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Os foraminíferos

Características gerais:

Foraminíferos => protistas bentónicos ou planctônicos – Câmbrico (≈570


MA) – Recente
São muito úteis na investigação científica oceânica e na indústria de petróleo
e gás, pois seu minúsculo tamanho (> 0,5 mm) e grande abundância em
sedimentos marinhos permitem aos geocientistas reconstruir:
• Antigas condições ambientais,
• Estabelecer a idade relativa das camadas sedimentares (ocorrências fósseis
podem ser usadas para identificar a ordem relativa de eventos passados e
correlacionam as camadas sedimentares com outras localidades ao redor
do mundo).

– ambientes marinhos
- carapaça ou teca de forma variada, composta por carbonato de cálcio,
aglutinada por partículas do sedimento em que vivem ou, mais raramente,
orgânica ou siliciosa.
Composição e morfologia
As tecas : orgânicas (tetina)
Inorgânicas (siliciosas ou calcárias)
Aglutinadas

Aglutinantes (aglutinadas ou arenosas) – pode aglutinar partículas variadas


como gräo de areia, fragmentos calcários de outras carapaças ou
conchas, e espículas de esponja, que são cimentadas sobre uma camada
orgânica.
Calcárias – são as mais comuns, formadas de minerais de carbonato de
cálcio (principalemnte calcite). Conforme a disposição dos cristais de
calcite, as tecas calcárias podem ser microgranulares, lamelares
(vitreas) ou porcelanosas.
A teca é formada por uma ou várias câmaras que se intercomunicam
através de uma ou mais aberturas, chamadas forâmen.

As câmaras são limitadas por linhas de sutura. As aberturas podem ser


simples ou múltiplas, através das quais ocorre a comunicação dos
organismos com o meio, servindo para a alimentação, trocas gasosas,
locomoção.
As carapaças dos foraminíferos podem ter inúmeras formas e
apresentar vários elementos.
Forma pelo número de câmaras

Monotalámicas (uniloculares)

Bitalámicas (biloculares)

Politalámicas (multilocular)
Geometria:
Posição : Terminal, areal, marginal ou periférica,
umbilical, basal...
Forma : circular, forma de gota, tubo...
Aplicações :
•A abundância e larga distribuição geográfica dos microfósseis, bem como a
rápida evolução através do tempo geológico, permitem estudos bastante
precisos, como datação e correlação dos sedimentos.

•A determinação de paleoambientes. Eles indicam com precisão a


profundidade, salinidade, temperatura, bem como a energia do meio,
caractéristicas do substrato e níveis de oxigénio, permitindo a reconstituição
ambiental da área estudada.

•As datações precisas, bem como determinações paleoambientais


realizadas com base nos foraminíferos são muito utéis no reconhecimento
de rochas geradoras e armazenadoras de pétroleo, por este motivo a
determinação deste grupo fóssil teve o seu desenvolvimento em todo mundo
devido as pesquisas realizadas pelas companhias petrolíferas.

•Os foraminíferos planctónicos são importantes na biostratigrafia do


Jurássico.

•Em rochas do Pleistocénico, os foraminíferos planctónicos são usados para


se definir o limite das glaciações.
A importância dos microfósseis para a Geologia

Os microfósseis habitaram
nas mais distintas partes
do mundo o que lhes
confere uma vasta
amplitude geográfica.
Quando se verifica que há
evidências de eventos
diacrónicos, as correlações
são estabelecidas com
locais mais próximos da
região estudada (região
norte e Oeste de África e
América).
•Os foraminíferos bentónicos são muito utilizados em datações de rochas
do Paleozoico.

•O estudo da ecologia dos foraminíferos bentónicos atuais é muito


importante para a determinação paleoambiental. As associações de
foraminíferos são controladas pelas variações ambientais, tais como,
profundidade, temperatura, salinidade, substrato, oxigénio, nutrientes...

•Outro exemplo: a análise da variação da microfauna em relação a
modificação do ambiente, tem uma aplicação prática em investigações de
cunho ecológico, no monitoramento de áreas costeiras sujeitas á poluição
provocada por esgotos domésticos e industriais. Este tipo de trabalho vem
sendo realizado com foraminíferos bentónicos em várias regiões do globo.
Formas planctônicas
Foraminíferos bentônicos
Distribuição de frequência: determinação do ambiente
Distribuição vs temperatura
Métodos de estudo
• Amostragem
No campo, o micropaleontólogo deve se comportar como um geólogo e fazer
observações gerais (litologia,
posição das camadas sedimentares, presença dos macrofósseis, estruturas
sedimentares …), que serão integradas no enquadramento
micropaleontológico. Boa descrição do corte ou secção de terreno e rigor na
localização das amostras recolhidas; profundidades no caso de amostras de
sondagem.
No caso de determinação da rocha com potencial como rocha-mãe são
amostrados preferencialmente os níveis constituídos por rochas de
granulometria fina, coloração escura e que apresentam poucos ou nenhum
indício de meteorização, pois nestes níveis a probabilidade da MO encontrar-
se preservada é maior.
Métodos de estudo (cont.)
• Lavagem
É a técnica mais frequentemente utilizada para extrair, das rochas moveis,
microfósseis de tamanho em torno de 100 micrómetros. A rocha ou
fragmento de rocha, é emergida em água, onde fica até desagregar. O
sedimento desagregado nesta solução é passado por uma série de peneiros
circulares dispostos em coluna. O tamanho soa crivos diminui
progressivamente de cima para baixo (ex.: 0,750mm até 0,199mm). Esta
operação realiza-se lentamente sob acção da água que atravessa a coluna
de peneiros. Quando o líquido que resulta da lavagem se torna límpido, a
lavagem está concluída.
Métodos de estudo (cont.)
•Triagem
Os resíduos são recuperados em cada peneiro, sem os misturar. Os peneiros sãos
escovados vigorosamente a fim de suprimir os resíduos que ficam nos crivos, e que
poderiam poluir as amostras seguintes. Os resíduos recolhidos são secados em taças
metálicas ou em pratos de vidro relógio.
Nos resíduos, para além de microfósseis, há também detritos de quartzo e micas.
Deve-se fazer uma triagem, em uma bandeja rectangular, de fundo escuro, sob
observação da lupa binocular. Os microfósseis são levantados com um pequeno
pincel húmido uma ponta de agulha (estilete), picando de vez em quando em uma
plasticina que facilita o transporte dos mesmos para as células
• Determinação
O reconhecimento de cada grupo, género ou espécie, necessita do
conhecimento de base da micropaleontologia sistemática e a utilização
da bibliografia.
Descrição e ilustração
Desenhos e fotografias mais precisas possíveis.
O microfóssil estudado será atribuído a um género e idealmente a uma
espécie, obedecendo a lei de hierarquia da sistemática
Ex: Globigerina bulloides D´Orbigny, 1826
Os desenhos, fotografias e a classificação deve ser o mais responsável
possível, porque destes derivam futuras interpretações estratigráficas
e paleoecológicas, daí o rigor na observação e raciocínio.

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