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FUNDAÇÃO PROFUNDA – ESTACAS

1.0 - FUNDAÇÕES PROFUNDAS

1.1 Definição segundo item 3.27 da NBR 6122/2019


Elemento de fundação que transmite a carga ao terreno ou pela base (resistência de ponta) ou por sua
superfície lateral (resistência de fuste) ou por uma combinação das duas, sendo sua ponta ou base
apoiada em uma profundidade superior a oito vezes a sua menor dimensão em planta e no mínimo 3,0
m; quando não for atingido o limite de oito vezes, a denominação é justificada. Neste tipo de fundação
incluem-se as estacas e os tubulões.

2.0 - ESTACAS
2.1 - Definição segundo item 3.11 da NBR 6122/2019
Elemento de fundação profunda executado inteiramente por equipamentos ou ferramentas, sem que,
em qualquer fase de sua execução, haja trabalho manual em profundidade. Os materiais empregados
podem ser:
a) madeira;
b) aço;
c) concreto pré-moldado (ou pré-fabricado);
d) concreto moldado in loco;
e) argamassa;
f) calda de cimento;
g) mista (qualquer combinação dos materiais anteriores)
2.2 - Outra definição:
As estacas são elementos de fundação profunda em que as cargas são transmitidas ao terreno pelo
fuste e pela ponta. Em relação ao processo de execução podem ser:
• Estacas Pré-Fabricadas (Pré-Moldadas)
• Estacas moldadas “in loco”

2.3 – Alguns termos e definições da NBR 6122/19


a) Carga admissível de uma estaca ou tubulão (PAdm.) (item 3.6 da NBR 6122/19)
Máxima carga que, aplicada sobre a estaca ou sobre o tubulão isolados, atende, com fatores de
segurança predeterminados, aos estados limites últimos (ruptura) e de serviço (recalques, vibrações
etc.);

Padm = Rk/Fsg

onde:

Padm é a tensão admissível de tubulões e carga admissível de estacas;

Rk representa as forças ou tensões características de ruptura (últimas);

FSg é o fator de segurança global.

b) Carga de ruptura de uma fundação (Rk.)(item 3.7 da NBR 6122/19)


Carga que, se aplicada à fundação, provoca perda do equilíbrio estático ou deslocamentos que
comprometem sua segurança ou desempenho; corresponde à força resistente última (geotécnica) da
fundação;

c) Carga de trabalho da estaca (Sk.) (item 3.8 da NBR 6122/19)


Carga efetivamente atuante na estaca, em valores característicos (solicitação característica); a tensão de
trabalho da estaca corresponde à carga de trabalho dividida pela área da seção transversal

Sk ≤ Padm

onde

Sk representa as solicitações características;

Padm é a tensão admissível de tubulões e carga admissível de estacas;


d) Cota de arrasamento (item 3.9 da NBR 6122/19)
Nível em que deve ser deixado o topo da estaca ou tubulão, de modo a possibilitar a integração
estrutural entre o elemento de fundação (e a sua armadura) e o bloco de coroamento

e) Nega (item 3.34 da NBR 6122/19)


Medida da penetração permanente de uma estaca, causada pela aplicação de um golpe de martelo ou
pilão, sempre relacionada com a energia de cravação. Dada a sua pequena grandeza, em geral é medida
para uma série de dez golpe.
É um comprimento médio pré-fixado em projeto. É obtido nos 10 últimos golpes do martelo durante a
cravação. É o que a estaca ainda crava em função do golpe do martelo. É uma medida muito pequena da
ordem de 2,0 mm tendendo para zero mm.
https://youtu.be/MvFd2ShjR1s – Nega/Repique

e) Repique (item 3.36 da NBR 6122/19)


Parcela elástica da penetração máxima de uma estaca, decorrente da aplicação de um golpe do martelo
ou pilão.
É o espaço que a estaca desce quando é golpeada mas que imediatamente volta. Por isto se chama
elástico. Vai e volta.
https://youtu.be/MvFd2ShjR1s - Nega/Repique

f) Efeito de grupo de estacas ou tubulões (item 3.10 da NBR 6122/19)


Interação entre as diversas estacas ou tubulões constituintes de uma fundação, no processo de
transmissão ao terreno das cargas que lhes são aplicada.

2.4 Métodos de cálculo


a) Método de valores admissíveis (item 3.30 da NBR 6122/19)
Método em que as forças ou tensões de ruptura (R k) são divididas por um fator de segurança global (FS g)
e a condição de verifcação da segurança é:

Padm = Rk/FSg e Sk ≤ Padm

onde

Padm é a carga admissível de estacas (carga resistente);

Rk representa as forças ou tensões características de ruptura (últimas);


Sk representa as solicitações características;

FSg é o fator de segurança global.

b) Método de valores de cálculo (item 3.31 da NBR 6122/19)

Método em que as forças ou tensões características de ruptura (R k) são divididas pelo coeficiente de
ponderação das resistências (gm), as solicitações características são multiplicadas pelos coeficientes de
ponderação (gf), e a condição de verificação da segurança é:

Rd = Rk/γm

Sd =γf . Sk

Sd ≤ Rd

onde

Rd representa a tensão resistente de cálculo para tubulões ou a força resistente de cálculo para estacas;

Sd representa as solicitações de cálculo;

γf coefciente de ponderação dos valores característicos das solicitações (majora as ações);

γm coefciente de ponderação dos valores característicos das resistências (minora as resistências): tensão
de ruptura sob bases de tubulões, ou carga de ruptura de estaca.

2.5 Estacas pré-moldadas (pré-fabricadas) de concreto (item 8.6.5 da NBR 6122/19)


• O dimensionamento estrutural deve ser feito utilizando-se as ABNT NBR 6118, ABNT NBR 9062 e
ABNT NBR 16258, limitando o fck a 40,0 MPa.
• Nas duas extremidades da estaca, deve ser feito um reforço da armadura transversal, para levar
em conta as tensões de cravação.
• As emendas metálicas, quando há, devem ser dimensionada considerando-se a espessura
mínima de sacrifício, conforme Tabela 5 da NBR 6122/19

• Em camada de argila mole, devem ser utilizadas estacas com características estruturais mínimas
em função dos comprimentos cravados, considerados a espessura da camada de argila mole, o
processo de cravação, a inércia do elemento, o número de emendas, a linearidade do eixo e os
momentos de segunda ordem, obedecendo a:
➢ Wmin ≥ 930cm3;
➢ 20,0m ≤ LEstaca ≤ 30,0m → raio de giração(i) ≥ 5,4cm;
➢ Lestaca ≥ 30,0m → raio de giração (i) ≥ 6,4 cm.

2.6 Estacas isoladas (uma) ou dispostas segundo um único alinhamento (item 8.5.6.1 da NBR
6122/19)
• Devem ser devidamente contraventadas (travadas com vigas) no(s) sentido(s) com movimento
livre horizontal, a não ser que sejam projetadas para suportar os momentos oriundos da
excentricidade. Se o diâmetro da estaca for menor que 30cm o travamento é obrigatório.
• As excentricidades executivas (erros na locação da estaca) observadas na obra são aceitáveis se
forem inferior ou igual a 10 % da menor dimensão da estaca, sendo necessária uma reavaliação
da estabilidade dos elementos estruturais caso seja superior.

2.7 Conjunto de estacas não alinhadas (item 8.5.6.2 da NBR 6122/19)


• As excentricidades executivas (erros na locação da estaca) observadas na obra são aceitáveis se
o acríssimo na carga axial de cálculo da estaca for inferior ou igual a 10 %. para valores de
acríssimos maiores deverá ser realizadas correções ou reforços da estaca.

2.8 Estacas de concreto moldadas in loco – considerações (item 8.6.3 da NBR 6122/19)

2.8.1 Estacas com tensões inferiores ou igual as indicadas na Tabela 04 da NBR 6122/19
• Podem ser executadas em concreto não armado, exceto quanto à armadura de ligação com o
bloco (ancoragem).
Observa-se que, em relação a NBR 6122/2010, a NBR 6122/19 adotou aumentos
significativos nos coeficientes de minoração da resistência do concreto (gc)

2.8.2 Estacas com tensões superiores as indicadas na Tabela 04 da NBR 6122/19


• As estacas devem ser dotadas de armadura, que deve ser dimensionada de acordo com a ABNT
NBR 6118 sem considerar excentricidade de carga.
• A armadura mínima de cisalhamento também deve atender a ABNT NBR 6118 e observar os
limites da Tabela 4 da NBR 6122/19.
• A resistência de cálculo do concreto, f cd, deve ser calculada, conforme previsto na ABNT NBR
6118, pela seguinte expressão:

fcd = fck / gc

onde:
fcd é a resistência de cálculo do concreto à compressão;
fck é a resistência característica do concreto à compressão
gc é o coefciente de ponderação da resistência à compressão do concret
2.9 Coeficientes de ponderação, para dimensionamento nos ELU, adotados na NBR 6122/19, para
todos os tipos de estacas moldadas in loco (item 8.6.3 da NBR 6122/19)
• Coeficiente majorador do valor característico das ações => gf = 1,4;
• Coeficientes de minoração das resistências características do concreto => gc = 1,6 a 5,0,
conforme Tabela 4;
• Coeficientes de minoração das resistências características do aço => gs = 1,15;

