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Professor: Guilherme Pereira dos Reis

Atividade 4 Projeto:
Data: 28/09/2023
(Unidade IV) Versão: 01
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Curso: Cálculo Estrutural e Fundações


Disciplina: Projeto de Pontes de Concreto
Aluno: Aguinaldo Amancio Ferreira da Silva

QUESTÃO

Pede-se que envie uma simulação de um trem-tipo atuando em uma viga longarina, calculado
por linhas de influência manualmente ou pelo Ftool. Contendo:
1. Desenhos das seções longitudinais e transversais;
2. Trem-tipo escolhido e cargas posicionadas no tabuleiro;
3. Desenho esquemático do carregamento dos esforços devido à ação variável para uma viga
longarina.

Resolução:

1. Desenho da seção transversal de uma ponte de concreto armado com duas vigas longarinas
com o trem tipo adotado (TB450) com as cargas concentradas (em cada roda) e uniformemente
distribuídas posicionadas no tabuleiro dessa seção.
O desenho abaixo representa um esquema genérico de uma ponte com faixa de pedestre/ciclista,
extraído da NBR 7188 – Carga móvel em ponte rodoviária e passarela de pedestre (carga com
valores característicos) e representa também o modelo de ponte adotado para a realização dessa
atividade.
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CORTE A-A

Para o caso concreto – a ponte eleita para essa atividade -, já resultado dos procedimentos
declinados mais abaixo, o corte AA – seção transversal - da ponte apresenta a seguinte distribuição
de cargas concentradas (cargas majoradas proveniente das rodas – 120 kN) e cargas
uniformemente distribuídas – multidão (8 kN/m - majoradas) e passeio – 3 kN/m):
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Destaque-se que o posicionamento do trem tipo adotado e o das respectivas cargas atuantes no
tabuleiro da ponte observam o disposto na supracitada NBR. Nesse sentido a distância observada,
para a situação mais crítica, de 25 cm entre a roda do veículo e o guarda-rodas, exclusivamente para
efeito de cálculo dos esforços solicitantes na situação mais crítica, implica o avanço da carenagem
do veículo para dentro da faixa de passeio.

Esse desenho foi desenvolvido no Ftool e já preparado para o cálculo das reações Ray1
(proveniente das cargas concentradas) e Ray2 (proveniente das cargas uniformes) com a adoção do
método dos deslocamentos virtuais (somatório dos trabalho é nulo) que implica o uso do processo de
cálculo por semelhança de triângulos. Considerando que trabalho pode ser representado pelo
produto da força reativa pela distância, a distância a ser considerada para o cálculo da reação
corresponde a uma unidade. Dado que os sentidos das forças solicitantes e da força reativa são
contrários, o resultado é negativo.

CORTE B-B
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Esse corte vai ser utilizado para o cálculo das cargas uniformemente distribuídas – cargas
circundantes - que passam fora do trem-tipo (veículo de projeto): carga de multidão (que simula o
tráfego de veículos de pequeno porte -) e carga de passeio.

As cargas são posicionadas de tal modo a dimensionar a estrutura da ponte na situação mais crítica,
então não são consideradas, nessa simulação, as cargas em um dos balanços, conforme figura
acima, não aliviando assim os esforços entre vigas longarinas. A força reativa será representada por
Ray3, valendo as considerações desenvolvidas para o cálculo das reações no parágrafo do corte A-
A.

2. Desenho da seção longitudinal


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Esse é um desenho esquemático da seção longitudinal de uma ponte biapoiada e isostática,


destacando-se, em primeiro plano, uma viga longarina, constituída de um vão central (Lc) e dois
balanços laterais (Lb).
A ponte adotada nesse trabalho apresenta um vão central de 50 m e balanço de 10 m, perfazendo
um total de 70 m de comprimento.

3. Esforços solicitantes devidos às ações variáveis numa longarina com as linhas de influência
decorrentes do momento fletor e do cortante:
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Procedimentos para o cálculos dos esforços solicitantes devidos às ações variáveis

1. As etapas abaixo para o cálculo do trem tipo partem do pressuposto de que a ponte já exista
(cujas características pertinentes estão declinadas abaixo):

a) analisar a geometria da ponte, longitudinal e transversalmente;


b) definir o trem tipo (veículo), suas dimensões e posicionamento no tabuleiro;
c) majorar as cargas do veículo (“P” => Q) e as cargas de multidão (“p” => q) pelos seguintes
coeficientes:
- CIV: coeficiente de impacto vertical => i. para vão menor do que 10 m = 1,35
ii. de 10 até 200 m => CIV= 1 + 1,06 x (20 / (Liv +
50))
iii. vão > 200 m => fazer estudos específicos
- CNF: coeficiente de nº de faixas => CNF = 1 – 0,05 (n – 2);
- CIA: coeficiente de impacto adicional =>i. 1,25 para ponte de concreto ou mista
ii. 1,15 para ponte de aço
- CID: coeficiente de impacto dinâmico =>
i. pontes rodoviárias: ϕ = 1,4 – 0,007.L ≥ 1
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ii. pontes ferroviárias: ϕ = 0,001 (1600 – 60L + 2,25L) ≥ 1,2

