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UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DA BAHIA

CENTRO DAS CIÊNCIAS EXATAS E DAS TECNOLOGIAS


CURSO DE ENGENHARIA

DISCIPLINAS: Estrutura de Aço


CET0091 - ESTRUTURAS DE AÇO 25T56
PD14 (2T56) PD13 (5T56)

Prof. Msc. Kuelson Rândello Dantas Maciel


E-mail: kuelson.maciel@ufob.edu.br
PEÇAS TRACIONADAS - TIPOS CONSTRUTIVOS
Def. Denomina-se peças tracionadas as
peças sujeitas a solicitações de tração
axial ou tração simples

Essa peças são utilizadas sob diversas


formas:
Tirantes ou pendurais
Contraventamento de torres
Travamento de vigas ou colunas
Tirantes de vigas armadas
 As peças tracionadas podem ser constituídas por barras
de seção simples ou compostas.
CRITÉRIOS DE DIMENSIONAMENTO
O dimensionamento das peças tracionadas deve atender aos critérios de segurança para as situações de estados
limites últimos e de serviço, este último expresso pela limitação de esbeltez da peça

Nó de uma treliça metálica, com barras formadas por cantoneiras duplas ligadas a uma chapa gusset.
O banzo superior e a diagonal à esquerda estão comprimidos enquanto a diagonal à direita está tracionada.
Distribuição de Tensões Normais na Seção
Nas peças tracionadas com furos, as tensões em regime elástico não são uniformes,
verificando-se tensões mais elevadas nas proximidades dos furos, como se vê na Fig. 2.4a.
No estado limite, graças à ductilidade do aço, as tensões atuam de maneira uniforme em
toda a seção da peça (Fig. 2.4b).
Distribuição de Tensões Normais na Seção
Às tensões Normais (σn), decorrentes do esforço normal de tração N, somam-se as tensões residuais σr,
oriundas do processo de fabricação, e cuja resultante é nula em cada seção como mostra a Fig. 2.4c, para uma
chapa laminada.
Com o acréscimo da força de tração, ocorre a plastificação progressiva da seção, como ilustrado na Fig. 2.4d.
A força de tração Ny que provoca a plastificação total da seção não se altera com a presença das tensões
residuais. Da mesma forma, a carga Nu, para a qual a peça com furo atinge o estado limite, independe das
tensões residuais.
Estados Limites Últimos e Esforços Normais Resistentes
O critério de segurança para os estados limites últimos é dado por:

em que Ndt é a força solicitante de tração de cálculo e Rdt é a força resistente de


tração de cálculo.

A resistência de uma peça sujeita à tração axial pode ser determinada por:

a)Ruptura da seção com furos.

b)Escoamento generalizado da barra ao longo de seu comprimento, provocando


deformações exageradas.
Peças em geral - com Furos
Nas peças com furos a resistência de projeto é dada pelo menor dos seguintes valores:

a) Ruptura da seção com furos: b) Escoamento da seção bruta de área Ag:

Onde: γa2 = 1,35 para esforço normal Onde: γa1 = 1,10 para esforço normal solicitante
solicitante decorrente de combinação normal decorrente de combinação normal de ações;
de ações; fy = tensão de escoamento à tração do aço;
fu = tensão resistente à tração do aço na
Ag = área bruta.
ruptura;
Ae = área líquida efetiva.
Peças com Extremidades Rosqueadas
As barras com extremidades rosqueadas, consideradas neste item, são barras com diâmetro
igual ou superior a 12 mm (1/2″), nas quais o diâmetro externo da rosca é igual ao diâmetro
nominal da barra.
O dimensionamento dessas barras é determinado pela ruptura da seção da rosca.
Considerando-se que, com os tipos de rosca usados na indústria, a relação entre a área
efetiva à tração na rosca (Ae) e a área bruta da barra (Ag) varia dentro de uma faixa limitada
(0,73 a 0,80), é possível calcular a resistência das barras tracionadas em função da área
bruta Ag, com um coeficiente médio 0,75.
Nessas condições, a resistência de projeto de barras rosqueadas pode ser obtida com a
expressão:
Área da Seção transversal Líquida Efetiva

Nas ligações onde ocorre a transferência dos esforços através de uma


seção de cada perfil, as tensões se concentram no segmento ligado e
não mais se distribuindo em toda a seção. Com isso a área líquida
efetiva é dada por:

Onde Ct é um fator de redução aplicado na área líquida An no caso de


ligação em parafuso e Ag caso seja na área bruta.
Área da Seção Transversal Líquida de Peças Tracionadas - com
Furos
Em uma barra com furos a área líquida (An) é obtida subtraindo-se da área bruta (Ag) as áreas
dos furos contidos em uma seção reta da peça.
No caso de furação enviesada (Fig. 2.5b), é necessário pesquisar os diversos percursos (1-1-1,
1-2-2-1) em que a ruptura pode ocorrer para encontrar o de menor valor de área líquida.
Os segmentos enviesados são calculados com um comprimento reduzido, dado pela expressão
empírica

Linhas de ruptura em peças com furos: (a) furação reta; (b) furação em zigue-zague.
Área da Seção Transversal Líquida Efetiva
A área líquida An de uma seção transversal qualquer de uma barra deve ser calculada pela
soma dos produtos da espessura pela largura líquida de cada elemento medida na direção
normal ao eixo da barra
Chapas ou cantoneiras com furos alinhados

bn  b  
Onde
An  bnt
b - largura;
bn - largura líquida
dh - diâmetro do furo + (folga-padrão = 1,5mm)
 - diâmetro nominal do furo adot. para cálculo ( = dh + 2,0mm)
t - espessura.
Área da Seção Transversal Líquida de Peças Tracionadas - com
Furos
Onde: s e g sendo, respectivamente, os espaçamentos horizontal e vertical entre dois
furos.

