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1- O MATERIÀL AÇO

1.1- OBTENÇÃO
O aço é, basicamente, uma liga de ferro com baixo teor de carbono
(menor que 2%).
Para produzir aço, parte-se do ferro, que é encontrado na natureza
em forma de óxido e·' na operação denominada redução é transformado em
metal.
A operação de redução consiste em fornecer calor ao minério de
ferro, que combina o oxigênio existente nas suas moléculas com o carbono
do carvão utilizado na queima, deixando-o em estado de fusão nos altos
fornos, ou em estado pastoso_nos fornos de redução direta.
A seguir, este banho metálico t ferro gusa ou o ferro esponja, é
transformado em aço mediante a passagem de ar ou oxigênio puro no seu
interior, possibilitando a combinação com o carbono existente. Ao mesmo
tempo podem ser adicionados outros elementos ao banho gerando-se assim
}c

os mais diversos tipos de aços.


Após esta transformação, o aço pode ser moldado na forma de chapas,
barras, perfis, tubos, etc.

1.2- DENOMINAÇõES

a) segundo o teor de carbono;

Aços carbono: - aço extra-doce < 0~15%


- aço doce 0,15 a 0,30%
- aço meio-doce 0,30 a 0,40% Ex: Aço SAE 1040
aço meio-duro 0,40 a 0,60% 10 = aço carbono
- aço duro 0,60 a 0,70% 40 = 0,37 a Or44% c
- aço extra-duro 0,70 a 1120%

1
b) segundo a composição quimica:
- Aço Carbono ____;;. não sofrem adição de outros metais
-Aço de baixa liga e alta resistência mecânica (AR}~
Recebem adição de outros metais~ que aumentam a resistência.
- Aços de baixa liga e alta resistência mecânica, resistentes à
corrosão atmosférica (AR-COR)~
Recebem adição de metais que aumentam a resistência mecânica e
a resistência à corrosão atmosférica~ de 4 a 6 vezes à do
aço-carbono.

1.3- PROPRIEDADES FíSICAS

O= f

fp =Tensão de propor-
clonalidade

fy =Tensão de escoamemto

fu:: Tensão de Ruptura

8 0,20
(J {20"/,.J

Diagrama Tensão/Deformação de um Aço-Carbono (esquemático)

E = crie = 205.000MPa = 20.500kN/cmz (valor convencional)


~ = coeficiente de Poisson ~ Or3

G = E/2(1+~) ~ 0,385E = 7.890 kN/cm 2


p = 12x10- 6 /°C
(coeficiente de dilatação térmica}
1 = 7.850kgf/m = 77kN/m
3 3

2
1.4- AÇOS MAIS EMPREGADOS

ESPECIFICAÇÃO GRAU fy fu t Aplicações e


(M.Pa} (MPa) (mm) Observações
NBR-6658 COMUM 180 330 :S-:5 cnapas !:~nas-aço carbono
(não estrutural}
NBR-6648 19 190 33U O,;:;! cnapas grossas tNBR 6648)
21 210 350 Chapas finas laminadas a
6649 * 24 240 370 @ frio {NBR 6649}
* 26 260 410 76 e laminadas a quente
6650 30 275 470 {NBR 6650)-aço-carbono
(Nota 2 )
* G-30 300 41!> :S:1!>U cnapas grossas
* G-35 350 450 :S.: 50 Aço de baixa liga {AR}
NBR-5000 G-42 415 520 ~37,5