2.10 Provas de carga estática (item 9.2.2.1 da NBR 6122/19; NBR 12131; NBR 6489)
• É obrigatória a execução de provas de carga estática de desempenho, no decorrer do
estaqueamento, em obras que tiverem um número de estacas superior ao valor especificado na
coluna (B) da Tabela 6 da NBR 6122/19 (transcrita abaixo)

• Quando atingido o limite de exigibilidade de provas de carga de desempenho (ver Tabela 6), o
número de provas de carga deve ser estabelecido da seguinte forma:

NPC = 1%.NTE => NPC = NTE/100


onde:
NPC = Número de provas de carga
NTE = Número total de estacas

➢ Critério de arredondamento de NPC: O resultado de NPC é arredondado para uma casa


decimal, e em seguida arredonda o número obtido, com uma casa decimal, para o número
inteiro mais próximo, considerando que o dígito 5 sempre é arredondado para cima.
➢ Incluem-se nesse 1 % as provas de carga executadas (NPC – provas de cargas já executadas)
conforme item 6.2.1.2.2 da NBR6122/19.
➢ A quantidade de estacas a ser considerada é a soma das estacas de todas as edificações da
obra, mesmo que de diferentes tipos;
➢ Incluem-se as estacas da periferia e das demais construções da obra, não consideradas as
estacas exclusivamente de contenção e de muros de fechamento.
• Quando atingido o limite de exigibilidade de provas de carga de desempenho (ver Tabela 6 da
NBR 6122/19), pelo menos uma prova de carga estática ou ensaios de carregamento dinâmico
devem ser feitos nas estacas da edificação principal da obra.
• É necessária a execução de prova de carga, qualquer que seja o número de estacas da obra, se
elas forem empregadas para tensões de trabalho superiores aos valores indicados na coluna (A)
da Tabela 6;
• Nas obras em que os carregamentos principais provenientes da estrutura, nas condições de
utilização mais frequentes durante a vida útil, forem os esforços de tração ou os esforços
horizontais, é obrigatória a execução de prova de carga específica à tração ou esforço horizontal,
com os mesmos critérios citados nesta subseção.
• Em obras de arte especiais (pontes e viadutos), com vão superior a 30,0 m ou com mais de três
vãos (quatro linhas de apoio), é obrigatória a realização de ensaio de carga (prova de carga
estática ou ensaio de carregamento dinâmico)

2.10.1 Em resumo

}
σ adm ≤ Valores da coluna A da Tabela 6
→Não obrigatório prova de carga
NTE ≤ Valores da coluna B da Tabela 6

}
σ adm ≤ Valores da coluna A da Tabela 6
→NPC = Inteiro(NTE/100)≥1
NTE > Valores da coluna B da Tabela 6

σ adm ≥ Valores da coluna A da Tabela 6 }→NPC = Inteiro(NTE/100)≥1


2.10.2 Desempenho da prova de carga
• As provas de carga executadas exclusivamente para avaliação de desempenho devem ser
levadas até que se atinja pelo menos 2 vezes a carga admissível (2 x Padm) ou até que se observe
um deslocamento (grande recalque) que caracterize ruptura.
• Caso exista prova de carga prévia, as provas de carga de desempenho devem ser levadas até
que se atinja pelo menos 1,6 vezes a carga admissível (1,6 x Padm)) ou até que se observe um
deslocamento que caracterize ruptura.
https://youtu.be/GdJhqeP2p-M - Ensaio de prova de carga
https://youtu.be/UPpHfwVZLB0 - Ensaio de prova de carga
https://youtu.be/AGsJBlq3zvM - Ensaio de prova de carga

3.0 PRINCIPAIS TIPOS E CARACTERÍSTICAS DAS ESTACAS E DA SUA EXECUÇÃO CONFORME NBR 6122
O vídeo abaixo mostra a animação de alguns dos principais tipos de estaca:

https://youtu.be/bS-bcN8LRWc – Fundações profundas

3.1 Estaca de madeira

Fonte: http://i.ytimg.com/vi/PCcycq9axMA/hqdefault.jpg

3.1.1 Considerações segundo o item 8.6.8 da NBR 6122/2019


As estacas de madeira têm sua carga estrutural admissível calculada, sempre em função da seção
transversal mínima, adotando-se tensão admissível compatível com o tipo e a qualidade da madeira,
conforme estabelecido na ABNT NBR 7190

3.1.2 Considerações segundo o anexo D da NBR 6122/2019


Estacas de madeira são empregadas usualmente para obras provisórias. Se forem usadas para obras
permanentes, tem que ser protegidas contra-ataque de fungos, bactérias aeróbicas, térmitas etc.
A ponta e o topo devem ter diâmetros maiores ou iguais a 15 cm e 25 cm, respectivamente, e o
segmento de reta que une os centros das seções da ponta e do topo deve estar compreendido
integralmente no interior do perímetro da estaca (ver figura).
O topo das estacas deve ser protegido por cepos ou capacetes menos rígidos para minimizar danos
durante a cravação. Entretanto, quando, durante a cravação, ocorrer algum dano na cabeça da estaca, a
parte afetada deve ser cortada.
Quando se tiver que penetrar ou atravessar camadas resistentes, as pontas devem ser protegidas por
ponteiras de aço.

3.1.2 Em resumo:

a. Estaca pré-moldada
b. Estaca cravada;
c. Uso: Geralmente para obras Provisórias;
d. Dimensões da Ponta: ≥ 15cm
e. Dimensões do Topo: ≥ 25cm
f. Equipamento de cravação: Percussão, prensagem ou vibração
https://youtu.be/0nPSiTW1_7c - Estaca de Madeira (vibração)
https://youtu.be/PCcycq9axMA - Estaca de Madeira (prensagem)

3.2 Estaca pré-moldada ou pré-fabricada de concreto

Fonte: https://www.apl.eng.br/artigos/2016-
METODOLOGIA-ESTACA-PRE-MOLDADA.pdf
Fonte: https://fabriciogonzalez.com.br/blog-
estacas-pre-moldadas

3.2.1 Definição segundo item 3.22 da NBR 6122/19


Estaca constituída de segmentos de pré-moldado ou pré-fabricado de concreto e introduzida no terreno
por golpes de martelo de gravidade, de explosão, hidráulico ou por martelo vibratório. Para f ins
exclusivamente geotécnicos não há distinção entre estacas pré-moldadas e pré-fabricadas, e para os
efeitos desta Norma elas são denominadas pré-moldadas
3.2.2 Definição segundo Anexo E da NBR 6122/19
As estacas pré-moldadas podem ser de concreto armado ou protendido, vibrado ou centrifugado, com
qualquer forma geométrica da seção transversal, devendo apresentar resistência compatível com os
esforços de projeto e decorrentes do transporte, manuseio, cravação e eventuais solos agressivos.

3.2.3 Em resumo:
a. Estaca cravada;
b. Estaca com armadura integral;
c. Constituição: Em concreto armado ou protendido com qualquer forma geométrica;
d. Equipamento de cravação: Percussão, prensagem ou vibração
d.1 Percussão:
• Martelo com peso igual ou superior a 20kN (2tf) é no mínimo igual a 75% do peso próprio da
estaca.
• Para cargas entre 700 kN (70tf) e 1300 kN (130tf) o peso do martelo deve ser superior a
40kN (4tf)
• Para cargas acima de 1300kN (130tf) o sistema de cravação deve ser avaliado.
e. Tensões de cravação1: não pode superar 85% da resistência nominal do concreto (capacidade de
carga da estaca).
f. Cota de arrasamento inferior ao plano de cravação: utilizar “prolonga” ou “suplemento”, que
pode ser de aço ou concreto, não superior a 3,0 m
g. Emendas: Através de anéis soldados ou outro dispositivo de transferência de todos os esforços
existentes. Em situações específicas pode-se usar luvas.
h. Se a ponta da estaca estiver danificada abaixo da cota de arrasamento, deve-se demolir o trecho
comprometido e recompô-lo ate a cota.
i. Nega e repique: medidos em todas as estacas. Elaborar diagrama de cravação para 100% das
estacas
j. Ligação com o bloco de coroamento: Deve ser demolida a parte danificada ou em excesso em
relação a cota de arrasamento.
https://www.youtube.com/watch?v=RZXsGDKEYLA - Estaca Pré Fabricada

1 A tensão de cravação vai depender da: a) área da estaca; b) massa do martelo; c) altura de queda do martelo; d) tempo de
queda do martelo.
3.3 Estaca metálica ou de aço

Fonte: https://www.aegrupo.com.br/single-post/fundacoes- Fonte: https://biosonda.com.br/bate-estacas-hidraulicos/


estacas-de-aco

3.3.1 Definição conforme Item 3.20 e Anexo F da NBR 6122/2019


Elemento estrutural produzido industrialmente, podendo ser constituído por perfis laminados ou
soldados, simples ou múltiplos, tubos de chapa dobrada ou calandrada, tubos (com ou sem costura) e
trilhos.

