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2ª ATIVIDADE AVALIATIVA – SELEÇÃO DE MATERIAIS

(Período de 05/03/21 a 11/05/21)

1) Exercício sobre “Objetivos Conflitantes”: É incomum – muito incomum – perguntar se o


custo é importante na seleção de um material e ter como resposta um “Não”. Mas às vezes isso
acontece, notavelmente quando o material deve executar uma função crítica no espaço (berílio
para componentes estruturais, irídio para proteção contra radiação) em procedimentos médicos
(lembre-se das obturações dentárias de ouro) e em equipamentos para esportes altamente
competitivos (uma motocicleta de corrida tinha uma cabeça de cilindro feita de prata sólida, em
razão de sua alta condutividade térmica). Aqui damos outro exemplo – materiais para as pinças
do freio de um carro de corrida de Fórmula 1. A pinça do freio pode ser idealizada como duas
vigas de comprimento L, profundidade b e espessura h, presas uma à outra em suas
extremidades (Fig. 1). Cada viga é carregada sob flexão quando o freio é acionado e, como a
frenagem gera calor, ela fica quente. O desenho esquemático na parte inferior da figura
representa uma das vigas. Seu comprimento L e sua profundidade h são dados. A rigidez da
viga, S, é crítica: se for inadequada à pinça sofrerá flexão, o que prejudicará a eficiência da
frenagem e permitirá vibração. Sua capacidade de transmitir calor também é crítica, visto que
parte do calor gerado na frenagem deve ser dissipado pela pinça.

Pinça

Disco
Sapata
de freio

Força, F

Profundidade
da viga
Fluxo de calor q
impelido por T
Fig. 1: Ilustração esquemática de uma pinça de freio. Os longos braços da pinça são carregados
sob flexão e devem ser bons condutores de calor para evitar aquecimento excessivo.

A massa da pinça aumenta com a profundidade ou espessura (h) de uma das vigas. Sua massa
por unidade de área (ma) é simplesmente:
ma = h ρ [kg/m²] (1)

onde ρ é a densidade do material do qual a viga é feita.

A transferência de calor q depende da condutividade térmica λ do material da viga; o fluxo de


calor por unidade de área (qa) é:

Δ𝑇
𝑞𝑎 = 𝜆 [Watts/m²] (2)

onde ΔT é a diferença de temperatura entre as superfícies.

As quantidades L, b e ΔT são especificadas. A única variável livre é a espessura h. Porém, há


uma restrição: a pinça deve ser rígida o suficiente para garantir que não sofra flexão nem
vibração excessivas. Para tal é preciso que:

𝐶1 𝐸𝐼
𝑆= [N/m] (3)
𝐿3

onde S é a rigidez desejada, E é o módulo de Young, C1 é uma constante que depende da


distribuição de carga e I é o momento de segunda ordem da área da viga.

Se os objetivos são minimizar massa e maximizar a transferência de calor, pede-se: (a)


apresentar a tabela ou quadro de requisitos de projetos para uma pinça de freio a disco; (b)
determinar as funções objetivos de acordo com as informações apresentadas no quadro de
requisitos de projeto, mostrando o desenvolvimento algébrico para atingir às referidas
funções objetivos; (c) Deduzir a função penalidade relativa (Z*) a partir dos índices de
materiais determinados das funções objetivos do item (b).

2) Exercício sobre “Múltiplas Restrições”: Quando um vaso de pressão tem de ser móvel, seu
peso torna-se importante. Corpos de aeronaves, carcaças de foguetes e recipientes de gás
natural líquido são exemplos; devem ser leves e ao mesmo tempo seguros; isso significa que
não devem falhar por escoamento ou por fratura rápida. Neste caso, o diâmetro do vaso e sua
pressão interna são especificadas, sendo a escolha de material e a espessura de parede (t) do
vaso consideradas variáveis livres. Assim sendo, pede-se para elaborar o quadro de requisitos
de projeto para um vaso de pressão seguro e leve. Em seguida, pedem-se as funções objetivos
para as restrições estabelecidas em seu quadro de requisitos de projeto e, então, determinar: (a)
a constante de ligação (Cc) para seleção de materiais de acordo com o gráfico da Fig. 2 e (b) os
materiais candidatos mais leves, que suportam adequadamente defeitos com tamanhos de trica
(ac*) iguais a 5 mm e 5 m.

Fig. 2: Relação densidade/tenacidade versus densidade/resistência para seleção de materiais


para vasos de pressão seguros e leves.

3) Exercício sobre “Seleção de Materiais e Forma”: Suponha um projeto de viga sob flexão,
cujos requisitos de projeto são: rigidez à flexão especificada; comprimento especificado;
objetivo é minimizar a massa; e variáveis livres são as escolhas de material e da forma da
seção. Nestas condições de projeto, observa-se que a função objetivo pode ser representada de
acordo com a equação abaixo (equação 4). Assim sendo, deve-se usar a equação 4 para calcular
o fator de forma para flexão elástica (∅𝒆𝑩 ) de uma ponte de treliça em aço, que tem um vão L e
é simplesmente apoiada em ambas as extremidades (Fig. 4). Como regra prática, o projeto de
pontes considera uma rigidez à flexão,SB, tal que a deflexão central δ de um vão sob seu peso
próprio é menor do que 1/300 do comprimento L (portanto, SB ≥ 300 m.g/L, onde m é a massa
e g é a aceleração da gravidade, 9,81 m/s2). Use as informações apresentadas abaixo (dados de
projeto) para calcular os fatores de forma para as pontes de treliça em aço. Além disso, deve-se
considere que a densidade ρ do aço é 7.900 kg/m3 e que seu módulo E é 205 GPa. A constante
C = 384/5 = 76,8 para carga uniformemente distribuída.
𝟏⁄
𝟏𝟐𝑺𝑩 𝟐 𝝆
𝒎=( ) 𝑳𝟓⁄𝟐 𝟏⁄𝟐 (4)
𝑪 (∅𝒆𝑩 𝑬)

Dados de Projeto
Massa m
Ponte Vão L (m)
(toneladas)
Carquinez Strait, California
132 650
(1927)
Quebec, Canadá (1919) 549 66.000
Sydney Harbour, Austrália
503 58.000
(1932)
Fig. 3: Ponte de treliça.

4) Exercício sobre “Seleção de Materiais e Forma”: Supondo um projeto para viga, limitado
por rigidez à flexão, pede-se para determinar os seguintes fatores de forma para flexão elástica:
a) viga tubular (Fig. 4a) e b) viga caixão (Fig. 4b). Qual formato de viga tem maior eficiência
para o presente projeto?

(a) (b) b = h1 = 10t

Fig. 4: Ilustração esquemática das vigas tubular (a) e caixão (b).

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