ABNT G-45 450 550 :;37,5


NBR-5004 32 310 4!>0 : : :; 5 cnapas ::t~nas {F ./Q.)
35 340 480 {AR) *
NBR-5920 - :no 450
~ 5 cnapas :t ~nas \ 1!'. /Q. )
5921 - 340 480 {AR-COR}
1 345 480 ~ 19 Chapas grossas
NBR-5008 2 315 460 19a40 *
2A 290 435 40a100 (AR-COR}
B 290 400
~ 13
Tu.oos redondos
c 317 427 Aço carbono *
NBR-8261 B 317 400 Tubos Quad..e Retangulares
c 345 427 ~ 16 Aço carbono *
A-36 - 250 400 :; 100 Gera~ - Aço carnono
A 110 ::no cnapas F~nas
B 205 340
A-570 c 230 360 ~ 5
D 275 380
ASTM E 290 380 Aço carbono
42 290 41!) $, 1!)0 GeraJ.
45 310 41!:1
A-572 50 345 450 ~ 50
55 380 485 :S:37,5 {AR}
DIN ST-37 - .240 3/U
:S.: 25 Geral-Aço car~ono
ST-52 - 360 _!.>..:W Geral. - {AR)
lOUó - 160 280 Chapas e .oarras redondas
1008 - 170 300 ~ 10
SAE 1010 - 180 330 Aços carbono
1020 - 240 390 (Não Estruturais)
Notas: l-Aços ASTM (Exceto A-36), SAE e DIN devem ser considerados come
alternativos, não especificar para obras novas.
2-Acrescentar os prefixos CG ou CF ao grau (Ex. CF-26}
3-(*) Recomendados pela NBR-8800.
4-Notação Empregada:
F = Laminado a frio
Q ;;;; Laminado a quente
AR = Alta resistência mecânica
AR-COR = Alta resistência mecânica e alta resistência à corrosão
atmosférica.

3
NOMENCLATURA DOS AÇOS PARA PERFIS LAMINADOS (NBR-7007)

ALTA RESISTtNCIA
AR-COR-345 MECÂNICA E À 345 485
{*) B CORROSÃO ATMOS- 25
F:iRICA
(*) Equivalente aos Aços COR-TEN, NIOCOR1 COS-AR-COR, USI-SAC-50
y
1.5- SEÇõES USUAIS y

- Soldadas: f -
(dimensões livres}
X H X
iw tw .... rb-

} bf
'I
t ~
b,
' 1L
uzn CAIXÃO

- Laminados: y

tm
(dimensões padronizadas)

H=d H

"U" ou "C 41

- Cantoneiras

,_x_ _ _ _x_

w
CANTONEIRA DE
l
I

IY

CANTONEIRA f L)
b
IL
..
DE
ABAS DESIGUAIS ABAS IGUAIS

4
- De chapas dobradas: {dimensões livres}

[
uuu ou"c"
c
u U" Reforpado "z, IA L,

- Chapas - Dimensões usuais:

ESPESSURA LARGURA {m } Comp.


CLASSE BI1'./PUL. PADRAU MI.N. (mm)
\mtnJ MAX.

MSG 20 .o ,~1 !
2000
Finas 18 1,20
Laminadas 16 1,50
a Frio 1000 1220 2500
14 1,90 3000
13 2,25
12 2,65
11 3,00 1070 600 2000
1100
Finas 10 3,35
Laminadas
a Quente 9 3,75
8 4,25
1170 3000
3/16u 4.r75
1/4 11 673 1200
5/16n 8,0 6000
11
3/8 915
1/21Q 12,5
5/8 11
16,0
3/4 11 19,0 1000 6000
Grossas
{só a 7/Sn 22,5
quente} 111 25,0
1u1/4 31,5
1 11 1/2 3715
zn 50~0
1200 12000
2tl1/2 63,0
31.1 75,0
Obs. 1- MSG = uManufacturer's Standard Gaugen
2- Chapas finas podem ser fornecidas em bobinas, com Pr ~ 10t
(lOOkN)
3- Espessuras normalizadas, portanto não muito reais (p/ t ~ 1/4 11
ch. grossas ) .

