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Pontes

# Carregamentos das Pontes


Elaborado por:
Danilo Mapa

Setembro de 2023
• O QUE DIFERE AS PONTES DAS OUTRAS ESTRUTURAS
NO CAMPO DA ENGENHARIA ESTRUTURAL?

1. CARREGAMENTO

Edifícios Residenciais: cargas permanentes (80 %)


cargas acidentais (20 %)
Pontes: cargas permanentes  cargas acidentais

2. GRAU DE HIPERESTATICIDADE

Edifícios Residenciais: grande hiperestaticidade


Pontes: pequena hiperestaticidade
RESISTÊNCIA E ESTABILIDADE

Avaliar as deformações
e verificar: d < dadm

Determinar as
Conhecer as tensões e verificar:
Determinar as reações
forças atuantes s < sadm
e forças internas
# Tópicos abordados
1. Cargas Permanentes nas Pontes

2. Cargas Móveis

2.1 Classificação das pontes rodoviárias


2.2 Classificação das pontes ferroviárias
2.3 Efeito dinâmico das cargas móveis

3. Forças Adicionais

3.1 Ação do vento


3.2 Esforços longitudinais
3.3 Pressão da água em movimento
3.4 Empuxo de terra / água
3.5 Força centrífuga
3.6 Impacto lateral
3.7 Guarda-roda e barreira lateral
1. Cargas Permanentes nas Pontes
• São representadas pelo peso próprio dos elementos estruturais e
também dos elementos que estão permanentemente fixos à estrutura da
ponte tais como guarda-corpo, passeio, pavimentação, trilhos, lastro
etc.

PESO PRÓPRIO → Peso específico dos materiais ENCHIMENTOS → materiais colocados nas pontes
 Concreto armado: g = 2,5 tf/m3  Pavimentação : g = 2,4 tf/m3
 Concreto simples: g = 2,4 tf/m3  Guarda-corpo e barreira lateral
 Aço e Aço fundido: g = 7,85 tf/m3
 Lastro ferroviário : g = 1,8 tf/m3
 Dormente e trilhos : 8 kN / m
1. Exercício
Para a ponte de CLASSE 45 abaixo, pede-se:
a. O modelo estrutural de análise indicando a carga permanente (C. perm.: gc = 2,5 tf/m3; gr = 2,0 tf/m3)
1. Modelo Estrutural da Carga Permanente
1. Carga permanente e Diagramas
Reações
de apoio

Diagrama
de Esforço
Cortante

Diagrama
de
Momento
Fletor
2. Cargas Móveis
• São representadas por meio dos veículos que circulam sobre a ponte. As
normas ABNT para carga móvel em ponte são:
• NBR 7188 : 2013 - Carga móvel rodoviária e de pedestres em pontes;
• NBR 7189 : 1985 – Cargas móveis para projeto estrutural de obras ferroviárias.
• Segundo a norma em questão, em pontes rodoviárias, a carga móvel é
constituída por um veículo e por cargas q e q’ uniformemente
distribuídas.
• Estas cargas fictícias levam em consideração a ação de multidão e de
outros veículos mais leves ou mais afastados das zonas que produzem
maiores esforços solicitantes e as cargas nos passeios das pontes.
2.1 Classificação das pontes rodoviárias
• Classe 45: Veículo tipo de 450 kN de peso total. Estradas principais
com mais de 1000 veículos por dia, em movimento.
• Classe 30: Veículo tipo de 300 kN de peso total. Estradas secundárias
com tráfego médio de 500 a 1000 veículos por dia.
• Classe 12: Veículo tipo de 120 kN de peso total. Estradas secundárias
com tráfego menor que 500 veículos por dia.
2.1 Classificação das pontes rodoviárias
2.1 Classificação das pontes rodoviárias
Continuidade da Faixa Principal:

PTotal − q . (3 . 6)
P( reduzido ) =
neixos
Seção transversal – Ponte Classe 45
Distribuição da carga móvel no tabuleiro
2.2 Classificação das pontes ferroviárias
• TB – 360 : Transporte de minério de ferro ou carregamento equivalente;
• TB – 270 : Transporte de carga em geral;
• TB – 170 : Transporte de passageiros em regiões metropolitanas.

