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CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

Gêneton Flaviano Behling

TRABALHO DE AÇO E MADEIRA

Santa Cruz do Sul, 21 de Outubro de 2015


SUMÁRIO

PRIMEIRA QUESTÃO .......................................................................................................... 4

1.1 áreas da seção ................................................................................................................. 4

1.1.1 Área bruta ................................................................................................................ 4

1.1.2 Área líquida ............................................................................................................. 4

1.2 verificação do Esforço resistente à tração .................................................................... 5

1.2.1 Escoamento da seção bruta .................................................................................... 6

1.2.2 Ruptura da seção líquida........................................................................................ 6

1.3 conclusão ......................................................................................................................... 6

SEGUNDA QUESTÃO............................................................................................................ 7

2.1 Carregamento de cálculo ............................................................................................... 7

2.2 áreas da seção ................................................................................................................. 8

2.2.1 Área bruta do perfil U ............................................................................................ 8

2.2.2 Área líquida do perfil U .......................................................................................... 9

2.2.3 Área efetiva do perfil U .......................................................................................... 9

2.2.4 Área bruta da chapa Gusset ................................................................................. 10

2.3 verificação do Esforço resistente à tração.................................................................. 10

2.3.1 Escoamento da seção bruta do perfil U............................................................... 10

2.3.2 Ruptura da seção líquida do perfil U .................................................................. 11

2.3.3 Ruptura da seção efetiva do perfil U ................................................................... 11

2.4 verificação do rasgamento de bloco ............................................................................ 12

2.4.1 Área bruta cisalhada do perfil U ......................................................................... 12

2.4.2 Área líquida cisalhada do perfil U ....................................................................... 12

2.4.3 Área bruta tracionada do perfil U ....................................................................... 13

2.4.4 Área líquida tracionada do perfil U .................................................................... 13

2.4.5 Resistência à ruptura do bloco............................................................................. 13

2.5 verificação do colapso doS parafusoS ........................................................................ 14


2.5.1 Resistência ao corte ............................................................................................... 14

2.5.2 Quantidade de parafusos ...................................................................................... 15

2.6 verificação do colapso nas ligações ............................................................................. 16

2.6.1 Ovalização .............................................................................................................. 16

2.6.2 Rasgamento entre furo e borda ............................................................................ 17

2.6.3 Rasgamento entre bordas de furos adjacentes ................................................... 18

2.6.4 Resistência ao rasgamento e à pressão de apoio ................................................. 19

2.7 conclusão ....................................................................................................................... 20


PRIMEIRA QUESTÃO

1.1 ÁREAS DA SEÇÃO

1.1.1 Área bruta

Para a equação que expressa o valor de Ag é preciso conhecer as seguintes grandezas:


 b – largura da chapa;
 t – espessura da chapa.

Ag = b × t = 280 mm × 20 mm = 56,0 cm²

1.1.2 Área líquida

Após a verificação da possibilidade de ruptura por diferentes caminhos, constatou-se


que o que possui menor área líquida é o indicado pela linha pontilhada na figura problema do
exercício. Determinado o traçado da ruptura e o número de conectores que nele se encontram,
reduz-se a área destes conectores da área bruta da chapa.
Para a equação que expressa o valor de An é preciso conhecer as seguintes grandezas:
 d – diâmetro do conector;
 s – distância horizontal entre conectores;
 g – distância vertical entre conectores.

An = 42,50 cm²

1.2 VERIFICAÇÃO DO ESFORÇO RESISTENTE À TRAÇÃO

Deve-se verificar a capacidade de resistência ao escoamento da seção bruta e ao


rompimento da seção líquida.
Para a equação que expressa o valor do esforço resistente de projeto (Nd res) é preciso
conhecer as seguintes grandezas:
 fy – tensão ao escoamento do aço, no caso, 25 kN/cm²;
 fu – tensão à ruptura do aço, no caso, 40 kN/cm²;
 γa1 e γa2 – coeficientes normatizados conforme tabela seguinte:
1.2.1 Escoamento da seção bruta

1.2.2 Ruptura da seção líquida

Por segurança, considera-se a resistência à tração da chapa como o menor dos dois
valores encontrados, no caso Nd res = 1259,26 kN.