5
2- CRITtRIOS DE DIMENSIONAMENTO

Dimensionar um elemento ou uma estrutura, pode ser entendido como a


escolha correta das seções que vão compô-la, assegurando o desempenho
estrutural e a solução mais econômica possível.
A economia está ligada ao menor consumo de material e de
mão-de-obra; que dependem das condições de fabricação, transporte e de.
montagem de cada obra.
O desempenho está ligado à capacidade da estrutura em resistir a
todas as ações que vierem a solicitá-la durante a . sua vida útil" sem
apresentar deslocamentos excessivos, escoamento dos seus elementos, perda
de estabilidade, enfim, sem gue ocorra ruina ou colapso.
O dimensionamento sofreut ao longo do tempo, um processo constante
de evolução. As primeiras estruturas foram construídas baseadas na
experiência dos seus construtores, sendo um processo totalmente ernpfrico.
Com o desenvolvimento das construções" diminuindo-se as seções
visando economizar material entre outras razões, surgiu a necessidade de
saber até que ponto isto era possivel, mantendo as estruturas seguras.
Surgia assim o conceito quantitativo de segurança.
Para os elementos tracionados, a imposição de uma tensão,
característica de cada material, que não fosse ultrapassada palas tensões
atuantes revelou-se um critério coerente e seguro. Para elementos
comprimidos ou fletidos tal critério não se revelou suficiente, tendo-se
que buscar não mais uma tensão do material, mas sim a carga de colapso,
que depende também das propriedades geométricas da seção. Surgiram assim
os métodos da tensão admissivel e do coeficiente de segurança externo.
Os dois critérios atualmente se confundem e.m um apenas, gue é
denominado genericamente de Método das Tensões Admissíveis.
Visando o aperfeiçoamento desta método 1 com a introdução do conceito
de probabilidade; surgiu o método semi-probabilístico de dimensionamento
denominado Método dos Estados Limites, que vem substituindo,
gradativamente, o Método das Tensões Admissíveis nas normas de
dimensionamento.

6
2.1- Método das Tensões Admissíveis
Neste método, a segurança é introduzida impondo-se que as tensões
atuantes fiquem abaixo de um valor, chamado de admissivel, que tanto pode
caracterizar o escoamento no caso de peças tracionadas, como uma perda de
estabilidade no caso de peças comprimidas ou fletidas.
As tensões admissiveis são obtidas multiplicando-se as tensões
criticas por um fator menor que a unidade.

As tensões atuantes são obtidas, por meio do cálculo estrutural,


partindo-se de valores de ações definidas em outras normas, ou retiradas
da experH~ncia e do bom sen:so do projetista.

aatuante = f{ações}

e a condição de segurança é expressa como:

Este é o método adotado pelas normas NB-11 (madeiras}, NB-143


(perfis leves}, NB-14 (estruturas de aço, até 1986), AISC até a 9a.
edição (1990) agora com a sigla ASD, AISI atual (1988), etc.
A critica principal a este método pode ser sintetizada como o
tratamento determinístico dado às ações e resistências.

2.2- Método dos Estados Limites

Nestemétodo, a introdução da segurança é feita de forma


qualitativa~ não mais quantitativa. As ações, solicitações e
resistências recebem um tratamento serni-probabilistico.
A condição de segurança é expressa como:

onde: sd = solicitação de cáleul,o


Rd = resistância de cálculo

1
As ações são assumidas com valores nominais que, multiplicadas por
um coe f icíente maior que a unidade, transformam-se em ações de cálculo.
resistências assumidas com seus valores convencionais mínimos~
são multiplicadas por um coeficiente menor que a unidade~

transformando-se em resistências da cálculo.

Assim: = <P < 1,0

. l'

Este é o método adotado pela NBR-8800 .. atual NB-14/86, AISC 1988 com
a sigla LRFD; EUROCODE1 norma canadense, entre outras.

2.3- Combinações de
Na quase totalidade das estruturas ocorre a atuação simultânea de
di versas ações~ sendo que cada método analisa de forma diferente este
fato.
No método das tensões admissíveis as ações ou as solicitações são
simplesmente somadas e a ação ou a solicitação resultante define a tensão
atuante. caso de ocorrer a inclusão da ação devida ao vento na
combinação, a NB-14 e a NB-143 permitem que a tensão admissivel seja
ultrapassada em até 1/5r o ASD permite 1/3. A AISE 13 propõe fatores de
redução quando forem consideradas ações devidas a duas ou mais pontes
rolantes, combinadas ou não com ação do vento.
No método dos estados limites, as combinações são feitas mediante a
aplicação de um coeficiente de redução que procura representar a
probabilidade existente em ocorrer a atuação de duas ou mais
ações variáveis simultaneamente.

