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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ


INSTITUTO DE TECNOLOGIA
FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL FEC/ITEC/UFPA
GRUPO DE ANÁLISE EXPERIMENTAL DE ESTRUTURAS E MATERIAIS

Prof. Dr. Alcebíades Negrão Macêdo


1 Estados Limites Últimos devido ao Momento Fletor
a) Flexão Simples Reta
- ABNT NBR 7190 -1: 2022 recomenda que se adote para o vão teórico (L) o menor dos valores
apresentados a seguir:
a) Distância entre eixos de apoio;
b) Vão livre acrescido da altura da seção transversal da peça no meio do vão, não se
considerando acréscimo maior que 10cm.
- Nas barras submetidas a momento fletor cujo plano de ação contém um eixo central de inércia da
seção transversal resistente, a seguinte expressão deve ser atendida:
σM,d é o valor máximo de cálculo da tensão atuante de flexão Md/W;
fm,d é o valor de cálculo da resistência à flexão;
Md é o valor de cálculo do momento fletor;
W é o módulo de resistência da seção transversal.

- No caso do uso da tabela de classes de resistência de espécies florestais nativas definidas em


ensaios de corpos de prova isentos de defeitos considerar fm,d = fc0,d.
- Para MLCC, o módulo de resistência deve ser calculado de acordo com o item 6.7.4.10.2 da
ABNT NBR 7190-1: 2022 (Tópico 11 das notas de aula).
σc,d e σt,d - tensões atuantes de cálculo nas bordas comprida e tracionada da seção
considerada, conforme fig. 1.

e módulos de resistência da seção transversal da peça:

I é o momento de inércia.
fcd e ftd são as resistências de cálculo à compressão e à tração.

Seção retangular

Figura 1 - Flexão
b) Flexão Simples Oblíqua
- Verificação feita para as seções submetidas a um momento fletor cujo plano de ação não

contém um dos seus eixos centrais de inércia.

σMx,d e σMy,d são as tensões máximas devidas as componentes de flexão;

fm,d é a resistência de cálculo à flexão;

KM é coeficiente de forma geométrica da seção considerada:

* Retangular: kM = 0,7;

* Outras seções: kM = 1,0.


Figura 2 – Flexão oblíqua
c) Estabilidade lateral das vigas de seção retangular
- Verificada por teoria com validade comprovada experimentalmente;
- A ABNT NBR 7190-1: 2022 não apresenta nenhum critério comprovado experimentalmente;
- Para vigas de seção retangular pode-se dispensar esta verificação quando:
a) As rotações nas seções extremas (apoio da viga) estão impedidas; e
b) O comprimento L1, definido como a distância entre pontos adjacentes da borda comprimida com
deslocamentos laterais impedidos (apoios da viga e pontos de com travamento lateral existentes),
atende as condições:

Tabela 1 – Coeficiente de correção BM para yf = 1,4 e βE = 4 (ABNT NBR 7190-1: 2022)


h/b 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

βM 6 8,8 12,3 15,9 19,5 23,1 26,7 30,3 34 37,6 41,2 44,8 48,5 52,1 55,8 59,4 63 66,7 70,3 74

- Para as peças em que não atenderem a condição anterior, também dispensa-se a verificação se:

- A estabilidade de vigas de seção não


retangular deve ser estudada individualmente.
2 Estados Limites Últimos para Solicitações Tangenciais

2.1 Esforço Cortante na Flexão Simples Reta


A condição de segurança em relação às tensões cisalhantes é:

τd é máxima tensão de cisalhamento atuando no ponto mais solicitado da peça;

fv0,d é a resistência ao cisalhamento paralelo às fibras;

Vd é esforço cortante de cálculo;

b é a largura ou somatória das larguras no ponto da seção em estudo;

I é o momento de inércia.

Para seção retangular de largura b e altura h, τd é expresso por:

*Na falta de determinação experimental específica, admintem-se:

a) Coníferas: fv0,d = 0,12 fc0,d ;

b) Folhosas: fv0,d = 0,10 fc0,d .


a) Cargas concentradas ou distribuídas próximo à região dos apoios
- Nas vigas de altura h que recebem cargas concentradas ou distribuídas, que produzem tensões
de compressão nos planos longitudinais, a uma distância 0 ≤ z ≤ 2h a partir do eixo de apoio,, o

cálculo de τd utiliza um valor reduzido:

onde:
z -tem origem no ponto teórico de apoio;
(z/2h) é um fator redutor que anula a cortante no ponto z = 0, mas retoma os valores normais de
V para z ≥ 2h
b) Vigas entalhadas
- Em vigas cuja seção transversal sofra bruscas variações decorrentes de entalhes, deve ser feita
a majoração dos valores de τd, levando-se em consideração a relação (h/h1).

onde:
h1 - altura da seção enfraquecida;

h/h1 - fator de amplificação para τd , com h/h1 ≤ 4/3.