Q : carga por eixo;

q e q’ : cargas distribuídas na
via, simulando vagões
carregados e descarregados
respectivamente.
2.3 Efeito dinâmico das cargas móveis
• As cargas móveis são aplicadas bruscamente nas pontes. Além disso, temos
as oscilações provocadas pelos veículos, juntas nos trilhos, excentricidades
nas rodas, irregularidades na pista etc.
• O coeficiente de impacto vertical (ou de amplificação dinâmica) é um fator
que procura levar em conta todos estes fatores que tornam as cargas móveis
em cargas dinâmicas.
• Segundo a NBR 7187:2003 é possível assimilar as cargas móveis a cargas
estáticas através de sua multiplicação pelos coeficientes de impacto:
• Pontes rodoviárias:  = 1, 4 − 0, 007 . L  1
• Pontes ferroviárias: ( )
 = 0, 001. 1600 − 60. L + 2, 25.L  1, 2
2.3 Efeito dinâmico das cargas móveis
Coef. Impacto Rodoviário Coef. Impacto Ferroviário
1,7

1,6
Coeficiente de Impacto Vertical

1,5

1,4

1,3

1,2

1,1

0,9
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
L (metros)
2.3 Efeito dinâmico das cargas móveis
• Vigas contínuas com vãos desiguais
1 = 1,351 2 = 1,344 3 = 1,33  B = 1,365

lmin
 0, 7  m =  ( Lmédio ) =  ( 8,33 m ) = 1,3417
lmax
• Vigas contínuas com vão isostático

1 = 1,33 2 = 1,33  B = 1,372 3 = 1,33


3.1 Ação do Vento
1. Estudos Aerológicos: natureza dos ventos, direções predominantes, velocidades, etc.
2. Estudos Aerodinâmicos: efeitos dinâmicos do vento

A NBR 7187 : 2003 fixa:

1. 150 kgf/m2 : PONTE DESCARREGADA


2. 100 kgf/m2 : PONTE CARREGADA
3. 70 kgf/m2 : PONTE PEDESTRE
4. Valores Experimentais: regiões de ventos violentos

Componente Longitudinal do Ventos (AASHTO):


AASHTO: American Association
of state Highway and
1. VENTO NA SUPERESTRUTURA: 25% Transportation Officials

2. VENTO NA CARGA MÓVEL: 40%


3.1 Ação do Vento
3.1 Ação do Vento
PONTE: Rodoviária
Classe 45; L = 75 m
h(viga) = 2,25 m; h(barreira) = 0,8 m
h(revest.) = 0,1m
h(veíc.) = 2,0 m (Norma)

HIPÓTESES DE CÁLCULO:

1. Ponte DESCARREGADA: p = 0,15 tf/m2 (NORMA)


Ftv = 0,15 x (2,25 + 0,8) x 75 = 34,3 tf
Flv = 0,25 x 34,3 = 8,6 tf

2. Ponte CARREGADA: p = 0,1 tf/m2 (NORMA) Ftv = 34,3 tf


Ficamos com:
Ftv = 0,1 x (2,25 + 0,1 + 2,0) x 75 = 32,6 tf Flv = 10,4 tf
Flv = 0,1 x [ 0,25 x (2,25 + 0,1) + 0,4 x 2,0] x 75 = 10,4 tf
3.2 Esforços Longitudinais
➢ FRENAGEM
➢ ACELERAÇÃO

1. Pontes Rodoviárias
➔ 30% do peso do veículo tipo (Frenagem)
➔ 5% da carga móvel aplicada sobre o tabuleiro (Aceleração)

2. Pontes Ferroviárias
➔ 15% das cargas sobre o tabuleiro (Frenagem)
➔ 25% das cargas dos eixos motores (Aceleração)
3.2 Esforços Longitudinais
Exemplo 1: Rodoviária
Classe 45
Comprimento longitudinal: L
Largura da pista = 8,2 m

