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Estruturas de Aço

Aula 6
Prof. Aline Tabarelli
UNIDADE 4. BARRAS TRACIONADAS
4.1 Áreas das peças tracionadas.
4.2 Esbeltez limite.
4.3 Barras compostas tracionadas.
Peças Tracionadas
Peças tracionadas são elementos estruturais onde atua força
axial, perpendicularmente ao plano da seção. No caso particular,
quando a força axial é aplicada no centro de gravidade da seção,
denomina-se de Tração Simples. São as peças de verificação mais
simples, pois não envolvem o perigo de instabilidade, ao contrário
da compressão, que será vista adiante.
Na prática, existem inúmeras situações em que encontramos
elementos estruturais sujeitos a tração, podendo citar: tirantes,
contraventamentos de torres e barras de treliças. Encontram-se
diversas formas para estes elementos, como barras circulares,
barras chatas ou perfis laminados simples (todos estes
constituídos de uma seção simples) ou perfis laminados
compostos (ou seja, constituídos por duas ou mais seções).
Peças Tracionadas
Peças tracionadas são elementos estruturais onde atua força
axial

Tipos de Elementos Comuns – Tracionados


(a) Barras redondas, (b) chapas, (c) cantoneiras simples,
(d) cantoneiras duplas, (e) perfis I e (f) perfil U.
Peças Tracionadas
Os critérios de dimensionamentos verificados são: o escoamento
da seção bruta, que é responsável pelas deformações excessivas
e ruptura da seção líquida efetiva, responsável pelo colapso total
da peça. Um dos conceitos de maior importância neste
dimensionamento é a determinação correta da área da seção
transversal e os coeficientes envolvidos. A partir dos resultados
obtidos pelos dois critérios, admite-se o menor valor entre os
dois.
As seções transversais das barras tracionadas podem ser simples
ou compostas como, por exemplo:
• Barras redondas;
• Barras chatas ;
• Perfis Laminados (L, C, U, I);
• Perfis Compostos
Peças Tracionadas
As ligações das extremidades das peças tracionadas com outras
partes da estrutura são feitas por diversos meios como:
soldagem, parafusos e rebites, rosca e porca para barras
rosqueadas.
Peças Tracionadas - Dimensionamento
Peças sem furos ( ligações soldadas)
O comportamento de uma peça a sob tração axial. Observa-se
que o estado limite último é atingido quando ocorre o
escoamento ao longo de toda a seção transversal.
Peças Tracionadas - Dimensionamento
Peças sem furos ( ligações soldadas)
Para Ny = A.fy atinge-se a resistência ao escoamento ao longo de
toa a seção transversal.
Peças Tracionadas - Dimensionamento
Peças com furos
Para σ máx= An.fy atinge-se a resistência ao escoamento ao longo
de toa a seção transversal
Peças Tracionadas - Dimensionamento
Dimensionamento no Estado Limite Último (ELU)
A resistência de uma peça submetida a tração axial pode ser
determinada pela ruptura da seção líquida( que provoca colapso)
ou pelo escoamento generalizado da seção bruta (que provoca
deformações excessivas).
Peças Tracionadas - Dimensionamento
Os critérios de dimensionamentos verificados são: o
escoamento da seção bruta, que é responsável pelas
deformações excessivas e ruptura da seção líquida efetiva,
responsável pelo colapso total da peça. Um dos conceitos de
maior importância neste dimensionamento é a determinação
correta da área da seção transversal e os coeficientes
envolvidos. A partir dos resultados obtidos pelos dois critérios,
admite-se o menor valor entre os dois.
Uma barra de aço sujeita ao esforço normal de tração terá duas regiões distintas:

TRECHO Y – Região da barra onde não é permitido o escoamento generalizado, por


inutilizar a peça devido à ocorrência de alongamento excessivo.

TRECHO U – Região da barra onde não há uniformidade de tensões, notoriamente


junto aos furos. Por ser uma região restrita, permite-se o escoamento localizado,
mas não poderá haver ruptura última da peça.
Chamando:
Nd⟶ esforço normal de cálculo
Nn ⟶ resistência nominal à força normal
γ ⟶ coeficiente de resistência
Ag ⟶ área bruta
Ae ⟶ área líquida efetiva
Peças Tracionadas – NBR 8800/2008
Peças Tracionadas – NBR 8800/2008
Peças Tracionadas
A resistência de uma peça sujeita à tração axial pode ser determinada por:
a)ruptura da seção com furos
b)escoamento generalizado da barra ao longo do seu comprimento,
provocando deformações exageradas
Peças Tracionadas – NBR 8800/2008
Peças Tracionadas - Dimensionamento
O dimensionamento da barra tracionada será (NBR 8800 Item 5.2.2):
a) Estado limite de escoamento da seção bruta (trecho Y)
Ag y
N d ,res 
1,1
b) Estado limite de ruptura da seção de área líquida efetiva (trecho U)
Ae u
N d ,res 
1,35
A resistência da peça é o menor valor obtido nos itens (a) e (b) acima. Caso
o menor valor obtido seja em (a), a peça será dimensionada tendo como
fator limitante o escoamento excessivo no trecho Y; caso seja em (b) a peça
será dimensionada tendo como fator limitante a ruptura no trecho U.
Tem-se como condições básicas:
Nd   Nn
Peças Tracionadas – NBR 8800/2008
Peças Tracionadas – NBR 8800/2008
Peças Tracionadas – NBR 8800/2008
Peças Tracionadas
Determinação de áreas de seção transversal para cálculo:

