 1634, 1732-1733, 1734, 1832,
1833, 1834, 1932, 1933 e 1934. Escala 1:250 000. Volume 2. República de Moçambique, Ministério
dos Recursos Minerais, Direção Nacional de Geologia. GTK Consortium.
GTK-C, 2006c. Noticia Explicativa das Folhas 1430, 1431, 1432, 1530, 1531, 1532, 1533 e 1534.
Escala 1:250 000. Volume 4. República de Moçambique, Ministério dos Recursos Minerais, Direção
Nacional de Geologia. GTK Consortium.
Hancox, P., Götz, A.E., 2014. South Africa’s coalfields- a 2014 perspective. International Journal of
Coal Geology, 06/2014; 132:170–254. DOI: 10.1016/j.coal.2014.06.019
Hamois, L., 1988. The CIW index: A new chemical index of weathering. Sediment. Geol., 55: 319-
322.
Herron, M.M., 1988. Geochemical classification of terrigenous sands and shales from core or log
data. J. Sediment. Petrol. 58, 820–829
Isbell, J.L., Cole,D.I., Catauneau,O., 2008. Carboniferous -Permian glaciation in the main Karoo
basin, South Africa. Stratigraphy, depositional controls and basin dynamics. Geological Society of
America, Special paper, 441, 71-82.
Jorge, R.C.G.S., Fernandes, P., Rodrigures, B., Pereira, Z., Oliveira, J.T., 2013. Geochemistry and
provenance of the Carboniferous Baixo Alentejo Flysch Group, South Portuguese Zone.
Sedimentary Geology 284–285, 133–148.
Krissek, L. A. & Horner, T. C., 1989. Geochemical indicators of source lithologies and weathering
intensities in fine-grained Permian clastics, central Transantarctic Mountains: Antartic Journal of the
United States, 1987 Review, pp 13-16.
Lakshminarayana, G., 2015. Geology of Barcode type coking coal seams, Mecondezi sub-basin,
Moatize Coalfield, Mozambique, International Journal of Coal Geology (2015), doi:
10.1016/j.coal.2015.04.012
Lopes, G., Pereira, Z., 2014. Palynostratigraphic study of Lower Karoo rocks in the Moatize-Minjova
Coal Basin, Mozambique- Preliminary Results. 9th European Paleobotany – Palynology Conference,
147-148.
28
Lopes, G., Pereira, Z., Fernandes, P., Marques, J., 2014. Datação palinológica dos sedimentos
glaciogénicos da formação Vúzi, sondagem ETA 65, bacia de Moatize, Moçambique – Resultados
preliminares. Comunicações Geológicas, 101(Especial I), 481-484.
Manikyamba, C., Kerrich, R., 2006. Geochemistry of black shales from the Neoarchaean Sandur
Superterrane, India: first cycle volcanogenic sedimentary rocks in an intraoceanic arc–trench
complex. Geochimica et Cosmochimica Acta 70 (18), 4663–4679
McLennan, S.M., Taylor, S.R., Eriksson, K.A., 1983. Geochemistry of Archean shales from the
Pilbara Supergroup, Western Australia. Geochimica et Cosmochimica Acta 47, 1211–1222.
McLennan, S.M., Taylor, S.R., McCulloch, M.T., Maynard, J.B., 1990. Geochemical and Nd–Sr
isotopic composition of deep-sea turbidites — crustal evolution and plate tectonic associations.
Geochimica et Cosmochimica Acta 54, 2015–2050.
McLennan, S.M., 1993. Weathering and Global Denudation The Journal of Geology, Vol. 101, No.
2, 100th Anniversary Symposium: Evolution ofthe Earth's Surface (Mar., 1993), pp. 295-
303Published
McLennan, S.M., 2001. Relationships between the trace element composition of sedimentary rocks
and upper continental crust. Geochem. Geophys. Geosyst. 2 (4), 2001.
http://dx.doi.org/10.1029/2000GC000109.
Middelburg, J.J., van der Weijden, C.H., Woittiez, J.R.W., 1988. Chemical processes affecting the
mobility of major, minor and trace elements during weathering of granitic rocks. Chem. Geol. 68 (3–
4), 253–273.
Mishra, M., Sen, S., 2012. Provenance, tectonic setting and source-area weathering of
Mesoproterozoic Kaimur Group, Vindhyan Supergroup, Central India. Geol. Acta 10, 283–293.
NC-C, 2007. Sheet Explanation: 1039-1040-1134-1135-1136-1137-1138-1139-1140-1234-1235-
1236-1237-1238-1239-1240-1334-1335-1336-1337-1338-1339-1340-1435-1436-1437-1438-1535-
1536-1635-1636. Norconcult Consortium, Mineral Resources Management, Capacity Building
Project, Republic of Mozambique, Component 2: Geological Infrastructure Development Project,
Geological Mapping - Lot 1, Report No. B6.F. Credit No. Ndf 335. Janeiro 2007
Nesbitt, H.W., Markovics, G., Price, R.C., 1980. Chemical processes affecting alkalines and alkaline
earths during continental weathering. Geochim. Cosmochim. Acta 44, 1659–1666.
Nesbitt, H.W., Young, G.M., 1982. Early Proterozoic climates and plate motions inferred from major
element chemistry of lutites. Nature 299 (5885), 715–717.
Nesbitt, H.W., Fedo, C.M., Young, G.M., 1997. Quartz and feldspar stability, steady and non-steady
state weathering, and petrogenesis of siliciclastic sands and muds. Journal of Geology 105, 173–
191.