3.3.2 Em resumo:
a. Estaca pré-moldada;
b. Estaca cravada;
c. Constituição: Perfis Laminados, Perfis Soldados, Tubos de chapa dobrada, Tubos com ou sem
costura, trilhos;
d. Equipamento de cravação: Percussão, prensagem ou vibração;
d.1 Percussão:
• Martelo com peso igual ou superior a 10kN (1tf).
• Para cargas entre 700 kN (70tf) e 1300 kN (130tf) o peso do martelo deve ser superior a
30kN (3tf).
• Para cargas acima de 1300kN (130tf) o sistema de cravação deve ser avaliado.
e. Cota de arrasamento inferior ao plano de cravação: utilizar “prolonga” ou “suplemento” não
superior a 2,5m
f. Tensões de cravação: não pode superar 90% da tensão de escoamento do aço
g. Emendas: Solda com qualidade superior ao do material da estaca
Se a ponta da estaca estiver danificada cortar ate o nível em que não apresente mais dano
h. Nega e repique: medidos em todas as estacas. Elaborar diagrama de cravação para 100% das
estacas
i. Ligação com o bloco de coroamento: Deve ser cortado a parte danificada ou em excesso em
relação a cota de arrasamento.
j. Critério de aceitação dos perfis: As estacas de aço devem ser retilíneas, assim consideradas
aquelas que apresentam flecha máxima de 0,2% do comprimento de qualquer segmento nela
contido.
https://youtu.be/HnwnFIwecrY - Estaca Metálica cravada por percussão
https://youtu.be/XmZUIUmi9mM - Estaca Metálica cravada por vibração

3.4 Estaca Strauss

Fonte: https://carluc.com.br/projeto-de- Fonte:http://www.engeplificando.com.br/conheca-sua-casa/conhecendo-sua-casa-


fundacao/estaca-strauss/ fundacoes-profundas/

3.4.1 Definição segundo item 3.24 da NBR 6122/19


Estaca executada por perfuração do solo com uma sonda ou piteira e revestimento total com camisa
metálica, realizando-se gradativamente o lançamento e apiloamento do concreto, com retirada
simultânea do revestimento

3.4.2 Definição segundo anexo G da NBR 6122/19


A estaca Strauss é uma estaca de concreto moldada in loco, executada através da escavação, mediante
emprego de uma sonda (também denominada piteira), com a simultânea introdução de revestimento
metálico, com guincho mecânico, em segmentos rosqueados, até que se atinja a profundidade
projetada.
Este tipo de estaca não pode ser utilizado em areias submersas ou em argilas muito moles saturadas.
A ponta da estaca deve estar em material de baixa permeabilidade para permitir as condições
necessárias para limpeza e concretagem.

3.4.3 Em resumo:
a. Características Gerais: Estaca escavada, moldada in loco, em concreto apiloado;
b. Armadura mínima: 0,4%.Ac (para tensões médias atuantes não superiores a 5 MPa)
c. Comprimento mínimo da armadura: 2m (armadura de ligação com o bloco de coroamento
(arranque));
d. Resistência mínima do concreto: fck,min = 20MPa;
e. Coeficiente de minoração da resistência do concreto: gc = 2,5
f. Concretagem: É feita lançando-se o concreto e retirando gradativamente o revestimento do
furo com o simultâneo apiloamento do concreto.
g. Revestimento (tubos de aço) O revestimento integral garante a estabilidade da perfuração e
garante para que não ocorra a mistura do concreto com o solo ou o estrangulamento da estaca
h. Colocação da Armadura:
• Para estaca não armada a colocação da armadura de arranque poderá ser feita uma a uma, sem
estribos, após a concretagem;
• Para estaca armada a colocação da armadura deverá ser feita antes da concretagem, neste caso
o soquete (pilão ou piteira) deverá ter diâmetro menor do que o da “gaiola” e o diâmetro
mínimo da estaca é de 32cm. O espaçamento mínimo da armadura transversal é de 15cm e o
máximo de 30cm, podendo ser individual ou em espital;
i. Execução:
• Inicia-se aplicando sucessivos golpes com o pilão (piteira ou sonda) para formar o pré-furo com
profundidade de 1 a 2m;
• Coloca o 1 segmento do revestimento (tubo de aço);
• Segue a perfuração com repetidos golpes do pilão (sonda) e adição de água que vai removendo
o solo e facilitando a penetração do revestimento (para que desçam livremente);
• Vai retirando a lama com a piteira (pilão);
• Concluída a perfuração é lançada água para a limpeza do furo (lava-se o furo e retira-se toda
“lama”) . A água (lama) é removida com o uso da sonda (piteira);
• Lança-se o concreto e gradativamente vai retirando o revestimento (encamisamento) metálico e
apiloando o concreto (a cada lançamento de ± 1m);
• A retirada da camisa (revestimento metálico) é feita com guincho de forma gradual para evitar
que o furo fique descamisado no lançamento do concreto.
• Não se deve executar estacas com espaçamento inferior a 5f em intervalo inferior a 12h;
• Pelo menos 1% das estacas (1 em cada 100), e no mínimo, uma por obra, deve ser exposta
abaixo da cota de arrasamento, e se possível, até o nível d’água, para verificação de sua
integridade e qualidade do fuste;
j. Ligação com o bloco de coroamento: Deve ser demolida a parte acima da cota de arrasamento.
Havendo concreto inadequado abaixo da cota de arrasamento, o trecho deve ser demolido e
recomposto. O material a ser utilizado na recomposição deve apresentar resistência não
inferior;
k. Concreto:

Consumo de cimento não inferior a 300kg/m3
 Abatimento (slump test): entre 8 e 12cm para estacas não armadas e entre 12 e 14cm para
estacas armadas
 Diâmetro do agregado: entre 12,5 e 25mm (brita 1 ou 2)
 Fck ≥ 20 Mpa aos 28 dias
https://www.youtube.com/watch?v=sBDvBlo1Lho -Estaca Strauss

3.5 Estaca franki

Fonte:https://
Fonte:http:// Fonte:http:// www.escolaengenharia.com.br/estaca-
www.dicionariogeotecnico.com.br/ www.solodactha.com.br/obras/ franki/
album/fundacoes/franki/pages/image/ kobayashi1.htm
imagepage1.html

3.5.1 Definição segundo item 3.16 da NBR 6122/19


Estaca moldada in loco executada pela cravação, por meio de sucessivos golpes de um pilão, de um tubo
de ponta fechada por uma bucha seca constituída de pedra e areia, previamente f ormada na
extremidade inferior do tubo por atrito. Esta estaca possui base alargada e é integralmente armada

3.5.2 Definição segundo anexo H da NBR 6122/19


As estacas Franki são executadas através da cravação de um tubo por meio de sucessivos golpes de um
pilão em uma bucha seca de pedra e areia aderida ao tubo.
Atingida a cota de apoio, procede-se à expulsão da bucha, execução de base alargada, instalação da
armadura e execução do fuste de concreto apiloado com a simultânea retirada do revestimento.

3.5.3 Em resumo:
a. Características Gerais: Estaca moldada in loco, CRAVADA.
b. Armadura na estaca: integral;
c. Resistência mínima do concreto: fck,min = 20MPa;
d. Coeficiente de minoração da resistência do concreto: gc = 1,8
e. Cravação do Tubo (Perfuração): executada por meio de sucessivos golpes de um pilão em uma
bucha seca de pedra e areia aderida ao tubo por atrito até a obtenção da nega.
f. As negas de cravação do tubo devem ser obtidas de duas maneiras em todas as estacas:
• para dez golpes de 1,0 m de altura de queda do pilão;
• para um golpe de 5,0 m de altura de queda do pilão.
g. Os pilões devem ter pesos e diâmetros mínimos conforme indicados na Tabela H.1 da NBR
6122/2019 (transcrita abaixo).

h. Base alargada (cebolão): Atingida a cota de projeto e obtida a nega especificada, expulsa-se a
bucha através de golpes do pilão com o tubo preso à torre. A seguir introduz-se um volume de
concreto seco (fator água/cimento = 0,18), formando assim a base;
i. Colocação da armadura (Integral): Ao final da execução da base, coloca-se a armadura que deve
ser nela ancorada. A armadura é integral, pois faz parte do processo executivo da estaca e
também é fundamental para permitir o controle executivo. É constituída de no mínimo quatro
barras de aço CA-50 e de 0,4% Ac (ver Tabela 4 da NBR 6122/19).
l. Concretagem: É feita lançando-se sucessivas camadas de concreto “seco” (fator a/c 0,36) com
apiloamento e simultânea retirada do tubo (revestimento). No caso de fuste vibrado, o fator a/c
deve ser adequado a essa metodologia executiva. A resistência mínima do concreto é 20 Mpa.
j. Revestimento (tubos de aço) O revestimento integral garante a estabilidade da perfuração e
garante para que não ocorra a mistura do concreto com o solo ou o estrangulamento da estaca;
k. Execução:
 Inicia-se cravando-se um tubo aplicando sucessivos golpes com o pilão em uma bucha
seca que adere ao tubo
 Atingida a cota (nega) fixa o tubo a torre e expulsa a bucha com golpes do pilão,
formando o alargamento da base (cebolão).
 Introduz concreto seco com fator a/c=0,18 formando-se a base da estaca, onde deverá
ser ancorada a armadura
 A concretagem do fuste é feita lançando-se sucessivas camadas de concreto “seco”
(fator a/c = 0,36) com apiloamento e simultânea retirada do tubo (revestimento);
 A concretagem deve ser realizada até pelo menos 30cm acima da cota de arrasamento
 Não se deve executar estacas situadas em um círculo igual a cinco vezes o diâmetro da
estaca em um intervalo inferior a 12h;