d) não majorar as cargas de passeio (“q’”);


e) calcular as reações de apoio nos cortes A-A e B-B. Para esse fim, esse trabalho, será usado o
princípio dos deslocamentos virtuais => ∑Text = 0.
i. corte A-A – passando em cima do eixo das rodas do veículo na transversalmente:
- caso A1 – apenas o peso (“P” => “Q”) das rodas (carga concentrada), gerando a Ray1;
- caso A2 – apenas as cargas circundantes para um metro de ponte (“p” => “q” e “p’” =>
“q’”) – uniformemente distribuídas, gerando a Ray2;
ii. corte B-B - cargas passando fora do veículo, uniformemente distribuídas, gerando a
Ray3.
f) fazer os diagramas por carga e com as medidas exatas para facilitar a visualização.

2. Premissas: Trem tipo – Características da ponte - Cargas

a) Trem tipo: TB450 (450 kN = 45 tf) – seção 5 da NBR 7188:2013


b) comprimento total da ponte: 70,0 m
c) comprimento de cada um dos balanços longitudinais: 10 m
d) comprimento transversal da ponte: 9,0 m
e) comprimento de cada balanço transversal: 2,0 m
f) distância entre vigas longarinas: 5,0 m
g) quantidade de faixas: 2
h) P = 75,0 kN = 7,5 tf por roda (450/6) => P = carga vertical estática concentrada (peso da
roda), aplicada no nível do pavimento, com valor característico e sem qualquer majoração
i) p = 5,0 kN/m2 => p = carga vertical estática uniformemente distribuída, aplicada no nível do
pavimento, com valor característico e sem qualquer majoração
j) p’ = q’ = 3,0 kN/m2 => p’ = carga vertical estática uniformemente distribuída, aplicada nos
passeios da ponte, com valor característico e sem qualquer majoração.

3. Cálculos das cargas (esforços solicitantes)

i. Carga concentrada do trem tipo: Q = P x CIV x CNF x CIA x CID


CIV = 1 + 1,06 (20 / (50 + 50)) => CIV = 1,21
CNF = 1 – 0,05 (2 – 2) => CNF = 1
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CIA = 1,25
CID = ϕ = 1,4 – 0,007.50 ≥ 1 => CID = 1,05
Q = 75 x 1,21 x 1 x 1,25 x 1,05 => Q = 119,11 kN => Adotada Q = 120 kN

ii. Carga uniformemente distribuída circundante ao trem tipo: q = p x CIV x CNF x CIA x CID
q = 5 x 1,21 x 1 x 1,25 x 1,05 => q = 7,94 kN/m2 => Adotada q = 8,0 kN/m2

iii. Carga uniformemente distribuída no passeio: q’ = 3,0 kN/m2

4. Cálculos das reações

Corte A-A

Devida às cargas concentradas (cargas das rodas): Ray1

- Ray1 * 1 + Q * y1 + Q * y2 = 0  Q (y1 + y2) = Ray1

5 / 1 = 3,75 / y1 = 5,75 / y2 => y1 = 0,75; y2 = 1,15

120 (0,75 + 1,15) = Ray1  Ray1 = 228 kN

Devida às cargas uniformemente distribuídas: Ray2 (Para as cargas uniformes a distância equivale
a área carregada)

- Ray2 * 1 + q (y3 * 3,25 / 2) + q’ ((y5 + y4) * 0,60 / 2) (áreas do triângulo e do trapézio)

5 / 1 = 3,25 / y3 = 6,25 / y4 = 6,85 / y5 => y3 = 0,65; y4 = 1,25; y5 = 1,37

- Ray2 * 1 + 8 (0,65 * 3,25 / 2) + 3 ((1,37 + 1,25) * 0,60 / 2)

- Ray2 + 8,45 + 2,36  Ray2 = 10,81 kN


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Corte B-B

Devida às cargas uniformemente distribuídas: Ray3 (Para as cargas uniformes a distância equivale
a área carregada)

- Ray3 * 1 + q (y6 * 6,00 / 2) + q’ ((y5 + y6) * 0,85 / 2) (áreas do triângulo e do trapézio)

5 / 1 = 6,85 / y5 = 6,00 / y6 => y6 = 1,20; y5 = 1,37

- Ray3 * 1 + 8 (1,20 * 6,00 / 2) + 3 ((1,37 + 1,20) * 0,85 / 2)

- Ray3 + 28,8 + 3,28  Ray3 = 32,08 kN

Reação total em uma longarina = Ray1 + Ray2 + Ray3 = 228,0 + 10,81 + 32,08 = 270,89 kN

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