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EM CONCRETO
UNIDADE II
SOLICITAÇÕES EM PONTES E VIADUTOS
Elaboração
Igor Brumano Coelho Amaral
Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
SUMÁRIO
UNIDADE II
SOLICITAÇÕES EM PONTES E VIADUTOS..................................................................................................................................... 5
CAPÍTULO 1
CARREGAMENTOS EM PONTES E VIADUTOS..................................................................................................................... 6
CAPÍTULO 2
LINHA DE INFLUÊNCIA............................................................................................................................................................. 12
CAPÍTULO 3
ENVOLTÓRIA DE SOLICITAÇÕES DE SERVIÇO................................................................................................................. 16
REFERÊNCIAS................................................................................................................................................21
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SOLICITAÇÕES EM PONTES
E VIADUTOS
UNIDADE II
Nesta unidade serão apresentadas as solicitações que ocorrem nas pontes e viadutos.
Existem solicitações permanentes, que ocorrem mesmo que não haja fluxo de veículos
no momento, como o peso próprio da estrutura, e solicitações de serviço, devido ao
movimento das cargas de veículos e pedestres.
Outras cargas que atuam na estrutura e devem ser consideradas no cálculo são as ações
produzidas pelos elementos naturais, como o vento, água e terra.
No primeiro capítulo você conhecerá mais a fundo esses diversos tipos de carregamentos
aos quais uma ponte é submetida, aprendendo a calculá-los para utilizá-los posteriormente
no dimensionamento da estrutura.
Objetivos da unidade
» Conhecer os tipos de carregamento a que uma estrutura é submetida.
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Capítulo 1
CARREGAMENTOS EM PONTES E VIADUTOS
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Solicitações em pontes e viadutos | UNIDADE II
O empuxo de terra na estrutura é devido à ação dos aterros de acesso às pontes nos
encontros e nos deslocamentos das fundações. Essa solicitação deve ser determinada
de acordo com a mecânica dos solos, mas para pequenas obras podemos supor o solo
como sem coesão e atrito com a estrutura, desde que esteja em favor da segurança. O
peso específico do solo úmido deve ser considerado, no mínimo, 18 kN/m³ e o ângulo
de atrito, no máximo, 30°.
» cargas móveis;
» variações de temperatura.
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UNIDADE II | Solicitações em pontes e viadutos
Onde é realizada a ponderação da carga das rodas do veículo tipo (P) com os coeficientes
de impacto vertical (CIV), do número de faixas (CNF) e de impacto adicional (CIA).
CNF 1 0, 05 n 2 0, 9
Esse coeficiente é usado para majorar as cargas na região das juntas estruturais e
extremidades. Todos os elementos distantes horizontalmente de menos de 5,0 m
das juntas devem ser dimensionados utilizando esse coeficiente.
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Solicitações em pontes e viadutos | UNIDADE II
A carga móvel rodoviária padrão TB-450 é definida por um veículo tipo de seis rodas
(P = 75 kN) distribuídas em três eixos afastados entre si em 1,5 m, totalizando 450
kN, e área de ocupação de 18 m². Esse veículo é circundado por uma carga constante
uniformemente distribuída p = 5,0 kN/m² (Figura 16).
p p p p
1,5 m 1,5 m 1,5 m 1,5 m 1,5 m 3,0 m 1,5 m
P P P P P
0,5 m 0,5 m
0,5 m 0,5 m
6,0 m 6,0 m
Em obras menores, como em estradas vicinais municipais com uma única faixa ou
em obras particulares, a carga móvel rodoviária padrão pode ser, no mínimo, do tipo
TB-240, veículo tipo de seis rodas (P = 40 kN), totalizando 240 kN. A carga constante
uniformemente distribuída ao redor do veículo deve ser p = 4,0 kN/m². Algumas obras
podem ainda ser dimensionadas com o veículo tipo TB-120, conforme a Figura 16.
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Figura 17. Disposição das cargas móveis no tabuleiro em vista transversal e longitudinal.
