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ESTRUTURAS DE

CONCRETO ARMADO II
- AULA 19 -

LAJES MACIÇAS DE CONCRETO ARMADO


DETERMINAÇÃO DA ESPESSURA
Prof.ª Paula Manica Lazzari, Dra.
paula.manica@ufrgs.br

Escola de Engenharia - Departamento de Engenharia Civil - ENG01112


ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO II

DETERMINAÇÃO DA ESPESSURA DAS LAJES

Conforme o item 13.2.4.1 (NBR 6118:2014), nas lajes maciças


de concreto armado devem ser respeitados os seguintes
limites mínimos para a espessura:
a) 7 cm para lajes de cobertura não em balanço;

b) 8 cm para lajes de piso não em balanço;

c) 10 cm para lajes em balanço;

d) 10 cm para lajes que suportem veículos de peso total menor ou


igual a 30 kN;

d) 12 cm para lajes que suportem veículos de peso total maior que


30 kN.

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DETERMINAÇÃO DA ESPESSURA DAS LAJES

No dimensionamento das lajes em balanço, os esforços solicitantes


de cálculo a serem considerados devem ser multiplicados por um
coeficiente adicional γn, de acordo com o indicado na tabela abaixo.

NBR 6118:2014
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DETERMINAÇÃO DA ESPESSURA DAS LAJES

As lajes devem ter uma espessura tal que atendam a verificação


do estado limite de serviço de deformações excessivas.

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ROTEIRO DE CÁLCULO

1) ARBITRAR ESPESSURA:
Arbitrar a espessura da laje como sendo o valor mínimo.
2) COMPOSIÇÃO DE CARGAS:
Fazer a composição de cargas para a laje, determinando os
valores da carga permanente e variável.
a) CARGA PERMANENTE : (kN/m²)
b) CARGA VARIÁVEL: (kN/m²)
3) CARGA DE SERVIÇO (CQP):
Determinar o valor da carga de serviço, correspondente à
combinação quase permanente de serviço - ELS:
pd,ser =  gi,k +  2j qj,k (kN/m²)
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ROTEIRO DE CÁLCULO

4) MÓDULO DE ELASTICIDADE SECANTE DO CONCRETO:

E = 1,2 para basalto e diabásio;


E = 1,0 para granito e gnaisse;
E = 0,9 para calcário;
E = 0,7 para arenito.

(fck em MPa)

f ck
i = 0 ,8 + 0 ,2  1,0 (fck em MPa)
80
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5) VALOR MÉDIO DA RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DO CONCRETO:

(fck em MPa)

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ROTEIRO DE CÁLCULO

6) MOMENTO DE FISSURAÇÃO:
mr é o momento de fissuração da laje, calculado por:

mr = 0,25 fctm b h2 (kN.cm/m)


(fctm em kN/cm², b e h em cm)

7) MOMENTO DE SERVIÇO:
a) LAJE ARMADA EM UMA DIREÇÃO
TABELA Regime elástico (momento no vão - mv)

B) LAJE ARMADA EM DUAS DIREÇÕES


TABELA: a/b 𝛼 ma = 𝛼 pd,ser L2 (kN.m/m)
(Pd,ser em kN/m² e L em m)
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Tabela – Laje armada em uma direção – momento no vão (regime elástico)
Tabela – Valores de a para
lajes armadas em duas
direções (regime elástico)

Vão “a”
Maior entre
ma e mb

Carga de
serviço
(Etapa 3)
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ROTEIRO DE CÁLCULO

7) MOMENTO DE SERVIÇO:

se ma  mr (seção não está fissurada) → Ieq = Ic


se ma > mr (seção está fissurada) → Ieq = 0,30 Ic

Ic é o momento de inércia da seção bruta de concreto;

ma é o momento fletor na seção crítica: momento máximo no


vão para lajes biapoiadas ou contínuas e momento no apoio
para lajes em balanço, para a combinação quase permanente
de serviço.