 Pelo menos 1% das estacas (1 em cada 100), e no mínimo, uma por obra, deve ser
exposta abaixo da cota de arrasamento, e se possível, até o nível d’água, para
verificação de sua integridade e qualidade do fuste;
l. Ligação com o Bloco de Coroamento: Deve ser demolida a parte acima da cota de arrasamento.
Caso haja concreto inadequado abaixo da cota de arrasamento, o trecho deve ser demolido e
recomposto. O material a ser utilizado na recomposição deve apresentar resistência não inferior
à do concreto da estaca.
m. Concreto:

Consumo de cimento não inferior a 350kg/m3
https://www.youtube.com/watch?v=amdGKxkbjoQ – Estaca Frank

https://youtu.be/mbDJ4MZavUs – Estaca Frank - (a partir do minuto 1:10)

3.6 Estaca Escavada com Trado Mecânico (sem fluido estabilizante)

Fonte:http://www.engeplificando.com.br/conheca-sua-casa/conhecendo-sua-casa-fundacoes-
Fonte:http:// profundas/
www.agmgeotecnica.com.br/servico.php?
id=5
3.6.1 Definição segundo item 3.15 da NBR 6122/19:
Estaca executada por perfuração do solo por trado mecânico, sem emprego de revestimento ou fluido
estabilizante.

3.6.2 Definição segundo Anexo I da NBR 6122/2019:


São estacas moldadas in loco, por meio da concretagem de um furo executado por trado espiral, que
são empregadas onde o perfil do subsolo tem características tais que o furo se mantenha estável sem
necessidade de revestimento ou de fluido estabilizante. A profundidade é limitada à ausência de água
durante todo o processo executivo, da perfuração à concretagem.

3.6.3 Em resumo:
a. Características Gerais: Estaca escavada sem fluido estabilizante;
b. Armadura mínima: 0,4%.Ac (para tensões médias atuantes não superiores a 5 MPa)
c. Comprimento mínimo da armadura: 2m (armadura de ligação com o bloco de coroamento
(arranque));
d. Resistência mínima do concreto para classe de agressividade ambiental (CAA – Ver NBR 6118) I
ou II: fck,min = 25MPa;
e. Resistência mínima do concreto para classe de agressividade ambiental (CAA) III ou IV: f ck,min =
40MPa;
f. Coeficiente de minoração da resistência do concreto para classe de agressividade ambiental
(CAA) I ou II: gc = 3,1;
g. Coeficiente de minoração da resistência do concreto para classe de agressividade ambiental
(CAA) III ou IV: gc = 5,0;
h. Perfuração: Feita com trado curto acoplado a uma haste que vai ate a profundidade de projeto.
i. Concretagem: Deve ser realizada no mesmo dia da realização do furo (risco de
desmoronamento).
j. Armadura:
• Para tensões médias atuantes não superiores a 5 MPa e se a estaca não estiver sujeita a flexão
ou tração é necessária apenas a armadura de ligação com o bloco de coroamento (armadura de
arranque, sem função estrutural), com um percentual mínimo de 0,4%.Ac e com comprimento
mínimo de 2m (incluindo o trecho de ligação com o bloco). As barras podem ser posicionadas,
uma a uma, imediatamente após a colocação do concreto, sem a necessidade de armadura
transversal (estribos).
• Se for prevista armadura, ela deverá ser colocada antes da concretagem.
k. Execução:
 Não se deve executar estacas com espaçamento inferior a 3f em intervalo inferior a
12h;
 Pelo menos 1% das estacas (1 em cada 100), e no mínimo, uma por obra, deve ser
exposta abaixo da cota de arrasamento para verificação da sua integridade e qualidade
do fuste;
l. Ligação com o Bloco de Coroamento: Deve ser demolida a parte acima da cota de arrasamento.
Caso haja concreto inadequado abaixo da cota de arrasamento, o trecho deve ser demolido e
recomposto. O material a ser utilizado na recomposição deve apresentar resistência não inferior
à do concreto da estaca.

https://www.youtube.com/watch?v=_QRMt-XQS4Y - Estaca a Trado Mecânico

3.7 Estaca Escavada com uso de Fluido Estabilizante

Fonte:https://fundacoessemcomplicacoes.com.br/tipos-de- Fonte:http://www.geofix.com.br/biblioteca/
fundacoes/ 6o_curso_eng_Aula_Teoria_03_2016.pdf

3.7.1 Definição segundo item 3.14 da NBR 6122/19


Estaca moldada in loco, sendo a estabilidade da perfuração assegurada pelo uso de fluido estabilizante
(ou água, quando houver também revestimento metálico). Recebe a denominação de estacão quando a
perfuração é feita por uma caçamba acoplada a uma perfuratriz rotativa, e estaca barrete quando a
seção for retangular e escavada com utilização de clamshell 2 (garras).

Estacão Estaca Barrete


Fonte: SOLO.NET - Estacas de Lama (solonet.eng.br) Fonte: SOLO.NET - Estacas de Lama (solonet.eng.br)

2 Clamshell: é um equipamento da construção civil utilizado em grandes obras de escavação, como fundações e contenções. É
basicamente composto por, duas mandíbulas de acionamento mecânico ou hidráulico, que é acoplado a uma máquina de grande
porte. Leia mais em:https://www.ecivilnet.com/dicionario/o-que-e-clamshell.html.
3.7.2 Definição segundo Anexo J da NBR 6122/19
São estacas escavadas com uso de fluido estabilizante, que pode ser lama bentonítica para perfuração
ou polímeros sintéticos, naturais ou naturais modificados para sustentação das paredes da escavação. A
concretagem é submersa, com o concreto deslocando o fluido estabilizante em direção ascendente para
fora do furo.

3.7.3 Em resumo:
a. Características Gerais: Estacas escavadas e moldadas “in loco” com uso de fluido estabilizante.
b. Comprimento mínimo da armadura: 4m;
c. Resistência mínima do concreto para classe de agressividade ambiental (CAA – Ver NBR
6118/14) I ou II: fck,min = 30MPa;
d. Resistência mínima do concreto para classe de agressividade ambiental (CAA) III ou IV: f ck,min =
40MPa;
e. Coeficiente de minoração da resistência do concreto para classe de agressividade ambiental
(CAA) I ou II: gc = 2,7;
f. Coeficiente de minoração da resistência do concreto para classe de agressividade ambiental
(CAA) III ou IV: gc = 3,6;
g. Lama Bentonítica: é constituída de água e bentonita. No Brasil, existem jazidas de bentonita no
Nordeste (Bahia e Rio Grande do Norte). Trata-se de um material tixotrópico que em dispersão
muda seu estado físico por efeito da agitação (em repouso é gelatinosa com ação anti-
infiltrante; agitada fluidifica-se). Seu efeito estabilizante é eficaz quando a pressão hidrostática
da lama no interior da escavação é superior à exercida externamente pelo lençol e a
granulometria do terreno é tal que possa impedir a dispersão da lama. A coluna de lama exerce
sobre as paredes do furo uma pressão que impede o desmoronamento, formando uma película
impermeável denominada “cake”, a qual dispensa o uso de revestimentos.
h. Limpeza (desarenação) da lama
Extrair material solto ou lama com percentual de areia superior à especificação aos limites
estabelecidos nesta Norma. Ver itens J.3.1, J.3.2, J.3.3 do Anexo J e o item 8.2.1.2 da NBR
6122/19.
i. Concretagem:
A técnica de concretagem é submersa e contínua. Utiliza-se tubo tremonha e a
concretagem é executada imediatamente após as operações anteriores, devendo ser feita
até no mínimo 50 cm acima da cota de arrasamento (retirar concreto com impurezas).
j. Armadura:
Para tensões médias atuantes não superiores a 6 MPa e se a estaca não estiver sujeita a
flexão ou tração é necessária apenas a armadura de ligação com o bloco de coroamento
(arranque) com um percentual de 0,4%.Ac e com comprimento mínimo de 4m (incluindo
o trecho de ligação com o bloco). Neste caso a armadura poderá ser colocada após a
concretagem.
Caso seja armada, a armadura deverá ser colocada antes da concretagem e com
espaçadores para garantir a centralização e o recobrimento adequado.
k. Execução:
 Inicia-se cravando-se uma camisa metálica no terreno, com no mínimo 1m (geralmente
2m) de profundidade, para guiar a ferramenta de escavação
 A escavação é feita simultaneamente a colocação do fluido tendo o cuidado do nível do
fluido esteja sempre, no mínimo, 1,5m acima do nível d’água
 Não se deve executar estacas com espaçamento inferior a 5f em intervalo inferior a
12h;
 Pelo menos 1% das estacas (1 em cada 100), e no mínimo, uma por obra, deve ser
exposta abaixo da cota de arrasamento, e se possível, até o nível d’água, para
verificação de sua integridade e qualidade do fuste;
l. Ligação com o Bloco de Coroamento:
Deve ser demolida a parte acima da cota de arrasamento.
m. Concreto:
• Consumo de cimento não inferior a 400kg/m3
• Fator a/c para o C30 ≤ 0,6 e para o C40 ≤ 0,45
• Abatimento entre 22cm e 26cm
• Dimensão do agregado entre 9,5mm e 25mm
• Traço bombeado
• Fck ≥ 30 Mpa aos 28 dias) para CAA I ou II e Fck ≥ 40 Mpa aos 28 dias para CAA III ou
IV.
https://www.youtube.com/watch?v=oa1xFW0taJk Estaca com Fluido Estabilizante (estacão)

https://www.youtube.com/watch?v=dNHF5R6RNKc Estaca com Fluido Estabilizante (estacão)

https://youtu.be/BwJp2Q_HYL4 Estaca com Fluido Estabilizante (estaca barrete)