Posicionamento transversal
P P
p
q q
Posicionamento longitudinal
p P P p
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Solicitações em pontes e viadutos | UNIDADE II
45°
Por isso, devemos considerar um coeficiente de impacto (φ) que irá majorar as cargas
móveis e considerar uma aplicação estática. Nas pontes rodoviárias o coeficiente de
impacto é 1,35 para vãos menores que 10,0 m ou dado em função do comprimento do
vão livre (L) em metros (Equação 12):
20
1 1, 06
L 50 [12]
Para vãos desiguais, consideramos L a média aritmética entre os vãos, desde que o
menor vão seja igual ou superior a 70% do maior vão. Para vigas em balanço, L é igual
a duas vezes o comprimento do balanço. Para o cálculo de empuxo de terra, fundações
e passeios, consideramos φ igual a 1,0.
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Capítulo 2
LINHA DE INFLUÊNCIA
Vamos supor um esquema de viga biapoiada percorrida por uma carga P ao longo do eixo
x, conforme a Figura 19. Queremos encontrar a linha de influência do esforço cortante
na seção S, localizada a 2/3 da distância entre o apoio A e o apoio B, para isso vamos
imaginar duas situações: uma quando a carga P está à esquerda de S (Figura 19a) e outra
quando P está à direita de S (Figura 19b).
a) Carga à esquerda de S P
x l-x
S
A B
𝑙𝑙 − 𝑥𝑥 𝑥𝑥
𝑃𝑃. 𝑎𝑎 𝑃𝑃.
𝑙𝑙 𝑙𝑙
b) Carga à direita de S
P
x l–x
x
VS
l [14]
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− 𝑎𝑎ൗ𝑙𝑙
-1
lx
VS P.
l [15]
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UNIDADE II | Solicitações em pontes e viadutos
𝑙𝑙 − 𝑎𝑎ൗ
𝑙𝑙
Logo, a linha de influência do esforço cortante na seção S é dado pela junção dos dois
diagramas, conforme a Figura 22.
Para o caso da linha de influência do momento fletor, temos as mesmas duas situações
da Figura 19. Mas, para o caso do momento fletor em S, independentemente se a carga
P se encontra à esquerda ou à direita de S, é dado pela Equação 16:
lx P.a. l x
M S P. .a P. a x P.a P.x
l l [16]
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Solicitações em pontes e viadutos | UNIDADE II
S
Conversão de sinais
+ S +
𝑎𝑎(𝑙𝑙 − 𝑎𝑎)
𝑙𝑙
Existem ainda processos mais complexos para determinação das linhas de influência,
como no caso de estruturas hiperestáticas, pórticos, arcos, etc. Mas, para isso, conhecendo
a teoria, temos alguns softwares à nossa disposição para determinar seus traçados.
x
VS Q.
l [17]
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Capítulo 3
ENVOLTÓRIA DE SOLICITAÇÕES DE SERVIÇO
-1
+1 L.I.QS
L.I.QS
-1
−(𝑙𝑙 − 𝑥𝑥)
L.I.MS
45° L.I.MS
10°
𝑙𝑙 − 𝑥𝑥
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Vamos supor dois carregamentos atuando sobre a viga biapoiada mostrada na Figura
25: o primeiro deles é uma carga distribuída permanente que atua ao longo de toda a
viga, de valor q (kN/m); o segundo carregamento trata-se de uma carga móvel vertical
para baixo, de valor P (kN).
A a a a a B
C D C’
Vamos analisar as envoltórias de esforços cortantes e momento fletor para essa viga.
Para tanto, dividimos a viga em quatro partes iguais de comprimentos equivalentes a
a . Vamos primeiro analisar a envoltória do carregamento permanente.
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UNIDADE II | Solicitações em pontes e viadutos
Na Posição A, a reação de apoio A será igual à força P posicionada sobre o apoio, enquanto
a reação de apoio em B será nula, assim, teremos a linha de influência conforme a Figura