1. Força de FRENAGEM (30% do veículo tipo)


Ff = 0,3 x 45 = 13,5 tf

2. Força de ACELERAÇÃO (5% da carga móvel aplicada no tabuleiro)


Fa = 0,05 x (0,5 x 8,2 x L) = 0,205 L tf

Análise:
• Para: L  65,85 m → Ff = Fa
• Para: L < 65,85 m → Ff > Fa

• Para: L > 65,85 m → Ff < Fa


3.3 Pressão da água em movimento
Segundo a norma NBR 7187, a pressão da água em movimento sobre os pilares e
os elementos de fundação pode ser determinada através da expressão:

➢ PRESSÃO DE ÁGUA: p = K v2
onde: v = velocidade (m/s)
K = coeficiente dimensional determinado experimentalmente
p → kgf/m2

K = 72 K = 35 K = 26
3.4 Empuxo de terra / água
A. Expressão Geral: C. Teoria de Rankine:
1 1 2 
Ea = Ka g b h = tg (45 − ) g b h 2
2

2 2 2 • Empuxo ativo: Ka = tg 2 (45 − )
2
Onde: Ea = Empuxo ativo do solo 
Ka = Coeficiente de empuxo ativo • Empuxo passivo: Kp = tg 2 (45 + )
2
 = Ângulo de atrito interno do solo
g = Peso específico do solo
b = Largura da superfície de contato
h = Altura da superfície de contato
3.4 Empuxo de terra / água
3.4 Empuxo de terra / água
3.4 Empuxo de terra / água
1. Calcule o empuxo devido ao aterro e sobrecarga (carga móvel CLASSE 12) na ponte da figura abaixo.
Dados: gsat = 1.9 tf/m3; gágua = 1.0 tf/m3; Ka = tg2 (45 - /2);  = 30o; largura da ponte = 7,5 m.

q=0.4 tf/m² cortina


viga principal
h1=3 m

aterro h2=4 m
n.a p1 p2 p3
h3=4 m

10 15 15
3.5 Força centrífuga
✓ Trechos em Curva
✓ Direção Radial
✓ Intensidade (função do tráfego e raio de curvatura)

1. Pontes Rodoviárias
R  300 m → 7 % do veículo tipo x 

R > 300 m → 2100/R % do veículo tipo x 

2. Pontes Ferroviárias

R  600 m → 8 % Q Bitola
R > 600 m → 4800/R % Q Métrica

R  1000 m → 12 % Q Bitola
R > 1000 m → 12000/R % Q Larga

Obs. Q = peso da carga móvel no trecho considerado;  = Coef. impacto


3.5 Força centrífuga
Exemplo: Ponte Rodoviária
Classe 45
Comprimento longitudinal: L= 40m R  300 m → 7 % do veículo tipo x 
Raio de curvatura = 300 m

Coeficiente de impacto:  = 1,4 - 0,7% . L = 1,12


R > 300 m → 2100/R % do veículo tipo x 

Força CENTRÍFUGA (7 % do veículo tipo x ):

Fc = 7% .  . Q = 0,07 x 1,12 x 45 = 3,53 tf


3.6 Impacto lateral
• É uma força de direção horizontal só considerada nas pontes ferroviárias.
• É devida à folga existente entre o friso da roda e o boleto do trilho e é causada pela
oscilação horizontal do trem. É considerada agindo normalmente ao eixo da via férrea.
• Equivale a 20% do peso do eixo mais pesado do trem tipo considerado.

Tipo Impacto Lateral (F)


TB 360 72 kN
TB 270 54 kN
TB 240 48 kN
TB 170 34 kN
3.7 Guarda-roda e barreira lateral
• Os guarda-rodas e as barreiras laterais (guarda-corpos) são verificados para uma força horizontal
centrada de intensidade 60 kN aplicada em sua aresta superior.
Referências
• PFEIL, W. Pontes em concreto armado. Rio de Janeiro, Livros Técnicos e Científicos
Editora, 1979.
• MARCHETTI, Osvaldemar. Pontes de concreto armado. São Paulo: Editora Blucher,
2008.
• ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7187: Projeto de pontes
de concreto armado e de concreto protendido - Procedimento. Rio de Janeiro, 2003.
• ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7188: Carga móvel
rodoviária e de pedestres em pontes, viadutos, passarelas e outras estruturas. Rio de
Janeiro, 2013.
• ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7189: Cargas móveis
para projeto estrutural de obras ferroviárias. Rio de Janeiro, 1985.

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