1.3 CONCLUSÃO

O esforço resistente à tração da chapa é Nd res = 1259,26 kN.


SEGUNDA QUESTÃO

2.1 CARREGAMENTO DE CÁLCULO

Para a equação que expressa o valor do esforço resistente de projeto (Nd) é preciso
conhecerem-se as seguintes grandezas:
 γd – fator de ponderação do carregamento, normatizado e aqui estipulado como 1,30;
 N – carregamento axial da estrutura.
2.2 ÁREAS DA SEÇÃO

2.2.1 Área bruta do perfil U

Para a verificação de segurança deve ser calculada a área necessária para resistir ao
esforço solicitante, como segue:

Como são dois perfis, a área de cada um deve ser:

Perfis metálicos são produzidos com dimensões padronizadas, desta forma, pode-se
ver na tabela seguinte, com os padrões comerciais de perfis U, que a área de cada perfil é 37,9
cm². Logo:

Ag = 37,9 > 20,59 cm²  ATENDE.


2.2.2 Área líquida do perfil U

O único caminho possível para ruptura entre conectores é o indicado pela linha
pontilhada na figura problema do exercício, o que leva a seguinte equação, onde:
 d – comprimento da ligação, no caso: 19,1 mm.

An = 32,14 cm²

2.2.3 Área efetiva do perfil U

Neste tipo de ligação entre chapa e perfil U, a transferência dos esforços se dá apenas
pelo lado maior do perfil U, que está parafusado contra a chapa. Pelo fato da ligação ser feita
apenas por partes da seção do elemento de aço, a sua área líquida será reduzida para uma área
efetiva, a qual é dada pelo produto de um fator redutor (Ct) pela área líquida.
O fator redutor Ct varia conforme o tipo de seção, sendo que para perfis U é necessário
conhecerem-se as seguintes grandezas:
 l – comprimento da ligação, no caso:
l = 57 mm × 4 = 22,8 cm;
 xg – excentricidade do plano da ligação em relação ao centro geométrico da seção,
encontrado na tabela acima.
A equação que estabelece o valor de Ct para perfis abertos é a seguinte:

Determinado Ct parte-se ao cálculo da área efetiva:


2.2.4 Área bruta da chapa Gusset

A área de aço para a chapa Gusset é a mesma necessária ao perfil U, portanto:

É conhecida a espessura (t) da chapa Gusset, t = 12,7 mm, o que permite equacionar
sua largura (b) necessária:

Como não é informada a largura da chapa Gusset, não se pode prosseguir a verificação
de segurança desta chapa.

2.3 VERIFICAÇÃO DO ESFORÇO RESISTENTE À TRAÇÃO

Deve-se verificar a capacidade de resistência ao escoamento da seção bruta e ao


rompimento da seção líquida, tanto dos perfis U quanto da chapa Gusset, porém, devido à
falta da informação da largura da chapa Gusset, esta não poderá ser verificada.

2.3.1 Escoamento da seção bruta do perfil U

Por serem dois perfis, a resistência ao escoamento destas peças atuando juntas será de
1722,72 kN, que é superior ao esforço normal solicitante, como demonstrado na equação
abaixo:
Nd res = 861,36 × 2 = 1722,72 kN > 936,0 kN  Atende.
2.3.2 Ruptura da seção líquida do perfil U

Por serem dois perfis, a resistência ao escoamento destas peças atuando juntas será de
1904,59 kN, que é superior ao esforço normal solicitante, como demonstrado na equação
abaixo:
Nd res = 952,30 × 2 = 1904,59 kN > 936,0 kN  Atende.

2.3.3 Ruptura da seção efetiva do perfil U

Por serem dois perfis, a resistência ao escoamento destas peças atuando juntas será de
1771,26 kN, que é superior ao esforço normal solicitante, como demonstrado na equação
abaixo:
Nd res = 885,63 × 2 = 1771,26 kN > 936,0 kN  Atende.