3.8 Estaca Raiz

Fonte: Estaca raiz - Enbrageo Engenharia Ltda Fonte: www.fundacoesgeobrasil.com.br/servicosraiz.html

3.8.1 Definição segundo item 3.23 da NBR 6122/19


Estaca armada e preenchida com argamassa de cimento e areia, moldada in loco executada por
perfuração rotativa ou rotopercussiva, revestida integralmente, no trecho em solo, por um conjunto de
tubos metálicos recuperáveis

3.8.2 Definição segundo Anexo K da NBR 6122/19


A estaca raiz é uma estaca moldada in loco, em que a perfuração é revestida integralmente, em solo, por
meio de segmentos de tubos metálicos (revestimento) de 1,0 m a 1,5 m, que vão sendo rosqueados à
medida que a perfuração é executada. O revestimento é recuperado.
A estaca raiz é armada em todo o seu comprimento e a perfuração é preenchida por uma argamassa de
cimento e areia.

3.8.3 Em resumo:
a. Características Gerais: São estacas escavadas e moldadas in loco com revestimento integral, em
tubo de aço recuperável.
b. Comprimento mínimo da armadura: integral;
c. Resistência mínima da argamassa 20MPa
d. Coeficiente de minoração da resistência do concreto: gc = 1,6;
e. Perfuração: A perfuração do solo é executada por meio da rotação imposta por uma perfuratriz
rotativa ou rotopercussiva ao revestimento, que desce com o uso de circulação direta de água
injetada com pressão pelo seu interior. Pode-se adicionar polímero, sendo vetado o uso de lama
bentonítica.
f. Limpeza do furo: Após o término da perfuração e antes do início do lançamento da argamassa,
limpa-se internamente o furo através da utilização da composição de lavagem.
g. Colocação da armadura (Integral): Após limpeza procede-se à descida da armadura, que pode
ser montada em feixe ou em gaiola, que é apoiada no fundo do furo. É constituída de área
mínima de 0,4%.Ac (ver Tabela 4 da NBR 6122/19). A armadura (gaiola) deverá ser colocada
antes do preenchimento com argamassa e com espaçadores para garantir a centralização e o
recobrimento adequado.
h. Injeção de preenchimento: O furo é preenchido com argamassa mediante bomba de injeção,
através de um tubo posicionado na ponta da estaca. O preenchimento é feito de baixo para
cima até a expulsão de toda a água de circulação contida no interior do revestimento.
i. Material constitutivo: Argamassa de cimento e areia com as seguintes propriedades:

Consumo de cimento não inferior a 600kg/m3

Fator a/c entre 0,5 e 0,6

Agregado: areia
 Fck ≥ 20 Mpa aos 28 dias
j. Execução:
 A perfuração do solo é executada por meio de perfuratriz rotativa que desce o
revestimento através de rotação com o uso de circulação direta de água injetada no seu
interior.
 Para solos muito duros ou rochosos pode-se usar pre-perfuração por dentro do
revestimento.
 Após a colocação da armadura é feito o preenchimento com argamassa mediante
bomba de injeção, através de um tubo que desce até a ponta da estaca. O
preenchimento é feito de baixo para cima até a expulsão da água contida no interior do
revestimento
 Após o preenchimento retira-se os tubos de revestimento
 Não se deve executar estacas com espaçamento inferior a 5f em intervalo inferior a
12h;
 Pelo menos 1% das estacas (1 em cada 100), e no mínimo, uma por obra, deve ser
exposta abaixo da cota de arrasamento, e se possível, até o nível d’água, para
verificação de sua integridade e qualidade do fuste;
k. Ligação com o Bloco de Coroamento: Deve ser demolida a parte acima da cota de arrasamento.
https://www.youtube.com/watch?v=w5RdTVzNzHo Estaca Raiz
3.9 Estaca Hélice Contínua Monitorada

Fonte: Fonte: https://cm-llamada.es/maquinas/p-230ta/?lang=pt-br


http://www.pretech.com.br/images/servicos/helice-
continua/1.jpg

Fonte:https://www.escolaengenharia.com.br/estaca-helice-continua/

3.9.1 Definição segundo item 3.17 da NBR 6122/19


estaca de concreto moldada in loco, executada mediante a introdução no terreno, por rotação, de um
trado helicoidal contínuo no terreno e injeção de concreto pela própria haste central do trado,
simultaneamente à sua retirada, sendo a armadura introduzida após a concretagem da estaca.

3.9.2 Definição segundo Anexo N da NBR 6122/19


É uma estaca de concreto moldada in loco, executada mediante a introdução no terreno, por rotação,
de um trado helicoidal contínuo de diâmetro constante. A injeção de concreto é feita pela haste central
do trado simultaneamente à sua retirada. A armadura é sempre colocada após a concretagem da estaca.
A execução da estaca é monitorada eletronicamente a partir de sensores instalados na perfuratriz,
registrando-se:
 nivelamento do equipamento e prumo do trado;
 pressão no torque;
 velocidade de avanço do trado;
 rotação do trado;
 cota de ponta do trado;
 pressão de concreto durante a concretagem;
 sobreconsumo de concreto;
 velocidade de extração do trado.

3.9.3 Em resumo:
a) Características Gerais: Estaca de concreto moldada in loco com o uso de uma hélice contínua;
b) Comprimento mínimo da armadura: 4m;
c) Resistência mínima do concreto para classe de agresividade ambiental (CAA) I ou II: f ck,min =
30MPa;
d) Resistência mínima do concreto para classe de agresividade ambiental (CAA) III ou IV: f ck,min =
40MPa;
e) Coeficiente de minoração da resistência do concreto para classe de agresividade ambiental
(CAA) I ou II: gc = 2,7;
f) Coeficiente de minoração da resistência do concreto para classe de agresividade ambiental
(CAA) III ou IV: gc = 3,6;
g) Perfuração: executada mediante a introdução no terreno, por rotação, de um trado helicoidal
contínuo, até a cota prevista em projeto;
h) Concretagem: É feita pela haste central do trado simultaneamente a sua retirada. A haste é
dotada de ponta fechada por uma tampa metálica que se abre pelo peso do concreto, no início
da concretagem. Na etapa de concretagem a monitoração eletrônica deve registrar ao menos a
velocidade de subida do trado, a pressão de injeção do concreto e o volume bombeado. A
concretagem é executada até a superfície do terreno. Se a concretagem da estaca for feita com
o trado girando, este deve girar no sentido da perfuração. Se a Classe de Agressividade
Ambiental (CAA – Ver NBR 6118/14) for I ou II a resistência mínima do concreto é de 30 Mpa, se
for III ou IV é de 40Mpa;
i) Colocação da Armadura: A colocação da armadura em forma de gaiola deve ser feita
imediatamente após a concretagem e limpeza das impurezas do topo da estaca. Sua descida
pode ser auxiliada por peso ou vibrador. A armadura deve ser enrijecida para facilitar a sua
colocação. Os centralizadores, caso utilizados, devem ser colocados aproximadamente 1,0 m do
topo e 1,0 m da ponta da armação. Se a estaca não estiver sujeita a flexão ou tração é colocada
apenas a armadura de arranque, sem função estrutural. A armadura é constituída de área
mínima de 0,4% Ac e comprimento mínimo de 4m (ver Tabela 4 da NBR 6122/19);
j) Execução:
 Não se deve executar estacas com espaçamento inferior a 5f em intervalo inferior a
12h
 Pelo menos 1% das estacas (1 em cada 100), e no mínimo, uma por obra, deve ser
exposta abaixo da cota de arrasamento, e se possível, até o nível d’água, para
verificação de sua integridade e qualidade do fuste;Ligação com o Bloco de
Coroamento: Deve ser demolida a parte acima da cota de arrasamento.
k. Concreto:

Consumo de cimento acima de 400kg/m 3

Abatimento (slump test): entre 22cm e 26cm

Fator agua cimento para C30: ≤ 0,6 e para C40: ≤ 0,45
 Agregado: Areia e Pedrisco
 Traço tipo bombeado
 Fck ≥ 20 Mpa aos 28 dias
https://www.youtube.com/watch?v=gjImHE_UgfI - Estaca Hélice Contínua

