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A época em que viveram os dinossáurios pode ser determinada através de uma

datação relativa ou de uma datação absoluta das rochas onde se encontram os seus
vestígios.
A idade relativa consiste em datar os estratos (e outros fenómenos geológicos) uns
em relação aos outros (o estrato “X” é mais novo/recente que o estrato “Y”).
A litostratigrafia constitui um ramo das ciências estratigráficas que estuda os estratos
relativamente à sua forma geométrica, à sua composição litológica, às relações entre
estratos e à sua génese.

A- unidade litostratigráfica

B- unidade litostratigráfica

C- unidade litostratigráfica

Quando um determinado conjunto de estratos apresenta uma certa homageneidade e


uniformidade, sobretudo pelo facto de ser constituído por rochas com características
semelhantes, podemos dizer que estamos na presença de uma unidade estratigráfica.
Princípios
estratigráficos

Continuidade
Sobreposição Horizontalidade Intersecção Inclusão
lateral
Recente

Antigo
Mais recente

Mais antigo

As rochas sedimentares depositam-se em estratos ou camadas horizontais e qualquer


evento que altere essa condição é posterior à sua formação.
Caso os estratos contenham fósseis, os fósseis contidos nos estratos superiores serão
mais recentes do que os fósseis contidos nos estartos inferiores.
Mais recente

Mais antigo
Estratos que contenham o mesmo conjunto de fósseis têm a mesma idade.
As rochas sedimentares, devido à especificidade dos seus ambientes de formação,
apresentam, com frequência fósseis.

O Princípio da identidade paleontológica admite que os grupos de fósseis aparecem


numa ordem definida e que se pode reconhecer determinado período do tempo
geológico pelas características dos fósseis, ou seja, estabelece que os estratos com o
mesmo conteúdo fóssil têm a mesma idade.

Todavia, não são todos os fósseis que servem para datar terrenos. Só os fósseis de
seres vivos que viveram em grande quantidade, durante intervalos de tempo curto, e
tiverem uma grande dispersão geográfica, logo, uma curta distribuição estratigráfica –
FÓSSEIS DE IDADE CARACTERÍSTICOS ou ESTRATIGRÁFICOS – possibilitam estabelecer
a relação entre a idade dos terrenos em que se encontram.
Um estrato tem sempre a mesma idade ao longo de toda a sua extensão,
independentemente da ocorrência da variação horizontal (lateral( de fácies.
Deste modo, uma camada limitada por um muro (base) e por um teto (topo),
e definida por uma certa fácies, tem a mesma idade ao longo de toda a sua
extensão lateral.

Isócrona
Limite
estratigráfico

A plicação deste princípio permite concluir que as superfícies que delimitam


um estrato, superfícies de estratificação, devem ser consideradas isócronas,
isto é, ao longo daquelas superfícies os materiais que as compõem
depositaram-se ao mesmo tempo.
Filão

O filão  interseta as camadas A, B e C. Logo, as camadas A, B e C são mais


antigas do que o filão .

Qualquer corpo geológico ou estrutura que intersete outro, é mais recente


que o intersetado.
Um filão ou uma intrusão magmática é sempre posterior às formações
rochosas que atravessa.
Na intrusão C, existem
fragmentos das
camadas A e B. Logo, as
camadas A e B são mais
antigas do que a
intrusão C.

Segundo o princípio da inclusão, fragmentos de rocha incorporados ou incluídos


numa rocha – encraves ou xenólitos – são mais antigos do que a rocha que os
engloba. De uma forma geral, podemos dizer que qualquer rocha que contenha
elementos de outra rocha preexistente é sempre mais recente.
Considera que os fenómenos
que ocorrem e que alteram ou
condicionam os episódios
sedimentares atualmente são
idênticos aos que ocorreram no
passado, provocando as mesmas
alterações.
Dobramentos Depósitos fluviais

Falhas
Depósitos subterrâneos em grutas
Quando duas unidades
são separadas por um
intervalo de tempo
considerável.

As inclinações do conjunto
inferior e superior são
diferentes, fazendo um ângulo
entre si.

Contacto entre um conjunto


Não há diferença de atitude sedimentar e um corpo ígneo
entre unidades sobrepostas ou conjunto metamórfico mais
ainda que, às vezes, faltem antigo.
diversos conjuntos líticos; é
comum faltarem depósitos
correspondentes a vários
milhões de anos.
A datação radiométrica é o procedimento do cálculo da idade absoluta/radiométrica de
uma rocha e dos minerais que contêm certos radioisótopos/isótopos radioativos.
Átomo
• Neutrões
• Electrões
• Protões

Cada átomo é caracterizado pelo seu número


de protões e pelo seu número de massa.

nº de nº de nº de
Protões neutrões massa

Por definição, surge quando, por qualquer razão, um dado átomo


apresenta um número de protões distinto do número de neutrões.

Os átomos podem apresentar 3 formas:


Isótopo -Igual Nº protões e de neutrões = forma mais abundante;
-Diferente Nº de protões e de neutrões = isótopo estável;
-Diferente Nº de protões e de neutrões = isótopo instável, em constante
transformação = IsótoPos radIoatIvos
Quando uma rocha se forma adquire sempre uma certa quantidade de isótopos radioativos
integrados nos seus minerais constituintes.
Com o passar do tempo, estes isótopos vão-se desintegrando, a uma velocidade que é função da
constante de decaimento, transformando-se em átomos estáveis.

 OBSERVA O EXEMPLO
DO CARBONO!