Nesbitt,H.W., Markovics, G., 1997.Weathering of granodioritic crust, long-term storage of elements
in weathering profiles, and petrogenesis of siliciclastic sediments. Geochim. Cosmochim. Acta 61,
1653–1670.
Nesbitt, H.W., 2003. Petrogenesis of siliciclastic sediments and sedimentary rocks. In: Lentz, D.R.
(Ed.), Geochemistry of Sediments and Sedimentary RocksGeological Association of Canada 39–51.
Paulino, F., Vasconcelos, L., Marques, J., 2010. Estratigrafia do Karoo em Moçambique. Novas
Unidades. X Congresso de Geoquímica dos Países de Língua Portuguesa, XVI Semana de
Geoquímica.
Pereira, Z., Lopes, G., Fernandes, P., Marques, J., 2014. Estudo palinostratigráfico da sondagem
ETA 72 do Karoo Inferior da Bacia Carbonífera de Moatize-Minjova. Moçambique- Resultados
Preliminares. IX Congresso Nacional de Geologia., 2º Congresso de Geologia dos Países de Língua
Portuguesa.
29
Piñán-Llamas, A., Escamilla-Casas, J., 2013. Provenance and tectonic setting of Neoproterozoic to
Early Cambrian metasedimentary rocks from the Cordillera Oriental and Eastern Sierras
Pampeanas, NW Argentina. Bol. De la Soc. Geo. Mexicana, v. 65, n. 2, 373-395.
Rollinson, H.R., 1983. Using geochemical data: evaluation, presentation, interpretation. Longman
Geochemistry Series. Longman, UK, p. 352.
Roser, B.P. and Korsch, R.J., 1988. Provenance signatures of sandstone-mudstone suites
determined using discriminant function analysis of major-element data. Chem. Geol., 67: 119-139.
Ryan, M.K., William, D.M., 2007. Testing the reliability of discrimination diagrams for determining the
tectonic depositional environment of ancient sedimentary basins. Chem. Geol. 242, 103–125
Slack, J.F., Stevens, B.P.J., 1994. Clastic metasediments of the Early Proterozoic Broken- Hill
Group, New-South-Wales, Australia — geochemistry, provenance, and metallogenic significance.
Geochimica et Cosmochimica Acta 58, 3633–3652.
Smith, R.M.H., Eriksson, P.G., Botha, W.J., 1993. A review of the stratigraphy and sedimentary
environments of the Karoo-aged basins of Southern Africa. J. Afr. Earth Sci. 16, 143–169
Taylor, S.R., McLennan, S.M., 1985. The Continental Crust: its Composition and Evolution.
Geoscience Texts. Blackwell Scientific Publications.
Torsvik, T.H., Cocks, L.R.M., 2013. Gondwana from top to base in space and time. Gondwana
Research 24, 999–1030.
Vasconcelos L.S. 1995 - Contribuição para o conhecimento dos carvões da Bacia Carbonifera de
Moatize, Provincia de Tete, Repriblica de Mogambique. Tese de Doutoramento, Universidade do
Porto, Portugal. Volume I - Texto (231 p); Volume 2 - Tabelas, Figuras, Estampas.
Vasconcelos, L., 2000. Some remarks on the geology of Moatize Coal Basin, Tete Province,
Republic of Mozambique. Chron. Rech. Miniere (Orleans), 538: 47-58.
Vasconcelos, L. 2009. Coal in Mozambique. PUCRS, Porto Alegre, RS, Brasil. Disponível online no
link: http://www.pucrs.br/cepac/download/3SGC/Lopo_Vasconcelos__Coal_in_Mozambique.pdf
Vasconcelos, L., Achimo, M., 2010. O Carvão em Moçambique, em: Geologia das Ilhas dos
Arquipélagos dos Açores, Madeira e Geologia das antigas Colónias Ciências Geológicas: Ensino,
Investigação e sua História Volume III.
Visser, J. N. J., 1982. Upper Carboniferous glacial sedimentation in the Karoo Basin near Prieska,
South Africa. Palaeogeogr., Palaeoclimatol., Palaeoecol., 38: 63--92.
Visser, J.N.J., 1989. The Permo-Carboniferous Dwyka Formation of Southern Africa: deposition by
a predominantly subpolar marine ice sheet. Palaeogeogr. Palaeoclimatol. Palaeoecol. 70, 377–391.
Visser, J. N. J. and Young, G. M., 1990. Major element geochemistry and paleoclimatology of the
Permo-Carboniferous glacigene Dwyka Formation and post-glacial mudrocks in southern Africa.
Palaeogeogr., Palaeoclimatol., Palaeoecol., 81:49 57.
Wang, L.C., Liu, C.L., Gao, X., Zhang, H., 2014. Provenance and paleogeography of the Late
Cretaceous Mengyejing Formation, Simao Basin, southeastern Tibetan Plateau: Whole-rock
geochemistry, U-Pb geochronology, and Hf isotopic constraints. Sedimentary Geology 304, 44e58
Winchester, J.A. and Max, M.D., 1989. Tectonic setting discrimination in clastic sequences: an
example from the Late Proterozoic Erris Group, NW Ireland. Precambrian Res., 45: 191-201.
Wopfner, H., 2002. Tectonic and climatic events controlling deposition in Tanzanian Karoo basins.
J. Afr. Earth Sci. 34, 167–17
30
31