3.10 Estaca Trado Vazado Segmentado (Hollow Auger)

Fonte:
http://www.otimaconcreto.com.br/esta
cas.html

Fonte: Fonte:
https://www.engeconfundacoes.com.br/image http://www.otimaconcreto.com.br/esta
ns/informacoes/estaca-escavada-tipo-helice- cas.html
continua-01.jpg

3.10.1 Definição segundo item 3.25 da NBR 6122/19


Estaca moldada in loco executada mediante a introdução no terreno, por rotação, de um trado
helicoidal constituído por segmentos de pequeno comprimento (aproximadamente 1,0 m), rosqueados,
e injeção de argamassa pela própria haste central do trado, simultaneamente à sua retirada
3.10.2 Definição segundo Anexo L da NBR 6122/19

Estaca moldada in loco, executada mediante a introdução no terreno, por rotação, de segmentos de
tubos metálicos rosqueáveis, recuperáveis, dotados de hélice dupla nas laterais com comprimento de
1,0 m a 1,5 m e injeção de argamassa pela própria haste central do trado simultaneamente à sua
retirada. Também conhecida como estaca “hollow-auger”

3.10.3 Em resumo:

a. Características Gerais: São estacas escavadas e moldadas in loco.


b. Comprimento mínimo da armadura: integral;
c. Resistência mínima do concreto: 20MPa;
d. Coeficiente de minoração da resistência do concreto: gc = 1,8;
e. Perfuração:
A introdução do trado se dá de forma contínua, por rotação. O trado é dotado de uma tampa na
sua extremidade inferior para evitar a entrada de solo ou água na haste tubular central.
f. Colocação da armadura (Integral):
Após o término da perfuração, atingida a cota de apoio e antes do início do lançamento da
argamassa, procede-se à descida da armadura no interior da haste central do trado. A armadura
pode ser montada em feixe ou em gaiola.. É constituída de área mínima de 0,4%.Ac (ver Tabela 4
da NBR 6122/19).
g. Injeção de preenchimento:
Após a colocação da armadura é introduzido pelo interior da tubulação um tubo de PVC, de
material virgem não reciclado ou metálico, que segue até o final da perfuração, iniciando-se o
preenchimento de argamassa de baixo para cima até completar todo o fuste da estaca.
Uma vez que todo o fuste da estaca esteja completo, o conjunto de tubos é levantado cerca de
15 cm e com o auxílio de haste metálica se procede a abertura da tampa da tubulação.
h. Retirada do trado:
Após o preenchimento integral da haste central, inicia-se a extração do primeiro segmento do
trado com o emprego de perfuratriz, aplicando-se pressão de 100 kPa a partir do segundo tubo
e a cada dois tubos, complementando-se o volume de argamassa por gravidade, sempre que
houver necessidade, repetindo-se a operação até a retirada completa da tubulação.
i. Material constitutivo:
Argamassa de cimento e areia com as seguintes propriedades:

Consumo de cimento não inferior a 600kg/m3

Fator a/c entre 0,5 e 0,6

Agregado: areia
 Fck ≥ 20 Mpa aos 28 dias
 Não se deve executar estacas com espaçamento inferior a 5f em intervalo inferior a
12h;
 Pelo menos 1% das estacas (1 em cada 100), e no mínimo, uma por obra, deve ser
exposta abaixo da cota de arrasamento, e se possível, até o nível d’água, para
verificação de sua integridade e qualidade do fuste;
j. Ligação com o Bloco de Coroamento:
Deve ser demolida a parte acima da cota de arrasamento. A seção resultante deve ser plana e
perpendicular ao eixo da estaca e a operação de demolição deve ser executada de modo a não
causar danos.
https://youtu.be/Bi2niAvc9fw Estaca segmentada

3.11 Microestacas ou estacas injetadas

Fonte:http://civil.fe.up.pt/pub/apoio/ano5/seminario/trabalhos/RRF____DESACTIVADO_POR_ALVARO_AZEVEDO/Trabalho/Solucoes/
Profundas/Rep%20por%20Ref.%20Prof/Eatrav%20fun/Prob_estacas/figuras_158_a_160.htm

3.11.1 Definição segundo item 3.32 da NBR 6122/19


Estaca moldada in loco, armada, executada por perfuração rotativa ou rotopercussiva e injetada com
calda de cimento por meio de um tubo com válvulas (manchete)

3.11.2 Definição segundo Anexo M da NBR 6122/19


A microestaca é uma estaca moldada in loco, executada através de perfuração rotativa com tubos
metálicos (revestimento) ou rotopercussiva por dentro dos tubos, no caso de matacão ou rocha. Esta
estaca é armada e injetada com calda de cimento ou argamassa, através de tubo “manchete”, visando
aumentar a resistência do atrito lateral.
Este tipo de estaca comporta duas variantes com relação à armadura: na primeira delas introduz-se um
tubo metálico com função estrutural, dotado de manchetes para a injeção e na segunda, a armadura é
constituída de barras (ou gaiola) e a injeção é feita através de um tubo de PVC, de matéria prima virgem
não reciclado, também dotado de manchetes

a) Características Gerais: Estaca moldada in loco, executada através de perfuração rotativa com
tubos metálicos (revestimento) ou rotopercussiva por dentro dos tubos, no caso de matacão ou
rocha;
b) Comprimento mínimo da armadura: integral;
c) Resistência mínima do concreto: 20MPa;
d) Coeficiente de minoração da resistência do concreto: gc = 1,8;
e) Perfuração:
• Em solo é executada por meio de perfuratriz rotativa que desce o revestimento através de
rotação com o uso de circulação direta de água injetada no seu interior. Quando ocorrerem
solos muito duros ou muito compactos, pode-se executar pré-perfuração avançada por
dentro do revestimento.
• Em solos com matacões ou embutimento em rocha deve-se repetir os procedimentos
descritos no item K.3.1, do Anexo K, da NBR 6122/19, até que se atinja matacão ou topo
rochoso. A seguir prossegue-se a perfuração por dentro do revestimento com o emprego de
martelo de fundo ou sonda rotativa. Esta operação, necessária para atravessar o matacão
ou embutir a estaca na rocha causa, usualmente, uma diminuição do diâmetro da estaca
que deve ser considerada no dimensionamento.
f) Colocação da armadura:
Antes da colocação da armadura, limpa-se internamente o furo através de lavagem.
Posteriormente, é descida a armadura constituída de tubo metálico manchetado ou gaiola que é
apoiada no fundo do furo. Quando em gaiola, as barras são montadas com um tubo de PVC
manchetado. As válvulas manchete devem ser espaçadas no máximo 1,0 m
g) Injeção
A calda de cimento é aplicada por meio de bomba de injeção, através de hastes dotadas de
obturadores duplos. A primeira injeção, chamada injeção da bainha ou preenchimento, deve ser
feita a partir da extremidade inferior do tubo e deve preencher o espaço anelar entre o tubo e o
furo. O revestimento é retirado após a injeção da bainha. As injeções posteriores (primária,
secundária etc.) são feitas de baixo para cima em cada manchete, verifcando-se os volumes, as
pressões e critérios de injeção previstos em projeto.
h) Sequência executiva
Não se devem executar estacas com espaçamento inferior a cinco diâmetros em intervalo
inferior a 12 h. Esta distância refere-se à estaca de maior diâmetro.
i) Preparo da cabeça e ligação com o bloco de coroamento
Para ligação da estaca com o bloco de coroamento devem ser observadas a cota de
arrasamento e o comprimento das esperas (arranques) definidos em projeto. O trecho da estaca
acima da cota de arrasamento deve ser demolido. A seção resultante deve ser plana e
perpendicular ao eixo da estaca e a operação de demolição deve ser executada de modo a não
causar danos. Na demolição podem ser utilizados ponteiros ou marteletes leves (potência <
1000 W). O acerto final do topo das estacas demolidas deve ser sempre efetuado com o uso de
ponteiros ou ferramenta de corte apropriada. Caso haja calda de cimento inadequada abaixo da
cota de arrasamento, o trecho deve ser demolido e recomposto. O material a ser utilizado na
recomposição deve apresentar resistência não inferior à da calda de cimento da estaca. No caso
de comprimento de arranque inferior ao de projeto, deve-se executar emenda por traspasse ou
traspasse e solda, conforme a ABNT NBR 6118. Caso necessário, a estaca pode ser demolida e
recomposta para que o comprimento da emenda seja respeitado.
j) Calda de cimento
A calda de cimento a ser utilizada deve ter fck ≥ 20 MPa e deve satisfazer as seguintes
exigências:
a) consumo de cimento não inferior a 600 kg/m3;
b) fator água/cimento entre 0,5 e 0,6.
k) Controle da calda de cimento
A calda de cimento utilizada para a moldagem de corpos de prova deve ser coletada nos
misturadores. Retirar quatro corpos de prova a cada cinco estacas, sendo ensaiados à
compressão simples aos 7 e 28 dias. A água utilizada na calda deve ter as seguintes
características:
a) o pH deve estar entre 7 a 11 e pode ser medido in situ com fitas medidoras ou portáteis;
b) a dureza da água (excesso Ca+/Mg+) entre 0 – 120 ppm.
https://youtu.be/o-XpuQuX7TY – Micro estaca

