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ESTRUTURAS DE CONCRETO

Estrutura de aço e
madeira
AULA 5: PEÇAS TRACIONADAS

PROFESSOR: BRUNO BICA, ME.


1. PEÇAS TRACIONADAS
DIMENSIONAMENTO DE PEÇAS TRACIONADAS

Denominam-se peças tracionadas as peças sujeitas a solicitações de tração


axial ou tração simples.

Podem ser constituídas por barras


de seção simples ou compostas,
tais como: tirantes,
contraventamentos, barras
tracionadas, etc
DIMENSIONAMENTO DE PEÇAS TRACIONADAS

Algumas aplicações
DIMENSIONAMENTO DE PEÇAS TRACIONADAS
Distribuição de tensões em uma peça com furo

A NBR 880 prevê que a


resistência de uma peça
tracionada pode ser
determinada por dois ELU:

Ruptura da seção com furos


(seção líquida).

Escoamento generalizado da
barra (deformação exagerada
da seção bruta).
DIMENSIONAMENTO DE PEÇAS TRACIONADAS
DIMENSIONAMENTO DE PEÇAS TRACIONADAS (item 5.2 NBR 8800)

No dimensionamento de barras submetidas à força axial de tração deve ser


atendida a seguinte condição:
DIMENSIONAMENTO DE PEÇAS TRACIONADAS (item 5.2.2 NBR 8800)
Para peças em geral com furos: a força axial resistente de cálculo (Nt,Rd) usada no
dimensionamento é O MENOR VALOR obtido entre os dois ELUs:

ELU de escoamento da seção bruta

ELU de ruptura da seção líquida

Onde:
Ag = área bruta da seção transversal da barra; Ae = área líquida efetiva da seção transversal
da barra (5.2.3); fy = resistência ao escoamento do aço; fu = resistência de ruptura do aço;
γa1 e γa2 são coeficientes de ponderação
ÁREA LÍQUIDA - DIÂMETRO DOS FUROS (item 5.2.2 NBR 8800)

Quando a seção recebe furos para permitir ligações com conectores (rebites ou
parafusos) ela é enfraquecida. Os tipos de furos adotados em construções metálicas
são realizados por puncionamento ou por broqueamento.
Processo mais comum: puncionar um furo na placa com diâmetro 1,5 mm maior
que o diâmetro do conector.

Compensamos o dano e a folga na hora de determinar o diâmetro do


conector!
ÁREA LÍQUIDA - DIÂMETRO DOS FUROS (item 5.2.2 NBR 8800)

Diâmetro dos furos para conectores:

Furo realizado por broca:

Furo realizado por puncionamento:


ÁREA LÍQUIDA - DIÂMETRO DOS FUROS (item 5.2.2 NBR 8800)

Numa barra com furos, a área liquida (An) é obtida subtraindo-se da área
bruta (Ag) as áreas dos furos contidos em uma mesma seção reta da peça
ÁREA LÍQUIDA - DIÂMETRO DOS FUROS (item 5.2.2 NBR 8800)

Exercício 1: Determinar a área líquida da barra tracionada (t = 8 mm) abaixo na


seção enfraquecida pelo furo realizado por punção para um parafuso 𝜙16.
ÁREA LÍQUIDA - DIÂMETRO DOS FUROS (item 5.2.2 NBR 8800)

Ag = 10 x 0,8 = 8 cm² (área bruta)

de = 1,6 + 0,15 + 0,2 = 1,95 cm (diâmetro do parafuso)


An = 8 - (1 x 1,95 x 0,8)
An = 6,44 cm² (área líquida)
ÁREA LÍQUIDA - DIÂMETRO DOS FUROS (item 5.2.2 NBR 8800)

Exercício 2: Determinar a área líquida da barra tracionada (t = 10 mm) abaixo


na seção enfraquecida pelo furo realizado por broca para um parafuso 𝜙22.
ÁREA LÍQUIDA - DIÂMETRO DOS FUROS (item 5.2.2 NBR 8800)
ÁREA LÍQUIDA ZIGUE-ZAGUE (item 5.2.2 NBR 8800)
ÁREA LÍQUIDA ZIGUE-ZAGUE (item 5.2.2 NBR 8800)
Exercício 3: Duas chapas 28 X 20 mm são emendadas por traspasse, com
parafusos d = 20 mm, sendo os furos realizados por punção. Calcular o esforço
resistente de projeto das chapas, admitindo-as submetidas à tração axial. Aço
MR250..
Ag = 28 x 2 = 56 cm² (área bruta)

de = 20 + 3,5 = 23,5 mm ~ 2,35 cm (diâmetro do parafuso)


An Seção 1-1-1 = 56 - (2 x 2,35 x 2) = 46,6 cm²

An Seção 2-2-2 = 56 - (4 x 2,35 x 2 + 2 x 7,5² x 2) = 48,45 cm²


________
4 x 5
An Seção 3-3-3 = 56 - 5 x 2,35 x 2 + 4 x 7,5² x 2 = 55 cm³
________
4 x 5
Seções Líquidas Calculadas:
1-1-1 An1 = 46,6 cm² MENOR SEÇÃO!!!
2-2-2 An2 = 48,45 cm²
3-3-3 An3 = 55 cm²
Área bruta (verificação do escoamento):