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8) MOMENTO DE INÉRCIA EQUIVALENTE:

Ieq = Ic = b h3/12 (cm4)

9) FLECHA DE CURTA DURAÇÃO:

(cm) (Pd,ser em kN/cm², L em cm, Ieq em cm4,


Ecs em kN/cm²)

onde:
k – é um coeficiente que depende da vinculação e da
relação entre os vãos da laje (tabelas seguintes);
L - é o vão menor da laje.
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ROTEIRO DE CÁLCULO

10) FLECHA DE LONGA DURAÇÃO:


Calcular a flecha de longa duração, levando em conta as
deformações por fluência do concreto:

f(t=) = (1+f) . f(t=0)

Considerando, que as lajes não têm armadura de compressão


e, a favor da segurança, tomando-se t =  e t0 = 1 mês, tem-se:

 f =  = (t = ) − ( t 0 = 1mês) = 2 - 0,68 = 1,32

f(t=) = (1+f) . f(t=0) = 2,32 x f(t=0) (cm)


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ROTEIRO DE CÁLCULO

11) FLECHA ADMISSÍVEL:


Comparar o valor da flecha de longa duração com o valor da
flecha admissível; se a flecha de longa duração for superior à
flecha admissível, deve-se incrementar a espessura da laje em
1 cm e voltar ao passo 2; em caso contrário, adota-se a
espessura corrente para a laje.

fadm = L/250 (cm)


(L em cm)

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EXEMPLO

A laje, da figura abaixo, corresponde a um dormitório e apresenta


revestimento de piso de 5 cm na face superior e reboco de 1 cm de
espessura na face inferior. A laje será executada para um concreto
C20.
b=5m

a=4m

- arbitra-se, inicialmente, que a espessura h=8 cm (valor mínimo);


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CARGAS NAS LAJES

Para edifícios residenciais, os valores mais usuais de cargas permanentes


são:

• peso específico do concreto armado: 25 kN/m3


• peso específico do concreto simples: 24 kN/m3

• peso específico de enchimento de lajes rebaixadas:


➢ entulho de obra (caliça): 15 kN/m3
➢ argila expandida: 6 kN/m3

• revestimento de pisos de edifícios residenciais:


➢ 5 cm: 1,0 kN/m2
➢ 7 cm: 1,4 kN/m2

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CARGAS NAS LAJES

Para edifícios residenciais, os valores mais usuais de cargas permanentes


são:

• reboco (1 cm) = 0,2 kN/m2

• Forro:

➢ forro de gesso acartonado, inclui estrutura de suporte: 0,25 kN/m2


➢ forro de gesso em placas, inclui estrutura de suporte: 0,15 kN/m2
➢ forro de PVC, placas de alumínio ou fibra mineral, inclui estrutura de
suporte = 0,10 kN/m2

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CARGAS NAS LAJES

Para edifícios residenciais, os valores mais usuais de cargas variáveis são:

• carga variável em salas, dormitórios, cozinhas, banheiros = 1,5 kN/m2


• carga variável em despensa, lavanderia, área de serviço = 2,0 kN/m2

• carga variável em corredores:


➢ dentro das unidades autônomas: 1,5 kN/m2
➢ de uso comum: 3 kN/m2

• carga variável em escadas:


➢ dentro das unidades autônomas: 2,5 kN/m2
➢ de uso comum: 3 kN/m2

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CARGAS NAS LAJES

Para edifícios residenciais, os valores mais usuais de cargas variáveis


são:

• carga variável em balcões, sacadas, varandas e terraços: 2,5 kN/m2

• nas bordas livres de sacadas com guarda-corpo, prever carga variável de


2 kN/m (vertical), além do peso próprio do guarda-corpo, e de 1 kN/m
(horizontal), atuando a 1,1 m acima do piso acabado.

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Tabela – Valores de a para
lajes armadas em duas
direções (regime elástico)

m =  p l2
Tabela – Valores de k para
lajes armadas em duas
direções
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

- NBR 6118/14 - Projeto de estruturas de concreto - Procedimento


- NBR 7480/08 - Aço destinado a armaduras para estruturas de concreto armado -
Especificação
- NBR 8681 - Ações e segurança nas estruturas
- Montoya, Meseguer e Morán : Hormigón Armado
- Leonhardt e Mönning : Construções de Concreto vol. 1 a 6 - Interciências
- Péricles B. Fusco : Estruturas de Concreto, solicitações normais
- Péricles B. Fusco – Técnica de armar as estruturas de concreto
- Américo Campos Filho – Apostila Lajes. Disponível em:
https://chasqueweb.ufrgs.br/~americo/eng01112/lajes.pdf
- José Milton de Araújo – Curso de Concreto Armado vol. 1 a 4
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