Anexo O da NBR 6122/2019 – Estaca hélice de deslocamento monitorada (Ômega)


FALTA
Anexo P da NBR 6122/2019 – Estaca hélice monitorada com trado segmentado
FALTA
Anexo Q da NBR 6122/2019 – Estacas cravadas a reação (estacas prensadas ou Mega)
FALTA
https://www.youtube.com/watch?v=cGYH_wrw7ag Estaca Mega Simulação

https://www.youtube.com/watch?v=FGXILgMShQc Estaca Mega Execução


4.0 -DIMENSIONAMENTO DE ESTACAS

4.1 Condições de segurança


A NBR 6122/19, em seus itens 3.30 e 3.31 adota 2 métodos de cálculo para a carga admissível (máxima)
em estacas
a) Método de valores admissíveis
A carga admissível da estaca (P adm - capacidade máxima de carga) é obtida com a divisão da força de
ruptura (Rk) por um fator de segurança global (FS g)

Rk
P adm=
FS g

A carga característica da estaca (Sk ) é obtida por:

(Nk , pil +10 % . Nk , pil) 1,1.Nk ,pil


Sk = nEstacas = n
Estacas

A condição de segurança é obtida por:

S k ≤P adm

onde

Padm = Carga admissível de estacas (carga resistente máxima);

Rk = Força características de ruptura (última);

FSg = Fator de segurança global (FS g) (FSg = 2 - Ver item 6.2.1.2.1 da NBR 6122/19)

Sk = Solicitações características na estaca;

Nk,pil = Solicitações características no pilar;

nEstacasl = Número de estacas que recebe as solicitações do pilar;

b) Método de valores de cálculo

Método em que as forças ou tensões características de ruptura (R k) são divididas pelo coeficiente de
ponderação das resistências (gm). As solicitações características são multiplicadas pelos coeficientes de
ponderação (gf), e a condição de verificação da segurança é:

Rd = Rk/γm

γm = 1,4 (ver item 6.2.1.2.1 da NBR 6122/19)

Sd =γf . Sk

γf = 1,4 (ver item 6.2.1.2.1 da NBR 6122/19)

Sd ≤ Rd
onde

Rd = Força resistente de cálculo para estacas;

Sd = Solicitações de cálculo;

γf = Coeficiente de ponderação dos valores característicos das solicitações (majora as ações);

γm = Coeficiente de ponderação dos valores característicos das resistências (minora as resistências):


tensão de ruptura sob bases de tubulões, ou carga de ruptura de estaca.

Na realidade, considerados o valor do coeficiente de majoração das ações, γ f = 1,4; o valor do coeficiente
de minoração da resistência, γm = 1,4, obtêm-se praticamente os mesmos resultados, visto que γf x γm =
1,96, valor próximo do adotado para FSg = 2

Rk Rk Rk Rk
S d≤Rd → γ f . S k≤ γ m → S k≤ γ f γ m → S k≤ → Sk ≤
1,4 x 1,4 1,96

4.2 Força características de ruptura ( Rk ) = Capacidade de carga da estaca (Qu);


Como, até aqui, adotei as nomenclaturas da NBR 6122/19, e, para encontrar a carga característica de
ruptura de uma estaca ( Rk ), usaremos 2 métodos semi-empíricos, bastante utilizados, quando não se
dispões dados mais exatos, usaremos uma outra nomenclatura para a força característica, que será
denominada de capacidade de carga da estaca (Qu), sendo as duas denominações, Rk e Qu, a mesma
coisa.
Parâmetro "α" (Décourt, 1996) Parâmetro "β" (Décourt, 1996)
Solos Solos
Estaca Argilas Areias Estaca Argilas Areias
intermediários intermediários
Cravada 1,00 1,00 1,00 Cravada 1,00 1,00 1,00
Escavada em geral 0,85 0,60 0,50 Escavada em geral 0,80 0,65 0,50
Escavada com lama bentonítica 0,85 0,60 0,50 Escavada com lama bentonítica 0,90 0,75 0,60
Hélice contínua 0,30 0,30 0,30 Hélice contínua 1,00 1,00 1,00
Raiz 0,85 0,60 0,50 Raiz 1,50 1,50 1,50
Injetadas (alta pressão) 1,00 1,00 1,00 Injetadas (alta pressão) 3,00 3,00 3,00

Parâmentros do método
Tipo de solo K
Argila 120
Silte argiloso 200
Silte arenoso 250
Areia 400

N = (N(P-1)+N(P)+N(P+1))/3

Condição de segurança é obtida por:

S k ≤P adm

Rk Qu
P adm = =
FS g 2

O Método Decourt-Quaresma recomenda que pegue para P adm, o menor dos valores, entre:

{
Qu (Q P +Q L )
Padm = =
2 2
S k ≤ menor de
QP Q
Padm = + L
4 1,3
Valores de N > 50 => consedera N = 50 golpes Desconsidera o N (Nº de SPT) usado para o cálculo
da capacidade de carga da ponta, no cálculo da
Parâmentros
capacidade de carga do fuste
K
Tipo de solo α (%)
(KN/m2)
Areia 1.000 1,4%
Areia argilosa 600 3,0%
Areia argilo-siltosa 500 2,8%
Areia silto-argilosa 700 2,4% Tipo de E staca F1 F2
Areia siltosa 800 2,0% Escavada com lama bentonítica 3,5 4,5
Argila 200 6,0% Escavada grande diâmetro 3,5 7,0
Argila arenosa 350 2,4% Escavada pequeno diâmetro 3,0 6,0
Argila areno-siltosa 300 2,8% Franki - fuste apiloado 2,3 3,0
Argila silto-arenosa 330 3,0% Franki - fuste vibrado 2,3 3,2
Argila siltosa 220 4,0% Hélice contínua 3,0 3,8
Silte 400 3,0% Metálica 1,8 3,5
Silte areno-argiloso 450 2,8% Pré-moldada cravada 2,5 3,5
Silte arenoso 550 2,2% Pré-moldada prensada 1,2 2,3
Silte argilo-arenoso 250 3,0% Raiz 2,2 2,4
Silte argiloso 230 3,4% Strauss 4,2 3,9

Condição de segurança é obtida por:


Qu (Q P +Q L )
S k ≤P adm => Sk ≤ =
2 2

4.3 Verificação da necessidade de armadura de compressão complementar

{
γ f . Sk σ d ≤ σ d, lim . → não necessita armar (apenas arm. mínima)
S d≤Rd → σ d = ≤ σ d , lim . → se
A Estaca
σ d > σ d , lim . → há a necessidade de armar

onde:
1,1. Nk, pil
Sk =
nEstacas

A tabela 4 da NBR 6122/19, transcrita, com alterações, abaixo, indica:


• Tensões limites que não sendo atingidas dispensa a necessidade de armar a estaca sujeita apena
a compressão simples (força normal de compressão);
• Tensões máximas permitidas para o dimensionamento da estaca.

Existindo a necessidade de armar σ d > σ d , lim . deve-se proceder da seguinte forma:

R 'L= β .qL . AL (método Dcourt-Quaresma)

Observa-se que o valor de L a deve ser obtido por tentativas, visto que o valor de R’ L também depende
de La

Armadura
Nd=Fs +F c => Nd=A s . σ sd + Ac . σ cd => Ac=Acomprimida =Aestaca =AE

{
f yk / γ s f ck
σ sd=menor de => σ cd = γ c
0,2 % Es
f ck
Nd − A E . γ c
As = σ sd ≥ A s, min

A tabela 6, da NBR 6122/19, transcrita, com alterações, abaixo, indica:


• Tensões máximas para que não seja necessária a prova de carga, desde que não tenha atingido
certo número de estacas, estabelecido pela norma.

EXERCÍCIO PARA ENTREGAR (VALENDO PONTOS PARA 2ª AP) (EQUIPE DE NO MÁXIMO 3 PESSOAS)

Em um pilar de Edifício, com carga de serviço igual a 421,8 kN foram utilizadas estacas com diâmetro de
30 cm. O perfil de sondagem tipo SPT do solo encontra-se na figura abaixo. Considerando que a cota de
arrasamento das estacas está a 1m de profundidade (em relação ao nível do terreno) e a cota da ponta
da estaca está a 8m de profundidade (em relação ao nível do terreno) , encontre:

a) Número de estacas se adotadas do tipo Strauss;

b) Número de estacas se adotadas do tipo Raiz;

c) verificar, nos dois casos, se há necessidade de armadura de compressão complementar (alem das
armaduras mínimas consideradas). Havendo necessidade, encontrar o comprimento de colocação estas
armaduras.