Carbono-12 Carbono-13 Carbono-14 Átomos que
6P + 6N 6P + 7N 6P + 8N resultam da sua
Isótopo Estável Isótopo Instável
desintegração
Radioativo
Átomo-PaI Átomo-fILHo

O tempo necessário para que metade dos átomos-pai


se transforme em átomos-filho é chamado:
-tempo de semi-vida
-ou meia vida
-ou semi-transformação
• Partindo de um número determinado de átomos-pai, metade destes transformam-se em átomos-
filho, ao fim de um período de tempo que é designado tempo de semi-vida.
• O decaimento radioativo consiste na transformação de um átomo noutro com a libertação de
energia.
• Cada átomo tem a sua própria constante de decaimento, que é utilizada nos cálculos para
determinação de idades das rochas.
• É um processo irreversível, isto é, o isótopo depois de se desintegrar, não volta a adquirir as
propriedades iniciais.

100% átomos-pai
100
90
80
70 50% átomos-pai
% de átomos-pai

50% átomos-filho
60
50
Átomo-PaI
40 25% átomos-pai
75% átomos-filho
30 12,5% átomos-pai
87,5% átomos-filho
20
10 6,25% átomos-pai
93,75% átomos-filho
0
0 1 2 3 4
É necessário recordar que a idade calculada somente
pode significar o tempo de cristalização ou de
recristalização da rocha se:
• não tiver havido perdas /ganhos do átomo-filho ou
de átomo-pai por processos que não sejam o
decaimento radioativo do átomo-pai;
• o tempo de semi-vida do átomo-pai for conhecido
com exatidão;
• puder ser feita uma correção exata da quantidade
de qualquer átomo-filho que seja incorporado no
mineral ou rocha no momento da cristalização;
• o mineral/rocha tiver sido formado num intervalo
de tempo que seja considerado pequeno quando
comparado com a sua idade real.

Estes métodos são mais eficazes quando aplicados a


rochas magmáticas.
Um magma, no momento em que se inicia o processo
de cristalização, seja em profundidade ou à superfície,
transfere para os seus cristais uma certa quantidade
de isótopos radioativos.

Na datação de rochas metamórficas e de rochas


sedimentares estes métodos apresentam algumas
limitações.
EX.:
- Magnetostratigrafia
- Dendrocronologia
- Ciclos de gelo-degelo
É o ramo da Estratigrafia que estabelece a escala de
mudanças do campo magnético terrestre ao longo da história
da Terra.

O campo magnético é responsável pela orientação da agulha


magnetizada de um bússula.

Rochas com polaridade normal – quando os minerais magnéticos de uma rocha


apresentam magnetização normal, ou seja, direção de magnetizção semelhante ao
campo magnético atual da Terra.

Rochas com polaridade inversa – quando os minerais magnéticos apresentam


alinhamento oposto ao que seria produzido pelo campo magnético atual da Terra.
A orientação magnética pode ser utilizada para determinar a distância relativa de uma rocha aos
pólos magnéticos, no momento da sua formação.

Por ação do campo magnético terrestre, cada corpo


magnético livre orienta-se segundo a direção dos pólos
magnéticos. Norte-Sul.
Um grão mineral quando se deposita no fundo de
uma bacia sedimentar tem tendência, caso seja
magnetizável, a alinhar-se segundo a orientação do
campo magnético daquele momento.
Depois de compactados, os sedimentos preservam
aquela orientação do campo magnético terrestre. Se
este mudar, os sedimentos que se depositam
posteriormente irão registar a orientação do novo
campo magnético.

Também a lava de um vulcão pode ser


magnetizada, registando o campo
magnético terrestre no momento da
erupção.
É um método de datação que se baseia no estudo do crescimento das árvores.
Nas regiões em que existe alternância de estações quentes/frias, as árvores, por cada ano que passa,
acrescentam ao seu tronco mais um anel de crescimento, composto por uma parte mais clara e uma parte
mais escura.
Durante a deposição dos sedimentos numa bacia
sedimentar, verifica-se, frequentemente, que as mudanças
que ocorrem ao nível da litologia apresentam uma certa
ciclicidade, isto é, parece que há uma certa ritmicidade na
formação de um depósito sedimentar.

As varvas/varvitos, normalmente, formam-se em lagos de


frente glaciária. O estrato de cor clara deposita-se durante
o verão, quando os sedimentos, de origem detrítica,
chegam em maior quantidade até ao lago. No inverno, a
superfície do lago fica gelada, não permitindo a entrada de
sedimentos, pelo que apenas se depositam os materiais
mais finos que se encontram em suspensão na água,
juntamente com alguma matéria orgânica, formando-se
assim os estratos de cor escura.

A variação da espessura dos estratos fornece informações,


por exemplo, sobre a duração da estação do ano
(invernos/verões - mais/menos longos).
É possível afirmar que
determinado estrato é mais
antigo ou mais moderno do
Datação que outro.

Relativa

idade da
Terra

Datação
Absoluta ou
Radiométrica
É a idade numérica das rochas e dos
minerais, baseada nas propriedades
radioactivas de certos elementos químicos.
GLOSSÁRIO:

Éon geológico – refere-se à


maior subdivisão da escala do
tempo geológico,
imediatamente antes da era.

Era geológica – uma unidade de


tempo geológico abaixo de éon
e acima de período.

Período geológico – é a divisão


de uma era na escala de tempo
geológico.

Os períodos das eras do éon


Fanerozóico subdividem-se em
épocas.

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