A área líquida An de barras de largura b e espessura t com furos pode ser representada pela equação
Nos perfis de Seção aberta conforme figura abaixo tem-se para Ct (NBR 8800:2008):

Onde: ec é a excentricidade do plano da ligação (ou da face do


segmento ligado) em relação ao centro geométrico da seção
toda ou da parte da seção que resiste ao esforço transferido;
l é o comprimento da ligação, igual ao comprimento do cordão
de solda em ligações soldadas, e em ligações parafusadas é
igual à distância entre o primeiro e o último parafusos na
direção da força.
Área da Seção Transversal Líquida de Peças Tracionadas
Para peças tracionadas ligadas apenas por soldas transversais tem-se:

Onde: Ac a área do segmento ligado.


Área da Seção Transversal Líquida de Peças Tracionadas
Exercicio 01: Calcular a espessura necessária de uma chapa de 100mm de
largura, sujeita a um
esforço axial de 100KN (10tf). Resolver o problema para o aço MR 250.

Aço MR 250 - fy = 25 kN/ cm2 e fu = 40 kN/ cm2


• Admitindo-se que o esforço de tração seja provocado por uma
carga variável de utilização, a solicitação de cálculo vale:

Nd = q* N = 1.5 x 100 = 150 kN

• A área bruta necessária é obtida:

Nd
Ag  f y /  a1
 15025
*1,10
 6,60cm2
• Espessura necessária:

Ag 6,6
t b
 10
 0,66 cm ( adotar 7,94 mm  5 / 16" )
Exercicio 02: Duas chapas 22 x 300mm são emendadas por meio de telas com 2 x
8, sendo o diâmetro do parafusos  = 22mm (7/8”). Verificar se as dimensões
das chapas são satisfatórias, admitindo aço MR 250 – (ASTM A36).

Aço MR 250 - fy = 25 kN/ cm2 e fu = 40 kN/ cm2


• A área bruta:

Ag  b * t  30 * 2,2  66,0cm 2

• A área líquida na secão furada é obtida deduzindo-se


quatro furos com diâmetros 22+3.5 = 25.5mm.
:

An  (b  4 )t  (30  4 * 2.55) * 2,2  44 cm 2

• Admitindo que a solicitação seja produzida por uma


carga variável de utilização, o esforço solicitante de
cálculo vale:
Nd = q* N = 1.5 x 300 = 450 kN
• Esforços Resistentes:

• A área bruta:

Ag f y
N dres.   a1  661,*1025  1500kN

• A área líquida:
An f u
N dres.  a2  441,*3540  1304kN

• Ns  Nd – conclui-se que as dimensões satisfazem com


folga.
Exemplo 03: Uma barra chata, sob esforço normal de tração, possui uma emenda
com dois cobre juntas. Pede-se:

a) Determinar o maior esforço de cálculo suportado (Nd) pela peça;


b) Determinar a maior carga nominal suportada pela peça (N);

Dados:

Furo Padrão;  = 1,4

MR 250

fy = 25kN/cm2 e

fu = 40kN/cm2
• Solução:

 = 25,4+3,5 = 28,9mm

1. Cálculo da área Bruta:

Seção Bruta : Ag = 24*1,5 = 36 cm2


Seção Liquida:
1-1 An = (24 – 2 *2.89)1,5 = 27,33 cm2
2 x 9,02
2-2-2 An  ( 24  4 x7  3 x 2,89 ) * 1,5  31,68 cm 2
- Area Bruta:
Ag f y
N dres .   a1  36 *25
1,10  810 kN

- Área Líquida: Observa-se que a menor seção líquida é a da


seção reta 1-1-1, logo:
Ae f u Ct * An * fu 1*27 , 33*40
N dres .  a2  1, 35  1, 35  819 ,9 kN

- Conclusão: O maior esforço resistente de cálculo é o valor


minimo: Nd = 810 kN. (letra a)

- Letra b N d  N  N  810
1, 4  578,57 kN
Exercicio 04 : Duas chapas 28cm x 20mm são emendadas por
transpasse, com parafusos d = 20mm sendo os furos realizados por
punção. Calcular o esforço resistente de projeto das chapas,
admitindo-as submetidas à tração axial. Aço MR 250.
• O diâmetro dos Furos:

= d + 3,5 = 23,5mm

• Os esforços Resistente de projeto:


Seção Bruta : Ag = 28*2 = 56 cm2
Seção Liquida:
1-1-1 An = (28 – 2 *2.35)2 = 46,6 cm2
2 x 7 , 52
2-2-2 An  ( 28  4 x5  4 x 2,35 ) * 2  48,45 cm 2
4 x 7 , 52
3-3-3 An  ( 28  4 x5  5 x 2,35) * 2  55,05 cm 2
- Area Bruta:
Ag f y
N dres.   a1  561,*1025  1273kN

- Área Líquida: Observa-se que a menor seção líquida


é a da seção reta 1-1-1, logo:
An f u
N dres.  a2  461,,635*40  1381kN

- Conclusão: O esforço Resistente de projeto é


determinado pela seção bruta: Nd = 1273 kN.

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