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Essa datação, pode ser absoluta (permitindo obter uma idade concreta) ou relativa
(permitindo situar a origem das rochas, relativamente a outras rochas ou a estruturas como
falhas ou dobras).
Os dois tipos de datação, são complementares, por exemplo, a datação relativa pode permitir
obter um intervalo em que se insere a idade de uma rocha, o que pode ser importante para a
escolha do par de isótopos, mais adequado para a datação absoluta.
Datação Relativa
Deste modo, as inclusões são mais antigas do que a rocha que as engloba.
As falésias calcárias que bordejam toda a Península de Peniche contam uma história contínua,
com cerca de 25 milhões de anos, da evolução geológica do Jurássico Inferior de Portugal (entre
os 200 e os 175 milhões de anos). Constitui uma história impressa nas rochas através de fósseis
de invertebrados marinhos, história essa de quando a Península Ibérica estava situada bem perto
da região setentrional do continente americano.
Neste contexto, a Ponta do Trovão tem um lugar de destaque por ali se situar o corte geológico
com o Estratótipo do limite Pliensbaquiano-Toarciano (Jurássico Inferior). Representa o melhor
registo a nível mundial da transição entre o Pliensbaquiano e o Toarciano (andares do Jurássico
Inferior), há cerca de 183 milhões de anos.
Há 465 Ma, trilobites gigantes viviam num mar existente na região de Arouca, e há 168 Ma,
dinossauros caminhavam em vale de meios.
Na datação absoluta, destaca-se a datação radiométrica, que se baseia nas propriedades dos
isótopos radioactivos.
Os isótopos são variantes que surgem na natureza para um mesmo elemento químico, com o
mesmo número de electrões e protões, mas com um número diferente de neutrões, e por
consequente um número de massa diferente.
Esta instabilidade faz com que o carbono-14 se converta espontaneamente com o decorrer do
tempo num átomo mais estável, que neste caso é de um elemento químico diferente, o
Nitrogénio, por ter havido alteração das partículas do núcleo.
Este processo de transformação de um isótopo radioactivo num isótopo mais estável, designa-
se por decaimento radioactivo. Pode ocorrer a libertação de radiação electromagnética e de
partículas do núcleo, como neutrões e protões, havendo libertação de energia.
Quando minerais que incorporam os isótopos radioactivos começam a cristalizar, apenas estão
presentes isótopos-pais e não isótopos-filhos. Uma vez formados os minerais, os isótopos-pais
vão-se transformando em isótopos-filhos.
Após ter decorrido uma semivida, teremos sempre 50% de isótopos-pais e 50% de isótopos-
filhos.
Para o par carbono-14/nitrogénio-14, por exemplo, tendo em conta que o tempo de semivida
é 5730 anos, ao fim de 5730 teremos 50% de carbono-14 e 50% de nitrogénio-14.
Após duas semividas, teremos 50% de isótopos-filhos mais metade dos isótopos-pais, que
entretanto se converteram em isótopos-filhos, ou seja, mais 25%, o que faz 75% de isótopos-
filhos, e assim sucessivamente.
Aqui podemos ver um gráfico com a variação das percentagens de isótopo-pai e de isótopo-
filho, ao longo de várias semividas:
Texto: Esta pode ser a rocha mais velha da Terra – e foi recolhida na Lua
Os cientistas podem ter encontrado a rocha intacta mais antiga da Terra – na Lua. Um estudo
publicado recentemente na Earth and Planetary Science Letters afirma que uma das rochas
recolhidas pelos astronautas da Apollo 14, em 1971, contém um fragmento da antiga crosta
terrestre.
É possível que o fragmento se tenha formado numa bolsa de magma, estranhamente rica em
água, no interior da Lua antiga. Mas os autores do estudo acreditam ser mais provável que a
rocha se tenha formado dentro da crosta do nosso planeta, tendo sido projetada em direção à
Lua por um dos muitos impactos de meteoritos que bombardearam a Terra primitiva.
Se assim for, o fragmento é uma das rochas mais antigas da Terra alguma vez encontradas. Os
minerais mais antigos encontrados na Terra vêm de Jack Hills, na Austrália, e têm até cerca de
4,4 mil milhões de anos. Mas essas datações têm sido contestadas, e mesmo que os minerais
sejam realmente tão antigos, são destroços de rochas que se desintegraram há muito tempo. Pelo
contrário, o fragmento recolhido pela Apollo 14 está muito mais bem conservado na sua
totalidade.