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Registos oceânicos

Geologia do Quaternário
Registos Oceânicas

Bacias oceânicas – sedimentação contínua


especialmente em ambiente pelágico (mar
profundo).

Ambiente deposicional – registo estratigráfico


completo, potencial para correlações entre
’’cores’’ de eventos síncronos, com evidências
isotópicas, paleontológicos magnéticas ,
geoquímicas, etc.
 Estratigrafia global dos últimos 1 a 2 milhões de
anos

 Sondagens contínuas – ’’piston cores’’ de 10 a 30


m de profundidade.

 Com facilidades de penetração do fundo oceânico


em locais apropriados (sedimentos não
perturbados, sem bioturbação, ’’slumping’’,
deslizamento de massas, erosão, etc).

 Taxa de sedimentação – 1cm/1000 anos – longo


registo (Quaternário – Plioceno)
 Taxa de sedimentação – 5cm/1000 anos –
estudos de isótopos de Oxigénio.

 Locais apropriados – zonas com grande taxa de


sedimentação pelágica; zonas de alta produção
biótica (upwelling).
Classificação global dos sedimentos oceânicos (com
base em Shephard 1973)

Depósitos  Argila castanha (com menos de 30% de material biogénico)


pelágicos Depósitos autigénicos (cristalização de minerais na água do
mar)
Piroclastos (tefra)
Depósitos Foraminiferal (globogerina) Ooze, consistindo de em
biogénicos foraminíferos de águas pouco profundas e profundas e outro
(mais de 30%
material calcitíco.
biogénico) Chalk (nannoplankton) Ooze
Radiolarian Ooze
Debris de recifes de coral, areia de coral e coral mud.
Depósitos Muds (mais de 30% de areia e silt de origem terrígena)
terrígenos Turbiditos e slides deposits
Depósitos glacio-marinhos (iceberg rafting processes)
Distribuição dos sedimentos do fundo
oceânico (After Shephard 1973)

1- Glacio-marine 2- Siliceous Ooze 3- Calcareous Ooze


4- Brown clay 5- Authigenic 6- Turbidites
Metodologia
 A chave para o estudo do registo oceânico é a análise
dos isótopos de oxigênio dos sedimentos biogénicos, em
particular os esqueletos dos foraminíferos pois estes
organismos extraiem o CaCO3 da água do oceano.

 Forams bentónicos/ forams planktónico = forams do


fundo oceânico/flutuantes.

Problema:
CCD (calcite compensation depth) abaixo destas
profundidades o esqueleto carbonático dos organismos é
dissolvido.
Procedimentos de análise de isótopos de oxigênio (Hecht 1976)
A análise dos isotópos de oxigénio – muito
importante para estudos de variações
climáticas
 Com a evaporação da água, temos diferentes comportamentos
dos isótopos de oxigénio 16O, 17O e 18O.

 O é mais leve e evapora mais facilmente. Assim o reservátorio


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(oceano) torna se enriquecido em isótopos mais pesados – 18O.


O CaCO3 dos esqueletos dos mais pesados – 18O. O CaCO3
dos esqueletos oceânicos capta o 18O pelas mesmas
quantidades em que existe na água do mar.

 A mudança na composição dos isótopos de oxigénio na água


do mar, reflecte-se na composição dos esqueletos dos forams.
Assim a razão 18O / 16O nos esqueletos, irá reflectir mudanças
de composição no reservatório.
• Processo de precipitação depende principalmente da
temperatura (T): isto significa que quantidade de 18O
extraída varia com a T. Assim a razão 18O / 16O nos
esqueletos irá reflectir a T da água onde a captação
ocorreu.
A relação 18O / 16O é expressa:

Para uma boa determinação das quantidades usa o


método de espectrometria de massa.
6 fontes de incerteza/erros/discussão

1) Natureza misturada da amostra (diferença em idade


dos organismos, ecologia, espécies)

2) Habitat das espécies: espécies bentónicas – vivem


no fundo oceânico, planctónicas – flutuantes:
Algumas vivem até 500 m de profundidade e outras
apenas até 50 m (diferentes reservatórios,
diferentes temperaturas).

3) A extracção do oxigénio varia de espécie para


espécie, possivelmente relacionado com as
condições ecológicas, salinidade, estação do ano,
etc.
6 fontes de incerteza/erros/discussão (cont.)

4) As espécies não vivas decaiem para o fundo do oceano e


isto pode ser selectivo em relação a espécies ou isotópos.

5) As idades do gelo (glaciações) cuja água é rica em 16O nos


glaciares e massas de gelos continentais tornam-se
gradualmente pobres em 16O e ricas em 18O. Isto é
chamado efeito do reservatório e enriquecimento em certo
isótopo reflecte mudanças do volume global das massas de
gelo.

6) Mudanças da relação 18O / 16O resultantes do efeito do


reservatório.
 Emiliani estimou que 0.005% das mudanças da
relação 18O / 16O eram devidas ao efeito do
reservatório. Quando a total variação verificada
nas amostras de forams bentónicos for > 0.2%,
0.15% deverá resultar da relação mudança de
temperatura/efeito de fraccionação.

 Outros investigadores chegaram a conclusão de


que 75% das mudanças em isótopos são
devidas ao efeito do reservatório e que
reflectem principalmente mudanças no volume
das massas de gelo.
• Paleovolume do gelo – paleotemperatura
(volume do gelo – nível do mar).
Subsequentemente esqueletos dos forams
bentónicos reflectem apenas condições do
reservatório, pois eles vivem em ambientes de
temperatura constante.

• A razão 18O / 16O em ’’cores’’ de sedimentos


oceânicos contínuos tem resultado em
correlação global com detalhe e longo registo de
isótopos de oxigénio.
Números ímpares; 1 – são interglaciares Holoceno, números pares 2 –
são períodos glaciares (5 é Eemian, 6 é Saale)...
 Altos e baixos na curva mostram
intensidade e duração das flutuações.

 Fase fria gradual – acumulação do gelo

 Curva íngreme – rápido degelo – rápido


aumento do nével do mar.
Estágios da razão O / O 18 16

Datação dos limites é feita com base em:


 Dados paleomagnéticos

 U/Th dando idades absolutas dos sedimentos marinhos

 C para sedimentos recentes


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 Assumir que a taxa de sedimentação é constante

 Comparação com curva mestre (V28-239/238 e V16-205)


• Através deste método ’’Oxy/iso stratigraphy’’ foi
possível distinguir 8 ciclos glaciares durante
700.000 – 800.000 anos (cada ±100.000 anos
correspondem a 1 ciclo frio/quente).

• Isto sugere a existência dum certo mecanismo –


Forças orbitais.

Aplicabilidade global

Sincronia

Estratigrafia do Quaternário

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