2.4- A Norma NBR-8800/86


Esta norma particulariza a aplicação do método dos Estados Limites à
estruturas de edifícios executadas com aço r com espessura dos
elementos (perfis e chapas) igual ou superior a 3,0mm {1/8").
Deve ser verificada a possibilidade de ocorrer estados limites
últimos e de utilização. Definindo-se os estados limites últimos como os
ligados à resistência e à estabilidade da estrutura e os estados limites

8
de utilização como aqueles ligados aos deslocamentos, vibrações, enfim,
com o bom funcionamento da edificação.
As combinações a serem pesquisadas para os estados limites últimos
são:
. Combinações Normais e Durante a Construção

Combinações Excepcionais
n m
c2 =.
1=1
2: r1
1 g G.~ + E + .
~=1
-VJo Q.1
q~

onde: lg = coeficientede ponderação das ações permanentes


1
q
= coeficientede ponderação das ações variáveis
W0 = fator de combinação
G = ação permanente (pesos próprios em geral}
Q = ação variável (sobrecargas, vento, recalque, temperatura)
E =ação excepcional (explosões, choques, sismos~ etc.}

combi- ações permanentes ações variáveis


nações (1) (2) (3) (4) (5} 1q{GERAL}
lg 1g lq 'Yq 'Yq
c 1 ( *) 1,4 (0,9} 1,3 (1,0} 1,5 1,2 1,2 114
c 1 {**) 1,3 (0 .. 9) 1,2 (1~0) 1,3 1,2 1.,0 1,2

c2 112 (019} 1,1 (1,0) 1,1 o o 1,0

(*} Combinações Normais (na vida útil da estrutura)


(**} Combinações durante a construção
Notas: 1- Para ações de .grande variabilidade·
2- Para ações de pequena variabilidade
( 1) e ( 2) : Os valores entre parênteses são para combinações favoráveis
(possuem no minimo uma ação variável contrária à permanente)
3- Para ações decorrentes do uso da estrutura
4- Para recalques diferenciais
5- Para variação de temperatura, exceto de equipamentos que deve
ser considerada como·decorrente do uso.
6- Adotam-se como de pequena variabilidade, os pesos próprios de
elementos metálicos e pré-fabricados em geral.

9
Os valores mais empregados para o fator de combinação são:
= 1r0 para ações de mesma natureza (decorrentes do uso)

= 0,65 para ponte rolante e sobrecargas em geral


= o 75 para sobrecargas em bibliotecas 1 arquivos e garagens

As referentes ao estado limite de utilização são de


responsabilidade do jetista? sendo que o anexo C NBR 8800 ,fornece ?

limitações as relações flecha/vão. O anexo ~ fornece limitações para


vibrações em g.eral e o anexo Q para vibrações devidas ao vento. As ações,
nestas ser empregadas com seus valores nominais.

2.5-

de Combinações Criticas para a coluna CD

J? = +

l?
1
= 10 (permanente, grande variabilidade}
l?
2:
= 300kl.f (sobrecarga de utilização)

A coluna submetida à fle.xo-compressão.


a} Considerando a sobrecarga como ação variável principal:

= 1 gp 1 + 2
= 1,4x100+1,5.x300 = 590kN
{ qd = = 1;4x0,6x5 = 4;2kN/m (valor reduzido de combinação)

b} Considerando o vento como ação vaiável principal:

= 7kN/m

Corno não é possivel saber a priori qual é a combinação critica,


as devem consideradas no dimensionamento da barra.

10
2. Determinação da solicitação critica de uma estrutura solicitada
pelas seguintes ações:

N = 10k:N (pequena variabilidade)


9
Nq, = 30kN (vento 1)
Nq2 = -40kN (vento 2)
Nq3 = 60kN (equipamento)
Obs: 1- As ações de vento não são simultâneas
2- Equipamento produz ação decorrente do uso

2.1- Combinação positiva

--> Nq 3 = ação variável principal

Nd 1 = 1,3x10 +1,5x60 + 1,4x0;6x30

N1 = 128,2kN

2.2- Combinação negativa

N - 1,0x10 - 1,4x40
2

3. Determinação das combinações criticas em uma coluna de um


edificio industrial que está submetida às seguintes solicitações:

Ng = 300kN {pequena variabilidade)


Nqt = 400kN (ponte rolante 1)
Nqz = 300kN {ponte rolante 2)
Nq3= 200kN (vento 1}
Nq4 = -300kN (vento 2)
Nqs = -100kN (variação de temperatura)

11
3.1- Combinação positiva
Nd 1 = 1,3x300 + 1,5 (400+300} + 1,4x0,6x200
Nd 1 = 1.608kN
3.2- Combinação negativa
Ndz = 1~0x300 - 1,4x300 - 1,2x0,6x100

Nd 2 = -192kN

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