Nd = 56 x 25/1,10

Nd = 1273 kN

Área líquida (verificação da ruptura):

Nd = 46,6 x 40/1,35

Nd = 1381 kN

A SOLICITAÇÃO RESISTENTE DE PROJETO É DETERMINADO PELA


SEÇÃO BRUTA = 1273 kN
ÁREA LÍQUIDA EFETIVA (item 5.2.3 NBR 8800)
Quando a ligação é feita por todos os segmentos de um perfil, a seção participa
integralmente da transferência do esforço de tração. No entanto, é possível que apenas
parte da seção participe desta transferência de esforços (ex. cantoneira ligada por uma
aba). Nestes casos, a transferência de esforços se dá através de PARTE do perfil e, assim,
as tensões se concentram no segmento ligado e não mais se distribuem em toda
a seção. A consideração deste efeito é feita através do cálculo da área líquida efetiva
(𝐴𝑒).
COEFICIENTE DE REDUÇÃO (item 5.2.5 NBR 8800)
a) Quando a força de tração for transmitida diretamente para cada um dos elementos
da seção transversal da barra, por soldas ou parafusos (Ex. chapas):

b) Quando a força de tração for transmitida somente por soldas transversais:

Onde 𝐴𝑐 é a área da seção transversal


dos elementos conectados e 𝐴𝑔 é a
área bruta da seção transversal.
COEFICIENTE DE REDUÇÃO (item 5.2.5 NBR 8800)

c) Nas barras com seções transversais abertas, quando a força de tração for
transmitida somente por parafusos ou somente por soldas longitudinais, ou ainda
por uma combinação de soldas longitudinais e transversais para alguns elementos
da seção transversal:
COEFICIENTE DE REDUÇÃO (item 5.2.5 NBR 8800)

OBS: Deve-se adotar 0,90 como limite superior, e não são permitidos detalhes que conduzam a valores
inferiores a 0,60.

Onde:
𝑒𝑐 é a excentricidade da ligação; 𝑙𝑐 é o comprimento efetivo da ligação (nas ligações SOLDADAS é igual ao
comprimento da solda na direção da força axial; nas ligações PARAFUSADAS é a distância do primeiro ao
último parafuso da linha de furação com maior número de parafusos, na direção da força axial).
COEFICIENTE DE REDUÇÃO (item 5.2.5 NBR 8800)

d) Nas chapas planas, quando a força de tração for transmitida somente por soldas
longitudinais ao longo de ambas as suas bordas:

Onde 𝑏 é a largura da chapa (distância entre as soldas situadas nas duas bordas) e 𝑙𝑤
é o comprimento dos cordões de solda.

• 𝐶𝑡 = 1,00, para 𝑙𝑤 ≥ 2𝑏
• 𝐶𝑡 = 0,87, para 2𝑏 > 𝑙𝑤 > 1,5𝑏
• 𝐶𝑡 = 0,75, para 1,5𝑏 > 𝑙𝑤 > 𝑏
Cisalhamento de Bloco

Em chapas finas ligadas por conectores, além da ruptura da seção líquida o colpaso por
rasgamento ao longo de uma linha de conectores pode ser determinante no
dimensionamento. Ao fenômeno dá-se o nome de cisalhemento de bloco.

Rd = (0,60 fu . Anv + Cts . fu . Ant)/1,35 ≤ (0,60 . fy . Agv + Cts . fu . Ant)/1,35

Cts = 1 para tensão uniforme; 0,5 para tensão não uniforme


Exercício 4: A barra chata de aço, com largura de 10mm e espessura de 10
mm, possui 3 furos puncionados de 22 mm de diâmetro para fixação, através
de parafusos, em uma estrutura metálica. Calcule a área líquida efetiva da barra
chata.
Exercício 5: Chapa simples tracionada. Calcular a espessura necessária de uma
chapa de 100 mm de largura, sujeita a um esforço axial de 100 kN (10 tf) de
cálculo, figura. Resolver o problema para o a¸co MR250.
Exercício 6: Duas chapas de 22 x 300 mm são emendadas por talas com 2 x 8
parafusos de diametro igual a 22 mm. O furo foi realizado por broca. Determina
a máxima força de tração suportada pelas chapas. Use MR 250.
Exercício 7: Determine a força máxima de tração suportada pela cantoneira
1'' = 2,54 cm
Exercício 8: Para o perfil U 381 ( 15") X 50,4 kg/m, em aço MR250, indicado na
calcular o esforço de tração resistente. Os conectares são de 22 mm de
diâmetro (puncionamento).
Dados:
Ag = 64,2 cm²
fy = 250 Mpa; Fu = 400 MPa

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