SEÇÃO RETA – é a seção transversal da peça, isto é, ,a seção perpendicular


ao eixo longitudinal da barra, também, denominada seção normal. Essa seção
pode, ou não, conter os furos.
Seção I – sem furos
Seção II – com furos
bg - largura bruta
t- espessura da peça
Área bruta (Ag):
Ag =bg t
Peças Tracionadas
A área bruta, também, pode ser obtida de tabelas de
fabricantes dos perfis metálicos.
Para cantoneiras tem-se:

Ag =(A+B-t)t
Área líquida (An):
Para o cálculo da área líquida de uma seção transversal é necessário
determinar o diâmetro dos furos.
Sendo:
d- diâmetro do parafuso
d‘- diâmetro do furo para efeito de cálculo da área líquida. O furo pode ser
padrão (o que usaremos), alargado ou alongado.
Portanto, para o furo padrão:
d '  (d  1,5)  2  d  3,5mm
Peças Tracionadas
Afuros  d ' t
Portanto:
Afuros= área do furo na seção transversal

An  Ag   Afuros

bn  bg   d ' An  bnt


Sendo:
bn – largura líquida nominal
No caso de peças soldadas, não há furos:
An =Ag
Peças Tracionadas
SEÇÃO ZIGUEZAGUE – quando há furos em diagonal, a linha de ruptura pode
não ocorrer numa seção reta normal ao eixo da peça (I). A linha de ruptura
pode ser em ziguezague (II ou III). É necessário verificar todas as possibilidades.
Quando a ruptura se dá em ziguezague, tem-se um aumento da resistência,
que é expresso como um aumento da área líquida.
2
s
 4g t
Onde:
s- espaçamento longitudinal entre dois furos
consecutivos
g- espaçamento transversal entre dois furos
consecutivos
t- espessura da peça 2
s
An  Ag   Afuros   t
4g cantoneira desdobrada
Peças Tracionadas
Seção Crítica - é a seção de menor área líquida Na entre as seções I, II e III.

Área líquida efetiva (Ae):


Quando a distribuição de tensões não é uniforme, deve-se adotar um
coeficiente de redução Ct

Ae =C t A n
ec
C t =1-  0,60
L
ec⟶é a excentricidade do plano da ligação em
relação ao centro geométrico da seção toda ou da parte da seção
que resiste ao esforço transferido, L é o comprimento da ligação, igual ao
comprimento do cordão de solda em ligações soldadas, e em ligações
Parafusadas é igual à distância entre o primeiro e o último parafuso.
Coeficiente de Redução da Área Líquida
Peças Tracionadas – NBR 8800/2008
Peças com extremidades Rosqueadas
As barras com extremidades rosqueada, são barras com diâmetro
igual ou superior a 12 mm (1/2 “) nas quais o diâmetro externo da
rosca é igual ao diâmetro nominal da barra. O dimensionamento
dessas barras é determinado pela ruptura da seção da rosca.

0,75𝐴𝑔 𝑓𝑢 𝐴𝑔 𝑓𝑦
𝑅𝑑 = ≤
𝛾𝑎2 𝛾𝑎1
Limitações de Esbeltez de Peças Tracionadas

Tabela – Valor de Esbeltez Limite de Peças Tracionadas

Peças tracionadas, exceto tirantes de barras 300


redondas pré-tracionadas
Exercícios
1) Calcular a espessura necessária de uma chapa de 100 mm de largura,
sujeita a um esforço axial de 100 kN (10 tf). Resolver o problema para o aço
MR250, com a tensão admissível σt = 0,6 fy.

100 mm
Exercícios
2) Duas chapas 22x300mm (7/8”) são emendadas por meio de talas com 2x8
parafuso ϕ 22mm. Verificar se as dimensões das chapas são satisfatórias,
admitindo-se aço MR250 (ASTM A36).
Exercícios
3) Duas chapas 280x20mm são emendadas por traspasse, com parafusos ϕ
20mm. Calcular o esforço resistente de projeto das chapas, admitindo-as
submetidas à tração. Aço MR250.
Exercícios
4) Verificar o tirante ][ 203 x 17,1 indicado na figura, sabendo que :
Ct = 0,9
Aço MR 250
Parafusos 19 mm
Nsg = 150 KN
Nsq = 550 KN
Exercícios
2) Dimensionar o tirante indicado na figura, utilizando perfil do tipo dupla
cantoneira de abas iguais, considerando:
a) Ligação soldada
b) Ligação parafusada com 5 parafusos de 19 mm de diâmetro
Sendo: Aço A-36
Nsg = 125 KN
Nsq = 200 KN (sobrecarga)
Nsw= 160 KN (vento)
Exercícios
7) Dimensionar a diagonal da estrutura da figura, utilizando perfil tipo
cantoneira (ligações soldadas, Ct = 0,9), chapas de ligação de 6 mm de
espessura, Aço fy = 25 KN/cm2 , fu = 40 KN/cm2 para os seguintes esforços:
a) Hsg = 0 e Hsq = 90 KN  y =250MPa e  u =400MPa
b) Hsq = 0 ; Hsq = ± 30 KN ; Hsw = ± 90 KN
Para o caso b, considerar a existência de uma diagonal adicional entre os nós B
e C.
PRÓXIMA AULA
Unidade 5

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