1a Situação: h1 > 0,75 h

FIGURA 4 – Variação de seção (Fonte: ABNT NBR 71901: 2022).

2a Situação: h1 < 0,75 h


- Nesta situação a NBR 7190/97 recomenda-se a utilização de parafusos verticais dimensionados

à tração axial para a totalidade da força cortante a ser transmitida;

- Ou adotar variações de seção através do emprego de mísulas cujo comprimento seja maior ou

igual a três vezes a altura do entalhe, respeitando o limite h1/h ≥ 0,5.

FIGURA 5 – Utilização de parafusos verticais ou mísula (Fonte: ANT NBR 7190-1:2022).


2.2) Estado Limite Último para Esforço Cortante na Flexão Oblíqua
- Recomenda-se, neste caso, determinar para o mesmo ponto as tensões cisalhantes para
cada componente de esforço cortante Vdx e Vdy, de acordo com fórmula de Zuravischi,
calculando em seguida a tensão tangencial resultante:

- Seção Retangular
3 Estados Limites de Serviço (ELS)
- Considerando que a madeira possui características distintas a de outros materiais, como por
exemplo, significativa deformação ao longo do tempo (fluência);
- As verificações de segurança em ELS devem ser consideradas adotando a combinação rara de
serviço (ABNT NBR 8681) para avalição das flechas instantâneas;
- Para os deslocamentos instantâneos, desconsiderando os efeitos da fluência:

- Para avaliação das flechas finais deve-se considerar a combinação quase permanente e os
efeitos da fluência, conforme as equações a seguir:

Em que:
- Para o cálculo dos deslocamentos instantâneos em elementos de madeira, considerar E0,m;
- Na flexão deve-se considerar também os efeitos das deformações por cisalhamento com Gm;
- Os valores dos coeficientes de fluência são dados na tabela 2:
Tabela 2 – Coeficiente de fluência φ (ABNT NBR 7190-1: 2022)
Classes de umidade
Material
(1) (2 e 3) (4)
Madeira Serrada, MLC,
0,6 0,8 2,0a
MLCC, LVL e roliça
Compensado estrutural 0,8 1,0 2,5
OSB estrutural 1,5 2,25 -
a Não é permitido MLCC para a classe de umidade 4.

Valores limites de deslocamento


- Para os casos correntes de flexão, salvo restrições especiais, considerar a Figura 7 e Tabela 3.

Figura 6 – Verificação esquemática dos deslocamentos-limite (ABNT NBR 7190-1: 2022)


Tabela 3 – Valores-limite de deslocamentos para elementos fletidos(ABNT NBR 7190-1: 2022)

Tipo de viga δinst δfin δnet,fin


Vigas biapoiadas ou contínuas L/300 a L/500 L/150 a L/300 L/250 a L/350
Vigas em balanço L/150 a L/250 L/75 a L/150 L/125 a L/175

- As flechas devido às ações permanentes podem ser parcialmente compensadas por


contraflechas;
- As contraflechas não devem ultrapassar 2/3 da somatória dos deslocamentos instantâneos
permanentes;
- Nas construções em que haja materiais frágeis ligados à estrutura, cujas fissurações não
possam ser evitadas por meio de disposições construtivas adequadas a verificação da
segurança em relação aos ELS deve considerar além dos limites da Tabela 3, que as flechas
instantâneas devido às ações variáveis não supere:
a) L/500 dos vãos;
b) L/250 dos balanços;
c) 15mm.
- No caso da flexão oblíqua, os limites de flechas podem ser verificados isoladamente para cada
um dos planos principais de flexão.
Valores Limites de Vibrações
- Em construções submetidas a fontes de vibração, devem ser adotadas disposições
construtivas que evitem a presença de vibrações excessivas;
- Nas estruturas sobre as quais o público em geral possa caminhar, devem ser evitadas
vibrações que tragam desconforto aos usuários;
- No caso particular de pisos as quais as pessoas andem regularmente a frequência natural
de vibração dos elementos da estrutura do piso não pode ser inferor a 8Hz;
- Em estruturas regularmente utilizadas, tais como pisos de residências e de escritórios, deve
ser obedecido o limite de freqüência natural de vibração ≤ 8Hz.

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