Utilize os métodos de Decourt-Quaresma (DQ) e Aoki-Veloso (AV) para a verificação e adote o que
apresentar valores mais desfavoráveis.
Resposta do Item a) e item c) – Estaca Strauss
Carga de ruptura (Rk = Qu) – Método Decout -Quaresma
Q u = QP + Q L
Q p = α .qp . A p Q L = β . qL . A L
qp = K. N Nm
qL = 10.( + 1) (kN /m2)
3
Np−1 + Np + Np +1
N = ΣN
3 Nm =
2
L
D estaca
Ap = π . AL = π .D. L
4
N7 m = 25 N1m = 2 ; N2 m = 3; N3 m = 8 ; N4 m = 15 ;

N8 m = 22 N5m = 10 ; N6m = 18 ; N7m = 25 ; N8 m = 22;

N9 m = 28 Como N8m já foi considerado para o

25 + 22 + 28 cálculo da ponta, ele não deve ser


N = = 25
3 usado para o cálculo do fuste";
Solo em 8m→ silte arenoso → Tabela → K = 250 2 + 3 + 8 + 15 + 10 + 18 + 25
Nm =
7
Est. Strauss (escavada)→argila→ Tabela → α =0,85
Nm = 11,57 golpes
qp = 250 x 25 = 6.250 kN/ m2
AL = 3,14 x 0,30 x 7 = 6,60 m2
2
3,14 x 0,30
Ap = =0,071m2 11,57
4 qL = 10.( + 1) =48,57 kN/ m2
3
Q p = 0,85x 6.250 x 0,071=377,19 kN
Strauss (escavada)→solos int. → Tabela → β =0,65
Q L = 0,65 x 48,57 x 6,60=208,37kN

Q u = 377,19 + 208,37 = 585,56 kN


Carga de ruptura (Rk = Qu) – Método Aoki - Veloso
Q u = QP + Q L
K.N Q L = β . qL . A L
Qp = . Ap
F1
α . K. Nm
Np−1 + Np + Np +1 QL = Σ . AL
N = F2
3
considerando que o perímetro da estaca (u) é
D2
Ap = π . estaca constante:
4
N7 m = 25 α .K . Nm
Q L = u. Σ . ΔL
F2
N8 m = 22
onde: +
N9 m = 28
Δ L comprimento da estaca onde está sendo
25 + 22 + 28
N = = 25 adotado os valores de a, K e F2 constantes (mesmo
3
Em 8m→ silte arenoso → Tab. →K=550 kN/ m2 valor)
Est. Strauss → Tabela → F1=4,2 uestaca = u = π . D (para estacas circulares)
3,14 x 0,30 2 considerando que :
Ap = =0,071m2
4
ΣN
550 x 25 Nm = e que o F2 é constante para cada tipo de
Qp = x 0,071=232,44 kN ΔL
4,2
estaca
u
QL = . Σ α . K.(Σ N)
F2
u = 3,14 x 0,30=0,942 m
Estaca Strauss → Tabela → F2=3,9

Trecho h = 1m a h = 3m (h = profundidade)
N1m = 2 ; N2 m = 3

{
Argila siltosa → Tabela → K=220
α =4 %
de h = 3m a h = 8m (h = profundidade)
N3m =8; N4 m=15; N5m=10 ; N6m=18 ; N7 m=25

{
Argila siltoarenosa → Tabela → K=330
α =3%
0,94
3,9 {
QL = x 0,04 x 220 x(3+3) + 0,03 x 330 x (8+15+10+18+25) }
Q L = 194,07 kN

Q u = 232,44 + 194,07 = 426,51 kN


Carga Admissível (PAdm)

{
585,56
=292,78 kN
2
(Decourt−Quaresma) → P adm = menor de
377,19 208,37
+ =254,58
4 1,3
426,51
(Aoki−Velloso) → Padm = =213,26 kN
2
P adm = 213,26kN

Carga na estaca (solicitação característica)


1,1. Nk, pil 1,1x 421,8
Sk = = ≤ Padm
nEstacas nEstacas
1,1 x 421,8
≤ 213,26
nEstacas
1,1 x 421,8
nEstacas ≥ → nEstacas ≥ 2,18
213,26
nEstacas, Adot. = 3

Verificação da necessidade de armadura de compressão complementar


Estaca Strauss → Tabela → σ d , lim .=5.000 kN/ m2
1,1 x 421,8
Sk = =154,66 kN
3
γ f .S k 1,4 x 154,66
σd = ≤ σ d ,lim . → σ d = = 3.050,0 kN/ m2
AEstaca 0,071
σ d = 3.050,0kN /m2 < σ d , lim . = 5.000 kN/ m2(não precisa de armadura complementar )

Resposta do Item b) e item c) – Estaca Raiz


Carga de ruptura (Rk = Qu) – Método Decout -Quaresma
Q u = QP + Q L
Q p = α .qp . A p Solo em 8m→ silte arenoso → Tabela → K = 250
qp = K. N Est. Raiz→argila→ Tabela →α =0,85
Np−1 + Np + Np +1 qp = 250 x 25 = 6.250 kN/ m2
N =
3
3,14 x 0,30 2
D 2 Ap = =0,071m2
estaca 4
Ap = π .
4
Q p = 0,85 x 6.250 x 0,071=377,19 kN
N7 m = 25
N8 m = 22
N9 m = 28
Q L = β . qL . A L
25 + 22 + 28
N = = 25
3
Nm 2 + 3 + 8 + 15 + 10 + 18 + 25
qL = 10.( + 1) (kN /m2) Nm =
7
3
ΣN Nm = 11,57 golpes
Nm =
L
AL = 3,14 x 0,30 x 7 = 6,60 m2
AL = π .D. L
11,57
N1m = 2 ; N2 m = 3; N3 m = 8 ; N4 m = 15 ; qL = 10.( + 1) =48,57 kN/ m2
3
N5m = 10 ; N6m = 18 ; N7m = 25 ; N8 m = 22; Raiz→solos intermediários. → Tabela → β =1,50
Como N8m já foi considerado para o Q L = 1,50 x 48,57 x 6,60=480,84 kN
cálculo da ponta, ele não deve ser
usado para o cálculo do fuste";
Q u = 377,19 + 480,84 = 858,03 kN

Carga de ruptura (Rk = Qu) – Método Aoki - Veloso


Q u = QP + Q L
K.N
Qp = . Ap
F1
Q L = β . qL . A L
Np−1 + Np + Np +1
N = α . K. Nm
3 QL = Σ . AL
F2
D 2estaca
Ap = π . considerando que o perímetro da estaca (u) é
4
N7 m = 25 constante:
N8 m = 22 α .K . Nm
Q L = u. Σ . ΔL
F2
N9 m = 28
onde: +
25 + 22 + 28
N = = 25 Δ L comprimento da estaca onde está sendo
3
Em 8m→ silte arenoso → Tab. →K=550 kN/ m2 adotado os valores de a, K e F2 constantes (mesmo
Est. Strauss → Tabela → F1=2,2 valor)
3,14 x 0,30 2 uestaca = u = π . D (para estacas circulares)
Ap = =0,071m2
4
considerando que :
550 x 25
Qp = x 0,071=443,75 kN ΣN
2,2
Nm = e que o F2 é constante para cada tipo de
ΔL
estaca
u
QL = . Σ α . K.(Σ N)
F2
u = 3,14 x 0,30=0,942 m
Estaca Raiz → Tabela → F2=2,4

Trecho h = 1m a h = 3m (h = profundidade)
N1m = 2 ; N2 m = 3

{
Argila siltosa → Tabela → K=220
α =4 %
de h = 3m a h = 8m (h = profundidade)
N3m =8; N4 m=15; N5m=10 ; N6m=18 ; N7 m=25
Argila siltoarenosa → Tabela → K=330
α =3% {
0,94
2,4 {
QL = x 0,04 x 220 x(3+3) + 0,03 x 330 x (8+15+10+18+25) }
Q L = 315,37 kN

Q u = 443,75 + 315,37 = 759,12kN

Carga Admissível (Padm)

{
858,03
=429,02kN
2
(Decourt−Quaresma) → P adm = menor de
377,19 480,84
+ =464,17
4 1,3
759,12
(Aoki−Velloso) → Padm = =379,56 kN
2
P adm = 379,56kN

Carga na estaca (solicitação característica)


1,1. Nk, pil 1,1 x 421,8
Sk = = ≤ Padm
nEstacas nEstacas
1,1 x 421,8
≤ 379,56
nEstacas
1,1 x 421,8
nEstacas ≥ → nEstacas ≥ 1,22
379,56
nEstacas, Adot. = 2(com travamento)

Verificação da necessidade de armadura de compressão complementar


Estaca Raiz → Tabela → Armadura integral

O que pode ser verificado é se as tensões atuantes estão inferiores a resistência a compressão do
concreto
1,1 x 421,8
Sk = =231,99 kN
2
1,4 x 231,99
σd = = 4.574,45kN /m2≤f cd
0,071
fck
fcd = γ c

considerando que o concreto adotado é o C20 (menor valor permitido pela norma), tem-se:
20.000
fcd = =12.500 kN/ m2
1,6
σ d = 4.574,45 kN/ m2 <f cd =12.500 kN/m2 → Concreto suporta as tensões solicitantes
Neste caso, como o concreto suporta as tensões de compressão atuantes, não necessitaria, em teoria,
armar a estaca, logo, basta colocar a armadura mínima prescrita pela norma.

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