Por segurança, considera-se a resistência à tração da chapa como o menor dos três
valores encontrados, no caso Nd res = 1771,26 kN, o qual ATENDE a solicitação do
carregamento.
2.4 VERIFICAÇÃO DO RASGAMENTO DE BLOCO

O bloco passível de colapso é limitado pelo contorno externo das linhas de conectores,
e pode ser rompido tanto por cisalhamento quanto por tração.
Deve-se verificar a possibilidade de colapso por rasgamento ao longo das linhas de
conectores, tanto para a chapa Gusset quanto para os perfis U. Novamente, devido à falta de
dados da chapa Gusset, esta não poderá ser verificada.

2.4.1 Área bruta cisalhada do perfil U

Área bruta cisalhada (Ag v), onde se consideram os planos laterais ao longo das duas
linhas de conectores, externamente a eles. Para o cálculo desta área é necessário que se
conheça a seguinte grandeza:
 lv – comprimento passível de cisalhamento, da borda da chapa ao último conector, no
caso:
lv = 57 mm × 4 + 38 mm = 266,0 mm

A área bruta cisalhada é expressa pela equação seguinte:

2.4.2 Área líquida cisalhada do perfil U

Área líquida cisalhada (An v), onde se consideram os planos laterais ao longo das duas
linhas de conectores, externamente a eles.
A área líquida cisalhada é expressa pela equação seguinte:
2.4.3 Área bruta tracionada do perfil U

Área bruta tracionada (Ag t), onde se considera o plano ao fundo das linhas de
conectores, plano este que une as duas linhas, externamente a eles. Para o cálculo desta área é
necessário que se conheça a seguinte grandeza:
 lt – comprimento da passível de cisalhamento, da borda da chapa ao último conector,
no caso, 126,0 mm, como mostrado na figura problema.

2.4.4 Área líquida tracionada do perfil U

Área líquida tracionada (An t), onde se considera o plano ao fundo das linhas de
conectores, plano este que une as duas linhas, externamente a eles.

2.4.5 Resistência à ruptura do bloco

Para que haja segurança na ligação, deve ser atendida a situação proposta pela equação
abaixo. É preciso que se conheça a seguinte grandeza previamente:
 Cts – fator de uniformidade do carregamento, sendo Cts = 1 se o carregamento for
uniforme, que é o que aqui se aplica, e Cts = 0,5 para carregamento não uniforme.
A resistência à ruptura do bloco limitado pelos conectores NÃO ATENDE a condição
de segurança necessária. Para corrigir esta deficiência pode-se aumentar a espessura dos perfis
U ou ampliar o espaçamento entre conectores.

2.5 VERIFICAÇÃO DO COLAPSO DOS PARAFUSOS

Os conectores utilizados nesta ligação são parafusos do tipo ASTM A307, de diâmetro
3/4'', e suas propriedades – que, bem como os perfis de aço, são padronizados – podem ser
verificadas na tabela seguinte.

2.5.1 Resistência ao corte

Os parafusos estão submetidos a esforços cortantes, exclusivamente.


A resistência ao corte de cada plano de parafuso (Rd) pode ser tomada diretamente da
tabela seguinte ou determinada pela equação posterior, para a qual é preciso que se conheçam
estes valores:
 Ag – área bruta do parafuso, que pode ser tomada da tabela ou simplesmente
calculada;
 fu par – resistência à ruptura do parafuso em questão.
2.5.2 Quantidade de parafusos

A quantidade de parafusos necessários para se resistir ao esforço axial aplicado na


ligação será dada pela razão entre o esforço aplicado e a resistência ao cisalhamento de cada
plano de corte dos parafusos
Observa-se que Rd = 35,04 kN é a resistência de um plano de corte do parafuso, e que,
devido ao fato de unirem dois perfis U, um de cada lado de uma chapa Gusset, esta ligação
terá dois planos de corte (n) por parafuso.
Assim sendo, a quantidade (N) de parafusos será obtida pela equação que segue:

A ligação proposta apresenta apenas 10 parafusos, que estão abaixo dos 14 parafusos
necessários para resistir ao esforço normal, portanto o número de conectores NÃO ATENDE
a condição de segurança necessária. Para corrigir esta deficiência devem acrescentar-se
parafusos ou aumentar seu diâmetro.
2.6 VERIFICAÇÃO DO COLAPSO NAS LIGAÇÕES

Para os cálculos pertinentes a esta verificação faz-se necessário conhecer o diâmetro


dos parafusos (ϕ), que como se verificou no item anterior, não atende a solicitação de
carregamento. Todavia, pelos fins acadêmicos deste trabalho, para as equações será mantido
ϕ = 19,1 mm.