27. Além disso, por se tratar de uma viga biapoiada, o momento fletor em A é igual a zero.
L.I.QA
Como vimos, o esforço solicitante em um ponto é igual à carga atuante sobre ele
multiplicado pela ordenada da linha de influência, logo:
QAMÁX
P.1 P
QAMÁX
P.0 0
MA = 0
a) b)
𝑙𝑙 − 𝑎𝑎ൗ𝑙𝑙 +0,75
L.I.QC L.I.QC
𝑥𝑥 -0,25
−
𝑙𝑙
L.I.MC L.I.MC
𝑎𝑎(𝑙𝑙 − 𝑎𝑎) 3. 𝑙𝑙
𝑙𝑙 16
QCMÁX
0, 25.P
3.l 3.P.l
M CMÁX
.P
16 16
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Por fim, temos a Posição D, da qual temos as linhas de influências conforme a Figura
29. Na Figura 29, de a) para b) foi apenas realizada a substituição= .a l .
x 2=
2
a) b)
𝑙𝑙 − 𝑎𝑎ൗ𝑙𝑙 +0,50
L.I.QD
L.I.QD
𝑥𝑥
− -0,50
𝑙𝑙
L.I.MD L.I.MD
𝑎𝑎(𝑙𝑙 − 𝑎𝑎) 𝑙𝑙
𝑙𝑙 4
QDMÁX
0, 50.P
P.l
M DMÁX
4
As envoltórias são, por fim, obtidas por meio da soma dos valores máximos e mínimos
dos esforços calculados nas seções transversais pre-definidas ao longo da estrutura.
Veja na Tabela 2 e Figura 30 a envoltória obtida pela soma dos momentos máximos e
na Tabela 3 e Figura 31, a envoltória da soma dos esforços cortantes nas seções da viga.
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A C D C’ B
𝑔𝑔. 𝑙𝑙
+ 𝑃𝑃 𝑔𝑔. 𝑙𝑙
2 + + 0,75𝑃𝑃
4
𝑔𝑔. 𝑙𝑙 𝑔𝑔. 𝑙𝑙
− + 0,25𝑃𝑃
2 +0,50𝑃𝑃 4
A D C’ B
C
−0,50𝑃𝑃 𝑔𝑔. 𝑙𝑙
𝑔𝑔. 𝑙𝑙 −
+ − 0,25𝑃𝑃 2
4
𝑔𝑔. 𝑙𝑙 𝑔𝑔. 𝑙𝑙
− − 0,75𝑃𝑃 − − 𝑃𝑃
4 2
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REFERÊNCIAS
ARAUJO, Jose Milton de. Análise de barragens de gravidade de concreto considerando a fase
construtiva e a interação dinâmica barragem-reservatório-fundação. Tese (doutorado) –
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre. 180 p. 1995.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6120: Ações para o cálculo de estruturas
de edificações. Rio de Janeiro, 2019.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8681: Ações e segurança nas estruturas.
Rio de Janeiro, 2003.
DA CRUZ, Paulo Teixeira. 100 barragens brasileiras: casos históricos, materiais de construção,
projeto. Oficina de Textos, 1996.
GARCEZ, Lucas Nogueira. Construções hidráulicas. São Paulo: Edgard Blucher, 1962. 2v.
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Referências
PFEIL, Walter. Pontes em concreto armado. 3. ed. LTC – Livros Técnicos e Científicos Editora S.A.,
Rio de Janeiro, 1985. 225p.
PINHEIRO, Libânio M. Tabelas de lajes. Universidade de São Paulo – Escola de Engenharia de São
Carlos. São Carlos, 2007. Disponível em: https://joaoluisfeis.webnode.com.br/_files/200000052-
9ac369bbf8/tabelas-lajes.pdf. Acesso em 3 jul. 2020.
RIBEIRO, Paulo Marcelo Vieira. Uma metodologia analítica para a avaliação do campo de
tensões em barragens de concreto durante terremotos. Dissertação (mestrado) – Universidade
de Brasília. 162 f. 2006.
SUSSEKIND, Jose Carlos; SUSSEKIND, José Carlos. Curso de Análise Estrutural 1 – estruturas
isostáticas. Editora Globo, 1980.
VITÓRIO, José Afonso Pereira. Pontes rodoviárias: fundamentos, conservação e gestão. CREA-
PE, Recife, 2002. 140p.
Referências de Figuras
Figura 2 (imagens). Disponíveis em:
http://portal.iphan.gov.br/uploads/ckfinder/images/Diversas/MG_Diamantina/8_Diamantina_Robson_
Almeida__DSC00297.jpg
http://portal.iphan.gov.br/uploads/ckfinder/images/Diversas/MG_Sao_Joao_del_Rei/mg_sao_joao_
del_rei_antigo_grande_hotel_web.jpg
https://cimages1.touristlink.com/repository/SA/ND/C3/B6/BR/ID/G/sand-bridge-c-3-b-6-_-sweden.jpg
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