2.6.1 Ovalização

Aqui será considerada a pressão que o fuste do parafuso exerce sobre a chapa Gusset e
os perfis U, tendendo a ovalizar o furo, conforme o esmiuçado abaixo:

 Para a chapa Gusset:

Em cada parafuso pode-se aplicar um carregamento axial de 172,49 kN sem que haja a
ovalização do furo da chapa Gusset, e como são 10 parafusos na ligação, tem-se que:

 Atende

 Para a os perfis U:

Em cada parafuso pode-se aplicar um carregamento axial de 130,80 kN sem que haja a
ovalização do perfil U, e como são 2 perfis e 10 parafusos na ligação, tem-se que:
 Atende

2.6.2 Rasgamento entre furo e borda

Neste item será verificada a capacidade dos perfis U e da chapa resistirem ao


rasgamento entre o furo mais extremo e a borda da chapa e do perfil.

 Para a chapa Gusset:

Para a equação pertinente a esta verificação é preciso que se conheça a distância entre
a borda do furo mais extremo à direita e a borda mais a direita da chapa (ae), que neste caso
não é informada, mas pode-se inferir pela figura problema que esta distância seja igual ou
superior a distância entre centros de furos, sendo assim, será adotado o mesmo valor de
resistência ao rasgamento entre bordas de furos adjacentes, calculado no item posterior.

 Para os perfis U:

A distância entre a borda do furo mais extremo à esquerda e a borda esquerda do


perfil, neste caso é:

E a resistência ao rasgamento será:


Como há dois parafusos de borda e o mesmo parafuso apoia-se em dois perfis U, a
resistência do conjunto dar-se-á pela equação abaixo, que será posteriormente somada a
resistência total.

2.6.3 Rasgamento entre bordas de furos adjacentes

Neste item será verificada a capacidade dos perfis e da chapa resistirem ao rasgamento
entre furos.

 Para a chapa Gusset:

Para as equações pertinentes a esta verificação é preciso que se conheça a distância


entre as borda de dois furos adjacentes (af), que neste caso será:

E a resistência ao rasgamento será:

Como há oito vãos entre parafuso, o valor da resistência será o demonstrado abaixo,
que posteriormente deve ser somado à resistência total.
 Para os perfis U:

A distância entre as borda de dois furos adjacentes (af), que é igual ao da chapa
Gusset.

E a resistência ao rasgamento será:

Como há oito vãos entre parafuso, o valor da resistência será o demonstrado abaixo,
que posteriormente deve ser somado a resistência total.

2.6.4 Resistência ao rasgamento e à pressão de apoio

Pelas equações desenvolvidas anteriormente é possível saber qual efeito ocorrerá


primeiro, o rasgamento ou a ovalização do furo.
A ovalização da chapa Gusset acontecerá com 1724,90 kN e dos perfis U com 2616,0
kN, que somados resultarão Rd = 4340,90 kN.
O rasgamento da chapa Gusset e dos perfis U será o resultado da soma da resistência
ao rasgamento entre furos e borda e entre furos somente. A chapa Gusset resistirá 1711,40
kN, e os perfis U resistirão 1427,13 kN. O que perfaz um valor de Rd = 3138,53 kN. O
rasgamento ocorrerá antes da ovalização.
Pode-se provar que a ligação – mesmo com parafusos insuficientes ao esforço cortante
– ATENDE a esta verificação de segurança, conforme demonstrado abaixo:

Rd = 3138,53 kN > Nd = 936,0 kN  Atende


2.7 CONCLUSÃO

A ligação não está segura, pois a área de aço dos conectores é insuficiente para resistir
ao carregamento normal de cálculo e a resistência à ruptura do bloco limitado pelos
conectores também é insufiente.

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